MM - Qual o seu grau de escolaridade?
RA - Superior completo, formado em jornalismo.
MM - Desde quando você acompanha as séries CH? Quando você começou a gostar de fato delas?
RA - Eu nasci em 1983, não sei dizer desde quando assisto, a
impressão é que vi a minha vida toda. Não consigo
me lembrar de quando comecei a gostar, acho que desde que comecei a
entender.
MM - Você já atuou em algum site CH? Se sim, quais e cite as funções exercidas.
RA - Fiz algumas colunas para um projeto do Eduardo Godinez, mas o site está temporariamente sem atualizações.
MM - Qual a sua opinião sobre a fusão dos sites Turma CH e Point do Chaves, que resultou no Portal Chaves?
RA - Gostava bastante do Turma CH, mas não conhecia o Point do
Chaves. Acredito que esse tipo de coisa vem para agregar. Se a
qualidade for mantida, a gente só tem a ganhar, pois
serão mais pessoas competentes se dedicando ao projeto.
MM - Por isso que 2008 foi o melhor ano de nosso site, com vitórias atrás de vitórias.
"Graças ao SBT, que faz questão de tirar as aberturas e os
créditos originais, até hoje muita gente não sabe
o nome dos grandes atores que fizeram essas séries, nem mesmo o
do próprio Chespirito".
MM - Qual o primeiro site CH que você conheceu?
RA - Foi o www.chespiritobr.cjb.net, em 2002. A partir daí comecei a
entender realmente sobre as séries CH, lembrar de muitos
episódios perdidos que tive o privilégio de ver, como o
incrível 'Os espíritos zombeiteros'. Antes dos sites CH,
havia aqueles mitos, como de que todos tinham morrido em um acidente de
avião.
Graças ao SBT, que faz questão de tirar as aberturas e os
créditos originais, até hoje muita gente não sabe
o nome dos grandes atores que fizeram essas séries, nem mesmo o
do próprio Chespirito. Isso é lamentável. Eu
já sabia pelo menos os nomes porque comprei aqueles revistas em
quadrinhos lançadas pela Editora Globo, no começo da
década de 1990.
MM - Qual outro site, não sendo de Chaves, que você recomenda?
RA - Bom, eu acompanho muitos sites de notícias, não só
por causa da profissão, mas também porque é
necessário, como cidadãos, estarmos informados sobre o
que acontece no país e no mundo. Mas indico um portal sobre
dublagem, que é um tema que eu também gosto muito. O
Fórum Dublanet (www.dublanet.com.br) é excelente.
MM - Qual o melhor site CH na sua opinião?
RA - Gostava muito do Turma CH e do próprio Chespirito.br. Não
tenho acompanhado muito os sites, mais o FUCH mesmo. Pode ser esse?
Gosto mesmo é de poder trocar experiências e ter um
contato mais próximo.
MM - Pode! Atualmente, também ando acessando mais o FUCH mesmo...
MM - Você tem outros ídolos fora Chespirito?
RA - Não diria ídolos, mas pessoas que admiro muito. Na
música, os Beatles. No cinema, Charles Chaplin. Na dramaturgia
brasileira, Raul Cortez e Fernanda Montenegro. Na literatura, Machado
de Assis e Manuel Bandeira. No esporte, mestre Telê Santana. No
jornalismo, Cláudio Abramo. Na dublagem, André Filho e
Ézio Ramos. Além de pessoas comuns, amigos, professores.
Não são ídolos, mas referências.
MM – Você prefere Chaves ou Chapolin? Por quê?
RA - Gosto mais de Chaves, pelo conjunto da obra. Acho mais constante.
Apesar disso, Chapolin tem trechos melhores, momentos geniais, coisas
que impressionam mesmo. O Chapolin abre a possibilidade de contar
trechos da literatura, cinema, episódios históricos
reais. Mas acho que o Vermelhinho, ao mesmo tempo em que tem seus
momentos incríveis, tem alguns episódios muito ruins.
