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PARAÍSO DO TUIUTI

PARAÍSO DO TUIUTI

FUNDAÇÃO  05/04/54
CORES  Azul-Pavão e Ouro
QUADRA  Campo de São Cristóvão, 33
São Cristóvão
20921-440
Telefone: 2501-1012
Fax: 3860-6999
BARRACÃO Rua Almirante Mariath, 205

 

RESULTADOS - SAMBAS-ENREDO

 

HISTÓRICO

A ocupação do morro do Corujá ou Tuiuti é tão antiga quanto a do bairro de São Cristóvão. Remonta aos tempos do Reinado e do Império. A primeira escola de samba do morro foi a Unidos do Tuiuti, que tinha as cores azul e rosa (e, depois, azul e branco), fundada em 1934.

A escola, que teve um bom desempenho na década de 30 (conseguiu um honroso 3° lugar, abaixo apenas da Portela e da Mangueira), entrou em decadência na década de 40, surgindo então outras agremiações na comunidade, sendo a principal a Paraíso das Baianas, de cores amarelo e branco.

Depois da II Guerra Mundial, a Unidos do Tuiuti desapareceu, e em seu lugar nasceu o bloco que tinha o nome de Bloco dos Brotinhos. O pessoal do morro, sem dinheiro para acompanhar um carnaval mais sofisticado, preferia sair no bloco, desprezando a Paraíso das baianas. Foi então que um grupo de sambistas se reuniu, entre eles Nelson Forró e Júlio Matos (nesse tempo morava no morro), e resolveu terminar com o bloco e também com a Paraíso da Baianas (A Unidos do Tuiuti não existia mais). E fundaram, em 5 de abril de 1954, a Paraíso do Tuiuti, que ganhou as cores amarelo e azul. O amarelo foi herdado da Paraíso das baianas e o azul, da Unidos do Tuiuti.

A atuação da nova agremiação, de inicio, foi discreta, mas em 1968, com o enredo de Júlio Matos homenageando o bairro de São Cristóvão, tira o 1° lugar no Grupo 3 e vai para o Grupo 2. Logo no ano seguinte repete a atuação no Grupo 2, mas consegue apenas um terceiro lugar, com um ponto atrás da vice-campeã, a Unidos do Jacarezinho.

De fato, até o início da década de 80 quase ninguém ouviu falar da escola: mas a partir daquele momento, a escola viveu um momento de grande euforia, graças ao empenho da carnavalesca Maria Augusta Rodrigues, que deu um campeonato e um lugar no Grupo A para a escola. Em 1980, a carnavalesca, levada por Nelson Forró, faz seu primeiro trabalho para a Escola - "É a Sorte", e tira o titulo no Grupo 2-B. Júlio Matos colaborou muito com a escola, onde fez diversos carnavais.

O Paraíso do Tuiuti é uma escola eminentemente comunitária. Seus componentes, moradores do morro do Tuiuti e adjacências, em São Cristóvão, têm na agremiação uma de suas poucas opções de lazer. Por isso, o papel desempenhado pela escola transcende em muito o mero desfile do Carnaval.

Não tendo patrono, fenômeno típico das grandes escolas, que conferem fama e prestígio a quem delas se aproxima, o Paraíso do Tuiuti não pode contar senão com a pequena subvenção oficial para fazer frente aos altos gastos que o Carnaval, com as características que tomou nos nossos dias, exige.

Esta é a razão por que sua atual diretoria, composta por um grupo de jovens moradores do morro do Tuiuti, com média de idade em torno de 35 anos, optou nos últimos anos por uma administração voltada para a comunidade, com grande participação dela até mesmo na escolha do enredo.

A fórmula parece ter dado certo: nos últimos sete anos, a escola não cessou de crescer e fortalecer-se, até que, no Grupo A no Carnaval de 2000, sagrou-se vice-campeã, adquirindo o direito de desfilar em 2001 no Grupo Especial. Infelizmente a escola foi rebaixada, mas mesmo assim a sua comunidade tem motivos de sobra para se orgulhar. A escola, em 2005, amargou uma nova queda, do Grupo A para o B. Após três carnavais, a Tuiuti, com uma homenagem ao centenário de Cartola, obteve o vice-campeonato do Grupo B, retornando assim ao Segundo Grupo em 2009. Porém, em 2010, o último lugar no Grupo A rebaixou novamente a escola para o Terceiro Grupo. Na ocasião, a Tuiuti reeditou o enredo de 1990 "Eneida, o Pierrot está de Volta", porém com um samba-enredo diferente.

Com um enredo sobre Caetano Veloso, o Paraíso do Tuiuti regressou mais uma vez ao Grupo A com o título do Grupo B de 2011. Em 2014, reeditou "Kizomba", originalmente apresentado pela Vila Isabel em 1988. Em 2016, com o enredo "A Farra do Boi", a escola conquistaria o título da Série A e o direito de retornar ao Grupo Especial depois de 16 anos. 

O desfile da Tuiuti de 2017 ficou marcado pelo acidente com um carro alegórico desgovernado que feriu mais de 20 pessoas, as espremendo contra a grade que cerca a pista. A escola finalizou a apuração em último lugar, mas a decisão da LIESA de não rebaixar nenhuma agremiação, tomada horas antes da leitura das notas na Praça da Apoteose, em virtude dos acidentes com as alegorias da Unidos da Tijuca e também da própria Tuiuti, manteve a Paraíso no Grupo Especial em 2018.

O momento mais glorioso da história da Paraíso do Tuiuti viria com o tema sobre todos os tipos de escravidão, até a social. O desfile de 2018 foi arrebatador em todos os sentidos. A comissão de frente memorável, em que negros escravos se transformam em pretos velhos, se tornou uma das melhores da história. Elementos como a ala "Manifestoches", que satirizava os protestos que culminaram no impeachment de Dilma Rousseff em 2016, além da presença do Vampiro Neoliberal com faixa presidencial numa alegoria, em clara alusão à Michel Temer, ganharam repercussão internacional. A apresentação histórica, saudada por crítica e público, também não poupou a reforma trabalhista proposta pelo governo Temer. Na apuração, uma fantástica segunda colocação para um desfile inesquecível. No Desfile das Campeãs, um diretor de Carnaval da escola deixou claro que a Tuiuti é uma escola apartidária, enquanto o Vampiro apareceu sem a faixa presidencial, seguindo "ordens superiores".

Apesar disso, o Paraíso do Tuiuti vem permanecendo na elite do Carnaval Carioca, atualmente com temas mais voltados pra esquerda.

