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Samba Paulistano
   
18 de março de 2019, nº 35
O QUE O CARNAVAL DE SÃO PAULO IRÁ LEVAR DO ANHEMBI EM 2019 (PARTE 2)
por Bruno Malta

Leia a primeira parte da análise aqui.

Grupo de Acesso

No Acesso, mais uma vez, o ano não foi o ideal. Com desfiles decepcionantes plasticamente, o ano poderia ter sido melhor do que foi. Ao fim dos desfiles, Barroca Zona Sul e Pérola Negra despontaram como favoritas com Nenê de Vila Matilde e Mocidade Unida da Mooca correndo por fora.

A Mocidade Unida da Mooca estreou no grupo com um bom desfile. Com um início interessante, a escola falhou nos quesitos alegoria e evolução, o que comprometia o sonho do segundo Acesso seguido. Mesmo assim, terminou sua passagem pelo sambódromo feliz e confiante para a apuração.

Segunda a desfilar e tentando voltar ao Especial, a Independente Tricolor fez um desfile bem interessante tecnicamente, mas falhou gravemente em Comissão de Frente — principal erro, Enredo e Mestre-Sala e Porta-Bandeira e por conta disso, saiu da pista, praticamente sem chances de Acesso.

Favorita no pré-Carnaval pelo resultado do ano anterior, o Barroca Zona Sul pisou firme e brilhou. Com bom desempenho na maioria dos quesitos, a verde e rosa se credenciou ao sonho de chegar à elite com um desfile técnico. Mesmo com pequenos problemas em Mestre-Sala e Porta-Bandeira e com um samba limitado, a agremiação terminou sua passagem como favorita.

Barroca confirmou o favoritismo e fez um desfile competentíssimo. (Foto:Recordar É Viver — Adriano Moraes)

Com limitações financeiras visíveis, a Nenê de Vila Matilde fez um desfile honesto na homenagem a Portela. Com um bom samba e um enredo interessante, faltou apenas uma plástica melhor para a agremiação da Zona Leste sonhar forte com o Acesso. Mesmo assim, houve uma evolução em relação aos anos anteriores.

Quinta escola a desfilar, a Leandro de Itaquera se apresentou melhor que em 2018, mas decepcionou. O bom abre-alas infelizmente foi o único ponto positivo do conjunto visual. Além disso, houve problemas em Mestre-Sala e Porta-Bandeira e Evolução. Portanto, a apresentação da escola poderia render uma colocação no fim da tabela para o Leão Guerreiro.

O Camisa Verde e Branco foi a sexta escola a desfilar e conseguiu regredir em relação ao ano anterior. Confesso que foi triste ver a escola com fantasias e alegorias tão frágeis. Ademais, o samba bem fraco foi cantado timidamente pela comunidade. Em meio a tantos problemas, o Trevo deixou a pista como candidato ao rebaixamento.

Penúltima a desfilar, o Unidos do Peruche também teve uma apresentação problemática. Com problemas financeiros gravíssimos, a Filial do Samba apresentou um visual mal acabado e de gosto duvidoso. Também aconteceram problemas em bateria e harmonia. O bom casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira foi o único ponto positivo, mas a escola corria algum risco de rebaixamento.

Cercada de boatos negativos, o Pérola Negra entrou sob desconfiança na avenida, mas bastou o abre-alas entrar na pista para vermos que os fofoqueiros da Fábrica do Samba II estavam errados. Com uma plástica bem elaborada e bem acabada, a Joia Rara brilhou nos quesitos visuais. E mesmo com uma Harmonia mediana, a escola da Vila Madalena saiu da pista como candidata ao Acesso. Outro destaque positivo vai para bateria e o ótimo casal de Mestre-sala e Porta-Bandeira.


Com o melhor visual do Acesso, o Pérola Negra surpreendeu e saiu da pista como favorita ao Acesso. (Foto:Recordar É Viver — Adriano Moraes)

Com o fim dos desfiles, o favoritismo recaía sobre os ombros de Barroca Zona Sul e Pérola Negra. Além delas, Mocidade Unida da Mooca e Nenê de Vila Matilde poderiam sonhar com o Acesso. Na parte de baixo da tabela, Leandro de Itaquera, Camisa Verde e Branco e Unidos do Peruche corriam risco de ir para o Acesso II. Na apuração, a expectativa acabou se confirmando. O título foi para o Pérola Negra e o vice-campeonato para o Barroca Zona Sul confirmando o acesso de ambas ao Especial. O rebaixamento acabou ficando para o Unidos do Peruche que em dois anos acabou indo do Grupo Especial para o Grupo de Acesso II. A classificação final teve pela ordem: Pérola Negra, Barroca Zona Sul, Nenê de Vila Matilde, Independente Tricolor, Mocidade Unida da Mooca, Camisa Verde e Branco, Leandro de Itaquera e Unidos do Peruche. No Grupo de Acesso II, também organizado pela Liga, o favoritismo da Estrela do Terceiro Milênio se confirmou e a escola voltará ao Acesso após dois anos afastada do grupo. Em sua última participação em 2017, a escola que já teve o sonho de chegar ao Especial em anos anteriores, terminou em oitavo e último lugar e acabou rebaixada.

