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Sinopse Amigos do Samba 2011
Pelas Veredas da Inspiração

Justificativa:

O enredo da Amigos do Samba, neste Carnaval 2011, cantará a Inspiração. E sendo assim, celebrem-se todos os elementos, linguagens, fatos, códigos e significações que se tornam o lampejo necessário aos Artistas para realizarem suas criações.

Que cada artista envolvido em nosso carnaval busque no infinito a aurora que vá guiá-lo. Veja reluzir o brilho da verdade, que materializará os mistérios universais, aqueles que padecem de realização. Que em suas mentes, surjam os códigos, as significações e linguagens capazes “de representar o eterno através de um efeito instantâneo”, para que possam transformar o mundo natural naquilo que é tido como a alegoria da materialização da intenção. Tudo isto, mantendo os valores estéticos da beleza e da harmonia, aptidões inerentes ao artista. E assim, portanto, que estes possam produzir seus trabalhos – passíveis de diferentes interpretações –, frutos de um processo contínuo de expansão do conhecimento, atingindo diversas culturas, fluindo como fontes de sabedoria.

Ilustrando este enredo, invocaremos, então, o mito grego das Musas da Inspiração. Estas são aquelas a quem os artistas clamavam idéias e iluminação para guiá-los na composição de suas obras. História, Eloquência, Poesia, Música, Dança, Erotismo, Teatro, Astronomia e Sacra são as artes e/ou ciências de cada Musa, as quais serão apresentadas durante o desfile, iluminando cada setor a compor a sua mais perfeita criação. Que as Musas sejam as centelhas divinas que guiarão os artistas pelas veredas da Inspiração. As anfitriãs que conduzirão o desfile, revelando cada mote, cada lampejo, elemento para a criação artística ou científica.

Sinopse:

Nove irmãs veneradas / Filhas de Zeus - Rei dos Deuses. / Inspiradoras das artes! / Nove Deusas encantadas / Alegravam os imortais. / Cantando eu canto um conto / De amor, de alegria, de dor, / Mas, eu canto! / A ordem é poetizar / Poema livre – Amor solto / Exagerar, rimar, amar / Sombras em luz transformar. / Eu canto o amor / como o perfume de uma flor./ Existe, se espalha, seduz... / No sorriso de Thalia: / A inspiração da alegria! / Calíope, de rosto formoso: / Espelha paz para todos. / Clio, filha da Memória: / Trago-vos a História / Trago-vos a estória. / É tudo Memória! / Euterpe, Érato, Urânia / Invocadas na poesia. / Terpsícore , Melpômene Polímnia / Asas da inspiração / Voam em nossa fantasia. / Nove Musas em flor / Baniram tristeza e dor / Com flauta, harpa e lira. / Do cortejo de Apolo / Ao coração dos Mortais!
Poema Cooperativo1

Que brilhe no infinito a chama que conduza a Inspiração dos gênios, escritores, compositores, sambistas e amantes. Que este brilho, que se irradia na Memória de cada artista, seja o alicerce para as criações e obras-primas realizadas e inscritas na posteridade. A lira de Apolo, regente do Coro das Musas, ao ser dedilhada, impele àquelas, que emanem energias inspiradoras, num bailar criativo, permitindo os pensamentos e idéias, frutos de dom ou de inteligência, serem avivados. Assim, que todos aqueles que buscam a inspiração, banhem-se nas imortais fontes que inundam a sapiência daqueles predestinados a realizar o belo. Concretizados, reúnam-se todas as iluminações em um Museu – templo sob a proteção das Musas, para estudo e apreciação de artes, ciências e letras.

