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Sinopse União de Vaz Lobo 2011
Yabas, senhoras do tempo, deusas da natureza, mãe dos nossos destinos (União de Vaz Lobo - 2011)

Introdução

África misteriosa mãe negra, senhora de nossas raízes tribais terra dos antílopes, leões, zebras de uma vasta fauna, de lá nossos antepassados foram tirados a força porem de raça forte, estes nos deixaram de herança a luta pela liberdade e a fé na natureza, que hoje a nossa agremiação evoca, mas propriamente a força feminina que nos leva motricidade das águas e do amor.

Sinopse:

Eu sou agremiação nascida aqui no subúrbio do Rio De Janeiro, com meus 80 anos já lutei muito, já fiz muito, mesmo com poucos recursos estou aqui, muitos sambas, muitos carnavais me fiz presente, hoje vendo tantas coisas absurdas em nosso mundo, vejo sempre nos jornais, violência, aquecimento global, desordem será que isto esta certo?

Com tantos problemas assim hoje eu me faço num grande templo africano, de onde vieram minhas origens clamo ajuda aos meus componentes para que possamos juntar todas as energias positivas e encontrar uma solução aos problemas do mundo.

Yaos, Yalorixas e ogãns estão neste ritual que veio de um tempo muito antigo, das antigas nações africanas, tradições milenares que nos remetem aos nossos antepassados.

Ao toque dos atabaques começamos o nosso ritual, que hoje evocamos toda força das Yabas, estas que simbolizam a força feminina, mães, guerreiras videntes, como mulheres são compreensivas e complacentes aos pecados do mundo, elas vão nos ensinar com suas energias o que podemos fazer para mudar.

As energias se juntam e todo povo do terreiro dança e evoca-as,porem para que nossas mensagens sejam escutadas por elas o primeiro a vir a este terreiro é o orixá Exu,o orixá da comunicação. É o guardião das aldeias, cidades, casas e do axé, das coisas que são feitas e do comportamento humano.a esfera de fogo é o inicio de tudo salve ele "Laruê"

Salupa Nanã !Mostre que em sua moradia seu reino ha vidas para serem respeitadas, donas dos mangues e manguezais,a mais velha dos orixas nos mostra que a morte não é o fim,e sim uma transmutação,e ecologicamente falando sem mangues toda costa marinha estará perdida e poluida,ela somente pede respeito aquele ecossistema.

Ao toque do no ritmo do Ijexa vem ela "oraieieu,Oxum,yeuyeu!" Generosa e digna, Oxum é a rainha de todos os rios e cachoeiras. Vaidosa, é a mais importante entre as mulheres da cidade, a Ialodê. A dona do grande poder feminino.Oxum é a deusa mais bela e mais sensual do Candomblé. É a própria vaidade, dengosa e formosa, paciente e bondosa, mãe que amamenta e ama. Dela tambem vem o jogo de búzios, que no futuro ela mostra se não tivermos os sentimentos bondosos como dela com as águas que bebemos,morreremos de sede ,viveremos em terras tão secas que não poderemos nem andar,ela nos ensinar a cuidar e não disperdiçar as águas dos nossos mananciais.