RESULTADOS DA ESCOLA

1955 - 10ª no Grupo 1 
Apoteose a Edgar Roquete Pinto 

1956 - 11ª no Grupo 1 
O Circo, A Grande Parada 

1957 - 17ª no Grupo 1 
Meus Sonhos de Criança 

1958 - 3ª no Grupo 2 
Homenagem às Forças Armadas 

1959 - 15ª no Grupo 1 
Batalha do Tuiuti 
Júlio Matos

1960 - 11ª no Grupo 2 
Enredo não disponível 

1961 - 14ª no Grupo 2 
Exaltação a Pedro Américo, Castro Alves e Rui Barbosa 
Júlio Matos

1963 - 18ª no Grupo 3 
Enredo não disponível 

1964 - 3ª no Grupo 3 
Uma Formatura nas Agulhas Negras 

1965 - 8ª no Grupo 2 
Enredo não disponível 

1966 - 15ª no Grupo 2 
Sonho de uma Noite de Carnaval 

1968 - 1ª no Grupo 3 
São Cristóvão, Bairro Imperial 
Júlio Matos


1969 - 3ª no Grupo 2 
O Mundo da Poesia de Olavo Bilac 
Júlio Matos

1970 - 7ª no Grupo 2 
Alencar, Patriarca da Literatura Brasileira 
Júlio Matos


1971 - 6ª no Grupo 2 
Rio, Carnaval e Batucada 

1972 - 3ª no Grupo 2 
Brasil de Ponta a Ponta 

1973 - 5ª no Grupo 2 
Os imortais da música brasileira 

1974 - 12ª no Grupo 2 
Olimpíadas, Festa de um Povo 

1975 - 7ª no Grupo 2 
Obra e Vida de Cecília Meireles 
Júlio Matos


1976 - 8ª no Grupo 2 
Cobra Norato 

1977 - 17ª no Grupo 2 
Brasil Caboclo 
Ildebrando

1978 - 6ª no Grupo 3 
Carnaval de Ontem e de Hoje 

1979 - 6ª no Grupo 2B 
Orlando Silva 

1980 - 1ª no Grupo 2B 
É a Sorte 
Maria Augusta Rodrigues


1981 - 9ª no Grupo 2A 
Exaltação a Vinícius de Moraes 

1982 - 2ª no Grupo 2A 
Alegria 
Maria Augusta Rodrigues


1983 - 8ª no Grupo 1B 
Vamos Falar de Amor 
Maria Augusta Rodrigues

1984 - 11ª no Grupo 1B 
1984 - um Ano de Otimismo 
Billy Acioli


1985 - 3ª no Grupo 2A 
Axé Raça Negra 
Billy Acioli

1986 - 4ª no Grupo 2A 
A Neta de Chiquita Bacana 
Billy Acioli


1987 - 1ª no Grupo 3 
Força Viva do Samba, Pagode 
Júlio Matos

1988 - 6ª no Grupo 2 
Filho de Branco é Menino, e Filho de Negro é Moleque 
Júlio Matos


1989 - 6ª no Grupo 2 
Folclore, Tradição Popular 
Júlio Matos

1990 - 9ª no Grupo A 
Eneida, o Pierrot está de Volta 
Júlio Matos


1991 - 11ª no Grupo A 
Asa Branca 
Beto Maia e Lu Ferreira

1992 - 10ª no Grupo B 
Será que vai Dar Praia? 
Máslova Valença e Fernanda Junqueira


1993 - 11ª no Grupo B 
Os Anjos 
Guilherme

1994 - 10ª no Grupo B 
Nas Asas do Tuiuti 
Billy Acioli


1995 - 5ª no Grupo B 
Recicla Brasil, o Lixo é um Luxo 
Sérgio Marimba

1996 - 3ª no Grupo C 
A Raça em Movimento 
Sérgio Marimba


1997 - 1ª no Grupo C 
Um Príncipe Negro nas Ruas do Rio 
Sérgio Marimba

1998 - 4ª no Grupo B 
Oui Oui, a França Esteve Aqui! 
Soller Divino


1999 - 3ª no Grupo B 
Uma Delícia Glacial no País do Carnaval 
Paulo Menezes

2000 - 2ª no Grupo A 
Um Monarca na Fuzarca 
Paulo Menezes e José Carlos Amato


2001 - 14ª no Grupo Especial 
Um Mouro no Quilombo. Isto a História Registra! 
Paulo Menezes

2002 - 4ª no Grupo A 
Arlindo, Arlequins e Querubins: Um Carnaval no Paraíso 
Paulo Menezes


2003 - 4ª no Grupo A 
Tuiuti desfila o Brasil nas Telas de Portinari 
Paulo Barros

2004 - 8ª no Grupo A 
Olha que coisa mais linda, o Poeta está no Paraíso 
Jaime Cesário

 

2005 - 9ª no Grupo A 
Cravo de Ouro, eu também sou da Lira e não quero Negar
Rodrigo Siqueira

 

2006 - 2ª no Grupo B
O Imperador Morava Ali, do Outro Lado do Tuiuti
Sandro Carvalho

 

2007 - 3ª no Grupo B
Vamos Falar de Amor
Marcelo Andrade

 

2008 - 2ª no Grupo B
Cartola, teu Cenário é uma Beleza
Eduardo Silva

.

2009 - 7ª no Grupo A
O Cassino da Urca
Eduardo Gonçalves

.

2010 - 12ª no Grupo A 
Eneida, o Pierrot está de Volta 
Eduardo Gonçalves

.

2011 - 1ª no Grupo B 
O Mais Doce Bárbaro - Caetano Veloso
Eduardo Gonçalves

.

2012 - 9ª no Grupo A 
A Tal Mineira
Jack Vasconcelos

.

2013 - 13ª na Série A 
Ao mestre do riso com carinho: as caras do Brasil
Cid Carvalho

.

2014 - 8ª na Série A 
Kizomba - A festa da raça
Severo Luzardo

.

2015 - 5ª na Série A 
Curumim chama Cunhantã que eu vou contar...
Jack Vasconcelos

.

2016 - 1ª na Série A 
A Farra do Boi
Jack Vasconcelos

.

2017 - 12ª no Grupo Especial
Carnavaleidoscópio Tropifágico
Jack Vasconcelos

.

2018 - 2ª no Grupo Especial
Meu Deus, meu Deus, está Extinta a Escravidão?
Jack Vasconcelos

.

2019 - 8ª no Grupo Especial
O Salvador da Pátria
Jack Vasconcelos

.

2020 - 11ª no Grupo Especial
O Santo e o Rei: Encantarias de Sebastião
João Vitor Araújo

 

SAMBAS-ENREDO

 

1957

Enredo: Meus sonhos de criança (Glória da Literatura Nacional)

Compositores: Ala dos Compositores

 

Glória a este grande escritor

Que ardentemente batalhou

Pela causa educacional

Assim como eu, devem trazer na memória

Este grande vulto que tem seu nome na história

Teve loucura pela cultura

É astro da literatura nacional

Com sua sabedoria

Divertindo instruía

Que sempre foi seu ideal

Por isso hoje cantamos em louvor

A este literato de valor

Ô ô ô, ô ô ô, ô ô ô

José Bento Monteiro Lobato

Foi um escritor genial

Que será sempre lembrado

Na literatura nacional

Sua fama atravessou fronteiras

Com seus famosos contos infantis

E tem seu nome consagrado

Na história literária do país

 

1969

Enredo: O mundo da poesia de Olavo Bilac

Compositores: ???

