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31 de outubro de 2025, nº 73 Coluna anterior: "Rio Grande do Sul, seu Folclore, sua Gente, também participaram desta Festa Diferente..."
Coluna anterior: Intérpretes que se Aposentaram no Carnaval - Quem é que vai no lugar deles? Série de coluna anterior: A História do Carnaval na TV Brasileira
Quinze
anos depois que escrevi para o Sambario a coluna “Saudade daquela voz que se
calou...”, o panteão de gigantes da melodia, aqueles que com a potência do
gogó e a alma no peito nos conduziram em êxtase pelas avenidas da vida e do
samba, infelizmente ganhou novos e inesquecíveis nomes. São maestros do canto
que nos fizeram sorrir, sonhar e, principalmente, sambar com a intensidade
única da nossa gente. Quem dera a vida nos permitisse um bis eterno para esses
timbres que, hoje, ecoam apenas na saudade. Hoje,
revisitamos essas vozes que se foram, mas jamais se perderam — estão guardadas
na memória coletiva do Carnaval, nos discos riscados, nas gravações antigas, no
brilho dos olhos de quem ainda canta com saudade. 10º lugar – LUIZITO (1954 – 2015)
Luizito
foi daqueles intérpretes à moda antiga: voz potente, dicção perfeita e um
timbre que marcava na avenida. Durante mais de uma década, foi o fiel escudeiro
de Carlinhos de Pilares, acompanhando o amigo em escolas como Caprichosos,
Jacarezinho e Santa Cruz, até ganhar sua própria chance no microfone principal
da azul e branco de Pilares em 1994. Três
anos de bons sambas depois, o destino o levou à Estação Primeira de Mangueira,
onde dividiu o carro de som com o eterno Jamelão e acabou se tornando, anos
mais tarde, o substituto natural do mestre. Luizito segurou o microfone verde e
rosa por oito carnavais seguidos, sempre com a seriedade de quem sabia o
tamanho da missão. Fora da avenida, seguia dirigindo seu táxi e vivendo o samba
com simplicidade. A
voz do intérprete se calou em 2015, no ano da conquista de seu único prêmio
Estandarte de Ouro. Na madrugada de 6 de setembro de 2015, sofreu um infarto
fulminante assim que chegou na casa da namorada depois de participar
normalmente de um ensaio no Palácio do Samba. MELHOR MOMENTO Faltando
poucos dias para o desfile de 2007, sofreu um princípio de enfarto no ensaio da
Mangueira, mas a paixão falou mais alto. Desafiando o veto médico, ele foi ao
Sambódromo e cantou no desfile oficial inteiro, com a equipe de saúde a postos,
numa prova de fibra. No Sábado das Campeãs, o intérprete retornou só para
soltar o grito de guerra,
sem pegar no microfone, mas reafirmando sua
devoção inegável à Estação
Primeira, à qual chamava de “maior escola de samba
do planeta”. Vem
no vira da Mangueira vem sambar Meu
idioma tem o dom de transformar Faz
do Palácio do Samba uma casa portuguesa É
uma casa portuguesa com certeza “Minha Língua é Minha Pátria, Mangueira, Meu Grande Amor. Meu Samba vai ao Lácio e Colhe a Última Flor” (Lequinho, Junior Fionda, Aníbal e Amendoim) – Mangueira 2007. 9º lugar – LUIZINHO ANDANÇAS (1963 – 2025)
Motorista
de profissão e regente do Coral São Benedito em Santa Cruz, Luizinho
Andanças foi, de fato, um “puxador de Deus”, que surgiu como uma das belas
revelações como intérprete de carnaval, no alvorecer dos anos 2000. Depois
de rodar como ritmista na Acadêmicos de Santa Cruz e soltar a voz no grupo
Andanças do Pagode – de onde pinçou seu sobrenome artístico –, ele virou
intérprete por acaso, em 1999, defendendo um samba na Paraíso do Tuiuti. Sua
desenvoltura o levou de volta à Santa Cruz para, em seguida, conquistar São
Gonçalo. A Unidos do Porto da Pedra o acolheu por sete carnavais, onde deu um show
de alegria e descontração na Sapucaí, culminando com o Prêmio Estrela do
Carnaval de melhor intérprete em 2008. Luizinho emprestou seu timbre também à
Mocidade e à Unidos de Padre Miguel, mas foi no reencontro com o Tigre de São
Gonçalo e com a escola de sua raiz, a Santa Cruz, que ele manteve a chama
acesa, sempre com emoção e vibração, deixando sua marca por onde passou. Complicações
causadas em decorrência de um AVC calaram a voz de Luizinho Andanças em 18 de
janeiro de 2025. MELHOR MOMENTO Luizinho
Andanças foi premiado como melhor intérprete do grupo Especial na Sapucaí pelo
Estrela do Carnaval em 2008, quando defendia a Porto da Pedra. Gira
baiana! Oh, mãe do samba Emana
cerejeira em flor Na
grande viagem, fé na bagagem A
esperança navegou “100
Anos de Imigração Japonesa no Brasil – Tem Pagode no Maru” (David de Souza,
Fábio Costa e Carlos Júnior) – Porto da Pedra 2008.