No ar, o simples toque de um clarim emana vibrações que circundam todo o globo terrestre. Vibrações estas que alcançam todos os cantos do mundo, que ecoam pelo tempo como fonte inesgotável de inspiração, para que os louros da vitória coroem aqueles que se destacaram ao longo da História, marcando épocas. Que todos estes feitos sejam registrados em pergaminhos por toda a eternidade. Sejam vozes carregadas, com a devida Eloquência, para compartilhar dessas epopéias de sagração dos verdadeiros heróis. Que ecoem sempre em tom agradável, similar a som produzido por Orfeu, eterno inspirador dos compositores, que remete suas obras às suas amadas.

Que o poder criativo da mente atinja sua apoteose. Que a Poesia extraia do coração humano o que existe de mais belo. As palavras são a fonte segura para exalar a verdade à humanidade. Escritas, são o registro da liberdade de pensamento, da fantasia e de todo poder criativo do poeta. Cada literatura apresenta-se como o reflexo da imaginação do artista, profetizando a inspiração do poeta acerca de fatos políticos, sociais e religiosos, revelando-a como uma expressão suprema de sabedoria.

Ouçam as melodias e sons eternos que ecoam no infinito alvorecer. Deixem-se embalar por toda harmonia que é entoada e que toca a alma. A inspiração para Música surge do mais silencioso ruído, da pulsação diante do sentimento mais forte, do canto, da vida. A cada carnaval, surge inspiração para os Compositores, amantes devotos do Samba, expressem seu talento, traduzindo em obras musicais, as fantasias declinadas nos enredos. Que a inspiração musical seduza e permeie todos os sentidos, como uma sinestesia ininterrupta, encadeando os passos num bailar agradável e delicioso. Entrelaçadas, Música e Dança compõe a estrutura de um espetáculo incomparável, o Desfile de uma escola de samba, como expressão maior de arte carnavalesca.

Irradie-se a alegria e com ela, que haja uma explosão de Prazer. Através de signos de afeto, de símbolos de paixão ardente, do amor platônico, da sensualidade desinibida, inspirem-se os amantes e amados e façam aflorar a beleza do maior e mais importante sentimento em composições imortais e obras imorredouras. Que o amor nasça, renasça e se perpetue, encantando todos aqueles que o cultivam. Encantem as multidões, façam com que as platéias delirem com sensações de riso e de reflexão diante de cada encenação. A linha tênue que, ao mesmo tempo, afasta e aproxima a Tragédia e a Comédia, faz do Teatro uma das artes que mais apaixona e impressiona os artistas. Da inspiração de culturas passadas, do cotidiano presente, da fantasia romântica, criem-se as máscaras que seduzem e fascinam ou que elas caiam e revelem a verdade da luz existente em cada cena e interpretação.

Da abóbada azul-celeste, permeada de estrelas surja a inspiração que guie a Astronomia e a Astrologia. Ultrapassem os limites do globo e busquem-se nos astros toda criação que desejar. Na lua romântica, inspiradora de poetas; no sol resplandecente, fonte de energia inesgotável.

A orientação pelas constelações
inspira matemáticos a elaborarem teoremas. Cientistas realizam experimentos, fazem descobertas, persistem na missão de descobrir aquilo que não é, ainda, realidade. A mágica luz da genialidade exprimese nas invenções e criações, frutos da incansável mentalidade e inspiração humanas.

Numa bênção Divinal, perfaz-se a Inspiração maior, aquela que se transforme em um hino que seja a luz para a fluência, dentro de cada artista, do poder da criação. Meditem que a força divina haverá de cuidar do conhecimento e do sentimento, permeando todos os signos, símbolos e linguagens como um véu para confecção da criação. E, se por um instante, fraqueza houver, que não se olvide da força divinal, uma vez que nela estão a segurança e o equilíbrio necessários para continuação da jornada. Portanto, que a Inspiração continue a existir e a acometer cada artista, numa procissão infinita de criatividade, beleza e harmonia.