 

Exaltamos, com grande galhardia

O mundo, da poesia

De Olavo Bilac

Nascido em 1865, no Rio de Janeiro

Sentimo-nos honrados ao relembrar

Este grande poeta brasileiro

Foi quintanista, de medicina

Seus estudos de direito em São Paulo iniciou

De volta ao Rio dedicou-se a letras

Mas foi como poeta que se consagrou

Foi em 1902

No lançamento de uma segunda edição

Em lindas poesias, Olavo Bilac mostrou

Com grande sucesso sua inspiração

“Alma inquieta”, “As viagens” e “O Caçador de Esmeraldas”

Em poesia o heroísmo, de Fernão Dias Paes Leme contou

Suas obras até hoje são lembradas

Pois este imenso Brasil, o consagrou.

Descreveu Bilac o sertão pátria

No virginal pudor das primitivas eras

A chegada dos conquistadores portugueses

E o heróico afã dos bandeirantes em poesias belas

É imensa a história

De Olavo Bilac, poeta imortal

Por isto exaltamos com orgulho e glória

Este grande vulto da história nacional

 

1970

Enredo: Alencar, o Patriarca da Literatura Brasileira

Compositores: ????

 

José de Alencar
O patriarca da literatura
Vamos glorificar
Este baluarte da cultura
Com as suas artes
O intelectual
Seu nome ficou imortal
Iracema, Peri e Ceci
Quantos poemas e o romance "Guarani"
Sem esquecer uma passagem tão bela
Do tronco do Ipê
O casamento na capela
Lalalala...
Nasceu em Messegena, Ceará
O gênio escritor José de Alencar
Só depois de falecido
Que o seu valor foi enaltecido
Através de suas obras geniais
As Minas de Prata, Guerra dos Mascates
O Gaúcho e outras mais

Seu nome cruzou fronteira (bis)
É o patriarca da literatura brasileira

 

1971

Enredo: Rio, carnaval e batucada

Compositores: Noca e Poliba

 

Vamos cantar nesta

Passarela enganalada (bis)

Rio, carnaval e batucada

 

Rio, a natureza beleza te ofertou

E a mão do homem ornamentou

E te fez empório de riquezas mil

Motivo de orgulho do nosso Brasil

Depois do Entrudo, Zé Pereira, carnaval

Festa tradicional, euforia

A alegria contagia os foliões

Nas ruas e nos salões

Batucada

Batucada, lembra a velha praça onze

Tia Ciata mulata faceira

Batuqueiros famosos

E exímios capoeiras

E o samba batido na palma da mão

Que o cantador chamava

A moçada pra roda

Com este refrão

 

Poeira

Poeira oi poeira (bis)

Segura o samba que vai

Levantar poeira

 

1972

Enredo: Sempre Brasil

Compositores: Sirley, Savi e Marçal

 

Brasil ô ô Brasil

Terra da promissão

País hospitaleiro

Oh, feliz rincão

O teu povo é forte

Bravo e varonil

Ontem, hoje, sempre Brasil

No céu, no mar, na terra

Tua armada impera

Transamazônica

Obra orgulho da nação

Ordem e progresso

Simbolizam o teu pavilhão

O caboclo do nordeste

Jangadeiro e valente

Frevo e Maracatu, Maracatu

Faz feliz aquela gente

Bahia do berimbau

Capoeira e Candomblé

Bahia de São Salvador

Senhor do Bonfim e da fé

Oh, Rio

Rio de belezas naturais

Dos festivais e majestosos carnavais

Ao sul, o gaúcho boiadeiro

Salve, salve o brasileiro

Brasil

 

1973

Enredo: Os imortais da música brasileira

Compositores: Noca e Poliba

 

Musa, a divina deusa da música

Iluminou a imaginação de compositores geniais

Glorificação para os imortais

Que cobriram de glória esse Brasil gigante

Através de notas musicais

Dom Pedro I, o nobre compositor

Da nossa música, o grande incentivador

E surgiram outros nomes

Villa-Lobos, Carlos Gomes

Exemplo de arte de compor

(é maravilhoso)

É maravilhoso recordar

Do nosso cancioneiro popular

De Catulo Cearense, o mago da composição

(luar do sertão)

“Não há ó gente ó não, luar como esse do sertão”

Noel Rosa, lá da Vila, foi um gênio musical

Ataulfo, o bom mineiro, outro mestre sem igual

O mundo inteiro aplaudiu

Ary Barroso, autor da Aquarela do Brasil

E as Escolas de Samba

Dão sambistas de primeira

(quantas saudades)

Quantas saudades de Paulo da Portela e Silas de Oliveira

Que fascinação, ver cantar uma nação

E Miguel Gustavo fez

Num momento de inspiração

“Pra frente Brasil, salve, salve a seleção”

1974
Enredo: Olimpíadas, festa de um povo
Compositores: Sirley, Savi e Marçal

Avante, exército brioso
Deste Brasil novo
Suas Olimpíadas surgiu
Festa de um povo
Nas cidades em que passou (oô, oô)
Com grandes competições
Basta citar o Recife
Oh, quantas recordações

Governo e povo unidos
Um abraço fraternal (bis)
É isso, minha gente
Integração nacional

Bumba-meu-boi, vaquejada
A dança do cachambu
Chimarrão, Festa da Uva
O frevo e o maracatu

As escolas de samba dando um brilho especial
Mostrando o folclore, o esplendor do carnaval

Povo unido, só você (oô, oô) (bis)
Faz esse país crescer (ooô)

1975

Enredo: Vida e Obra de Cecília Meirelles

Compositores: Noca da Portela e Poliba

 

Hoje
Estou nos braços da poesia
Num paraíso de alegria
Está em festa o meu interior
Louvor a Cecília Meireles poetisa
Que a mulher brasileira simboliza
Na arte, na cultura e no amor
Quando seus poemas escrevia
A natureza sorria
Ó, que esplendor

 

A viagem nunca mais
Poema dos poemas (bis)
Obras verdadeiramente geniais

É tão sublime
Reviver na avenida
A personagem tão querida
Estrela-mor de uma constelação

 

Canta, meu povo
Este samba original (bis)
Em memória à grande dama
Da literatura nacional

 

1977

Enredo: Brasil Caboclo

Compositores: Mauro Rosas, Otolino Lopes e Carlos Martins

 

Eu vi, eu vi
A terra cansada
Eu vi, eu vi
Lavradores na enxada
Eu vi, eu vi
O vaqueiro galopando
E também Brasil caboclo
Na viola assim tocando
Lararararararará...
Nossa terra tem palmeiras
Onde canta o sabiá
O nordeste tem belezas
Para o mundo admirar
Usinas de açúcar, milharais
Grandes postais
Tem Catulo Cearense
Luiz Gonzaga e outros mais
Jangadeiros cantadores
Povo sábio e viril
O nordeste representa
O cenário do Brasil

 

1982

Enredo: Alegria

Compositores: ???