Grillo
foi a voz grave e imponente que marcou para sempre a história da Unidos da
Ponte. Durante mais de uma década, seu grito inconfundível — “alô, povão
meritiense... olha a Ponte aí!” — abriu caminho para desfiles cheios de garra e
emoção na escola da Baixada Fluminense. Chegou à agremiação em 1979 e estreou
como intérprete oficial em 1983 com o clássico “E Eles Verão a Deus”. Viveu o
auge da Ponte nos anos 80, embalou sambas antológicos como “Oferendas” e ajudou
a manter viva a força da azul e branco. Mais tarde, trocou o microfone pela
presidência da agremiação, recolocando a escola nos grupos de acesso. Também
compôs para a Portela e participou de projetos pelo Brasil afora. Grillo foi
desses sambistas completos — cantor, compositor e dirigente — que fizeram do
Carnaval sua própria avenida. A
voz de Grillo se calou num dia de São Jorge, com Carnaval fora de época, em 23
de abril de 2022. MELHOR
MOMENTO Sua
melhor performance, segundo ele próprio, foi em 1988, tanto pelo seu desempenho
em estúdio quanto na avenida. Eu
queria, eu queria... Meu
cantar, meu cantar Esperança
brasileira Que
a brisa ligeira Embala
no ar “O Bem-Amado Paulo Gracindo” (Mazinho Branco e Ambrosio) – Unidos da Ponte 1988.
7º lugar – DAVID DO PANDEIRO (1959 – 2020)
Com
o pandeiro no nome e a alma de “entertainer” na voz, David do Pandeiro
trilhou o caminho do samba-enredo influenciado pelo mestre Jamelão, mas tendo
em Dominguinhos do Estácio seu padrinho e principal inspiração para os gritos
de empolgação que incendiavam as arquibancadas. Músico autodidata, que garantia
sua afinação no cavaquinho e violão, ele ganhou visibilidade ao assumir o
microfone principal da Estácio de Sá em 1996, substituindo o próprio
Dominguinhos, antes de rodar por gigantes como Unidos da Tijuca, Imperatriz e
Mocidade. Sua competência em eliminatórias o tornou o puxador preferido de
muitos compositores, e sua fibra foi testada na Santa Cruz, onde cantou em 2008
após uma internação na CTI. O ápice veio na Viradouro, em 2009 e 2013, onde foi
convidado a assumir o posto oficial após defender com maestria os sambas vencedores.
David honrou o microfone das escolas, carregando a bandeira do canto emotivo e
da animação contagiante que o fez campeão na Acadêmicos do Sossego. Sua
última aparição foi defendendo um samba na disputa da Unidos de Padre Miguel no
dia 4 de julho de 2020. A voz se calou no dia 20 daquele mesmo mês. Não por
coincidência, no Dia do Amigo – David era um intérprete querido e até hoje
lembrado no coração dos sambistas. MELHOR
MOMENTO Para
David, seus dois momentos mais marcantes na Marquês de Sapucaí aconteceram em
1992, quando assumiu a vaga deixada por Dominguinhos do Estácio na Grande Rio,
e defendeu “Águas Claras para um Rei Negro” – a tricolor de Duque de Caxias foi
campeã do Grupo A e subiu para o Especial. O outro, em 1999, na Unidos da
Tijuca, também no Grupo A, interpretou o antológico “O Dono da Terra”, ocasião
que lhe rendeu um prêmio Sambanet de melhor intérprete da categoria naquele
ano. Pedras
preciosas quero me enfeitar Encantar
a índia com o meu olhar Só
Tupã sabia Que
eu não podia me apaixonar “O Dono da Terra” (Vicente das Neves, Carlinhos Melodia, Haroldo Pereira, Rono Maia e Alexandre) – Unidos da Tijuca 1999.
