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Editorial Sambario
Edição nº 71 - 29/05/2019

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15 ANOS


A logomarca de 2004 acima, de autoria de Hiure Nunes. A de 2019 foi feita por Rodrigo Vilela. O design é de Anderson Caro Nunes Henriques, o Andy.

Poucos meses antes, a Avenida Marquês de Sapucaí celebrava o Carnaval dos 20 anos do Sambódromo e do então expediente inédito das reedições. Naqueles já distantes tempos, não havia Crivellas destilando ódio e intolerância tampouco redes sociais dando vozes para imbecis desinformados. A Beija-Flor mais uma vez atraía chuva intensa e conquistava o bicampeonato. Três décadas após, a Aquarela Brasileira de Silas de Oliveira voltava à pista e emocionava os presentes. O gênio Joãosinho Trinta passava o bastão para o jovem Paulo Barros e sua impactante alegoria do DNA. Fernando Pamplona fazia sua última transmissão como comentarista, no Sábado das Campeãs pela Bandeirantes, descendo a lenha no lendário samba "Festa do Círio de Nazaré" que a Viradouro pedira emprestado pra coirmã do Morro de São Carlos. "É apenas um samba comum", dizia. 

Quando as limitações da conexão discada permitiam o acesso à internet, sobretudo depois da meia-noite com o tão saudado "pulso único", os aficionados pelo Carnaval estavam habituados a ouvir os sambas concorrentes no site Esquentando os Tamborins, além de acompanhar o saudoso fórum Setor 1, sempre com debates de grande qualidade. Victor Raphael viria de lá com o seu Olhar Externo. Lembram do Pesquisador? Que sempre vinha com saborosas histórias do samba dos tempos de outrora? Quem era ele afinal? O tradicional Espaço Aberto existe até hoje no Galeria do Samba, mas já era bastante popular na época entre os bambas. Sobretudo com as postagens de Denise (nossa futura colunista), Tatibitati e Taty Condor, entre outros nicks memoráveis. Já o Apoteose Online (hoje Apoteose.com), muito tempo antes de disponibilizar grandes registros das baterias em HD, oferecia downloads de sambas em qualidade reduzida. Afinal, baixar 1 MB antes do advento da banda larga era uma tarefa hercúlea. Havia até um tal de Carnaval Virtual da LIESV, com desfiles via HTML...

Numa pesquisa por outros sites carnavalescos, tinha uma página, provavelmente feita no paleozóico Geocities do Yahoo, denominada "Puxadores do Samba". Mesmo com fotos de baixa resolução e montagens oriundas do Paint, chamava a atenção positivamente, sobretudo por apresentar em sua home o célebre registro dos intérpretes reunidos no Teatro João Caetano antes do Carnaval de 1985, clicado pela revista Manchete. Enquanto isso, no fórum Espaço Aberto, um usuário chamado Rixxa Jr, atendendo a um pedido, fornecia dados históricos sobre David Corrêa. Ali nascia uma ideia. Como a tal página não apresentava a biografia detalhada dos cantores, apenas os nomes e os já citados retratos, por que não oferecer um expediente inédito aos amantes do Carnaval? Uma seção detalhada com as fichas das vozes que davam vida aos sambas-enredo. Era o embrião de um novo site: a futura seção Intérpretes


Duas gerações, com apenas Neguinho presente nas duas fotos

Um rápido parêntese: os cantores de 2019 posaram na Cidade do Samba refazendo o expediente de 34 anos antes. Reaproveitamos a foto na capa da seção Intérpretes, colocando abaixo da antiga. Alguém notou a comparação e viralizou as duas imagens. No último Carnaval, praticamente todos os bambas compartilharam em suas redes os times acima.

Baseado no visual do hoje extinto site sobre Chaves, o Turma CH, nascia o SAMBARIO. Seu outro diferencial seria a análise de sambas de todos os anos, que seria atualizada aos poucos. Era a seção Comentários. Ao mesmo tempo, colunistas eram convidados para integrar o novo time. Outro usuário do EA, denominado Cláudio, ao receber o convite para uma primeira conversa, veio com a seguinte questão: "o que você quer comigo?". Era Cláudio Carvalho. Que primeiramente assinava como Cláudio Portela.

Em 29 de maio de 2004, o site dos sambas-enredo entrava no ar, na plataforma V10, cujas idas e vindas proporcionariam tantas dores de cabeça em seus primeiros tempos. Na primeira atualização, o já mencionado Pesquisador estrearia sua coluna. Seriam apenas cinco textos, mas gratas contribuições de alguém que entendia mesmo do riscado. "O samba é a forma de expressão popular mais legítima e reconhecida do Brasil. Ninguém tem dúvidas do potencial de representatividade que esse ritmo possui", dizia o misterioso e inspirado escriba no pioneiro artigo da história do SAMBARIO. Marco e Luiz Antônio Fernandes foram outros membros fundadores.


O editor-chefe do SAMBARIO, Marco Maciel, em foto de 2006

A prometida e tão sonhada seção Intérpretes estrearia quase três meses depois, num 21 de agosto de 2004, poucos dias após o trágico assassinato de Jackson Martins, um dos melhores cantores do Carnaval na época. O tal Rixxa Jr, vulgo Gerson Brisolara, se tornaria um intrépido colaborador desde então. Humilde, me pedia desculpas pelo atraso na inauguração do espaço. "Agradeço tua paciência e a confiança por ter me segurado até aqui. Sempre que eu entrava no site Sambario, enxergava, coberto de vergonha, o meu lugarzinho ali, cativo, e eu sem abastecê-lo. Parecia um imóvel desabitado, um jazigo num cemitério ou um latifúndio improdutivo, esperando que hordas de sem-terra pudessem invadi-lo", relatava, em vocábulos eruditos.