 

Carnaval
O povo em festa veste a fantasia
A cidade se enfeita e é toda alegria

Gloriosas as Escolas de Samba a desfilar
Eu fico radiante de felicidade (bis)
Quando vejo o meu time ganhar

A liberdade que sonhei
É ver um jardim florido
E o revoar da passarada
E o astro-rei, fonte eterna de alegria
Eu vou pro mar, vou velejar
E no circo é o palhaço
Quem comanda a euforia
Viagem ao mundo maravilhoso
Do amor e poesia
Do jeito alegre de viver

O carrossel, onde as crianças vão brincar
E o festival de melodia (bis)
Deixa alegria pelo ar

 

1983

Enredo: Vamos falar de amor

Compositores: Beto Xangô e Dentinho

 

Bailando eu abraço o novo mundo

Deslumbrante cenário de ilusão

Deixei o meu colo materno

Pra viver um sonho de emoção

Vou amando o dia-a-dia

No auge da minha sedução

Espero num sorriso colorido

Conquistar seu coração

 

Tô louco, tô louco (bis)

Cheio de amor pra dar

 

No céu (ô)

Brilhou uma linda estrela

Iluminando o sublime amor

E eu, amante da folia

Pra lhe conquistar trago uma flor

Estou perdidamente apaixonado

E nesse beijo quero ser seu namorado

Está no universo a maior força da razão

Até os astros trazem amor no coração

 

O cupido chegou

Na Sapucaí (bis)

Cantando forte e abraçando a Tuiuti

 

1984

Enredo: 1984, um ano de otimismo

Compositores: Vicente Arides

 

Vamos computar, ô

No computador

Para mostrar

Existe liberdade

Alegria, paz e amor

Tem bangue-bangue nas televisões

O Chacrinha e o Sílvio Santos

Vamos rir com os Trapalhões

E outros mais a censura proibiu

Foi legal a abertura

O custo de vida subiu

 

É natural

Ainda há carnaval (bis)

No meu Brasil

 

Clóvis bate-bate, bate bola

Desfile de bloco de sujo

Grandes escolas

A esperança nunca terá fim

Crianças brincam e passeiam nos jardins

Vão às praias nas manhãs de sol

Nos parques de diversões

Circo e o futebol

O Rio continua sorrindo

Trabalhando e se divertindo

 

O mal que alguém previu

Não aconteceu, foi boato (bis)

Estamos em 1984

'

1985

Enredo: Axé Raça Negra

Compositores: Jorge “J” Cabeleira e G. Madeira

 

O negro na floresta africana

Tinha toda liberdade, era rei, era senhor

Não pensava em maldade

Tinha até felicidade
Quando alguém lhe escravizou
Jogados em navios negreiros
Onde o cativeiro encontrou Brasil
Brasil, terra que plantando dá
Eu sou raiz e peço axé ao pai Oxalá

Vamos pisar forte na avenida
A nossa escola querida (bis)
Mostrando a raça e a cultura popular
Ecoou... Ecoou o grito de liberdade

Os tambores no centro da mata soaram
Negros cantavam, o sofrimento acabou
Hoje o tempo trouxe igualdade
Ironia da realidade o negro jamais sonhou

Do esporte à ciência
Mostra competência (bis)
Pra quem sempre lhe enganou

Bate como bate o coração
Essa raça conseguiu sua alforria
Entre cantos e batuques
Agitavam o candomblé
O sangue fervia pras suas raízes
Hão de voltar com fé... axé

Axé axé axé meu pai... ôôôô
(bis)

Axé axé axé meu pai... ôôôô

 

1986

Enredo: A neta da Chiquita Bacana

Compositores: Jorge Cabeleira, Oliba, Geraldo Martins e Madeira

 

Vamos falar de mulher

Entenda quem quiser

Seja lá como for

Que seja mãe amiga

Amante à moda antiga

Escrava do amor

Neste dia de folia

Vou brindar em seu louvor

Desde Eva até Amélia

Tudo era Ilusão

A roda foi girando lentamente

E a mulher independente

Hoje é dona da razão

 

Quando essa roda gira

Eu me ponho a recordar (bis)

Nos seus braços me ninei

No seu colo eu vou sonhar

 

Todo o meu ser se engalana

Viajando além da imaginação

Na Martinica, Chiquita Bacana

Fazia o que mandava o coração

Vestida numa casca de banana nanica

Mudou o curso de uma geração

A mulher se faz presente aqui

E em qualquer lugar

Vou erguer a minha taça

A roda vai girar

 

Gira gira essa roda

Deixar essa roda girar (bis)

Girando essa roda a vida vai continuar

 

1988

Enredo: Filho de branco é menino, filho de negro é moleque. Moleque taí, moleque vem cá vem cá apanhar

Compositores: Zé Lobo, Cocada, Bidubi do Tuiuti, Jorge Neguinho e Rodolfo da Bacia

 

Percorrendo pelos caminhos da vida

Esta terra que germina

Tudo que se planta dá

A cor púrpura predomina

Paz e amor não se separam

A raça, a distância

Por rios, montanhas e mar

 

Ô pega, ô larga

Não dá mais para agüentar (bis)

Abre o elo da corrente

Pra gente se libertar

 

(Na ilusão...)

Na ilusão vou no compasso

Para conquistar

Moleque taí

Moleque vem cá

 

Ê, ê, ê, ê, ê, a

Tuiuti lembra a infância (bis)

Vamos brincar

 

Bumba-meu-boi

Tem burrinha de criança

E no circo o palhaço

Com sorriso de esperança

 

Pula, pula, pula

Pula eu quero ver (bis)

Cachimbo não cai

Saci-pererê

 

1989

Enredo: Folclore, tradição popular

Compositores: Poliba, Jorge Cabeleira, Toninho 70 e Fernando M.

 

Vou cantar ô

Extravasar minha alegria

Hoje estou

Estou por conta da folia

Vem amor

Na minha escola desfilar

Meu Tuiuti também é glória

Nessa história

Folclore é Tradição Popular

 

É Tupã

Proteja nossa imensa aldeia

Que nos traga sorte (bis)

O canto do uirapuru

Jaci clareia

 

Os bravos navegadores fascinados

Ao encontrar o Eldorado

Atraídos pelo canto da sereia

Trouxeram lá da África distante

Em navios negreiros

Outra cultura que é mistura

Na alma e no sangue brasileiro

Hoje tem

Magia, lendas e crendices

Mitos e rituais

Literatos de cordel

Cantadores repentistas

E nas festas tradicionais

 

Tem samba de roda

Caxambu (bis)

Dança da capoeira

Frevo e maracatu

 

1990

Enredo: Eneida, o pierrot está de volta

Compositores: Aldir, Parim, Jorge Neguinho e Fernando J.