Repercussão e apuração do Grupo Especial

A apuração

Terminados os desfiles, a expectativa era total na apuração. Ficou nítido que os desfiles de Gaviões da Fiel e Mancha Verde dominaram a crítica especializada como os dois melhores do ano. A alvinegra, aliás, venceu o troféu de melhor escola da SASP, considerado uma referência no samba paulistano e venceu também, o prêmio Estrela do Carnaval, entregue pelo site Carnavalesco. No meu gosto, o Vai-Vai corria por fora numa briga pelo título que prometia bastante. Dragões da Real, Tom Maior, Águia de Ouro, Mocidade Alegre e Acadêmicos do Tatuapé poderiam estar entre as cinco que disputariam as campeãs, com favoritismo para as duas primeiras. Além disso, a Dragões também, por seu desfile técnico, sonhava com o título, mesmo estando abaixo das três primeiras. Rosas de Ouro e Império de Casa Verde estavam mais tranquilas e tinham total cara de meio de tabela. Ao passo que Acadêmicos do Tucuruvi, Unidos de Vila Maria e, principalmente, X-9 Paulistana e Colorado do Brás brigavam contra o rebaixamento.

Fantástico tripé da Comissão de Frente dos Gaviões; Escola terminou os desfiles como a maior candidata ao título da crítica especializada. (Foto:Recordar É Viver — Adriano Moraes)

Só que, mais uma vez, a apuração foi inacreditável. Ao fim dos dois primeiros quesitos (bateria e samba-enredo), TODAS as CATORZE escolas tinham sessenta pontos — o máximo em notas válidas — sendo separadas, somente, nas notas totais. No terceiro quesito (evolução), os primeiros descontos apareceram e as notas colocaram Mocidade Alegre e Império de Casa Verde entre as rebaixadas. No quesito seguinte (Fantasia), a Tom Maior apareceu na zona de rebaixamento e a Mocidade Alegre ocupava, até então, um inacreditável último lugar.

Chegando à metade da apuração no quinto quesito (Harmonia), oito escolas dividam a liderança com 150,0, sendo separadas apenas nos critérios de desempate. Na sequência, Dragões da Real, Vai-Vai com 0,1 atrás, Império com 0,2, Colorado com 0,3 e Tom Maior e Mocidade Alegre com 0,4 atrás das oito líderes. Só que o sexto envelope (Comissão de Frente) promoveu a principal reviravolta da apuração. Além do isolamento de Tatuapé, Mancha e Rosas na liderança com 180,0 e a subida da Dragões para o quarto lugar. O quesito tirou a Mocidade Alegre da zona do rebaixamento e jogou o Vai-Vai, um dos candidatos ao título, para a última colocação. Além disso, esse momento ocasionou a subida da Império na classificação.

Após o sétimo quesito (Mestre-Sala e Porta-Bandeira), a disputa na liderança se resumia a apenas Tatuapé e Mancha com 210,0, mas com vantagem para o Tatuapé nos critérios de desempate. Seguidas de perto e, ao mesmo tempo, de longe por Dragões, Rosas e Vila Maria. Na zona do rebaixamento, seguiam Tom Maior e Vai-Vai, com Mocidade Alegre e Tucuruvi logo acima. Ao fim do oitavo quesito (Enredo), Tatuapé e Mancha ainda dividam o primeiro lugar e o Tucuruvi ainda tinha confortáveis 0,2 de vantagem para a Tom Maior na briga contra a queda. O Vai-Vai, infelizmente, estava isolado em último lugar com a perspectiva do descenso cada vez mais real. Favorita da crítica especializada, os Gaviões da Fiel apareciam num oitavo lugar pra lá de modesto (e inexplicável).

