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PONTE AÉREA

PONTE AÉREA

PRESIDENTE Maykon Godoi Vanzin
CARNAVALESCO  Guilherme Estevão
INTÉRPRETE  Diego Nicolau
CORES  Preto, Branco, Vermelho e Verde
FUNDAÇÃO 01/04/2007
SITE http://ponte.webnode.com/
CIDADE-SEDE Xanxerê-SC

O G.R.C.E.S.V. Ponte Aérea nasceu de uma reunião de amigos, Oficialmente registrada no dia 1° de abril de 2007 no CAESV. O nome da agremiação surgiu de uma idéia do então presidente, Élson Granzoto Junior, que quis representar a união dos dois Estados, Rio de Janeiro e São Paulo, em uma mesma escola de samba, já que é neles que seus integrantes residem. Baseado na mesma idéia surgiu a bandeira da agremiação com as cores das bandeiras do Rio e São Paulo: vermelho, azul, preto e branco. Coincidentemente são as mesmas cores das escolas de samba dos componentes da Ponte: Vai-Vai e Leandro de Itaquera, entretanto, ainda havia integrantes torcedores da Mocidade Independente e, por isso, foi retirada a cor azul e em seu lugar colocada a verde.

Em seu primeiro desfile, a Ponte Aérea, ainda aprendiz, trouxe o um enredo sobre os 60 anos do G.R.E.S Império Serrano numa belíssima homenagem, mas diversos problemas ocasionaram a 7ª colocação no grupo de avaliação - CAESV - fazendo a escola a amargar uma estréia de resultado doloroso.

Com o fim do carnaval, ocorreram diversas mudanças na administração da escola saindo a primeira equipe gestora e assumindo a presidência o vice-presidente, Marcel Zelary. Mas novos problemas surgiram e ele nomeou Maykon Godoi para assumir o seu cargo como presidente.

Maykon decidiu apostar em novas idéias: convocou amigos que até então nunca haviam tido contato com o carnaval virtual para formar a diretoria, dando assim, sangue novo à escola.

Trabalhando em equipe e afinados em suas idéias, elaboraram o enredo: "Nascidos de Deus, usem o pensamento que Ele lhes deu. Ponte Aérea é filosofia para não-filósofos". Assim, a Ponte Aérea conseguiu notoriedade, um honroso vice-campeonato do grupo de avaliação 2008 - CAESV e o Estandarte de Cromo de melhor enredo, ingressando assim, no grupo de acesso da LIESV.

Em 2009, a Ponte Aérea reforçou a sua equipe e, com o enredo "Posso cair, mas logo me levanto. De dor ou emoção, Ponte Aérea derrama lágrimas nesse chão" desenvolvido pelo carnavalesco Carlos Rizzo, a escola obteve a tão sonhada vaga no Grupo Especial da LIESV. Porém, problemas no barracão da escola fizeram com que a agremiação regressasse ao Acesso em 2011. Mas a agremiação daria a volta por cima, conquistando seu primeiro título no Carnaval Virtual em 2012 com "A Luz de Daomé". O bicampeonato viria três anos depois, com "Ngolo-Potiguar: Arte e Magia da Capoeira".

Ano

Enredo

Colocação

2015 Ngolo-Potiguar: Arte e Magia da Capoeira 1º (Especial)
2014 Dzi Croquettes - A Ousada Arte do Ser 9º (Especial)
2013 Um Canto para a Eternidade 3º (Especial)
2012 A Luz de Daomé    1º (Único)
2011 As Faces da Glória 4º (Acesso)
2010 A Invenção do Malandro Brasileiro 14º (Especial)
2009 Posso cair, mas logo me levanto. De dor ou emoção, Ponte Aérea derrama lágrimas nesse chão

3º (Acesso)

2008 Nascidos de Deus, Usem o Pensamento Que Ele Lhes Deu. Ponte Aérea é Filosofia Para Não-Filósofos

2º (CAESV)

2007 Ponte Humildemente Apresenta: Serrinha - Império Serrano, 60 anos 7º (CAESV)

SINOPSE ENREDO 2015

Ngolo-Potiguar: Arte e Magia da Capoeira

Nego finca a alma no chão

Risca a terra, levanta o pé

Abre roda para o ritual

Deixa o homem, vira animal

 

Vem menino ver a raça do povo

Em Mucope, a ginga angolana

No Mufico, a essência Ngolo

Vai menino pro Congo e Gana

 

De Luanda, Cambinda e Benguela, ê Camará

 Vinha negro usando o corpo pra lutar

Mas o branco trazendo cobiça, ê Camará

Nos seus pés a corrente conseguiu botar

 

No negreiro um povo partiu, ê Camará

Mãe Angola nos mares se pôs a chorar

Desembarcam no nosso Brasil, ê Camará

E Ngolo outra ginga foi encontrar

 

É de Maraná, é de Maraná

Em Palmares negro descobriu

O jeito do índio duelar

É de Maraná, é de Maraná

Capoeira então surgiu

Do Ngolo-Potiguar

 

O jogo ligeiro a Bahia encantou

Pandeiro, atabaque e a berimba tocou

Na reza cantada, fazem louvação

Na roda, o jogo dos pés e das mãos

Na ginga a forma de ter proteção

 