 

É carnaval, é alegria

É manifestação popular

A emoção que alegra a vida

Folclore e fantasia

O povo quer cantar

Eneida

O seu amor foi carnaval

E na arte e na cultura

Marco da literatura foi sem igual

Deslumbrando as escolas de samba

Raízes de gente bamba

Que faz a passarela delirar

 

Vem burrinhas, vem Zé Pequeno

Pirata da perna de pau (bis)

Arlequins, bloco de sujo

A euforia é geral

 

Desfilam luxuosas fantasias

No baile do Municipal

O corso pelas ruas da cidade

Ranchos e sociedades tradicionais

 

Eu sou pierrot

Tu és minha colombina (bis)

No salão todo enfeitado

De confete e serpentina

 

1991

Enredo: Asa Branca

Compositores: Valéria, Fernanda e Carmen

 

Vem meu amor

Cantar a dor com emoção (olha o Paraíso aí)

O Paraíso está aberto

O Tuiuti vem bem de perto

O astro-rei brilhando em outra dimensão

Rei do baião, deus da canção

Filho de Exú, sonhava ser lampeão

Buscando um caminho melhor

Viu o cão amigo de Jacó

Morrer na solidão

Conhecendo a dor e a rebeldia

Cantava o amor pelos cantos do sertão

Lembro do velho chapéu de couro

Sobre seus cabelos brancos

Na festa de São João

 

Feira de Caruaru (ô bumba-meu-boi)

No Nordeste é tradição (é tradição)

Cangaceiro e boiadeiro (bis)

Lavradores e sanfoneiros

Lembram o Rei do Baião

 

O Nordeste hoje chora

Asa Branca foi embora

Mas um dia vai voltar

Canta, canta Gonzaguinha

Que o show não pode terminar

Vem do céu uma chuva de prata

Para atender às matas

Num clima emocional

São lágrimas de uma sanfona branca

Que chora no espaço sideral

 

Tô que tô

Eu vou partir no Pau de Arara (bis)

Vem amor

Que a festa hoje é do Gonzaga

 

1998

Enredo: Oui Oiu, a França esteve aqui

Compositores: Sirley, Jurandir, Alceu, Binho e Moreno

 

Alegria

Oui oui a França esteve aqui

E mais forte que armas de fogo

Sua cultura conquistou o nosso povo

A missão francesa trouxe arte e ciência

O Jornal do Comércio a influência

O Rio imitou Paris

A Bela Época foi um tempo feliz

Tinha o brilho do teatro de revista

Hoje na Sapucaí eu sou artista

Marinheiros e mulheres

O amor nos cabarés

O can-can alegria dos cafés

O que ficou entre nós

Teatro, cinema, literatura

A culinária dá água na boca

Do pão francês o Rio é freguês

Dos arraiais, avante anarriê

Nossas quadrilhas encantando outra vez

E também o perfume

A moda e muito mais

Tem chofer nessa folia

A minha escola

É toda charme e alegria

 

1999

Enredo: Uma delícia glacial no país do carnaval

Compositores: Rafael, Humberto e Shabba do Pandeiro

 

Meu Tuiuti traz alegria pra Avenida

Colorindo a Sapucaí

É saboroso sim

Uma delícia glacial

Que agora encanta o país do carnaval

Cruzando o mundo hoje ele é raiz

Da China antiga chegou aqui

Tudo começou no Oriente

Vindo de um povo inteligente

Essa mistura logo se originou

Que ao viajante Marco Polo encantou

Chega à Europa, quem diria

Gelo com frutas e mel

Que delícia

Conquista a corte, libertários e a nobreza

Encanta a França esta doce sobremesa

Assim

Dos cafés parisienses

Ganha novo continente

Às terras do Tio Sam

Se torna arte e comércio industrial

E se implanta o seu dia nacional

Sorvete a quilo

Eu vou provar mais que legal

Uma banana split

Meu picolé é demais

É a Paraíso com gosto de quero mais

 

2000

Enredo: Um monarca na fuzarca

Compositores: Meia Noite, Jurandir, Gil Azeitona, Mestre Arerê, Tunico do Pandeiro, Serginho da Ilha e César Som Livre

 

Brilhou, brilhou, brilhou

Desde menino seu destino transformou

E ainda adolescente

Dom Pedro é coroado Imperador

Mecenas das artes

Explosão cultural

Resgata a imagem do índio, que antes esquecido

Como herói nacional

 

Para o mundo conhecer, navegou

Nessas viagens, o intercâmbio propagou (bis)

A boa imagem do Brasil no exterior

 

Com o desenvolvimento da ciência

A economia floresceu

Para o país trouxe a fotografia

Expondo a arte

Nosso povo a conheceu

Piuí, piuí

Alô, alô, meu bem

No mar, no ar

Faço o meu vai-e-vem

No grande baile da Ilha Fiscal

A minha escola faz seu carnaval

 

Um monarca na fuzarca

Vem a Tuiuti

Vai balançar o povo (bis)

Ao desfilar de novo

Na Sapucaí

 

2001

Enredo: Um mouro no Quilombo. Isto a história registra

Compositores: César Som Livre, Kleber Rodrigues, David Lima e Cláudio Martins

 

Pra agradecer

O dom da vida

O mais sublime dom de Alah

No mar, um bravo mouro se aventurou

Ao risco de tenebrosas tormentas

Piratas, batalhas sangrentas

Mas naufragou

E o destino lhe sorriu

Nas mãos de um salvador

O trouxe pro Brasil de Zumbi

 

Ê ô Zumbi

Todo o Quilombo coragem

É força pra resistir (bis)

É fé que vem acudir

É fibra que brota em ti, Palmares

 

Assim surgiu

O desejo de escrever

A própria história

E quem quiser chegar

Pra construir essa vitória

Um povo mais feliz

A Meca de um país

Justiça e igualdade

 

Tu és meu sonho Tuiuti

Tens um destino à cumprir

É brilhar no carnaval (bis)

No desfile principal

Todo o povo a te aplaudir

 

2002

Enredo: Arlindo, arlequins e querubins: um carnaval no Paraíso

Compositores: Waltinho Fontoura, Bahia, Luiz Pinheiro e Catimba do Tuiuti

 

Iluminado

Entre arcanjos e querubins

Trazendo a mensagem que encanta

És Arlindo dos arlequins

Um facho de esperança

Nesse país sem fronteiras

Onde sua obra é forte lembrança

Na arte e na cultura brasileira

 

Uirapuru, maracatu, boi-bumbá

E o reisado vem mostrar (bis)

Que o povo constrói a sua lenda

Sob as bençãos de Oxalá

 

A vida brota

Nas mãos de mestre Vitalino

Nos olhos da dama do Gantois

Vejo a festa do divino

E a lavagem do Bonfim

Renova a alma do negro sonhador ô ô ô

Que descobre um passado de esplendor

Chica da Silva e Chico Rei

Estórias que a história não contou

A princesa do fidalgo português

E o escravo que reinou

 

Na luz do novo amanhecer

Sou o arlequim do carnaval (bis)

A passarela é meu teatro, meu feitiço

Nesse paraíso divinal

 

2003

Enredo: Tuiuti desfila o Brasil nas telas de Portinari

Compositores: Fernando de Lima, Silvão, Doutor e Eli Penteado

 

Brasil, vai me deixa sonhar

Sua arte mostrar, quanta magia

Nas obras que a óleo pintei

O universo encantei com fantasias

A luta do trabalhador

E o mundo infantil reproduzi

Retratos da vida

Que, em cores vivas eu descobri

 

Em telas, tintas e pincéis, eu viajei

Realidades sociais descortinei (bis)

A nossa pátria mãe gentil

De inspiração meu sonho coloriu

 

Vem pra navegar em telas

Sou Portinari, é carnaval

Cem anos vou brindar

Pintando a emoção

Enredo do meu coração

Vem pincel mágico iluminar os meus versos

E destilar cores, fantasias

Fraternidade e paz a minha arte deixou

Neste cenário multicor

 

Meu Tuiuti chegou

O meu país pintou (bis)

Retrata feliz a paz que sonhei

De um mundo que eu imaginei

 

2004

Enredo: Olha que coisa mais linda, o Poeta está no Paraíso!

