DOIS COM DOIS É CINCO E CINCO COM TRÊS DÁ DOZE!



            Chaves, ao ser flagrado mais uma vez pelo Professor Girafales após olhar para Paty ao invés de prestar atenção na aula, resolve dar uma de rei da tabuada a fim de despistar... evidentemente sem sucesso, após realizar os cálculos da maneira como aparece no título acima que, francamente, prefiro nem comentar (by Copélia). Talvez o órfão precisasse da ajuda de um matemático para tentar se sair bem naquela ocasião. E por que ele não poderia ser Vagner da Silveira, o popular Bugiga, nosso novo entrevistado?
          Ele, que também se sente orgulhoso em ser colorado, poderia também ajudar a criançada a calcular o clássico problema com maçãs ao invés das laranjas, sem necessidade de lhe pedirem uma pergunta mais difícil. A pendenga com carneiros e coelhos também não seria um problema para o nosso matemático chavesmaníaco.
            Falando sério agora, Bugiga fala sobre o período em que foi moderador do 
FUCH (Fórum Único Chespirito) e mete a boca no trombone contra Eduardo Rodrigues, colaborador do Turma CH. Ele também faz críticas à produção brasileira dos boxes do Chaves e ao desenho animado.
            Confiram, "portonto", a bombástica entrevista com o Inspetor Bugiganga (foto acima). Melhor dizendo, Bugiga! Inspirado no Inspetor Bugiganga: ca-raaaaam-ba!

Mestre Maciel - Qual o seu nome completo, a cidade natal e data de nascimento?
Bugiga - Meu nome é Vagner da Silveira, nasci em Porto Alegre, em 02/08/1983.

MM - Onde você mora atualmente?
BU - Continuo morando em Porto Alegre.

MM - Qual o seu grau de escolaridade?
BU - Me formei em Matemática na UFRGS no final do ano passado.
MM - Então me ajude num problema: eu tenho quatro laranjas. Como uma. Quantas me restam?

MM - Qual a origem do apelido Bugiga?
BU - Bem, vem do desenho do Inspetor Bugiganga. Meus amigos implicaram que eu era parecido com o dito cujo, daí o apelido acabou pegando.

MM - Desde quando você acompanha as séries CH? Quando você começou a gostar de fato delas?
BU - Eu assisto mais ou menos desde os 4/5 anos (por volta de 1987/88), de modo que assisti grande parte dos episódios perdidos quando eles ainda estavam no ar. Mas eu virei fã mesmo, passando a gravar e tudo o mais, apenas recentemente, por volta de 2003.

MM - Você já atuou em algum site CH? Se sim, quais e cite as funções exercidas.
BU - Fui colunista no extinto site Chiquinha Brasil. Porém, minha carreira se resumiu a apenas duas colunas. Foi uma boa experiência, mas o problema é que eu sou perfeccionista, e prefiro pensar bem na hora de escrever alguma coisa, e me faltaram idéias criativas. Com a fusão do Chiquinha Brasil com o Casa CH, minha coluna foi retirada de pauta, definitivamente.

MM - Fale de sua experiência como moderador global do FUCH. Pretende voltar a ser?
BU - No todo, foi uma boa experiência. Considero o meu primeiro período da moderação (como moderador do Principal, do Contato e o início como Global) muito bom. No segundo período (após a primeira avaliação), aconteceram algumas coisas que me desmotivaram no trabalho da moderação, como os constantes “bugs” do fórum na época, quando não tínhamos nem Warm nem MP pra realizar o nosso trabalho (e penamos pra convencer o Sr. Le0Brasil a reiniciar o fórum do zero). Também o meu empenho pra me formar na faculdade acabou prejudicando.