O último quesito (Alegoria) marcou a reviravolta do primeiro lugar com a Mancha virando o jogo para cima do Tatuapé na briga pelo campeonato. O Tatuapé, aliás, foi bastante penalizado no quesito e saiu da liderança diretamente para o sétimo lugar. Outra mudança ocasionada pelo quesito foi a queda do Tucuruvi que perdeu na última nota a vaga no Especial para a Tom Maior. O Vai-Vai, no entanto, perdeu mais décimos e ficou completamente isolado no último lugar, sendo a única agremiação do grupo que perdeu mais de um ponto nas notas válidas. Por fim, a classificação do Carnaval 2019 apontou o seguinte resultado: Mancha Verde, Dragões da Real, Rosas de Ouro, Unidos de Vila Maria, Império de Casa Verde — que saiu da zona do rebaixamento para o G-5, Águia de Ouro, Acadêmicos do Tatuapé — saiu da liderança para fora do G-5 em apenas UM quesito -, Mocidade Alegre, Gaviões da Fiel, X-9 Paulistana, Colorado do Brás, Tom Maior, Acadêmicos do Tucuruvi e Vai-Vai.


Título da Mancha Verde é a única coisa a se comemorar em um ano com um resultado tão inexplicável. (Foto:Recordar É Viver — Adriano Moraes)

Diante desse resultado, é chover no molhado dizer que sua classificação é inexplicável. Entre os muitos absurdos do resultado final, estão o nono lugar do fantástico desfile dos Gaviões da Fiel e o absurdo rebaixamento do Vai-Vai. Mais uma vez, como é praxe, a justiça é feita no primeiro lugar. Afinal, mesmo com os Gaviões no páreo, a Mancha fez por merecer o justíssimo campeonato. Porém, no restante da classificação, jogamos para o aleatório e seja o que Deus quiser. Só isso explica o que resultou no rebaixamento do Vai-Vai.

Repercussão

Causou choque na comunidade sambista, o rebaixamento do Vai-Vai. Por mais que houvesse problemas na administração, há consenso de que o desfile esteve longe de ser um desfile de rebaixada. Além disso, há consenso também de que existiram apresentações piores durante o ano de 2019. E esse número, pode ter certeza, não é pequeno.

A partir desse fato, passou-se a procurar culpados, motivos e indagações que levaram a este acontecimento que é, sim, histórico. O descenso da maior campeã do Carnaval de São Paulo não é corriqueiro e, pra mim, acende o alerta de vez em outras grandes escolas, maltratadas pelo júri em anos recentes como Mocidade Alegre, Gaviões da Fiel e Rosas de Ouro.

Um dos culpados mais apontados é o presidente da Saracura, Darly Silva, o Neguitão. Por mais que seja unânime apontar que a agremiação tem problemas administrativos, não me parece salutar jogar a culpa somente no mandatário. O Vai-Vai, com todos as dificuldades que enfrenta, reforço: jamais fez desfile para ser rebaixado. Isso, pra mim, exime, nesse ponto, o presidente de uma culpa DIRETA do rebaixamento.

Após o rebaixamento, se intensificaram os protestos contra o presidente Neguitão. (Foto: Autor desconhecido)

Motivos para o acontecimento não faltaram também: Desde a uma pasta conturbada passando pelo tema enraizado na cultura negra, tão afetada pelos fatos recentes do país. Em minha visão, ambos os pontos não poderiam afetar tão gravemente como aconteceu. Para começar, uma pasta de roteiro de um desfile jamais pode decidir tão fortemente um resultado de UM DESFILE de escola de samba. E, além disso, se uma escola de samba que não pode se posicionar a favor da cultura negra sem sofrer represálias por isso, podemos decretar o fim da festa como conhecemos.

Algumas indagações sobre perfis de comunidade e julgamento também foram expostas. Claro que nos últimos anos, alguns fatos cultivaram essa mudança nas comunidades. A raiz negra da folia paulistana foi ficando cada vez mais longe da briga pelos títulos, já que um perfil novo de sambista foi surgindo. As comunidades, em especial das Zonas Norte e Oeste, criaram um estilo próprio e foram dominando os resultados do Grupo Especial. O ressurgimento de Mocidade Alegre e Rosas de Ouro após períodos de jejuns de título, a ascensão de Império de Casa Verde e Dragões da Real e o fortalecimento do Águia de Ouro comprovam isso. Mesmo assim, o Vai-Vai, por sua enorme tradição e empatia com o paulistano sobrevivia e se mantinha forte, ao passo em que Camisa Verde e Branco, Nenê de Vila Matilde e Unidos do Peruche ficavam cada vez mais distantes dos dias de glória.