Fico com o Chaves por ser mais constante.
MM - Qual o seu episódio favorito do Chaves?
RA - "O julgamento do Chaves". Episódio genial do começo ao
fim, não tem como não rir o tempo todo. Obra-prima.
MM - Qual o seu episódio favorito do Chapolin?
RA - "Vamos à Disneylândia com o Polegar Vermelho", é praticamente uma unanimidade.
MM - Reforço ainda mais essa unanimidade.
MM - Qual o episódio mais chato do Chaves?
RA - Aquele do "Porque hoje é domingo".
"Chaves é uma série mais constante e Chapolin abre a possibilidade de contar
trechos da literatura, cinema e episódios históricos
reais."
MM - Qual o episódio mais chato do Chapolin?
RA - Um que o Chapolin sofre um transplante de mão.
MM - Putz, gosto desse episódio...
MM - Qual o seu personagem favorito do Chaves?
RA - Seu Madruga, é o mais cativante.
MM - Qual o personagem que você menos gosta no Chaves?
RA - Difícil essa, heim? Talvez a Pópis.
MM - Qual o melhor vilão do Chapolin?
RA - Racha Cuca.
MM - Qual o melhor ator/atriz das séries?
RA - Ramón Valdéz, disparado.
MM - Qual o seu bordão favorito?
RA - Minha frase predileta é 'a vingança nunca é plena,
mata a alma e a envenena', mas não é um bordão.
Então fico com 'eu prefiro evitar a fadiga'.
MM - Qual o melhor dublador das séries CH, na sua opinião?
RA - Nas séries CH, o melhor é o Nelson Machado.
MM - Cite uma cena inesquecível de Chaves ou Chapolin (pode ser a cena mais engraçada ou a mais emocionante).
RA - O final do episódio do aniversário do Quico, em que a
gente tem a impressão que o Chaves, morto de fome como sempre,
roubou aquele monte de comida só para ele. Mas no final ele
divide com o Madruga, que arruma um 'refresquinho' para ele. Acho lindo
esse final.
MM - Qual o programa que você mais gosta na televisão, fora as séries de Chespirito?
RA - 'Anos Incríveis', o melhor seriado de todos os tempos. Eu
até gosto mais de 'Chaves' e 'Chapolin', mas Anos
Incríveis é perfeito. Chaves e Chapolin têm suas
falhas, coisa que 'Anos Incríveis' não tem. Então
fica assim: a série que eu gosto mais – 'Chaves' e
'Chapolin'; a melhor série que eu já vi: 'Anos
Incríveis'.
MM - Saudades de Kevin Arnold...
"Metade do sucesso de 'Chaves' e
'Chapolin' é graças ao Marcelo Gastaldi".
MM - Já havia assistido a algum episódio perdido antes do
SBT exibir alguns deles regularmente? Se assistiu, qual o seu favorito?
RA - Vários, 'Os balões levam o Chaves, 'O fantasma do Seu
Barriga', 'Atropelamento com lingüiças' 'A pichorra',
'Caratê cara a cara', 'Planeta Vênus', são os que
estou lembrando agora – sem contar os perdidos recentes, de 2003
para cá. O melhor de todos, sem dúvida, são 'Os
espíritos zombeteiros'.
MM – O que você achou da volta de nove dos episódios
perdidos de Chaves? Por que você acha que o SBT não exibe
os restantes?
RA - Muito bom, tinha que exibir tudo. Pense comigo, você tem em suas
mãos uma série que está há mais de 20 anos
no ar e que garante audiência. E você tem dezenas de
episódios que já exibiu, mas por algum motivo
incompreensível, decidiu cancelar a exibição ou
substituir por outras versões. Isso sem contar os
inéditos comprovados, exibidos em chamadas e no 'Falando
Francamente'. Podiam até usar isso como uma carta na manga para
alavancar audiência, mas não usam.