Embora tenha sido reprovado por ampla maioria na época, não guardei rancor de nenhum dos que me reprovaram. Se eu implico e critico muitos usuários e moderadores, não é nada pessoal, mas sim pelas suas atitudes no FUCH. A única pessoa com quem eu tive (e tenho até hoje) desavenças num nível mais pessoal é o E.R. Aliás, aproveito o espaço para esclarecer essas rusgas de uma vez (se ele quiser dar o seu “direito de resposta”, esteja à vontade – é até melhor isso que ficarmos alfinetando um ao outro o tempo todo no FUCH, pois cada um fala uma coisa e nunca fica nada claro): o motivo por eu não ter boas relações com ele não se deve à sua reprovação ao meu trabalho (isso faz parte), mas sim da forma como isso se deu. Se ele tivesse simplesmente chegado na avaliação e dito “não gostei de você ter me alfinetado num tópico, por isso estou te reprovando”, eu acharia meio infantil, mas não levaria a mal. Mas ele não fez isso. Por uma crítica que fiz a ele num tópico (disse que ele tinha mania de abrir vários tópicos sobre o mesmo assunto), ele começou a boicotar o meu trabalho, postando vários tópicos criticando meu trabalho na moderação, mas de forma indireta, dizendo que seria bom mudar as regras de avaliação dos moderadores. Além disso, começou a divulgar várias coisas absurdas: que eu perseguia ele desde antes de ser moderador (sempre que eu perguntei onde eu o persegui ele fugiu do assunto), que eu era rei em mandar indiretas (nunca mandei indireta pra ninguém, sempre que critiquei alguém, postei o nome da pessoa a quem era direcionada a crítica), que temia retaliações da minha parte (no final do meu mandato, antes de passar o cargo para o novo moderador), etc. E na hora da avaliação, em si, usou a desculpa que eu era ausente (isso era fato, mas antes ele nunca tinha ligado para isto), que eu tinha discada, que eu era último do TOP 10 (essa nem me canso a comentar), etc., enquanto o verdadeiro motivo (desavenças) ele deixou oculto. Me irritei sim, e deixei sempre isso bem claro. Não tolero falsidade, e o que ele fez foi coisa de gente falsa, que não tem caráter pra te criticar de frente e fica usando de subterfúgios. Se ele quiser esquecer de tudo e ter boas relações comigo, tudo bem, o que passou, passou. Não tenho e nem terei amizade por ele, mas posso muito bem tolerá-lo no FUCH, desde que conviva comigo civilizadamente, sem ignorar meus posts em diversos subfóruns (como ele costuma fazer), pois eu não sou bicho-papão e não mordo. Porém, lamento, se eu não concordar com alguma atitude, post ou tópico dele no fórum eu vou criticar (assim como critico qualquer user), mas em vez de fazer birra e começar a alegar perseguição, que argumente e defenda sua posição, ignorar é coisa de covarde. Eu não sou barraqueiro, gosto de resolver as coisas civilizadamente.

Eu até penso em voltar à moderação, mas não tenho mais o mesmo “tesão” que eu tinha antes, não posto mais como antigamente e ando me dedicando mais ao meu trabalho no “mundo real” que ao FUCH. Mas, se eu voltar, seria apenas como moderador comum, como global eu tenho consciência que não teria condição de fazer um bom trabalho como antes.
MM - Bem, vocês que se entendam da melhor maneira possível... Assim como Eduardo Rodrigues terá todo o direito de conceder uma resposta.

"Não tolero falsidade, e o que ele fez foi coisa de gente falsa, que não tem caráter pra te criticar de frente e fica usando de subterfúgios".

MM - Qual a sua opinião sobre a fusão dos sites Turma CH e Point do Chaves, que resultou no Portal Chaves?
BU - Não posso avaliar muito bem essa fusão, pois nos últimos tempos eu tenho acessado muito pouco os sites CH, praticamente só tenho entrado no Turma CH (além do FUCH, claro). Mas creio que foi uma ótima decisão.

MM - Qual o primeiro site CH que você conheceu?
BU - Foi o Chespirito Web, do Cleotais. Até hoje considero ele um excelente site, com ótimos textos, mesmo não tendo atualizações relevantes nos últimos tempos. Os textos das diversas seções são excelentes, e o site é uma prova que não só de colunas e vídeos sobrevive um site CH.
MM - Concordo em gênero, número e grau!

MM - Qual outro site, não sendo de Chaves, que você recomenda?
BU - Um site que eu acesso muito é o fanboy (www.fanboy.com.br), que traz notícias sobre quadrinhos, inclusive resenhas sobre quadrinhos publicados.

MM - Qual o melhor site CH na sua opinião?
BU - Turma CH, faz um bom tempo. Sou fã da sua coluna e da do Andy.
MM - Parafraseando Caco Rodrigues: "e eu sou seu fãããããããã!!!!"

MM - Você tem outros ídolos fora Chespirito?
BU - Na verdade ídolo meu em CH nem é o Chespirito, mas sim Ramón Valdez, hehe. Fora ele, outro grande ídolo meu (falecido, infelizmente) era Ayrton Senna, o melhor piloto de Fórmula 1 que eu vi correr.

MM – Você prefere Chaves ou Chapolin? Por quê?
BU - Sou mais fã do Chaves, pela repetição de bordões e pelas próprias características fixas da maioria dos personagens.