O que acontece em 2019 é uma mudança histórica no Carnaval de São Paulo por dois simples fatores: Quebra-se um paradigma de que escola grande e forte jamais irá cair. O Vai-Vai, a maior de todas, caiu. E, acima de tudo, mostra que a ideia da Liga é valorizar o que se tornou uma forte cultura de competição acima do samba. Em 2015, após o título da Saracura se imaginou que o julgamento passaria a prezar pelo samba e pela emoção, além, claro, dos quesitos. Só que o movimento foi justamente o contrário. A busca pelo não-erro se tornou a obsessão de quinze em cada catorze escolas do Grupo Especial.

A cada comentário negativo, uma resposta firme. A cada análise crítica na internet, um comentário pedindo respeito e falando que antes de avaliar, é preciso colar purpurina em carro alegórico. A cada nota baixa na apuração, uma briga em rede nacional. A cada posição inesperada pelo público, o manual do julgador debaixo do braço para se justificar. O que era uma avaliação de desfile de escola de samba virou uma intensa briga por quem faz a pasta mais completa ou a mais pasta mais bem reproduzida na pista. O que acontece na pista virou algo pequeno perto do que pode acontecer se a pasta não for perfeita.

Mancha e Dragões juntas no desfile das campeãs; Escolas oriundas de torcidas organizadas podem dar o exemplo para outras agremiações. O samba ainda está acima da competição. (Foto: Carnaval de São Paulo — SP)

Por tudo isso, é difícil seguir gostando e respeitando o Carnaval de São Paulo. Não falo apenas do julgamento, totalmente equivocado, que acontece em toda terça-feira. O problema está, também, nos sambistas e presidentes que deixaram tudo isso acontecer. Estes dirigentes que, em outros momentos, fomentaram rivalidades sem sentido e, consequentemente, criaram pessoas que aproveitam do momento delicado de uma tradicional co-irmã para tirar sarro, fazer piada ou musiquinha de deboche sem pensar no amanhã. Por tudo isso, chegamos, a meu ver, no fundo do poço. Nem no momento mais frágil de credibilidade da história do Carnaval de São Paulo em 2012, estivemos tão mal. Não falo de produto, afinal, temos um produto grandioso, cheio de marketing, bem vendido, cada vez maior e com credibilidade. Só que ao mesmo tempo, esse mesmo produto é artificial, robótico, sem carisma e com pouquíssimo da raiz do samba. Não é por acaso que estamos com quatro, das seis maiores escolas do Carnaval Paulistano, longe do Grupo Especial. Precisamos acordar e resgatar nossas raízes. Trazer de volta, as nossas escolas tradicionais ou viraremos mais uma competição como outra qualquer e perderemos aquilo que temos de mais importante: A cultura e a felicidade de estar ali que é o que trazemos todos os anos para a passarela do Anhembi.

Curiosidades

— Pelo 20º ano seguido, o Carnaval de São Paulo teve transmissão na íntegra pela TV Globo. A equipe de 2019, que vem sendo mantida desde 2016, foi formada por Chico Pinheiro e Monalisa Perrone na narração e Celso Viáfora, Alemão do Cavaco e Ailton Graça nos comentários.

- Pela primeira vez desde 2001, a apuração da terça-feira gorda acabou ficando restrita apenas para o estado de São Paulo deixando de ser transmitida em rede nacional como acontecia. Um fato, entretanto, é que desde 2013, a apuração deixou de ser veiculada no Rio de Janeiro, por conta da substituição dos desfiles de SP pelos desfiles da Série A (Grupo de Acesso Carioca) na Globo RJ.

- Ainda sobre transmissão: Pela primeira vez, desde 2013, o desfile das campeãs não foi exibido nem na TV e nem pela internet. Em 2014, o canal fechado VIVA exibiu. Em 2015, foi a vez do G1, portal da Globo na internet, transmitir. Já em 2016, 2017 e 2018, a TV Brasil fez a transmissão. Para 2019, a Globo não conseguiu repassar os direitos para nenhuma emissora.

- Jorge Freitas é o carnavalesco mais vencedor na Era Anhembi. Com o título de 2019, o carioca de Nova Friburgo chegou a cinco títulos deixando Sidnei França e Márcio Gonçalves para trás.

- Jorge Freitas, aliás, é o único carnavalesco campeão por quatro escolas diferentes no século. Jorge venceu por Gaviões da Fiel (2002–2003), Rosas de Ouro (2010), Império de Casa Verde (2016) e Mancha Verde (2019). Além desses, participou como carnavalescos de duas conquistas no Grupo de Acesso com os Gaviões (2005–2007) e como diretor de Carnaval do Águia de Ouro (2018).

