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Sinopse Ponte Aérea 2010

SINOPSE ENREDO 2010

A Invenção do Malandro Brasileiro



Introdução:
O Grêmio Recreativo Escola de Samba Unidos de Vila Xurupita apresenta para a disputa do 33º Grupo de Acesso da Cidade do Rio de Janeiro, o seu enredo para o carnaval 2010:

A Invenção do Malandro Brasileiro

Abram Alas!
A Unidos de Vila Xurupita vem chegando para brilhar mais uma vez!
Com bateria, harmonia e ousadia queremos ganhar esse carnaval e, para isso, vamos mostrar que o Brasil é malandro.
È a terra da malandragem desde suas origens, e quem vai contar essa história é o nosso presidente, Zé Carioca:
- A história da malandragem se confunde com a história dessa terra e me incumbiram de trazer ela pra vocês. Sou, também, um papagaio, logo, nada melhor que a inspiração pro primeiro nome do Brasil para ser o narrador, não?

Setor 01 – Terra dos papagaios.
Terra fascinante, que encantava os que aqui chegavam, ainda naquela época quinhentista, recebera essa denominação em função da enorme quantidade de meus parentes que aqui se encontravam.
Aqui, onde habitavam os Tupinambás, que viviam peladões, tinham um deus, Maíra, que, sem ter o que fazer, veio passear entre os homens. Encantando-se com a beleza da plumagem dos papagaios,revelando sua viadagem, resolveu depenar os bichinhos e fazer diademas para enfeitar sua cabeça e tornar-se mais belo. Ensinou também aos seus filhos, que quase acabaram com as penas dos papagaios, originando a arte plumária indígena.
Não negando a natureza do lugar, quando os portugueses por aqui chegaram, disseram-se donos daqui e começaram a se apoderar de tudo. Encantaram-se também com a plumagem dos papagaios, levando Pero Vaz de Caminha a registrar a terra recém descoberta com o nome desses animais, que de tão numerosos, confundiam-se com o verde das matas, fazendo-a parecer viva.

Setor 02 – O Malandro Filho do Trovão.

Diogo Álvares seguia, embarcado numa nau de degradados, rumo à África, até que, por mão do destino, envolto em uma grande tempestade, acaba por naufragar. Vários litros d’água depois, em um baú à deriva, acaba por aportar em uma praia desconhecida, repleta de um povo moreno, nu, cobertos com pintura no corpo, em meio a adornos de penas.
Assustado, perseguido pelos nativos – sedentos por sabe-se lá o quê, escafedeu-se! Enquanto descansava, foi abordado por Paraguaçu, que se encantou pelo gajo. A bela índia levou o português para conhecer as belezas de sua terra: rios, árvores, mangas e fiapos, araras e urubus e mais de 70 espécies de sabiá, ufa!
Diogo foi parar na aldeia de Paraguaçu, conheceu e retratou com extratos naturais o cotidiano daquele lugar. Conheceu, também, Moema, irmã de Paraguaçu, tentação demais, provou da fruta, bebeu de todo o pecado daquela terra e depois descansou numa rede, afinal podia estar no paraíso, mas ainda era um humano.
Cansado da vagabundagem do português, o cacique Taparica, pai das duas índias.decretou que o náufrago seria devorado pela tribo, para que esta absorvesse a força e a inteligência. Diogo tira o seu da reta e acaba sendo salvo pela mão de Vasco de Athayde, que houvera sido cortado e, mesmo não sendo “Da Gama”, acabara como vice nessa história. Presa à mão havia uma garrucha ainda com pólvora que nosso malandro usou num ato de desespero, ele disparou para o ar atraindo a atenção dos índios que começaram a bradar:
“- Caramuru, caramuru, filho do trovão”.

Setor 03 – Delírios na corte da França.

Virado divindade, Diogo voltou à tribo e continuou sua vida. Sua fama e legado cruzaram o mar e se espalharam pela Europa. O Rei de França envia proposta para Caramuru e os Tupinambás: espelhos, miçangas e outros adornos para eles em troca de pau-brasil e ouro. Era perfeito! O índio gostava do espelho, o francês do ouro e Caramuru do lucro que conseguia tirar dos franceses pela exploração daquela terra. O trambique foi consumado.
Diogo ganha sua passagem de volta para Europa. Já no mar, Paraguaçu e Moema atiram-se ao mar e nadam na tentativa de alcançar a caravela. Apenas Paraguaçu consegue chegar e partem rumo à Paris.
Ah! Paris! A capital da moda, do perfume, do luxo, capital da pouca vergonha européia. O Rei, em suas loucas tramóias, decide casar Caramuru com a Marquesa de Sévigny, por quem nosso grande herói mantinha aquela paixão que nunca seria correspondida. O contrato do casamento daria soberania francesa na exploração do pau-brasil, ouro e das riquezas da “Terra dos Papagaios”.
Paraguaçu, por sua vez, promovera uma grande revolução estética, ao utilizar urucum, colares, cocares, transformando aquelas nobres da corte em verdadeiras “nobres selvagens” de Paris.
Incomodada com o casamento entre seu amado e a Marquesa, Paraguaçu, usando de sua esperteza, ensina àquela como seduzir o noivo. Em troca, a Marquesa ensinaria à índia, como tornar-se uma verdadeira dama da corte francesa. E ainda, malandramente, Paraguaçu, oferecera levar sua rival ao Novo Mundo, para que esta conseguisse as riquezas que tanta almejava. Entretanto, seria a índia que se casaria com Caramuru. Gananciosa, a Marquesa aceita a proposta. A palhaçada, digo casamento, é armado e Paraguaçu torna-se Catherine Du Brésil, formando com Diogo Álvares, o primeiro casal brasileiro da história.