MM - Qual o seu episódio favorito do Chaves?
BU - Dos comuns, é a saga de Acapulco, as piadas do episódio são demais, e o cenário diferente dá uma característica mais dinâmica ao episódio. Dos perdidos, adoro a saga dos Espíritos Zombeteiros, lamentável que o SBT não exiba...
MM - A culpa deve ser dos energéticos...

MM - Qual o seu episódio favorito do Chapolin?
BU - O ex-inédito “De Noite todos os Gatos fazem Miau”.

MM - Qual o episódio mais chato do Chaves?
BU - O Cachorrinho. O episódio tem poucos diálogos, se baseando mais em piadas visuais, e o resultado foi fraco, na minha opinião.

MM - Qual o episódio mais chato do Chapolin?
BU - Durante muito tempo, foi O Bebê Jupteriano, mas o SBT trouxe ao ar um que consegue ser pior: A Caricatura. O episódio é fraquíssimo, tem pouquíssimas piadas, e serve mais pra divulgar o talento de Chespirito como desenhista do que pra fins de humor. Isso não quer dizer que torço para o episódio tornar-se perdido, quanto mais melhor (e menor a quantidade de reprises).

MM - Qual o seu personagem favorito do Chaves?
BU - Seu Madruga é rei. Não tem jeito, quase sempre que ele entra em cena, é certeza de risadas.

MM - Qual o personagem que você menos gosta no Chaves?
BU - Não gosto da Dona Neves e do Jaiminho, quando resolvem fazer eles se passarem por Seu Madruga (como acontece em alguns episódios clássicos e principalmente no Programa Chespirito). Porém, gosto muito das suas verdadeiras personalidades: Dona Neves como velha mexeriqueira e Jaiminho como carteiro querendo “evitar a fadiga”.

MM - Qual o melhor vilão do Chapolin?
BU - Pra mim, todos os vilões vividos por Ramón Valdez são ótimos, não consigo imaginar um melhor que o outro.

MM - Qual o melhor ator/atriz das séries?
BU - Dos atores, Ramón Valdez pra mim é insuperável. Das atrizes, Florinda Meza pra mim é a mais versátil, conseguindo fazer papel de velha rabugenta (Dona Florinda), criança mimada (Pópis), camareira grossa (Chimoltrúfia), e tantos outros tipos, e sempre de uma forma marcante.

MM - Qual o seu bordão favorito?
BU - “Que que foi? Que que foi? Que que há?”

"Nem imagino o motivo de não exibirem os demais episódios perdidos, acho que só lendo o que se passa no cérebro do Sílvio Santos pra se entender o motivo".

MM - Qual o melhor dublador das séries CH, na sua opinião?
BU - Eu gosto de todos da fase clássica, mas o melhor, sem dúvida, é o Gastaldi. A emoção que ele conseguia transmitir às cenas e os “cacos” que ele colocava nas suas falas tornam ele uma ausência muito sentida nas dublagens de hoje em dia.
MM - Concordo em gênero, número e grau! (2)

MM - Cite uma cena inesquecível de Chaves ou Chapolin (pode ser a cena mais engraçada ou a mais emocionante).
BU - Não recordo cena mais inesquecível e emocionante que a do Chaves sozinho no pátio da vila após todos terem ido para Acapulco, com a clássica musiquinha triste ao fundo. Na primeira vez que vi (tinha uns 5 anos), fui às lágrimas (e todos os meus amigos passaram pela mesma situação na primeira vez que a viram).

MM - Qual o programa que você mais gosta na televisão, fora as séries de Chespirito?
BU - Mal vejo TV hoje em dia... Praticamente, só sento na frente da TV pra assistir ao episódio do Chapolin gravado no dia. Notícias, eu prefiro ler nos jornais que assistir nos telejornais. Novelas, hoje em dia, são um porre, sempre a mesma coisa. Os humorísticos conseguem de tudo, menos me fazer rir. Assim, o que resta ver? Às vezes até me animo a assistir o “novo” Programa Sílvio Santos aos domingos, mas não me fixo muito. Prefiro muito mais ler um livro ou um gibi do que assistir TV, hoje em dia.

MM - Já havia assistido a algum episódio perdido antes do SBT exibir alguns deles regularmente? Se assistiu, qual o seu favorito?
BU - Como disse mais acima, assisti boa parte dos perdidos na época que ainda eram comuns (final dos anos 80/começo dos 90), estranhei muito quando sumiram. Depois, com o advento dos sites CH, descobri que tais episódios não era coisa da minha cabeça, tinham mesmo sido exibidos [risos]. E, como disse acima, é o dos Espíritos Zombeteiros o meu favorito.