6º lugar – SOBRINHO (1951 – 2018)
Com
seu inconfundível bordão “Vai meu rrritmo”, o alto e magro Sobrinho, com
sua característica cabeleira black power e óculos de lentes grossas, foi o
timbre marcante na ascensão da Unidos da Tijuca nos anos 80. Ainda na década de
70 foi descoberto pelo compositor Tolito na Mangueira – onde ganhou o apelido
por ser apresentado como “sobrinho” de Jamelão. Apesar de ter sido barrado por
Roberto Ribeiro no Império Serrano, ressurgiu com vigor, sendo a marca
registrada da Tijuca por quatro carnavais e encantando até o Rei Roberto
Carlos, que se impressionou com a voz daquele “negão” no desfile de 1983. Sua
potência vocal percorreu outras passarelas, fazendo dele tetracampeão e ícone
do carnaval de Manaus pela Mocidade de Aparecida. Sobrinho ainda retornaria à
Mangueira para ser apoio de Jamelão e faria história com a Santa Cruz. Dono
de um dos timbres mais espetaculares do Carnaval e também compositor de mão
cheia, a “voz de negão” que impressionou o Rei se calou em 14 de julho de 2018
devido a um infarto. MELHOR
MOMENTO Lógico
que não poderia deixar de ser o desfile de 1983 quando arrancou elogios de
Roberto Carlos. Por sorte, um samba lindíssimo da escola do Morro do Borel. Brasil
devagar com o andor ... ôôô Porque
o santo é de barro A
natureza e a matéria Deus criou Na
bela arte o homem o valorizou “Brasil: Devagar com o Andor que o Santo é de Barro” (Djalma e Eli) – Unidos da Tijuca 1983.
5º lugar – RICO MEDEIROS (1936 – 2020)
Durante
quase vinte anos, a voz de Rico Medeiros foi o cartão de visitas da
Acadêmicos do Salgueiro, conduzindo a vermelho e branco com alma, suingue e
personalidade. Nascido em Niterói e forjado na Mangueira, Rico teve a
trajetória de quem nunca desistiu: das decepções nos estúdios à consagração no
Salgueiro com o histórico “Do Yorubá à Luz, à Aurora dos Deuses”, vencedor do
Estandarte de Ouro de 1978. Foi também um dos criadores do “alusivo”, aquele
canto introdutório que hoje é marca registrada das gravações de samba-enredo.
Passou por Imperatriz, Viradouro, Cubango e escolas de Belém, onde cantou até
os 84 anos. Autor do sucesso “Blusa Amarela” e político em São Gonçalo, Rico
foi intérprete, compositor e trilha sonora de cinema — sua voz chegou até
Hollywood em “007 Contra o Foguete da Morte”. A
marcante voz rouca e levemente falseteada se calou em 24 de abril de 2020. MELHOR
MOMENTO Por
uma dessas razões inexplicáveis, Rico Medeiros jamais foi agraciado com
premiações de melhor intérprete. O cantor colecionou vários momentos marcantes,
mas vamos relembrar 1983, quando o samba do Salgueiro foi considerado por
especialistas, como o melhor daquele certame. Foi durante a respectiva gravação
que Rico teria criado o “alusivo” como introdução à faixa. O
carnaval é a maior caricatura Na
folia o povo esquece a amargura “Traços e Troças” (Bala e Celso Trindade) – Salgueiro 1983.
