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Candeal: Reafricando a Nação Gueto Square
ENREDO 2012

Candeal: Reafricando a Nação Gueto Square

JUSTIFICATIVA

O Grêmio Recreativo Escola de Samba Virtual GAVIÕES IMPERIAIS, numa incessante busca pela justiça social, disseminação do conhecimento histórico das "nações" brasileiras, fortalecimento das raízes culturais, das manifestações populares, e, principalmente, pela alegria de fazer carnaval, apresenta para o Carnaval Virtual 2012 o seu gueto: Candeal.

A partir do tema proposto, nossa escola traz uma história pormenorizada dos resultados e resultantes do êxodo africano, forçado e doloroso, numa terra que brota magia do seu chão, da pele dos seus atuais e ancestrais. Um bairro soteropolitano que ajuda a fazer renascer o espírito de luta dos povos vindos de lá.

Antes, uma luta contra a difícil missão de reconstruir um reinado, de reerguer as muralhas da dignidade e da humanidade. Uma luta pelo livre culto, pelo livre canto. Hoje, uma luta pela liberdade social, pelo livre tambor, por uma infância decente, por uma musicalidade incessante. Um pequeno gueto que é a cara dos povos negros da Bahia, do Brasil. Toque de timbaleiro, sacudindo o mundo inteiro.

Nossa escola mostra esta contagiante história do Candeal, faz uma homenagem a todos os afrodescendentes que lutaram por humanizar, por africanizar este chão, com uma reverência especial ao mestre do Candeal dos tempos de hoje: Carlinhos Brown, senhor da musicalidade do Brasil, conhecedor de todos sons que emanam dos terreiros.

Eis o Candeal. Eis a nossa Nação Gueto Square. 

SINOPSE

Era o destino. De todos os santos, encantos, axés: Bahia. De todos os reis, rainhas, de todas as fés. De todas as nações. Ketu, Ijexá, Bantu, Jeje. A ventania e o pó da terra africana fazem marejar os olhos dos que foram retirados de seu quinhão. As lágrimas que se juntam às águas do oceano, e levam assim toda a força negra pra Salvador. São Salvador.

Triste sina. Terra desconhecida, tropical, brutalidade banal. Senhor do grilhão, escuro porão. Sangue e suor que escorrem pelas ladeiras, pedras que presenciam a história. O pelourinho que, sozinho, grita. Clamor de liberdade. Força negra, porém, perene é.

Candeal. Reviravolta. Casa de Ogum. O gueto transformado pelo espírito da redenção. Aceitar a nova "liberdade", construir humanidade. Não existem muros. Ecoa uma tal de brasilidade, uma nova realidade. Os reis erguem suas coroas, convocam a nação para reconstruir um quilombo aberto, ao som dos tambores de cada orixá. Mais que um simples bairro, uma explosão de negritude, cultura que exala no sorriso negro, no abraço negro.

Reafricando a Bahia. Fui rei, sou rei, serei rei. Candeal Pequeno é minha Grande África. Vou à Liberdade, subo a ladeira do Curuzú, a coisa mais linda de se ver: Ilê Ayê. Vou ao Pelô, recanto do pracatum do Olodum. Volto ao recanto da realeza, o Candeal, afro-carnaval, afirmação cultural. Salvador respira um novo ar, e o Candeal é o seu pulmão. Também é seu coração. Atabaques a ecoar. O rei, o mais belo dos belos. Aqui exaltam seus guias, suas forças noite e dia. Aqui é África-Bahia.

Gueto Square. Candyall. Brown Cultural. Ashansu, rock-timbau. Meninos, ergam seus instrumentos. São suas coroas. Vocês são nossos novos reis. Timbalada, pro Brasil inteiro ver. Projeto que constrói os homens fortes desta nação. Revitaliza o bairro, trás dignidade, músicalidade, som marcante. Cacique Brown, mestre Candeal. Bairro de gente pobre, sangue nobre. Casas coloridas, ladeiras cheias de vida. 

Salve Salvador.

Bahia, Axé.

Saravá, Motumbá, Kolofé!