Riro!riro! Ewá é a divindade do canto, das coisas alegres e vivas. Dona de raro encanto e beleza é considerada como a Rainha das mutações, das transformações orgânicas e inorgânicas. É o Orixá que transforma a água de seu estado liquido para o gasoso, gerando nuvens e chuvas. Quando olhamos para o céu e vemos as nuvens formando, às vezes, figuras de animais, de pessoas ou objetos, não nos importamos muito. Porém, ali está Ewá, Rainha da beleza, evoluindo solta pelos céus, encantando e desenhando por cima do azul celeste da atmosfera da Terá. Ewá é também o inicio da chuva, regida por sua mãe Nanã. É a mágica da transformação. Está ligada à mutação dos animais e vegetais. Ela é o desabrochar de um botão de rosa; é a lagarta que se transforma em borboleta; é a água que vira gelo e o gelo que vira água,lembrando do descongelamento das camadas polares do planeta, pelo aquecimento global. , Ewá é aquela que vai dar cor ao seres; torná-los bonitos, vivos, estimulando a sensibilidade; a fragilidade das coisas; a transformação das células, gerando o que há de mais lindo no mundo. É a deusa da beleza; é o sentimento de prazer pelo que é belo; é o respeito pela maravilha que o mundo apresenta. A força natural Ewá é ligada também à alegria, dividindo a regência daquilo que se chama ou se tem como feliz. Está presente nas coisas e nos momentos alegres, que têm vida. É também a divindade do canto; da música; dos sons da natureza, que enchem nossos ouvidos de alegria e contentamento. Está presente no canto dos pássaros; no correr dos rios; no barulho das folhas, sopradas ao vento; na queda da chuva; no assovio dos ventos; na música interpretada por uma criança, no choro do bebê, no canto mais que sagrado da mãe Natureza. Ewá é a própria beleza. É o som que encanta. É o canto da alegria. É a transformação do mal para o bom. É a vida... Que como temos que ver e tirarmos de exemplo.

Sentimos a energia de uma guerreira, na natureza, Obá está ligada às enchentes, às cheias dos rios, às inundações. É ela quem vai reger todos esses fenômenos, sejam naturais ou provocados por erros humanos, estes erros citamos aqui, lixo nos rios, poluição e muita degradação nos campos e nas ruas onde vivemos. Seu encantamento é feito desta forma, quando um rio transborda, inundando tudo. É poderosa, sábia, madura e realista. Na vida dos seres humanos, Obá rege a desilusão amorosa, a tristeza, o sentimento de perda, o ciúme, a incapacidade do homem de ter aquilo que ama e deseja. Obá é a raiva, a solidão, a depressão, o sentimento de abandono. Obá são também a frustração do homem e da mulher, os mesmos sentimentos que a Terra tem com seus filhos, e esta Deusa mostra como exemplo, toda essa dor, essa desesperança, esse abandono, ficou com marca registrada de Obá, e tais sentimentos tem a sua regência. Quando nos sentimos traídos, abandonados, sem esperança, com raiva, frustrados em nossos objetivos, desencadeamos essa força da natureza chamada Obá, que mexe no nosso interior. E a lógica diz que Obá é a "ultima gota", que faz transbordar nossos sentimentos. Daí sua regência também nas enchentes e inundações. É um ato de excesso, de excesso, de explosão, de revolta, desencadeado por esta força cósmica. Se um rio enche e transborda, é porque não suporta mais o volume de água, deixando escapar "aquilo que já não cabe mais". Isso é Obá, essa é a sua regência, seus encantamentos, sua influência.

Obá é o desabafo: "já não suporto mais...", é a agitação do sentimento indevidamente mexido, afetado por algo ruim. Este desabafo escutou todos os dias da mãe Terra. Destruindo muitos lares, deixando muitos desabrigados, mas nós mesmos somos culpados pelo que fazemos nas margens dos rios.

Eparrey Oya assim evocamos a senhora de Matama, Deusa da espada de fogo, Dona das paixões, Iansã é a Rainha dos raios, dos ciclones, furacões, tufões, vendavais, das tempestades e das chuvas. Orixá do fogo, guerreira e poderosa, Não é muito difícil depararmo-nos com a força da Natureza denominada Iansã (ou Oyá). Convivemos com ela, diariamente. Iansã é o vento, a brisa que alivia o calor. Iansã é também o calor, a quentura, o abafamento. É o tremular dos panos, das árvores, dos cabelos. É a lava vulcânica destruidora. Ela é o fogo, o incêndio, a devastação pelas chamas. Oyá é o raio, a beleza deste fenômeno natural. É o seu poder. É a eletricidade. Iansã está presente no ato simples de acendermos uma lâmpada ou uma vela. Ela é o choque elétrico, a energia que gera o funcionamento de rádios, televisões, máquinas e outros aparelhos, porem ela lembra que temos que poupar energia, pois ela não é constante, e um dia poder ter fim depende de como usamos,a senhora mostra como exemplo varias outras maneiras alternativas de buscar a tal eletricidade que usamos todos os dias.como exemplo :energia solar,energia hidroelétrica,energia eólica etc.