- O título da Mancha Verde fez com que a Sexta-Feira tivesse, pela primeira vez, três títulos seguidos. Ao contrário do que acontece no Rio, há um intenso equilíbrio sobre qual dia é melhor para a escola desfilar.

- O título da Mancha Verde também encerrou um lema que ecoava na mente dos paulistanos onde se repetia a frase de que “escola de torcida organizada não ganha mais Carnaval”. A frase ficou famosa após o segundo rebaixamento dos Gaviões em 2006, onde houve muita reclamação e afirmação de perseguição da Liga a escola. Com o título da alviverde, enfim, o ditado foi encerrado.

- O oitavo lugar de 2019 repete o resultado de 2002 e se transforma no pior resultado da história da Mocidade Alegre. Com Solange Bichara como presidente, a escola jamais havia terminado abaixo do sétimo lugar.

- O quarto lugar da Unidos de Vila Maria é o melhor resultado da escola desde 2011.

- A Dragões da Real conseguiu o segundo vice-campeonato em três anos. Desde que chegou ao Grupo Especial em 2012, a escola só ficou fora do desfile das campeãs no ano da estreia (2012) e em 2016 devido a um erro de um jurado.

- O sétimo lugar do Acadêmicos do Tatuapé é o pior resultado de uma campeã vigente desde o oitavo lugar do Rosas de Ouro em 2011.

- O rebaixamento do Acadêmicos do Tucuruvi encerra uma sequência de vinte e dois desfiles da escola no Grupo Especial. A última vez que a escola desfilou no Grupo de Acesso foi em 1997.

- O Tucuruvi, aliás, detinha a quarta maior sequência de desfiles na Elite até o rebaixamento desse ano. O top-3 era formado por Mocidade Alegre, Rosas de Ouro e Vai-Vai até então. Com o rebaixamento da escola e da Saracura, a Império de Casa Verde com dezoito desfiles é a terceira escola há mais tempo seguido no grupo.

- O rebaixamento do Vai-Vai é a pior posição da história da escola. Além de marcar o fim da sequência de desfiles da escola na elite que vinha desde 1973. Após virar escola de samba, é a primeira vez que o Vai-Vai não desfilará na elite.

- Além do fato exposto acima, o rebaixamento do Vai-Vai também deixa em apenas quatro escolas, o número de nunca rebaixadas em São Paulo. Apenas Mocidade Alegre, Rosas de Ouro, Império de Casa Verde e Dragões da Real jamais foram rebaixadas. As duas últimas, entretanto, estrearam na elite nos anos 2000.

- O sexto lugar do Águia de Ouro é o melhor resultado de uma escola que veio do Acesso desde o terceiro lugar do Camisa Verde e Branco em 1998. Com esse resultado, a escola superou a Dragões da Real e a Nenê de Vila Matilde (8ºlugar) nos anos de 2012 e 2013, respectivamente.

- O Colorado do Brás se manteve no Grupo Especial pelo segundo ano seguido, repetindo um feito que não acontecia há vinte e seis anos na última passagem da escola na elite que duraram dois carnavais.

- Sidnei França, tetracampeão pela Mocidade Alegre, teve em 2019, a pior posição de um desfile seu. Os Gaviões da Fiel ficaram em nono lugar, batendo o recorde negativo da sétima posição conquistada em 2011 (Mocidade Alegre), 2017 (Unidos de Vila Maria) e 2018 (Gaviões da Fiel) em seus desfiles. Sidnei, aliás, já anunciou sua saída da escola alvinegra.

- Pela primeira vez em 32 anos, o trio Mocidade Alegre, Vai-Vai e Rosas de Ouro ficou quatro anos seguidos sem vencer o carnaval. A primeira e, até então, única vez que isso tinha acontecido foi entre os anos de 1974 e 1977. Na ocasião, o Camisa Verde e Branco foi tetracampeão do carnaval.

- Com o Acesso em 2019, o Barroca Zona Sul quebra um jejum de quinze anos sem participar da elite. Da última passagem pra cá, a escola chegou a perambular na UESP, inclusive no atual Grupo Especial de Bairros, realizado fora do Anhembi. Acabou ressurgindo a partir dali e volta ao Especial em 2020.

- O Pérola Negra, com a vitória de 2019, é a escola que mais acumula Acessos na década — este é o terceiro — ultrapassando Mancha, Nenê e Peruche que tinham dois.

- O quinto lugar no Grupo de Acesso I é o melhor resultado da história da Mocidade Unida da Mooca.

- O rebaixamento do Unidos do Peruche é o pior resultado da história da escola que jamais havia ficado afastada dos dois primeiros grupos do Carnaval Paulistano.


Leia a primeira parte da análise aqui