Contra chibata, contra a tortura

O corpo e dança mostram a bravura

Marcam as paginas da literatura

E a visão dos artistas

Sobre as lutas nas ruas

 

Zum zum zum capoeira mata um

Zum zum zum capoeira mata Um

 

O zum zum zum está formado

Capoeira mal tratado

Sua dança proibida, arte torturada

 

Mas o mestre falou que somos marinheiros

Aguente com fé, vai mudar maré

O que foi proibido, virou patrimônio

Capoeira valente, na história deu nome

Os mestre desse gente defenderam a arte

Semearam a cultura, empunharam o estandarte

 

Tá no corpo, tá na fé, nessa voz que não cala

Tá na ginga,tá no pé, no bailar mestre sala

Tá no corpo, tá na fé, nessa voz que não cala

Tá na ginga, tá no pé, no bailar mestre sala

 

JUSTIFICATIVA:

A Ponte Aérea contará em 2015 o enredo "Ngolo-Potiguar: Arte e magia da Capoeira". O enredo aborda a história de uma das mais importantes manifestações culturais e artes marciais do país. Visamos realizar a construção de uma história pouco difundida e até hoje sem traços certeiros de seu processo de desenvolvimento, para tanto elaboramos uma sinopse baseada nas cantigas de roda de capoeira e pautamos o desenvolvimento do enredo em cinco principais momentos.

O enredo parte do Ngolo, ritual realizado pelas tribos de Angola, cujo significado, em kimbundu, é "zebras". Nesses rituais, homens incorporavam zebras e sua força, duelando usando os pés, como se fossem as batalhas desses animais. O objetivo do ritual era encostar os pés na cabeça do oponente. Sagrando-se vitorioso, teria como premiação uma das mulheres da tribo, em estado de "efendula" ou "mufico", que era o período de fertilidade. Os combates aconteciam em rodas, observados pela corte da tribo.

O ritual se expandiu por outras regiões de Angola, sendo conhecida também como Mufico, até se propagar pelo continente, sobretudo no Congo e Gana, enraizando-se, definitivamente, na cultura africana. Os três países de principal expansão e prática do ritual Ngolo foram também pontos fundamentais de exploração e envio de escravos. Os movimentos do ritual já eram praticados, naquele momento, como técnicas de combate e, com o fortalecimento do processo de colonização e escravização na África, as práticas e culturas dos povos do continente permearam novos territórios, e o ritual fez parte disso. Ganhou propulsão em países da América Central, entretanto foi no Brasil que se consolidou, expandiu e adotou novas características.

Assim como na luta contra o aprisionamento no território africano, os movimentos do Ngolo foram armas de combate dos escravos foragidos nos engenhos, no Brasil. Entretanto, é no Quilombo de Palmares que o Ngolo passa a ser Capoeira, tendo a fundamental colaboração da cultura indígena. Palmares era um refúgio não apenas de negros, mas de índios, sobretudo os Potiguares, tribo de maior contingente na região. Esses índios realizavam um ritual de características semelhantes ao africano, no que concerne a seus movimentos: o "Maraná". E através do encontro da cultura potiguar e africana surge a "capoeira", termo Tupi Guarani cujo significado é "capim rasteiro", em referência aos locais onde as rodas eram realizadas.

A Capoeira surge como uma arte essencialmente brasileira, originada a partir da miscigenação de suas culturas. Aos poucos, se expande, sobretudo no território baiano, ganhando dimensões bem maiores que a ritualista na qual as danças que a originaram apresentavam, mas se tornando a principal arma de luta dos escravizados em busca de liberdade. Ao longo das revoltas no Brasil Imperial, em movimentos a favor da abolição ou de respeito a figura negra, os golpes surgiram como ferramenta de batalha. Entre as mais relevantes, pode-se ressaltar a "Revolta dos Malês" e a "Revolta da Chibata", tendo João Cândido como o primeiro grande nome reconhecido da Capoeira na história brasileira.

Pelo caráter de defesa e luta que a Capoeira adquiriu, a arte foi proibida no Brasil, durante o século XVIII. Por quase duzentos anos, foi praticada de forma clandestina e, nesse movimento, alguns homens foram fundamentais para semear essa cultura e difundir a luta, ostentando a posição de mestres, como Camafeu de Oxossi e Besouro. Não se restringindo apenas a cultura baiana, marcada fundamentalmente por essa arte como exaltou Jorge Amado, seguiu estampando as páginas da literatura de outros grandes nomes, como Câmara Cascudo, e protagonizando fatos memoráveis nas boemias e guetos cariocas, caso de Madame Satã. Ledo engano pensar que a Capoeira veio ao Rio apenas para brincar nas ruas da Lapa. Ela se ergue todos os anos no mês de fevereiro para defender a bandeira do samba e conduzir o bailado de outros mestres, os mestres-sala, cuja dança se originou através dos passos dos rituais africanos e da Capoeira brasileira. Saudando os grandes mestres do samba e ratificando o valor desses dois patrimônios brasileiros, que a Ponte Aérea encerra o seu carnaval.