A mãe de todas as cabeças esta para chegar, um cheiro de mar circula em nosso templo, ouvimos ondas é a energia que esta presente neste momento, A majestade dos mares. Senhora dos oceanos, sereia sagrada, Iemanjá é a Rainha das águas salgadas, considerada como mãe de todos os Orixás, regente absoluta dos lares, protetora da família. Chamada também como a Deusa das Pérolas, Iemanjá é aquela que apara a cabeça dos bebês no momento do nascimento. Essa força da natureza também tem um papel muito importante em nossas vidas, pois é ela que vai reger nossos lares, nossas casas. É Iemanjá que vai dar o sentido de "família" a um grupo de pessoas que vivem debaixo de um mesmo teto. Ela é a geradora e personalidade ao grupo formado por pai, mãe e filhos, transformando-os num grupo coeso. Assim tem que ser as pessoas que desfilam pelo meu manto rosa e azul.

Dentro do culto, numa casa de santo, Iemanjá também atua organizando e dando sentindo ao grupo, à comunidade ali reunida e transformando essa convivência num ato familiar; criando raízes e dependências; proporcionando o sentimento de irmão pra irmão em pessoas que há bem pouco tempo não se conheciam; proporcionando também o sentimento de pai para filho, ou de mãe para filho e vice-versa, nos casos do relacionamento do Babalorixás, ou Ialorixás como os Omo Orixás (filhos de Santo).

Iemanjá é a preocupação e o desejo de ver aquilo que amamos a salvo, sem problemas. É a manutenção da harmonia do lar. E com este exemplo eu União DE Vaz Lobo nunca vou acabar. Iemanjá está presente nos mares e oceanos. É a Senhora das águas salgadas mães dos peixinhos e será ela que proporcionará boa pesca nos mares, regendo os seres aquáticos e provendo o alimento vindo de seu reino. Iemanjá é a onda do mar, o maremoto, a praia em ressaca, a marola, É ela quem controla as marés, é ela quem protege a vida no mar. Que muitas vezes vimos com tanto desdenho, de seu lar vem nossa fartura e inteligência. Odoya Yemanjá!

E nosso Xirê de Yabas esta por fim e deles tiramos exemplos para vida, mas para tudo terminar bem, tem que chamar ele o senhor de tudo e da paz. Se Exu é o começo de tudo, Oxalá é o fim. Se Exu é o principio da vida, Oxalá é o principio da morte. Equilíbrio positivo do Universo é o pai da brancura, da paz, da união, da fraternidade entre os povos da Terra e do Cosmo. Pai dos Orixás é considerado o fim pacífico de todos os seres. Orixá da ventura, da compreensão, da amizade, do entendimento, do fim da confusão. É ele que vai proporcionar a paz entre os homens; é ele que vai trazer o entendimento, a compreensão, o sossego, a fraternidade, não somente entre os homens, mas também em sua relação com outras forças da natureza, pois é comum nas Casas de Santo oferecemos comidas e flores, para que Oxalá venha apaziguar uma situação de conflito, uma determinada cabeça. É ele que servirá de mediador para que haja uma solução, uma definição. Oxalá, portanto, está presente nos momentos em que a calma é estabelecida. Rege a tranqüilidade, o silêncio, a paz do ambiente. Oxalá é o equilíbrio das coisas, mantendo-as suavemente estabilizado e em posição de espera ou definição, de acordo com o caso, de acordo com a situação.

É, portanto, a organização final, da maneira mais pacífica possível.
Paz que eu, esta antiga agremiação que fiz esta viagem em minhas raízes afro, peço junto com meus componentes todos os dias e noites de nossas vidas.

Xeuepababá meu pai Oxalá!

Eduardo Pinho