Foram 19 fichas de intérpretes inseridas na estreia do espaço, que hoje possui 164. A primeira enviada pelo compadre Brisa não poderia ser outra: "Não posso deixar de inaugurar uma seção dedicada aos maiores intérpretes de samba enredo se o número 1 deles não for contemplado. A minha primeira coluna é dedicada ao mestre Jamelão", me dizia em seu primeiro e-mail para o SAMBARIO. O segundo texto foi descrevendo Neguinho da Beija-Flor. O resto é história. Fiquem com mais justificativas do nosso eterno e querido Rixxa Jr. "Cara, eu queria fugir um pouco do óbvio, tipo a biografia do Jamelão, que até ficou completa, mas devido à correria profissional não ficou do jeito que eu queria. (...) comecei a bolar outras histórias, mas não dava certo. Então resolvi fazer tipo um fichário, um resumo da trajetória e características como gritos de guerra, gritos de empolgação, principais prêmios e, se o puxador for compositor também, incluir os sambas de sua autoria". Falou, tá falado, meu compadre! 

O domínio próprio viria no primeiro dia de 2008. Os tradicionais comentários dos sambas algumas vezes atraíam (e até hoje atraem) recepções nem sempre pacíficas. Afinal, ninguém aprecia críticas negativas. No nosso caso, construtivas. João Marcos até hoje desperta a atenção de todos os bambas com seus textos ácidos. Com o tempo, fomos nos consolidando. Teve até jurado que copiou análises de nossa equipe na cara dura no caderno de justificativas... E foi mais de uma vez!

O forte do site dos sambas-enredo sempre foi o conteúdo escrito. Marcelo Guireli semanalmente nos oferecia lembranças detalhadas de um determinado ano de desfiles, além de ser o autor da ideia do Troféu Sambario. Ao mesmo tempo, Gabriel Carin comandava a seção Carnavalescos, sempre com fichas ilustradas resgatando o histórico dos artistas da folia. Sem contar os rankings do já mencionado Rixxa Jr


A equipe paulistana do SAMBARIO em 2009: Raul Machado, Gustavo Luiz, Luiz Andreassa, Weinny Eirado, Vinicius Bento e Milton Diniz

Poucos se lembram, mas um dos primeiros espaços que o hoje consagrado jornalista Fábio Fabato conquistou na mídia carnavalesca foi aqui, vencendo um concurso de colunistas ao lado do Alessandro Ostelino. A estreia de ambos foi no primeiro aniversário da página, em 2005. A coluna Samba Paulistano teve Weinny Eirado (o quarto da esquerda pra direita na foto acima) como seu primeiro titular, pra quem até hoje demonstramos gratidão pela numerosa equipe montada pelo colunista para a cobertura de algumas finais de samba-enredo de agremiações da Terra da Garoa, visando o Carnaval 2010, como nesse histórico registro acima, na Mocidade Alegre

O simpático Luiz Carlos Rosa ganhou seu espaço graças aos seus excelentes comentários dos sambas em nossa seção. Jorge Renato Ramos, vulgo Mestre Sambinha, e Eduardo Nunes volta e meia nos brindam com o passado do Carnaval. Ewerton Fintelman e Bruno Guedes assinaram um espaço pra debater sobre as baterias na Quesito Bateria. Até escola virtual apresentamos, com a Bambas Sambario marcando presença, além de uma coluna denominada Passarela Virtual, atualizada por Rodrigo Raposa e Daniel Lorga com as últimas da LIESV. Pra quem gosta de álbuns de Carnavais de todas as épocas, temos a seção Fotos dos Desfiles com mais de mil imagens.


José Mauro da Silva e Cláudio Carvalho: os colunistas VAR do SAMBARIO

Os tempos mudam e estamos sempre nos atualizando. Em nossa FanPage, todas as terças-feiras lá está o José Mauro da Silva, o querido JMauro, com as suas lives sempre pontualmente às 20h30min, comentando e interagindo com o público as últimas do mundo carnavalesco. Mais recentemente, nosso fundador e decano do site Cláudio Carvalho (responsável pelo Guia do Colecionador) estreou suas análises em vídeos em nosso canal no YouTube, muitas vezes com pitadas históricas. 

E 2019 foi o primeiro ano em que tivemos representantes credenciados nas duas principais Passarelas do Samba do país. No Anhembi, Bruno Malta (o atual representante da coluna Samba Paulistano) marcou presença mais uma vez em nome do SAMBARIO. Na Sapucaí, o caçula da equipe Carlos Fonseca, que anteriormente nos oferecera a matéria Carros nas Capas (com curiosidades sobre as alegorias presentes nas capas dos CDs do Grupo Especial desde 1990), foi pra sua primeira cobertura na pista. Titular da coluna Sambando por aí..., Carlos apresenta toda quarta-feira às 20h o programa Carnaval Show na Rádio Show do Esporte, atração parceira de nosso site, responsável por debates e entrevistas envolventes e por resgatar o Troféu Sambario desde o ano passado.

O adolescente SAMBARIO chega ao seu décimo quinto aniversário em um período difícil para os sambistas. Na cidade de maior representatividade do gênero, eles precisam enfrentar um fanático mandatário de caráter duvidoso, que aproveita qualquer tipo de problema alheio para descontar na maior espetáculo do planeta, jogando a população contra a cultura popular. Mas a essência e o DNA do samba estão na resistência, desde quando a polícia associava o ritmo à vadiagem no começo do século passado. Ao longo das décadas, vários obstáculos foram superados e o ódio fruto da triste polarização política que vivemos há de ser mais uma nuvem negra passageira. O bem triunfará de novo! 

E que venham mais 15 anos!