4º lugar – GILSINHO (1970 – 2025)
Gilsinho
foi a voz que embalou uma era de excelentes sambas portelenses. Carioca da Vila
da Penha e herdeiro de berço azul e branco — filho de Jorge do Violão e
afilhado de Casquinha —, Gilsinho precisou cruzar a Dutra para ganhar espaço no
Carnaval: brilhou primeiro na Vai-Vai e na Vila Maria antes de conquistar
Madureira. Dono de um timbre potente, de afinação impecável e presença
contagiante, levou a Portela ao título histórico de 2017, quebrando um jejum de
33 anos. Entre Rio e São Paulo, empunhou microfones de peso em escolas como
Vila Isabel, Tom Maior e novamente Vai-Vai, onde também foi campeão com o samba
sobre Elis Regina. Sempre “colocando o samba pra cima”, como dizia,
transformava o carro de som num verdadeiro palco. Seu talento e carisma renderam-lhe
uma coleção de prêmios, incluindo três Estandartes de Ouro e duas vezes o Estrela
do Carnaval, consagrando-o como um dos intérpretes mais aclamados e vitoriosos
de sua geração, cujo legado ecoará eternamente em Madureira. A
voz de Gilson da Conceição se calou em 30 de setembro de 2025 após complicações
de uma cirurgia bariátrica, pegando todos os amantes do samba e do Carnaval de
surpresa. MELHOR
MOMENTO Gilsinho
ganhou o primeiro Estandarte de Ouro como melhor intérprete com um samba que
rompeu com um período de composições padronizadas. O
samba-enredo conhecido como “Madureira sobe o Pelô” foi aclamado e escolhido
como o melhor da década em uma enquete promovida por jornais do Rio de Janeiro
em 2020. Madureira
sobe o Pelô... tem capoeira Na
batida do tambor... samba ioiô Rola
o toque de Olodum... lá na Ribeira A
Bahia me chamou “...E o Povo na Rua Cantando... É Feito uma Reza, um Ritual...” (Wanderley Monteiro, Luiz Carlos Máximo, Toninho Nascimento e Naldo) – Portela 2012. 3º lugar – QUINHO (1959 – 2024)
O
ex-feirante Quinho irrompeu na Sapucaí como um furacão de empolgação,
tornando-se sinônimo de “Festa Profana” com sua performance inesquecível na
União da Ilha em 1989, onde inventava cacos a cada estrofe e conduzia o samba
sempre no alto. Surgido no extinto bloco Boi da Freguesia, ele ascendeu na azul,
vermelho e branco insulana antes de encontrar sua maior identificação no
Salgueiro, onde cravou a voz em dois títulos: o inesquecível “Peguei um Ita no
Norte” (1993) e o vitorioso “Tambor” (2009). Sua energia era um show à parte,
contagiando a todos, mesmo quando a emoção lhe tomava o peito, como na crise de
choro durante o desfile de 2005, em memória dos patronos Miro e Maninho. Apesar
de desentendimentos que o levaram a outras escolas e até ao carnaval de São
Paulo, a paixão pelo Salgueiro sempre o trazia de volta. Mesmo debilitado pelo
câncer, Quinho cumpriu sua missão de levantar a arquibancada, soltando o grito
de guerra na Academia em 2023, deixando a herança de sua arte irrequieta e de
sua inegável fibra no panteão dos grandes intérpretes. Após
lutar contra um câncer de próstata, a voz de Quinho se calou em 3 de janeiro de
2024, por insuficiência respiratória. MELHOR MOMENTO Dois
momentos foram emblemáticos na carreira de Quinho: o desfile de 1989, pela
Ilha, quando ele eclodiu para o carnaval e a apoteose promovida pelo Salgueiro
com o “Ita” em 1993. Mas a festa profana foi responsável pelo surgimento da
“escola Quinho de interpretação”, que formou muitos discípulos. Impossível
escutar esse samba e não querer cantar do jeito que Melquisedeque cantava. O
rei mandou Cair
dentro da folia (pimba, pimba) E
lá vou eu (lá vou eu) O
sol que brilha Nessa
noite vem a Ilha (já vai) Lindo
sonho que é só meu “Festa Profana” (Franco, J. Brito e Bujão) – União da Ilha do Governador 1989.
2º lugar – ELZA SOARES (1930 – 2022)
Elza
Soares foi o samba em carne, voz e furacão. Vinda do
“planeta fome”, ergueu-se das vielas de Padre Miguel para o trono das maiores
vozes do Brasil e do mundo. Com seu timbre rouco e suingado, reinventou o samba
e a bossa nova, criando a “bossa negra” — um estilo tão ousado quanto ela
própria. Primeira mulher a puxar samba-enredo na avenida, estreou em 1969 pelo
Salgueiro, campeã logo de cara, e depois brilhou pela Mocidade, Cubango e
Unidos de São Carlos (atual Estácio de Sá). Sua vida foi puro carnaval: marcada
por dores, glórias, reinvenções e aplausos de reis — de Louis Armstrong a
Caetano Veloso. Nos palcos, era vulcão; na avenida, divindade. Em 2020, a
Mocidade lhe fez justiça com o enredo “Elza Deusa Soares”, celebrando a mulher
que transformou fome em canto e resistência em arte eterna. A
voz de Elza se calou aos 91 anos, de causas naturais, em 20 de janeiro de 2022.