Compositores: Eric e Zezé

 

Venha mergulhar

Num lindo mar de fantasias

Meu canto está no ar

Com um leve toque de magia

Vejo no amanhecer

Versos e canções de amor

Uma doce aquarela

De um paraíso multicor

 

Com a luz e a poesia

De um boêmio sonhador (bis)

Garota de Ipanema

Que o Poetinha consagrou

 

Hoje o Tuiuti está em festa

Em verso e prosa desse gênio brasileiro

Criou a bossa nova, totalmente carioca

Que despontou pro mundo inteiro

Obras que até hoje contagiam

Em sua arca tem Orfeu da Conceição

E da sua banheira emergia

Com versos que inebriam o coração

 

E ao desfilar

Eu levo a vida como deve ser

Alegre, triste ou cheia de prazer

Venho celebrar o amor (bis)

E hoje

Minha escola canta em prece

Nosso povo não te esquece (e diz)

Vinicius de Moraes amo você

 

2005 

Enredo: Cravo de Ouro, eu também sou da Lira e não quero negar
Compositores: Ceí, Reza, Pelé, Jurandir e Wanderlei

Germinou no berço dourado 

A semente de Tupã que floresceu

E o cravo carioca
Com "C" de índio na Bahia nasceu (as almas)
Almas das matas verdejantes
Trazem força e energia, seduzindo a emoção
O morro da Urca, que herdou
Transformou no instituto cultural
Notável pesquisador da musicalidade nacional
Em seus primeiros passos
Com reco-recos e pandeiros

Índios e negros foram pioneiros

Chiquinha guerreira
Atabaques e terreiro, a Tia Ciata (bis)
O primeiro samba "Pelo Telefone", malandro
Nasceu na Lapa

Vem, estão voltando as flores
Na sublime poesia
Passeando na imaginação
Grandes bailes da MPB
Máscaras bailando no salão
Cinema, cultura e arte
Liberdade, não calem nossa voz
Gira baiana a anunciar
Quem é do samba não pode faltar

Sou Tuiuti não vou negar
Sou da Lira, sou assim
O Cravo de Ouro (bis)
Ricardo Cravo Albin

2006
Enredo: O Imperador morava logo ali, do outro lado do Tuiuti
Autores: Du Pagode, Fabio Malafaia, J. Junior e Marcelo Pagodeiro

São Cristóvão, meu bairro imperial
Que já foi morada da família real
O Imperador, a Marquesa e o Barão
Moravam logo ali
Do outro lado do meu Tuiuti
Me fascina o teu passado de glória
Casarões e avenidas
Retratando a história
Quinta da Boa Vista
Meu jardim de rara beleza
Presente da mãe natureza

Tem cultura do Nordeste
Culinária de primeira, lá na feira
Bebo uma pinga boa (bis)
E no embalo do forró
Vou dançar a noite inteira

É arte, ciência, indústria
O comércio se alastra na região
Louvor ao padroeiro
Que protege a direção
Parece obra divina
Variedades, auto-peças, oficinas
No esporte, o cadete e a Cruz de Malta
Tem lugar no coração
E o jardim zoológico
Pra família é lazer e diversão

No domingo eu vou à Quinta passear
Me divertir, extravasar (bis)
Meu Paraíso, vamos aplaudir
É o orgulho do meu Tuiuti

2007

Enredo: Vamos falar de amor

Compositores: Beto Xangô e Dentinho

 

Bailando eu abraço o novo mundo

Deslumbrante cenário de ilusão

Deixei o meu colo materno

Pra viver um sonho de emoção

Vou amando o dia-a-dia

No auge da minha sedução

Espero num sorriso colorido

Conquistar seu coração

 

Tô louco, tô louco (bis)

Cheio de amor pra dar

 

No céu (ô)

Brilhou uma linda estrela

Iluminando o sublime amor

E eu, amante da folia

Pra lhe conquistar trago uma flor

Estou perdidamente apaixonado

E nesse beijo quero ser seu namorado

Está no universo a maior força da razão

Até os astros trazem amor no coração

 

O cupido chegou

Na Sapucaí (bis)

Cantando forte e abraçando a Tuiuti

2008
Enredo: Cartola – Teu Cenário é uma Beleza
Composição: Betinho do Cavaco, Cássia Novelli, Silvão, Aníbal e Jeronimo GG

Hoje a Tuiuti vem retratar
A arte resplandece em poesia
Cem anos de um poeta singular
Que em notas deu o tom da sua vida
E foi num sonho
Verde e rosa que me conquistou... ô ô ô
Dos Arengueiros
A Estação Primeira ele criou
Sua canção ao mundo inteiro encantou

E semeou amor
Deu frutos em tão lindas melodias (bis)
São letras dando vida ao papel
Divina inspiração que nos fascina

Num jardim de grandes amores
A mais bela das flores
Conquistou seu coração
Num cenário de tanta beleza
Vou cantando com emoção
Parabéns! 80 anos de Mangueira
A sua casa verdadeira
No Zicartola vou brindar
Dizem que as rosas não falam
Apenas exalam
São os versos do poeta, que inspirou
Meu pavilhão, minha raiz
Voa, voa Tuiuti

Voa num sonho Tuiuti
No Paraíso vai buscar (bis)
Desperta Cartola
Vem pra avenida desfilar

2009
Enredo: O Cassino da Urca

Autores: Aníbal, Gilmar Silva, Jurandir, Jerônimo GG, Fábio Malafaia e Jurandir Terra

Hoje ao me envolver nessa magia
Num beijo sob a luz do luar
Entro na festa, ouço a orquestra
O show vai começar
Chegou o dia
Roda roleta minha escola gira
A noite em clima glamour... no ar
Reluz Cassino da Urca
Na luz que te reflete sobre o mar

Vou recordar e reviver
Um tempo bom, o croupier (bis)
Fantasia é doce magia
Da bombonieré

E assim
Surgiu nova era
Calouros, artistas, novelas
Entram em cena brilham na tela
TV Tupi revela
O tempo passa a luz se apaga
Outra saudade pro seu coração
Tu és a morada pra arte cultura
A forma mais pura de expressão
Um “paraíso” no Tuiuti
Eterno destino de glória
Desenhando nova trajetória

O dado rolou e o jogo mostrou
Que vai dar Tuiuti (Ah! meu Tuiuti)
Segue a sua sina (bis)
Da volta por cima na Sapucaí

