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Cortejo aos Reis do Congo (Chatuba de Mesquita - 2021)
Cortejo aos Reis do Congo (Chatuba de Mesquita - 2021)

Quem sou eu? Eu sou a festividade do povo negro.

Surgi muitos anos atrás, no reino de Congo, no ceio de minha mãe África.

Entre paços, cores, sons e batuques me fizeram presente na pele negra em grandes cortejos.

Presenciei momentos em que os livros muito das vezes não contam, mais me mantive resistente a tudo e a todos.

Migrei para o outro lado do atlântico, aportando na América, especialmente em Recife, Ali eu vi com o passar do tempo à luta do negro por justiça, por respeito e igualdade.

Passei a viver escondido dentro de engenhos de canas de açúcar e fazendas,mais nos pés da negra eu surgia em meios a seus temperos e sabores a seus senhores.

Quando o sol caia e a lua subia aos céus eu surgia com roupas elegantes, cheios de colares a sons de palmas da mão igualando atabaques.

Um belo dia estava aos pés da Igreja de Nossa Senhora do Rosário, acompanhei meus irmãos negros em uma grande missa.

Logo depois eu surgi no meio deles, me senti tão feliz, era tão lindo ver o sorriso estampado no rosto de quem sofria tanto por ali.

Saímos cantando, dançando, pulando pelas ruas de Pernambuco. Os olhares pelas janelas não entendiam o porquê da nossa felicidade.

Afinal, somos únicos, somos a força que carrega um país, somos a garra que se ergue e levanta o grito de uma cultura em um novo país.

Após abolição dos escravos eu tive mais liberdade, em uma grande festa me juntei com outros meus irmãos festeiros vindos da África onde criamos um verdadeiro carnaval de cores e fantasias.

Ganhei outros nomes: Rural, Nação, Baque-Virado, eu sentia que estava sendo valorizados meus passos, agora eu pertencia a pessoas que me admiravam.

De repente me tornei imortalizado na Cultura Popular Brasileira, ganhei um monumento em minha homenagem. Quando me deparei estava em um grande caldeirão cultural Pernambucano com a Congada, Frevo, Samba de Roda, Afoxé, Catira, Maculelê e o Samba.

Afinal, Eu sou o Maracatu!