MM – O que você achou da volta de nove dos episódios perdidos de Chaves? Por que você acha que o SBT não exibe os restantes?
BU - Uma surpresa, na época. Na verdade, eu mal começava a realmente acompanhar os episódios, de modo que ao começar a fazer minhas gravações nem imaginava que o SBT estava exibindo perdidos. Mais tarde, quando li sobre o fato no site Chespirito Web, fiquei boquiaberto. Ao que tudo indica, foi uma estratégia do SBT para levantar a audiência, que na época não estava muito boa (mais pela desorganização e falta de ordem de exibição dos episódios que por qualquer outra coisa). E nem imagino o motivo de não exibirem os demais, acho que só lendo o que se passa no cérebro do Sílvio Santos pra se entender o motivo.

MM - Desde novembro de 2005, quase 50 episódios da série "Chapolin" estrearam no Brasil, apesar de há mais de 10 anos dublados. Por que você acha que só agora a emissora exibiu esses episódios?
BU - De novo, só Deus (ou Silvio Santos) sabem. Há a hipótese de nunca terem exibido por causa da baixa qualidade de imagem de alguns episódios (apesar que há episódios comuns – do Chaves, em especial – com qualidade também ruim). Quanto ao motivo por exibirem só agora, talvez tenha sido a maneira que o SBT encontrou de levantar a audiência do Vermelhinho, que ao seu ver “sempre foi inferior à do Chaves” (na verdade, a audiência de ambos sempre foi praticamente a mesma).

MM - O que você acha do Clube do Chaves? Qual o quadro que você mais gosta?
BU - Eu diria que o Clube foi muito injustiçado na época que o SBT levou ao ar, principalmente no tocante à dublagem. Devido principalmente à má dublagem do Cassiano nos esquetes do Chaves e do Chapolin, generalizaram e criticaram a dublagem do Clube como um todo (eu fui um desses, admito). Mas eu diria que o programa era uma atração bem agradável para as tardes de sábado. O meu quadro favorito sempre foi o do Pancada, mas também gosto muito do Chaveco e Dom Caveira.

MM - O Clube vem sendo apresentado aleatoriamente nas madrugadas. Você crê que, um dia, a série possa ganhar um horário melhor na programação?
BU - Infelizmente, não creio nisso. O carro-chefe da série, na visão do SBT, é o Chaves (tanto que batizou a série de “Clube do Chaves”), porém já ficou comprovado que os quadros do Chaves no Clube são os que menos agradaram aos fãs. Assim sendo, acho mais provável que os quadros continuem sendo exibidos nas madrugadas.

MM - Qual a música e clipe preferido das séries?
BU - Meus preferidos (tanto música quanto o clipe) são Boa Noite, Vizinhança (da saga de Acapulco) e Um Ano Mais (do Ano Novo – versão dos brinquedos no pátio).

"Eu nem assisto mais Chaves no SBT, pois já sei de cor e salteado os episódios exibidos."

MM – Surpreende-te o fato de Chaves permanecer no ar por mais de 20 anos com os mesmos episódios e até hoje incomodar a Rede Globo? Qual será a receita para tanto sucesso?
BU - Admito que nunca esperei que o seriado fosse permanecer tanto tempo no ar. Eu sempre achei incrível perceber que todos os seriados e desenhos da minha infância, aos poucos, foram sumindo da TV, mas Chaves continuava lá, firme e forte. Mas a receita do sucesso é simples: o programa é humorístico e consegue cumprir a sua missão principal, que é fazer rir, coisa que os humorísticos de hoje em dia não conseguem, nem mostrando mulher pelada. Simples assim.

MM – O que você opina sobre o entra-e-sai de Chaves na programação? Você acha que tantos episódios apresentados diariamente contribuem para a saturação da série? Comente também sobre as constantes mudanças de programação da emissora de Silvio Santos.
BU - Claro que satura. Eu nem assisto mais Chaves no SBT, pois já sei de cor e salteado os episódios exibidos, e já gravei todas as edições possíveis de episódios hoje no ar. Só acompanho mesmo quando é época de passarem os episódios especiais (tipo Dia dos Namorados, Natal, etc.).

