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Itatiaia, paraíso turístico e cultural (Rosa de Ouro - 2012)
Itatiaia, paraíso turístico e cultural (Rosa de Ouro - 2012)

Pôr do Sol em Itatiaia
Nascentes efêmeras
Em clareiras súbitas
Entre as luzes tardas
Do imenso crepúsculo
Negros megalitos
Em doce decúbito
Sob o peso frágil
Da pálida abóbada
Calmo subjacente
O vale infinito
A estender-se múltiplo
Inventando espaços
Dilatando a angústia
Criando o silêncio
Vinicius de Moraes

É triste pensar que a natureza fala e que o gênero humano não a ouve. (Victor Hugo)

A natureza é o único livro que oferece um conteúdo valioso em todas as suas folhas. (Goethe)

Viajar
Nas asas da imaginação recriar
Em nuances de natureza.
Retratar!
Em tons de verde.
Iluminar!
É noite.
A floresta se cobre em névoa
Brilhantes sons ecoam no silêncio
Retratam histórias de.
Sonhos, conquistas e vitorias
Emancipar.
Tornar independente, alforriar.
Respirar natureza.
Sentir na pele o suave movimento do vento
percorrendo seu caminho.
Na paz do caminhante pulsa desbravadores,
Entradas e Bandeiras.
O ouro, os índios, os negros,
Os finlandeses, o "VAPPU"
Pulsando uma nova cultura.
É manhã
Lentamente a floresta vai despindo seu casaco e revelando.
Novamente.
A beleza do verde da natureza.

Primeiro Setor: A História

O belo topônimo indígena Itatiaia, que significa "Penhasco cheio de pontas" é o nome do jovem município do Estado do Rio de Janeiro, que foi criado pela lei número 1330 de 06 de julho de 1988, por desmembramento de Resende e com uma área de 204 KM2. Sua sede foi elevada a cidade e teve sua primeira administração instalada em Primeiro de julho de 1989.

O Município possui enorme riqueza ambiental e diversas opções turísticas. Sua história, porém, tem mais de 150 anos.

Voltando no Tempo

Em 05 de abril de 1839 oficialmente aceita como marco de sua fundação, com o nome de Campo Belo. Documentos mais antigos registram povoamento no local pelo menos sete anos antes desta data oficial. Os índios Puris, que ocupavam originalmente toda região compreendida entre Queluz - São Paulo e Barra Mansa - Rio de janeiro foram habitantes das terras que formam o município. A presença do homem branco chega ao rastro dos Bandeirantes. No século XVIII suas terras serviam de passagem ou de pouso de viajantes do sul de Minas rumo aos portos Sul-fluminenses.

O Escoamento do Ouro

A necessidade do escoamento do Ouro das Minas Gerais para os portos de Angra dos Reis e Paraty forçou a descida pela serra no roteiro onde hoje existe Mauá ou pela serra do Picu, passando por onde hoje é Itatiaia.

As margens de ambos os caminhos foram se estabelecendo pequenas áreas de ocupação pelos primitivos ranchadores, destinadas ao abastecimento e pouso dos tropeiros que transportavam o ouro das Minas para o litoral.

Transição Econômica

Esse período marca uma fase de transição econômica, passando da agricultura e pecuária de subsistência, que predominou entre os primeiros rancheiros para o aparecimento das grandes fazendas de cana de açúcar e café, sendo a primeira atividade logo superada, com a desativação dos poucos engenhos que chegaram a surgir. Com o início do ciclo do café no final do século XVIII, surgiram grandes fazendas com plantações, subindo e descendo as encostas dos morros arredondados que ornam o Vale do Paraíba, em Itatiaia. É dessa época a formação das maiores fazendas da região, como a da Cachoeira, a Itatiaia, a Belos Prados, Campo Belo, da Serra, a Fazendinha e a de Irineu Evangelista de Souza, o Barão de Mauá, esta última correspondendo à atual área do Parque Nacional de Itatiaia, com suas matas preservadas graças ao seu proprietário não ter aderido à monocultura cafeeira. Foi somente no início do século XIX que surgiu o povoado de Campo Belo, atual Itatiaia, com a instalação do Distrito de Paz e Tabelionato, em 13 de maio de 1832, para inclusive o registro de terras e de Escravos.

O Transporte na Região

No início do Século XIX o transporte na região se fazia por via terrestre. Em penoso desfilar, as tropas de muares, abriram os caminhos do Oeste para o Leste. Do Sul vinham grandes levas de tropeiros gaúchos fornecedores de mulas para a lavoura cafeeira e escoamento do mesmo para Angra dos Reis. Foi do Norte que mineiros transpuseram a Mantiqueira para o vale do Paraíba e lançaram as primeiras raízes da sociedade colonial Itatiaiense. Foi na década de 1860 e no início de 1870 com a fase áurea do café, "o ouro Verde" que surgiu a exploração fluvial pelo Rio Paraíba com barcos enormes que navegavam desde Barra do Piraí, navegavam rio acima até Itatiaia (então Campo Belo) para atender os grandes comerciantes desta época.
Os trilhos da Estrada de ferro D. Pedro II chegaram a Itatiaia em 1873, substituindo aos poucos o comércio fluvial até Barra do Piraí. Com o fim da lavoura do café e em conseqüência do surgimento de leis antiescravistas, a maioria das fazendas de café de Itatiaia voltou-se para a pecuária de ponta e a leiteira, que garantiu a sobrevivência econômica, mas representou significativa mudança em relação dos áureos tempos da febre cafeeira.