MM - Desde novembro de 2005, quase 50 episódios da série
"Chapolin" estrearam no Brasil, apesar de há mais de 10 anos
dublados. Por que você acha que só agora a emissora exibiu
esses episódios?
RA - Por burrice e falta de organização. Não encontro
outra explicação plausível para deixar um
episódio 20 anos fora do ar, como 'O louco da cabana'. Quantos
aos inéditos, acho que eles nem sabiam que nunca tinham exibido.
MM - O que você acha do Clube do Chaves? Qual o quadro que você mais gosta?
RA - Não gosto. Séries CH para mim, só a fase clássica.
MM - O Clube vem sendo apresentado aleatoriamente nas madrugadas.
Você crê que, um dia, a série possa ganhar um
horário melhor na programação?
RA - Não sei. Do SBT pode se esperar quase tudo.
MM - Qual a música e clipe preferido das séries?
RA - O melhor de todos é 'Boa noite, vizinhança'. Gosto também de 'Os astronautas', do Chapolin.
MM – Surpreende-te o fato de Chaves permanecer no ar por mais de
20 anos com os mesmos episódios e até hoje incomodar a
Rede Globo? Qual será a receita para tanto sucesso?
RA - É a obra de um gênio, por mais que muita gente
torça o nariz, ache que tudo é uma grande bobagem,
seriados com orçamento baixo, uma produção que
parece amadora em alguns momentos, são séries que
não são apelativas. Elas não ignoram a
inteligência do telespectador. Aliás, zombar da qualidade
das séries CH é tolice. Você já viu os
arquivos do Vídeo Show com produções da mesma
época? É tudo preto-e-branco, som extremamente ababado,
chuviscos. Chaves sempre foi colorido, o som original é bom.
E tem outro fator para o sucesso no Brasil. A dublagem da Maga. Um
trabalho genial adaptado para o português por um profissional
genial como Marcelo Gastaldi. Metade do sucesso de 'Chaves' e
'Chapolin' é graças à Maga.
"Para mim, o substituto de Marcelo Gastaldi deveria ser o Orlando Viggiani."
MM – O que você opina sobre o entra-e-sai de Chaves na
programação? Você acha que tantos episódios
apresentados diariamente contribuem para a saturação da
série? Comente também sobre as constantes mudanças
de programação da emissora de Silvio Santos.
RA - Acho que a exibição excessiva satura sim. Gosto muito das
séries, mas se é um episódio que vi há
pouco tempo, acabo vendo outra coisa no horário. O SBT devia
chamar fãs do seriado para ajudar a organizar a bagunça,
começar a passar com alguma ordem cronológica,
aproveitando todo o acervo, trazendo de volta os perdidos. A emissora
só tem a ganhar.
Em relação às mudanças de horário do
SBT, eliminação de programas,
substituições, fica difícil fidelizar o
público. Tanto é que a Record agora ameaça a
emissora do Sílvio Santos. É muito complicado você
começar a ver um programa no meio da tarde e, de repente, ele
passa para a madrugada. O telespectador não engole, e com
razão.
MM – Você assistiu aos episódios dos box's de DVD's
da Amazonas Filmes? Se sim, o que você está achando dos
episódios escolhidos, da dublagem e, sobretudo, do trabalho de
Tatá Guarnieri, o novo dublador de Chespirito?
RA - Vi pouca coisa dos DVDs. Não gostei do resultado do Tatá,
para mim o substituto do Gastaldi deveria ser o Orlando Viggiani.
Não acho que necessariamente ficaria parecido, mas tenho certeza
que ficaria bom. Viggiani é um dublador fantástico, daria
conta do recado.
MM - O que você acha do desenho do Chaves e, principalmente, de
sua dublagem? Qual o episódio que você mais gostou?
RA - Eu vi pouquíssimo do desenho. Não gostei.
MM - Para encerrar: cite uma frase esclarecendo por que você gosta das séries de Chespirito.
"A obra de um gênio, mas com uma simplicidade que a torna acessível a todos os tipos de público".
Rodolfo Albiero
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