Setor 04 – O Samba da Malandragem.

O tempo passou e o malandro faz história, com seu jeito boêmio, sagaz, astuto, beberrão nas noites do Brasil. Com seus trejeitos peculiares, abraçou o samba, reduto das classes mais humildes. O fuzuê que nascera na casa da velha baiana Ciata, era a malandragem que descia o “Morro da Mangueira”, mandando o malandro trabalhar.
De “Lenço no Pescoço”, malandro que se preza não marca bobeira. Descia o morro dizendo que ia trabalhar, mas pra quê? O esperto pegava seu baralho, navalha no bolso, chapéu de lado e ia pra ronda, espécie de jogo de carteado. Safado, mandava a nega trabalhar e lá ia ela, coitada, enquanto eles diziam “Vai Cavar a Nota”. Início da industrialização no Brasil, esse era o destino das negas, que eram recepcionadas nas fábricas ao som de “Três Apitos”, anunciando seu presente, passado e futuro. Essas sim, que são mulheres de verdade! São guerreiras, seduzem e adoçam a vida dos malandros. Nega maluca, com seu gingado, “Você vai se quiser”, deixa o malandro entrar em seu coração, tu és divinal.
O Estado Novo de Getúlio Vargas perseguia o samba e proibia a malandragem de exaltar sua rotina feliz e alegre. Queriam sambas que incentivassem a família, o trabalho e o casamento. Acabou a moleza, “Vá trabalhar!”, malandro.

Setor 05 – A “Roliúde” Brasileira.

Falando de mim, tenho uma grande família na Vila Xurupita, um salve a todos. Nasci em 1942, pelas mãos de um feiticeiro maluco, que usava papéis em branco e tintas, que visitava a América do Sul, para buscar inspiração para fazer um filme, em nome da “política da boa vizinhança”, aliando nações aos Estados Unidos, na época da Segunda Guerra.
Assim é produzido o primeiro filme “Saludo Amigos”, no qual eu apresento o Rio de Janeiro ao Pato Donald. No episódio “Aquarela Brasileira”, embalado pela música de Ary Barroso, são apresentadas as belezas da terra e as delícias da Cachaça e do Samba, afinal, quem não gosta de samba, bom sujeito não é. No segundo filme, “Tres Caballeros”, juntam-se a mim dois grandes amigos, o argentino Gauchinho Voador e o galo mexicano Panchito Pistoles e juntos ao Pato Donald, à bordo de um trem, chegamos à Bahia. Mostrei todas as belezas, as baianas e os quitutes à linda Aurora, de doce voz divina.
Após essa visita, caminhando por uma escura mata, nos deparamos com o Café Brasil, em que o nosso amigo Aracuã trabalhava e tratou de organizar uma grande festa, regada a muito samba, então “Apanhei-te cavaquinho” e aconteceu a festa, a “Roliúde” Brasileira.

Setor 06 – Eu sou da Lapa, a Grande Maçã Brasileira.

Ah, mas pra me despedir, eu quero um carnaval! E melhor lugar não há que a Lapa. Um caldeirão cultural onde as mentes mais alucinadas fervilham cultura e a boemia malandra fez morada. Feito uma charmosa dama, se rendeu aos prazeres que os seus maiores amantes puderam lhe ofertar.
Sua arquitetura e suas formas particulares serviram de inspiração para o modernismo brasileiro, enchendo de cores o carnaval, sendo a musa de poetas e trovadores. A lua emoldura o céu todas as noites; surge formosa e clareia a mente, os becos que viraram poemas, clareava a Lapa num carnaval de palavras.
Na música, precisamos de samba e eis que ele se faz presente com a alegria das marchinhas, o gingado do samba de roda, Carnaval do samba.
Ao longo do tempo, a Lapa mudou, pode até ter parado, a malandragem agonizou, mas é apenas um tempo.A Lapa de muitas faces nunca morreu. O povo se uniu, vieram tribos diversas, de uma loucura genial surgiu o Circo Voador; surgiu, também, a Fundição Progresso, espaço que reunia as mentes de artistas do teatro, da música e do cinema, que não chegaram à glória dos palcos.
E hoje além de festejarmos a malandragem, temos que comemorar também a revitalização da Lapa, essa vedete que é capaz de se renovar sempre. Charmosa, encantadora, frenética e colorida, como ela é diversificada. A malandragem está de volta, com uma nova cara e novas formas, mas a Lapa é um coração cosmopolita, é a “Grande Maçã” brasileira. Hoje é do malandro do samba, do funk, do rap, do teatro, do poeta, do mundo!

“Os grandes mestres do passado
Dedicaram obras de grande valor
A Lapa de hoje, a Lapa de outrora
Que revivemos agora...”
(A Lapa Em Três Tempos – Portela 1971 – Ary do Cavaco e Rubens)
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Desenvolvimento:
Diego Araújo

ATENÇÃO COMPOSITORES!

Estão abertas as inscrições para o concurso de samba-enredo oficial do
Grêmio Recreativo Cultural de Escola de Samba Virtual Ponte Aérea. Convidamos a todos para compor seus sambas, e entrar na disputa!
Para inscrever-se, envie um e-mail para o ponte_aerea@yahoo.com.br contendo os seguintes itens:

- Nome do(s) compositor(es).,
- Letra do samba-enredo ( com o refrão destacado ).,
- Áudio do samba enredo (com no mínimo duas passadas),
- E-mail para contato (para receber informações sobre as eliminatórias e outros comunicados)
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As inscrições estão abertas até o dia: 31/01/2010

Contamos com a participação de todos, pois sabemos que é somente assim, que conseguiremos realizar nossos objetivos e engrandecer ainda mais o espetáculo, que é a LIESV.

Atenciosamente,
A direção.