“Sinto-me em delírio / Acordes musicais / Invadiram o meu ser / sem querer / Me elevam ao infinito da paz / Sinto-me vazio / No ar a flutuar / Eu já nem sei quem sou / A mente se une a alma / A calma reflete o amor / Nos braços da inspiração / A vida transformei de escravo pra rei / E o samba que criei / Tão divino ficou / Agora sei quem sou”
Candeia

Desenvolvimento do Enredo:
Leandro Kfé e Manú Albuquerque

Apêndice:

Eis as Musas da Inspiração, presentes na mitologia grega, suas características e correspondentes expressões artísticas e/ou científicas. A configuração de cada Musa varia entre os autores. Apresentamos a definição que utilizamos para construção do Enredo da Amigos do Samba:

Clio – Musa da História. Seus símbolos são um rolo de pergaminho e o clarim heróico. Representada como uma jovem repousando sobre o globo terrestre, com uma trombeta em uma das mãos e um livro na outra. Ao seu lado, o Tempo, aludindo o alcance da História a todos os lugares e épocas.

Calíope – Musa da Eloquencia. Adornada com tabuleta de escrever, pergaminho e buril. Sua representação remete à uma jovem coroada de louros, grinaldas e de ar majestoso. Sentada, medita com a cabeça apoiada em umas das mãos e um livro na outra. É a mãe de Orfeu.

Érato – Musa da Poesia Lírica. Seus símbolos são a flauta e o arco. Ao seu lado, o Amor, que beija-lhe os pés. Representada por uma jovem ornada com coroa de flores, tocando instrumentos musicais que encantam os que ouvem.

Terpíscope – Musa da Dança. Simbolizada pela lira. Representada coroada de grinaldas, tocando a lira, a qual rege os coros e a cadência de seus passos. Alguns autores a consideram a mãe das sereias.

Euterpe – Musa da Música e do Verso Erótico. Simbolizada pela flauta dupla, instrumento de sua invenção. Coroada por rosas vermelhas. Representada por uma jovem, que tocava seu instrumento, cercada por pautas musicais, despertando o desejo e inspirando alegria aos seus ouvintes.

Tália – Musa da Comédia. Simbolizada pela máscara sorridente e por um cajado. Coroada por ramos de hera, com a máscara em uma das mãos. Ainda com um porta-voz, que sustentava a voz dos atores de comédia na Grécia Antiga.

Melpômene – Musa da Tragédia. Simbolizada pela máscara da tristeza e por uma espada. Representada com uma coroa de folhas de videira e usando botas (utilizadas pelos atores trágicos à época antiga). Apresenta semblante sério e sisudo, estando ricamente vestida.

Urânia – Musa da Astronomia e da Astrologia. Simbolizada pela esfera universal pousada em um tripé e instrumentos de navegação e matemática. Vestida com um vestido azul-celeste, bordado por estrelas, coroada de astros e segurando com as mãos um globo terrestre, o qual parece medir.

Polímnia – Musa Sacra e dos Hinos Sagrados. Representada por uma jovem, vestindo uma longa túnica branca, véu e descansando o ombro num pilar, muitas vezes com um dedo na boca. Semblante pensativo ou de meditação, com olhar profundo e sério.

Referências

http://www.fernandodannemann.recantodasletras.com.br/visualizar.php?idt=262943
http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/mitologia-grega/musas.php
http://www.scribd.com/doc/3011024/Mitologia-e-Tempos-Modernos-Cyd-Marcus-ptbr
http://meuamorpoesia.blogspot.com/2009_05_01_archive.html
http://jeocaz.livejournal.com/tag/mitologia
http://momento-para-pensar.blogspot.com/2010/05/o-papel-das-musas-na-literatura-de.html
http://www.teiadethea.org/?q=node/146

Links Motivadores:

Música: Luz da Inspiração, Candeia. http://letras.terra.com.br/candeia/166676/

1 O Canto das Musas: Poema Cooperativo. Poetisas: Mônica Steiner, Dora Pontes, Ana Marleni, Norma Helena, Cecília Strazieri, Lúcia Fernanda M. Soares e Neuma Jacó.