Foi em Itatiaia que surgiu o primeiro exportador fluminense de manteiga e o segundo em leite que era transportado em vagões frigoríficos.

Hoje como marcos rurais existem as fazendas "Belos Prados" e da "Serra", as primeiras que se sabe exploradas como "Hotéis Fazendas", hoje bastante difundido na região.

Com a construção da Rodovia Presidente Dutra por volta de 1950, ligando o Rio de Janeiro a São Paulo e mais a hidrelétrica do Funil, a cidade iniciou um novo ciclo de atividades e desenvolvimento com a instalação de grandes empresas, e o início da atividade turística que caracteriza de forma marcante essa região.

Segundo Setor: Paraíso Turístico

Hoje, emoldurados pela paisagem do maciço do Itatiaia, com suas elevações, picos, cascatas, rios, matas e vales é um convite permanente para os turistas ocuparem os hotéis da região, seja no próprio Parque Nacional do Itatiaia. (O Parque conta com inúmeras cachoeiras, Véu da Noiva, lagos e trilhas que deixam o visitante deslumbrado. Outras belíssimas opções dentro do parque são o Museu da Fauna e da Flora e o Mirante do último adeus. O Parque Nacional é considerado entre os cinco melhores lugares do Brasil para observação de pássaros por possuir em seu território diversas espécies endêmicas (que só existe por aqui) atraindo ornitólogos de todo mundo. Nos jardins do Museu encontraremos a calçada da Fauna, onde estão registradas as pegadas dos animais típicos da mata atlântica, o que facilita ao visitante identificar as pegadas encontradas no decorrer das trilhas do parque.) seja em Penedo, antiga colônia finlandesa fundada em 1929, ou ainda nas Vilas de Maringá e Maromba, na região de Visconde de Mauá.

Penedo: A Finlândia no Brasil

Penedo é conhecido como a Finlândia do Brasil, por ter sido colonizada por finlandeses a partir de 1929.

Penedo preserva até hoje o hábito desses encontros com bailes no clube Finlândia em que os descendentes dos imigrantes e moradores, com músicas e danças típicas, encantam e interagem com os turistas. Dançar e cantar sempre foram motivos de encontros e amizades. O Clube finlandês foi criado em 1943 pelos pioneiros e seus amigos brasileiros que desejavam um lugar para suas festas e reuniões. Esses primeiros imigrantes chegaram em busca de uma vida tranqüila em harmonia com a natureza e tinham, entre outros, os ofícios de técnicos agrícolas, construtores e professores. De raízes protestantes, Luteranas, costumavam se reunir para fazer sauna, cantar e tocar instrumentos como pianos e violinos.

Preservando a cultura da colonização finlandesa, em Penedo, acontece um "baile de máscaras. Na Finlândia esta festa chama-se "VAPPU" tem um caráter carnavalesco e é realizada para comemorar o dia do trabalho. A festa além da importância para preservação da cultura de um povo ajuda a manter fortes os laços entre os descendentes dos primeiros colonos.

Penedo é um charme e tem uma excelente infra-estrutura turística para ser desfrutado o ano todo. Existem locais para agradar a todos e a partir da entrada encontram-se várias pousadas, restaurantes, lojas de artesanatos, destacando a tapeçaria e as velas, de acordo com a tradição finlandesa. A gastronomia é diversificada, elegante e acessível. São diversos restaurantes que oferecem pratos como trutas, fondues, carnes variadas e massas. O comércio tem estilo e jeito de finlandês.

Vila de Maringá

A região de Maringá foi um reduto da cultura Hippie na década de 70, por isso o artesanato continua sendo valorizado e você vê a cultura Hippie espalhados por todo canto, seja na vestimenta de alguns moradores, no nome e fachada de lojas e casas e até mesmo no clima de "PAZ E AMOR" que reina no lugar. A Vila de Maringá é considerada a vila mais charmosa da região com vários restaurantes, pousadas e lojinhas de artesanato. Por ser a Vila mais antiga conta com mais estrutura. Alem da alameda gastronômica e do centro comercial é nela que se localiza a ponte que liga Maringá de Minas Gerais e Maringá do Rio de Janeiro.

