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Mar: Horizonte de Todos, o Poema da Vida (Unidos das Vargens - 2014)
Mar: Horizonte de Todos, o Poema da Vida (Unidos das Vargens - 2014)

Apresentação

Mar... A fonte genuína da vida.
O alimento - O mistério - O fascínio
Humilde mar que recebe as águas de todos os rios, e a vida liberta de tantos
seres.

O que existe além do mar? Se ele já é o próprio além.
Tormenta e calmaria, deixando conchas e algas no seu vai e vem.
Bordando a beira da areia, tal qual a moça faceira, bordava seu enxoval.
Lançando embarcações ao encontro das pedras.
Tal qual a fúria dos deuses, acima do bem e do mal.
Tem história de pescador, que tem dois amor
Um bem na terra, um bem no mar.
Tem homem que vai e não volta.
Tem outro que já vai chegar.
Tem história de Sereia, golfinho, polvo e baleia, mitos a recriar.
Quanta história tem o mar...
Cada palmo, cada pedra.
Cada oceano navegado
Cada homem e seu legado de desbravar, de conhecer.

(Andrea Barros )

Histórico do Enredo

Mar, horizonte de todos. O poema da vida
Thiago Avhis - Carnavalesco

¹ "Leniza ouve tranquila. Seu Alberto louva lhe o sucesso, as
qualidades, o futuro - Seria Brilhante! A luz amarela pisca. O
rádio enche o ar com a melodia de uma valsa triste, uma valsa
antiga, que traz uma saudade indefinida de outras épocas, de
outra gente, outros costumes. Dona Manuela levantou-se para
arranjar um cafezinho. 'O que é preciso é a senhora não dormir
sobre os louros. Ensaiar sempre. Arranjar novidades. Repertório
sempre novo!"

"Faça como o velho marinheiro que durante o nevoeiro leva o barco devagar"
Bailar no infinito mar,
sobre o cintilar das ondas
permear o infinito
e redes lançar.
Lançar-me ao desconhecido
sem rumo, sem prumo,
sem carta.
Ao mar entrego a vida
e a vida vira poesia.
Velas alçar e o mar desbravar.
Sou do mar.
O Impávido berço
da alegria e preconizador
do meu dia a dia.
Mais que enaltecer.
Compreender quem hoje sou.
Olhar pra trás e não somente
dizer adeus. Seguir à diante

Na terra?
Na terra tem saudade.
Sentimento de tristeza
de quem vai e não volta
No fundo do mar
a ilusão é perversa,
o canto é sereno.
Naveguei em águas claras
de pureza encantadora,
inocente calmaria.
Bailava eu em ti.
.
Farol que alumia
o caminho,
certeza de chegar.
Viajante da fantasia
é meu barco que navega.
Esse mar, quem diria.
A que ponto vou chegar.
Ao te ver de longe
fiz canção. Embarquei
na ilusão da euforia.
Quero te descobrir,
quero te contar,
quero te cantar

Justificativa do Enredo

O Grêmio Recreativo Escola de Samba Unidos das Vargens
saúda a imprensa, o público e pede passagem para o enredo:
MAR, HORIZONTE DE TODOS. O POEMA DA VIDA.

Quem Somos de Onde Viemos e Para onde Vamos?
Máxima filosófica ou indagação?
O mar faz parte da nossa vida, e o velho pescador traduz em poesia, o
desbravamento.

Temos a missão de pela primeira vez pisar na Avenida Intendente
Magalhães sendo Escola de Samba. Fazendo o momento propício para
nos apresentarmos e exaltarmos nossa raiz.
Abraçamos com licença poética o mar, pois nossa origem está no seu
caminho.

Para conduzir o enredo, encarnamos o velho pescador, que versa nossas
passagens, através do seu olhar e suas vivências.
O Mar é o samba, o horizonte é a gente quem faz, a poesia é o sentido à
vida.

Iniciamos...
Quem eu sou?
Posso dizer que sou do mar. Cercado de ondas herdadas do
desbravamento. Finquei minha base a sombra do bananal.
Onde vi noites enluaradas cintilar ao ritmo do meu coração apaixonado,
marcando o compasso da minha raiz. A primeira lição quem me deu
foi o vento que é quem rege a sinfonia das águas e a ele entrego meudestino. Deixo a "gira girar" e o caminho me levar.

Lançando velas ao desconhecido, olho para trás e tenho a segurança de
carregar na bagagem, conhecimento suficiente para embarcar nessa
viagem rumo ao novo horizonte.
De onde eu vim?

Como disse, vim da água. Foram tantos mares e embarcações que tomei
para chegar aonde cheguei.
Vi um mar de fantasias, confetes e serpentinas que me embriagaram de
felicidade. Mas foi-se o tempo. Foi para o fundo do mar da saudade.

Na vida de um pescador observar é um ritual sagrado. Interpretar as
marés o tempo e o vento são funções primordiais. Interpretar intuições é
outra questão que devemos absorver. O destino da vida nos prega peças.
Como nem sempre o mar está para peixe, caímos em ciladas. Porém se
não houver força, não adianta ter o barco mais forte. Ficaremos no
caminho.

Não vou esconder que passei alguns bocados, mares bravios da vida. Já
vi de tudo. Se conto parece prosa de pescador. Mas nunca tombei no
dessabor, rumei sempre com a certeza de um destino precioso.
A beleza vaidosa me faz confundir, e os grandes pavores, se tonam tão
pequenos quanto um grão de areia. Na última viagem, acabei
adormecendo sobre o leme, e numa rajada de vento, fui atirado e como
num suspiro cai no fundo do mar.
Em meio a lampejos, tenho certeza de voltar. Vejo cavalos marinhos a
baloiçar, as águas vivas branquinhas, flutuam. O mais fascinante estava
por vir.
Era o canto leve, macio feito as ondas do mar, totalmente inebriante.
Sua rara beleza tem a primazia da
mulata faceira que deixei a beira mar.
A luz a me guiar.

Pra onde vou?
Acreditar. Creio que jamais você acreditaria. Mas como tudo é
possível...
Tenho o aval do Rei, para navegar e desbravar o mar da folia. Venham e
vistam suas fantasias e mergulhem na Avenida. Consciente do caminho
a ser percorrido.

Certa vez, fui um pouco mais longe. Sonhei e realizei. Meu barco era
pequeno e não tinha tanta bagagem. Mas o que eu levo agora traduz a
mais pura emoção que bate aqui no peito. Minha escola a desfilar.
Apaixonei-me pelo ritmo da marcação que marca, marca, marca o
compasso da minha vida.

Naveguemos unidos rumo ao horizonte com fé em nosso guerreiro,
lutando para chegarmos à um destino mais que especial.
³ Se você quer saber como eu faço para nadar, eu te digo que o leme da
minha vida eu entrego a Deus , porque não sou eu quem me navega
quem me navega é o mar.