2010
Enredo: Eneida, o Pierrot está de volta
Autores: Aníbal, Jr. Fionda, Luis Caxias, Marcio de Campos Novos, Reza e Ceí

Guerreira mulher
Um marco na história
Estrela em meus versos vou dizer
Seu brilho está guardado na memória
Quis assim um deus menino
Ao traçar o seu destino
Contar o que o tempo não levou
Luta pelo povo, impõe seu ideal
Rompe as barreiras do bem e do mal
Escreve a história do carnaval
Faz da vida imortal  

Viaja Tuiuti nessa canção de amor
Voa e vai buscar na lua (bis)
Onde ainda chora o seu pierrot
E diz a ele que a saudade terminou  

Onde andará a colombina
O banho de confete e serpentina
A chuva prateada que cai sobre mim
Me faz lembrar o arlequim
Personagens fascinantes
Rainhas, piratas, amantes
No carnaval o novo artista
Me faz recordar
A mais pura arte popular
Que vou eternizar  

Dando um baile na avenida
Pra te seduzir... Sou Tuiuti (bis)
A essência do samba não morrerá jamais
Meu Paraíso canta Eneida de Moraes

2011

Enredo: O Mais Doce Bárbaro - Caetano Veloso
Autores: Eric Souza, Elton Divino, Rodrigo Monteiro, Zezé e Gê Tuiuti

Vem, vem no bailar da melodia
Do pop ao samba poesia
Fruto de uma "jóia rara"
Vai, vai seguindo o seu destino
Foi assim desde menino
Canções e poemas de amor
Doce bárbaro, hoje canto pra você
Filho de Gandhi és tesouro da Bahia
Sua música irradia "alegria"
Tropicalista na sua filosofia

Um artista consagrado, filho de dona Canô
Que ao mundo encantou (bis)
"Sem lenço e sem documento", eu vou
Vou na lavagem do Bonfim, nosso senhor

Deixou a sua marca na história
Bradou o grito de uma nova era
Brilhou a sua estrela em aquarela
E hoje ao desfilar na passarela
Adoça a bossa no mel da "abelha rainha"
Tem samba no pé, "oh, baby", "oh, neguinha"
Afina o coro com a minha bateria
Caetano é o rei nessa folia

Homenagem sincera, uma prova de amor
Ao nosso poeta de raro valor (bis)
É Caetano Veloso, pode aplaudir
No Paraíso do Tuiuti

2012

Enredo: A Tal Mineira
Compositores: Jurandir, Anibal, Adauto Alves, Reza e Pelé

Oh, quanta saudade
Da tal mineira... Doce inspiração
Que felicidade!
Meu Tuiuti vai revivendo a emoção
Um ser de luz
A iluminar meu caminhar
Quem nos conduz
Nesta avenida é o sabiá
A natureza sorrindo
Fazendo a vida florescer
Eternizando a bela voz
Que não da mais pra esquecer
É agua no mar... É maré cheia
Com a proteção de Oxalá, clareia

E lá no infinito seu canto ecoou
Morena mineira, mestiça raiz
(bis)
Encontro das raças, rufar do tambor
Trazendo axé pra nos fazer feliz

(Mas vem)
Vem de longe a batucada
Entre morros e vielas
Salve a deusa, salve o samba
Encantando a passarela
Seu canto
Traz a paz ao coração
É mais que uma prece, é devoção
E o povo vai fazer seu ritual
E na simplicidade
Acende a chama do meu carnaval

Hoje eu vi uma estrela... No céu
Sorrindo pro morro do meu Tuiuti
(bis)
É Clara guerreira, num gesto de amor
Iluminando a Sapucaí! (Eu vi! Eu vi!)

2013

Enredo: Ao Mestre do Riso com Carinho: As Caras do Brasil
Autores: André Kaballa, Leandro Kfé, Junior Santana, Thiago Meiners e Sônia Cabral

O céu está em festa
Milhões de acordes vão anunciar
Os anjos a receber
O professor que acabou de chegar
Em Maranguape, a história traçada
Sua voz ecoou nas madrugadas
Sucesso nos palcos, venham ver
A Escolinha ganha as telas da TV
A alegria é o seu dom, um ideal
A marca do meu Carnaval

A comédia está no ar... quero ver que tá aí
Coalhada e Bozó para nos divertir (bis)
Azambuja diz no pé, Salomé vai te levar (ô)
E o Painho traz axé pra nos guiar

Chico... Vem "compor" o meu sorriso
Um artista genial a encantar o "Paraíso"
Um talento verdadeiro
A alma do brasileiro
Sonha Tuiuti...
É no seu sonho que eu vou viajar
Seu espírito imortal
É mais uma estrela a brilhar
Receba os aplausos dessa gente
Ao mestre com carinho, vou cantar

Escola de samba, raiz de verdade
Sou comunidade, eu sou Tuiuti (bis)
A força do povo... me leva
É Chico Anysio na Sapucaí

2014

Enredo: Kizomba, a festa da raça
Autores: Rodolpho, Jonas e Luiz Carlos da Vila

Valeu Zumbi!
O grito forte dos Palmares
Que correu terras, céus e mares
Influenciando a abolição
Zumbi valeu!
Hoje a Vila é Kizomba
É batuque, canto e dança
Jongo e maracatu

Vem menininha pra dançar o caxambu (bis)

Ôô, ôô, Nega Mina
Anastácia não se deixou escravizar
Ôô, ôô Clementina
O pagode é o partido popular
O sacerdote ergue a taça
Convocando toda a massa
Neste evento que congraça
Gente de todas as raças
Numa mesma emoção

Esta Kizomba é nossa Constituição (bis)

Que magia
Reza, ajeum e orixás
Tem a força da cultura
Tem a arte e a bravura
E um bom jogo de cintura
Faz valer seus ideais
E a beleza pura dos seus rituais

Vem a Lua de Luanda
Para iluminar a rua (bis)
Nossa sede é nossa sede
De que o "apartheid" se destrua

Valeu!

2015

Enredo: Cunhatã chama Curumim que eu vou contar...
Compositores: Anderson Benson, Leandro RC, Daniel Minuetto, Flazil Câmara e Flavinho Segal

Navegou...
Singrando os mares, vindo de além-mar
O vento soprou novos rumos
No afã de encontrar... laraiá
Riquezas... Um eldorado de rara beleza
Reflete no olhar, o esplendor da natureza
E quando aqui chegou
Batalhas enfrentou
Desperta a ira dos tupinambás
Cercado pelo índio brasileiro
Aprisionaram o bravo aventureiro

É noite de luar... Clareia
O índio canta e dança a noite inteira (bis)
"Selvagens" com desejo canibal
Na magia do seu ritual

Caminhando na floresta viu...
O nativo e sua bravura
Mistérios na "terra Brasil"
"Devorando" sua cultura
Fugiu... No balanço das ondas do mar
Escreveu sua história
Para o mundo encantar
Hans, heroico, guerreiro
É devorado pelo artista brasileiro

Te amo Tuiuti
És amor pra vida inteira (bis)
Eu quero ser índio, valente e feliz
No "Paraíso" que eu sempre quis

2016

Enredo: A Farra do Boi
Compositores: Rafael Júnior, Jorge Maia, W Correia, Dilson Marimba e Claudio Russo

Ser tão criativo nos sertões da fé
Pra não ser mais um ao deus dará
Seja homi ou muié... no Ceará
Contam que a água rareia
E a fé aperreia a imaginação
Na terra das crendices, disse me disse, vixe Maria
Oxente um presente ao padinho
Um danado de um boi mansinho
Fez causo popular, laiá, laiá...