Vila de Maromba

Com paisagens típicas de regiões mais frias, Maromba apresenta temperaturas baixas, onde no inverno as noites ficam encobertas por uma densa serração. Seu aspecto geográfico, repleto de montanhas e vales, torna-se ideal para a prática de esportes de aventura, ainda mais por estar próxima ao pico das agulhas negras. Maromba é conhecida por receber um público mais jovem em busca das várias atividades esportivas e das famosas reuniões noturnas ao redor das fogueiras, para curtir um bom papo e um fabuloso licor de siriguaçu, de maracujá com lima da Pérsia ou ananás com boldo do Chile e hortelã, preparados na região e simplesmente deliciosos. A cachoeira do "Escorrega" no alto da Maromba há 2,5 Km da Vila é sem dúvida a mais famosa cachoeira da região sendo impossível não visitá-la e desfrutar de uma boa "escorregada" e de uma subida pelo Rio Preto descobrindo assim lindas piscinas naturais e muitos outros encantos. O Poção Azul situado a 1,5 Km da Vila tem características especiais oferecendo uma geografia de rara beleza com um "trampolim" natural de sete metros de altura no qual os mais aventureiros e corajosos estimulam sua adrenalina, experimentando um mergulho inesquecível.

Terceiro Setor: Paraíso Cultural

Um movimento cultural que acontece na cidade de Itatiaia é a encenação Teatral da Paixão de Cristo. Uma das maiores encenações da região. São 140 atores e figurantes, dezenas de figurinos e objetos teatrais, oito cenários e equipamentos de som e iluminação de última geração, além de câmeras e telões mostrando para o público detalhe das cenas. Com o objetivo de manter viva a chama do evangelho, integrando a comunidade de maneira participativa e perpetuando a tradição religiosa do município.

O Projeto "Arte na Praça" já se firmou no município, oferecendo lazer e entretenimento para as famílias de Itatiaia e turistas. O evento apresenta diversos shows de música, teatro e dança. Na feira de artesanato podemos encontrar trabalhos de tricôs, crochês, bordados e tapeçarias, flores e arranjos artificiais, pintura em telha, cerâmicas, louças, vidros e madeiras, objetos de palha e bambu. Na praça de alimentação encontramos inclusive produtos artesanais e para as crianças um parque de diversões.

A mais pura expressão das artes plásticas encontramos na figura da artista plástica Leonir Nadorne, a "Xuxa de Itatiaia", figura querida e muito popular. Esta sempre rindo, brincando com as pessoas, até quando a provocam, quando a chamam de maluca. Ela pouco se aborrece, prefere sair cantando, baixinho. Sua característica mais notada é sua forma de vestir. Usa maquiagem pesada desde a manhã, roupas hiper coloridas, chapéus, pulseiras, (muitas pulseiras), colares e tudo que sua imaginação inventar. Com um detalhe, tudo é feito por ela.

"Nas pinceladas descobri a forma de ser feliz, de deixar a depressão e aceitar a solidão".

Em sua casa tudo é pintado, muros, portões, mesas, cadeiras, camas, fogão, geladeira, televisão, além de muitos quadros.

"Xuxa gosta de dar cor a tudo e com o colorido ela acredita que devolve ou melhora a vida".

E graças a sua capacidade criadora, pode transformar uma existência que poderia ter sido desperdiçada, em uma vida rica e produtiva.
A Academia Itatiaiense de História (ACIDHIS), fundada em Primeiro de junho de 1992 no terceiro aniversário de emancipação de Itatiaia tendo como principal fundadora a Senhora Alda Bernardes Faria e Silva que se orgulha de haver realizado conforme os Estatutos, importante trabalho relacionado com a pesquisa, preservação, culto, produção e divulgação de sua História em complemento as suas escassas fontes de História contidas em fontes clássicas que abordam a História de Resende. Agora com a criação de nossa academia e com todo material resgatado de nossa História podemos proclamar missão cumprida por haver fornecido as atuais e futuras gerações de Itatiaienses elementos de História que lhes permitam conhecer o passado de Itatiaia, para entender o presente, para então melhor planejarem o futuro da nossa comunidade.

Carnaval em Itatiaia

A Ecofolia acontece sempre no centro de Itatiaia e ruas transversais garantindo a alegria nos cinco dias de folia. A cidade se veste de euforia, a animação é contagiante com barracas, tendas, desfiles de blocos e matinês. Tudo é festa, a segurança é completa e as belezas naturais completam a paisagem da festa.

E assim, quando 2012 chegar e a alegria tomar conta da passarela do samba da Estrada Intendente Magalhães para comemorarmos os 22 anos de emancipação da cidade de Itatiaia, teremos a concretização dos sonhos de muitos Itatiaienses.

Afinal.
O Distrito cresceu. Emancipou-se.
Muitas pessoas escolheram Itatiaia para morar.
Só uma coisa permanece inalterada.
As belezas Naturais, a animação e a alegria.
De um povo alegre e Hospitaleiro.

Humberto Habrantes
Carnavalesco