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Nakajima - Ultrapassando Fronteiras

SINOPSE ENREDO 2021

Nakajima - Ultrapassando Fronteiras


Na Roma Antiga, 23 de fevereiro era um dia de festa. Nesta data era comemorada a Terminalia, festival que celebrava o Deus Terminus, o guardião das fronteiras romanas. As famílias se reuniam com seus vizinhos em frente as pedras que demarcavam os limites de seus terrenos e ofereciam a Terminus vinho, grãos, mel e sacrificavam um porco ou um cordeiro para que ele as abençoasse. Na mesma data o povo também se reunia em frente a uma rocha no templo de Júpiter no Monte Capitolino para pedir que o Deus das Fronteiras protegesse a cidade, que a cada dia mais expandia suas fronteiras.

O tempo passou, o Império Romano caiu. Roma continuou tendo suas fronteiras protegidas, mas Terminus foi esquecido. No entanto no dia 23 de fevereiro de 1953 no oriente nasceria um ser destinado não a guardar, mas a romper fronteiras. Em Okazaki no Japão, ainda castigado pela segunda guerra, a família Nakajima dava boas vindas ao pequeno Satoru, talvez tenham até comemorado com fogos de Artifício, pois a cidade é conhecida pela produção do artefato. Desde cedo o menino mostrava propensão por romper barreiras e dirigindo um kart montado por seu pai ganhou fama nos circuitos japoneses e ainda jovem foi campeão de carros de turismo pilotando um Mazda. Logo depois viria a se tornar pentacampeão da principal categoria automobilística da terra do sol nascente, a Fórmula 2.

Com as bençãos de uma das grandes fabricantes de automóveis de sua terra, a Honda e de uma gigante da tecnologia, a Epson, Satoru Nakajima fez o grande salto, ultrapassou a fronteira do automobilismo japonês e em 1987 chegou a Fórmula 1, uma das maiores categorias de esporte a motor do mundo. Se tornaria o primeiro piloto japonês a correr uma temporada completa. Estreou pela Lotus em terras brasileiras, no autódromo de Jacarepaguá. Tinha como companheiro um brasileiro que se tornaria lenda no esporte, Ayrton Senna, ali nasceu uma amizade em que Nakajima ensinou a Senna tudo sobre o motor Honda e Senna ensinou a Nakajima todos os macetes para correr nos circuitos desafiadores da Fórmula 1.

A passagem de Satoru Nakajima durou cinco anos, três pela Lotus e dois pela Tyrrel e ficou marcada pelo show dado pelo japonês na Austrália em 1989 quando colocou sua fraca Lotus em quarto lugar em meio a um temporal que caia no circuito de Adelaide e ainda cravou a volta mais rápida. Hoje nossa escola celebra este Terminus Moderno Japonês, que expandiu limites e abriu caminho para que seus compatriotas chegassem a Fórmula 1. Sem Nakajima não teríamos visto Aguri Suzuki, Ukyo Katayama, Takuma Sato, Kamui Kobayashi e nem mesmo o filho de Satoru, Kazuki, entre tantos outros. Por isso hoje saudamos este bravo piloto que ultrapassou fronteiras.

Texto: Theo Valter Knetig