Sobre as mudanças de programação, a grade do SBT até anda bastante estável ultimamente. Talvez o SS tenha percebido que foram as suas maluquices que espantaram o telespectador pra Record (não à toa, o SBT tem recuperado audiência ultimamente). O grande problema da grade do SBT é a falta de organização, com programas (Chaves e Chapolin, principalmente) sendo exibidos apenas para algumas regiões. O correto seria reservar uma faixa para os telejornais locais e nessa faixa serem exibidos telejornais locais em TODAS as afiliadas e retransmissoras, inclusive em SP Capital, ficando os demais programas com transmissão nacional, como ocorre em qualquer emissora com o mínimo de organização. Infelizmente, é algo difícil de ocorrer no SBT.
MM - E enquanto isso, tome Priscilla e Yudi em rede nacional.

MM – Você assistiu aos episódios dos box's de DVD's da Amazonas Filmes? Se sim, o que você está achando dos episódios escolhidos, da dublagem e, sobretudo, do trabalho de Tatá Guarnieri, o novo dublador de Chespirito?
BU - Vou ser sincero: agüentei até o 5º BOX, depois desisti. A combinação Televisa (episódios cortados, repetidos, sem abertura e créditos e fora de ordem) + Amazonas (legendas e capas com ridículos erros de ortografia) + Gábia (som péssimo, sem sincronia e com efeitos sonoros pífios) + Tatá, resultou num produto indigesto. Pra começar, nunca deveria ter sido lançado em BOX, pois daí se supõe produto para colecionadores, e pra isso se supõe série por temporadas, episódios completos, em ordem cronológica, abertura original, créditos finais, etc. Se tivessem lançado DVD avulso, o impacto seria menor.

"Agüentei até o quinto box da Amazonas Filmes, depois desisti."

Quanto à dublagem, a Gábia é um estúdio fraco, realmente, não só pra CH (eu vi o filme “Efeito Borboleta” dublado pela Gábia. Ficou tremendamente insosso, não consegui sentir nenhuma emoção com o filme). Os dubladores clássicos não conseguem mais o mesmo timbre da fase clássica, após tantos anos, mas conseguem fazer um bom trabalho. Marconatto foi uma boa surpresa dublando os personagens de Horácio Gómez, substituindo à altura o infelizmente desaparecido Silton Cardoso. Berriel faz um excelente trabalho como Nhonho (apesar de não ter me agradado na primeira vez que o dublou) e como Jaiminho (embora considere a voz dele jovem demais para um personagem velho). Os grandes problemas são Barolli (cuja voz não combina com os personagens de Edgar Vivar, sobretudo o Sr. Barriga) e, sobretudo, Tatá. Não nego que a sua voz até se assemelhe, em alguns momentos, à de Gastaldi, mas o grande problema é a interpretação. O Tatá não consegue transmitir a emoção e nem o humor das cenas, como fazia o Gastaldi, como fazia o Cassiano (embora não negue que ele como Chaves e Chapolin era terrível). Se limita a ler o texto, como se estivesse declamando uma tabuada. E o pior é que nem se pode culpá-lo, pois parece que hoje em dia o trabalho de dublagem, em geral, deixou de ser uma arte de interpretação e emoção na cena para ser uma arte de simples leitura de texto. Lamentável.

MM - O que você acha do desenho do Chaves e, principalmente, de sua dublagem? Qual o episódio que você mais gostou?
BU - Não sou muito fã do desenho, tanto que não fiz muita questão de acompanhar as novas temporadas. Acho que a produção vacilou na primeira temporada ao se limitar a puros remakes de episódios do seriado, dando aos mesmos uma sensação de “isso de novo?”. A dublagem do desenho é razoável (que diferença um estúdio decente de dublagem faz): a voz do Tatá até é digerível em versão animada e Marcelo Torreão me agradou como Sr. Barriga (pena que foi retirado). Os dubladores clássicos mantém-se na média, e Berriel faz ótimo trabalho como Nhonho. De negativo, a péssima voz de Valdir Fiori pro Jaiminho, e também a ausência de Nelson Machado (ao contrário da maioria, eu achei horrível a voz de Sérgio Stern). Mas o grande problema é a tradução dos episódios. Quem fez a adaptação não teve a mínima preocupação em pesquisar coisas básicas da dublagem do seriado, deixando diversas piadas sem sentido (como a do “Monte da Piedade”, sem falar em “Chipote Chillón”).

MM - Para encerrar: cite uma frase esclarecendo por que você gosta das séries de Chespirito.

Humor puro, simples e não apelativo. Bordões simples e de boa penetração. Personagens que ensinam coisas e que enfocam em problemas do cidadão comum. Isso é raro de se ver num programa humorístico, e coisas assim que fazem a diferença em CH.

MM - Valeu, um forte abraço!
BU - Não seja por tanto. (risos)

Bugiga

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