Arrasta a sandália beato, lá vai o boi
Do Juazeiro ao Crato, me diz quem foi (bis)
Quem foi que mandou o chuvaréu?
É água, meu Deus! Tá caindo o céu

Lourenço armou um sururu
Profetizou e o boi Zebu
Virou xodó, floresceu a plantação
Do milagre ao quiprocó
Ê boi Ápis do sertão
Parte mas deixa a saga
Que o tempo afaga pelas mãos de Vitalino
Cadê o boi? Tá bumbando na quermesse
Lá na feira faço a prece
Ao milagreiro nordestino

Desce o morro, faz a farra
Arretada Tuiuti
Requebra cintura de mola (bis)
No forró da minha escola
A poeira vai subir

2017

Enredo: Carnavaleidoscópio Tropifágico
Compositores: Carlinhos Chirrinha, Rafael Bernini, Luis Caxias, Wellington Onirê, Fernandão e Alexandre Cabeça

É Tropicália olha aí... Meu Tuiuti
Um Paraíso, não existe nada igual
Ora pois pois... Sou Tupiniquim
No Pindorama todo dia é carnaval
Brasil, riqueza da mãe natureza
Meu chão, morada da felicidade
Se for pecado... tô condenado
Eu sou amante dessa liberdade
Daquela lei surgiu um laço de união
Macunaíma devorando a arte

Coração balançou, muito samba no pé
Lá no morro nasceu nosso parangolé (bis)
A revolta se fez, a semente brotou
Quem vestiu coloriu... por aí se espalhou

Ê Bahia... é lindo o movimento musical
E segue a massa pra viver essa aventura
Quanta mistura... Intercâmbio cultural
E na terra da garoa... Tropicalista
Debochando numa boa... Salve o artista
Degustar e consumir foi a opção
Tantas flores no jardim
Encarando a opressão
Mas raiou o sol
Iluminando os versos da canção
 
Alô povo brasileiro... Aquele abraço
Caminhando deixo o sonho me levar (bis)
A esperança que brilha no meu olhar
É o segredo dessa vida 

2018

Enredo: Meu Deus, meu Deus, está Extinta a Escravidão?
Compositores: Cláudio Russo, Moacyr Luz, Jurandir, Zezé e Aníbal

Não sou escravo de nenhum senhor
Meu Paraíso é meu Bastião
(bis)
Meu Tuiuti, o Quilombo da favela
É sentinela da libertação


Irmão de olho claro ou da Guiné
Qual será o seu valor? Pobre artigo de mercado
Senhor, eu não tenho a sua fé, e nem tenho a sua cor
Tenho sangue avermelhado
O mesmo que escorre da ferida
Mostra que a vida se lamenta por nós dois
Mas falta em seu peito um coração
Ao me dar escravidão e um prato de feijão com arroz
Eu fui Mandinga, Cambinda, Haussá
Fui um rei Egbá preso na corrente
Sofri nos braços de um capataz
Morri nos canaviais onde se plantava gente

Ê Calunga ê, ê Calunga!
Preto velho me contou, preto velho me contou
(bis)
Onde mora a senhora liberdade
Não tem ferro, nem feitor...

Amparo do Rosário ao negro Benedito
Um grito feito pele do tambor
Deu no notíciário, com lágrimas escrito
Um rito, uma luta, um homem de cor
E assim quando a lei foi assinada
Uma lua atordoada assistiu fogos no céu
Áurea feito o ouro da bandeira
Fui rezar na cachoeira contra bondade cruel

Meu Deus! Meu Deus!
Se eu chorar não leve a mal (bis)
Pela luz do candeeiro
Liberte o cativeiro social

2019

Enredo: O Salvador da Pátria
Compositores: Cláudio Russo, Moacyr Luz, Jurandir, Dona Zezé e Aníbal

Vendeu se o Brasil num palanque da praça
E ao homem serviu ferro, lodo e mordaça...
Vendeu se o Brasil do sertão até o mangue
E o homem servil verteu lágrimas de sangue
Do nada um bode vindo lá do interior
Destino pobre, nordestino sonhador
Vazou da fome, retirante ao Deus dará
Soprou as chamas do dragão do mar
Passava o dia ruminando poesia
Batendo cascos no calor dos mafuás
Bafo de bode perfumando a boemia
Levou no colo iracema até o cais
Com luxo não! Chão de capim!
Nasceu “muderna fortaleza” pro “bichim”

Pega na viola, diz um verso pra iô iô (bis)
O salvador! O salvador! (da pátria)

Ora meu patrão!
Vida de gado desse povo tão marcado
Não precisa de “dotô”
Quando clareou o resultado
Tava o bode ali sentado
Aclamado o vencedor

Nem berrar, berrou, sequer assumiu (bis)
Isso aqui iô iô é um pouquinho de Brasil

O meu bode tem cabelo na venta
O Tuiuti me representa (bis)
Meu Paraíso escolheu o Ceará
Vou bodejar lá iá lá iá

2020

Enredo: O Santo e o Rei: Encantarias de Sebastião
Compositores: Moacyr Luz, Cláudio Russo, Aníbal, Píer, Júlio Alves e Alessandro Falcão

Todo 20 de Janeiro
Nos altares e terreiros
Pelos campos de batalha
Uma vela pro Divino
O imperador menino
Um Sebastião não falha
Nas marés, o desejado
Infiéis pra todo lado
Enfrentou a lua cheia

No deserto, um grão de areia
Dom Sebastião vagueia (bis)
Sem futuro, nem passado

Renasce sob nós, um caboclo encantado
Na Praia dos Lençóis, é o Touro Coroado
Vestiu bumba-meu-boi
Até mudou o fado
No couro do tambor foi batizado

Poeira, ê! Poeira!
Pedra Bonita pôs o santo no altar
(bis)
Sangrou a terra, onde a paz chorou a guerra
Mas ele vai voltar!

(Oh, meu Rio...)

Rio, do peito flechado
Dos apaixonados
Rio batuqueiro
Oxóssi, orixá das coisas belas
Guardião dessa Aquarela
Salve o Rio de Janeiro!
Orfeus tocam liras na favela
A cidade das mazelas
Pede ao Santo proteção
Grito o teu nome no cruzeiro
Oh, Padroeiro! Toda a minha devoção!

No Morro do Tuiuti
(bis)
No alto do Terreirão

O cortejo vai subir
(bis)
Pra saudar Sebastião!