Na mesma data do falecimento de Garrincha em 1983 e no dia de São Sebastião,
representado no sincretismo religioso por Oxóssi, o orixá que rege a sua
Mocidade. Nada nesta vida é por acaso... MELHOR
MOMENTO Como
ela foi pioneira ao aceitar o desafio de cantar samba-enredo de uma escola na
avenida, quando a prática não era comum entre as mulheres, nada mais justo que
escolher o carnaval de 1969, quando Elza foi campeã na estreia e ajudou o
Salgueiro a conquistar seu quarto título. Nega
baiana, Tabuleiro
de quindim Todo
dia ela está Na
igreja do Bonfim, oi Na
ladeira tem, tem capoeira Zum,
zum, zum, Zum,
zum, zum, Capoeira
mata um! “Bahia de Todos os Deuses” (Bala e Manuel Rosa) – Salgueiro 1969.
1º lugar – DOMINGUINHOS DO ESTÁCIO (1941 – 2021)
Dominguinhos
do Estácio foi a própria essência da malemolência e da
história do samba carioca. Nascido no Terreiro Grande, no Morro de São Carlos,
começou sua trajetória como ritmista do bloco Bafo da Onça e logo despontou
como compositor, autor de clássicos como “Embala Eu” — que anos depois viraria
“Jeito Moleque”, sucesso de Zeca Pagodinho. Ícone da Estácio de Sá, foi
intérprete oficial, campeão e protagonista de títulos memoráveis, mas também
percorreu Imperatriz Leopoldinense, Viradouro e Grande Rio, deixando sua marca
em cada avenida. Sua voz firme e improvisos criativos animavam arquibancadas e
carros de som, sempre com devoção à arte e à fé, especialmente a Nossa Senhora
de Nazaré. Dois Estandartes de Ouro, uma considerável discografia solo e
registros em novelas e coletâneas eternizaram seu legado, provando que
Dominguinhos não era apenas “do Estácio” — era do samba, e do coração do povo. Sua
voz se calou em 30 de maio de 2021, depois de 20 dias internado em
decorrência
de uma hemorragia cerebral. Mas o legado do artista se recusa a morrer.
Uma parceria de compositores da
Unidos do Viradouro utilizou inteligência artificial para recriar
a voz de
Dominguinhos do Estácio em um de seus sambas concorrentes para o
Carnaval de
2026, que homenageia o Mestre Ciça. Com
autorização da família, a IA foi
treinada com áudios do intérprete e a voz foi utilizada
na gravação do samba-enredo, que seria o vencedor da
disputa.
Essa iniciativa gerou grande emoção e repercussão
no meio do samba. MELHOR
MOMENTO Campeão
de vários carnavais, Seu Domingos defendeu excelentes sambas ao longo de sua
carreira. Mas o até agora único título conquistado pela sua escola de coração
foi daqueles momentos mágicos que dificilmente acontecerão novamente na
Sapucaí. Me
dê, me dá Me
dá, me dê Onde
você for Eu
vou com você “Paulicéia Desvairada, 70 anos de Modernismo no Brasil” (Djalma Branco, Déo, Maneco e Caruso) – Estácio de Sá 1992. Deixo
aqui minhas homenagens e recordações aos que se foram entre 2010 e 2025.
Obrigado! Agnaldo
do Samba (1963 – 2019) Agnaldo
Timóteo (1936 – 2021) Almir Saint-Clair (1935 – 2025) André Pantera (? – 2014) Arlindo
Cruz (1958 – 2025) Baianinho
(1936 – 2020) Bakaninha
(1991 – 2022) Candanda
(1951 – 2014) Carlos
Medina (1947 – 2011) David
Corrêa (1937 – 2020) Denilson
Benevides (1945 – 2017) Dom
Marcos (1956 – 2019) Edmilton
di Bem (1963 – 2019) Edson
Bombeiro (? - 2022) Emílio
Santiago (1946 – 2013) Flavinho
Machado (1947 – 2020) Geraldão
(? – 2014) Jacy
Inspiração (1946 – 2025) Jair
Rodrigues (1939 – 2014) Jairo Bráulio (1942 – 2019) Joel Alves (? – 2022) Jorge
Goulart (1926 – 2012) Jorge
Machado (1942 – 2024) Jorge
Tropical (1956 – 2021) Juan
Espanhol (1951 – 2019) Laíla
(1943 – 2021) Lourenço
(1959 – 2017) Maurício
Maia (1970 – 2023) Monarco
(1933 – 2021) Nélson Pilão (1972 – 2021) Nilson Valentim (1976 – 2018) Odir
Sereno (1947 – 2011) Rody
do Jacarezinho (1944 – 2019) Tantinho
da Mangueira (1947 – 2020) Zé
Di (1936 – 2022)
Gerson
Brisolara (Rixxa Jr.)
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