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Coluna do Ostelino

PONTO FINAL: CARNAVAL 2010

24 de fevereiro de 2010, nº 15, ano VI

Foi o ano da comissão de frente emperrando a evolução de escola, da Beija-Flor contando enredo errado e da Portela não contando nada. A vez dos mangueirenses se emocionarem com o mar verde e rosa e sofrerem com o abre-alas que empacou na Praça da Apoteose, por causa de um início de incêndio, parando o desfile.

Mais um carnaval passou pela avenida, não de sambas imortais – mas com qualidade como o da Vila Isabel e da Imperatriz. O da Grande Rio cresceu na avenida, mas não conseguiu esconder a letra ruim que tinha.

Salgueiro mostrou novamente que não é bom de bicampeonato, mas que também não perde em qualidade. Deixou subentendido que boas alegorias não tem necessariamente relação com gigantismo.

A Tijuca foi campeã, finalmente, tendo sucesso na volta de Paulo Barros – aliás os dois. Não há segredo, o homem das coreografias aprendeu muito nos últimos anos, especialmente fora do Borel. Reatada a relação, os bons frutos foram colhidos e por uma série de fatores (um contexto que merece detalhamento a parte), enfim a escola chegou na frente. Depois de um jejum de mais de setenta anos, o gosto é mesmo muito saboroso e não tem nada haver com mágica. Barros dá certo mesmo é vestindo azul e amarelo e depois de mudanças, tanto para o carnavalesco quanto para a agremiação, o resultado favorece a festa. Um título desejado e inesperado beneficia muito o próprio carnaval. Tornar possível a vitória de qualquer uma das doze agremiações do Grupo Especial é algo muito importante e dá mais tempero à festa, além é claro de maior credibilidade para o trabalho dos julgadores.

2010 revelou que as escolas atingiram um bom nível é verdade, mas que a estabilidade ainda não é algo possível (e bom que não seja) no carnaval. A festa momesca vem lentamente mudando seu cenário e o bom trabalho dos julgadores deve ser considerado. O mesmo não vale para o Grupo de Acesso, onde não permanecem somente os olhares desconfiados, mas a espera de uma intervenção rígida do poder público em cima da Lesga. O samba do crioulo doido tem tocado por lá e muitos (com razão) se negam a dança-lo. A transparência e a credibilidade devem prevalecer no processo, uma vez que o senso de justiça é algo mais amplo e complexo de ser atingido.

Os jornais publicaram as melhores imagens e o impacto ganhou espaço nas manchetes, Na quarta de cinzas, não houve truques mirabolantes, a profecia divulgada pela imprensa se realizava. Mas quem ganhou mesmo o carnaval foi a União da Ilha, que deu um sacode geral na Sapucaí: “Voltou a Ilha, delira o povo de alegria...” Alegria, alegria... fantasia vestida e luta vencida, o sonho se tornou em conquista impossível. A União voltou pra ficar!

Alessandro Ostelino
ostelino@hotmail.com