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Editorial Sambario

Edição nº 35 - 20/7/2010

10 obras-primas não reconhecidas- Quando são feitas listas a respeito dos melhores sambas-enredo de todos os tempos, evidente que obras-primas como "Aquarela Brasileira", "Heróis da Liberdade", "Os Sertões", "Kizomba" e "Liberdade, Liberdade..." são sempre citadas. Mas queria fazer menção a alguns sambas-enredo de extrema beleza, verdadeiros clássicos, mas que não obtiveram o reconhecimento que mereceriam e que só não caíram por completo no esquecimento muito em virtude da internet resgatar esses clássicos, em ampla maioria restrito aos velhos bolachões e que nunca receberam uma regravação ou qualquer outra releitura. Para se fazer justiça, apresento uma lista de 10 obras-primas não reconhecidas, em ordem cronológica. Notem que a maioria dos sambas desfilaram nos grupos de acesso. Estejam à vontade para sugerir, através do sambariobr@yahoo.com.br, outros grandes sambas-enredo caídos no esquecimento, para que recebam as merecidas considerações no próximo editorial.

Exaltação a Candido Portinari (Império da Tijuca - 1968) - "Verdes campos da minha terra florescem para inspirar". O hino da agremiação do Morro da Formiga sequer consta no LP "Festival de Samba" (Musicnews), que trouxe sete dos 10 sambas cantados pelas escolas do Grupo Especial de 1968. O registro desse grande samba de Ailton Furtado e Mario Pereira, o Marinho da Muda, se deve ao Museu de Imagem e Som que, em seu precioso álbum "As Dez Grandes Escolas cantam para a Posteridade seus Sambas-Enredo para 1968", traz este lindo samba que recebe uma primorosa interpretação de Marinho da Muda, quiçá a melhor atuação de um cantor na história dos discos de samba-enredo. Na grandiosa safra de 1968, o samba da Império da Tijuca é um dos melhores, e em nada fica devendo a grandes clássicos daquele carnaval, como "Sublime Pergaminho", "Dona Beija", "Samba, Festa de um Povo" e "Quatro Séculos de Modas e Costumes". Ouça o samba clicando aqui

Treze Naus (Portela - 1969) - "Com imenso orgulho exaltamos o nome desse nobre navegante". Numa emocionante atuação de Silvinho do Pandeiro e principalmente das pastoras no LP "Festival do Samba", a Portela apresentou em 1969 um samba bem dolente, com o "laialaiá" característico da época impondo uma força descomunal, fazendo de seu canto um verdadeiro clamor. A obra obedece o estilo da ocasião, um "lençol" para cobrir o enredo sobre a saga de Pedro Álvares Cabral de forma didática. A garra da interpretação das pastoras na segunda passada é singular, um momento único na história fonográfica do carnaval. Particularmente, considero um dos melhores sambas portelenses, porém tornou-se esquecido. Injustamente! Ouça o samba clicando aqui

Segredos e Encantos da Bahia (Império da Tijuca - 1970) - "Capoeira, bamba no pé, se for à Bahia me traga uma figa de guiné". Dentre trocentos enredos sobre a Bahia já realizados, difícil haver um samba mais irresistível do que este. Mais uma vez cantado (e composto) por Marinho da Muda, este samba-enredo embalou o título do Segundo Grupo conquistado pelo Império da Tijuca em 1970. Possui características melódicas da época, com trechos líricos e dolentes, porém aliados a refrões leves, de balanço, que começavam a se tornar notáveis desde o samba salgueirense do ano anterior, também sobre a Bahia. Mais uma obra-prima de uma das melhores alas de compositores do carnaval carioca: a do Império da Tijuca. Uma delícia de ouvir! Uma delícia de cantar! Ouça o samba clicando aqui

Essa Nega Fulô (Tupy de Brás de Pina - 1974) - "No século passado, no bangue do meu avô, surgiu uma escrava que se chamava Fulô". A extinta escola é responsável por "Seca no Nordeste" (1961), para muitos o melhor samba-enredo da história do carnaval. Mas não é só essa a única obra-prima da saudosa Tupy. Em 1974, a escola conquistou um Estandarte de Ouro de melhor samba do Acesso com uma notável obra, bastante poética, sobre a escrava que, após ser açoitada pelo feitor, acaba despertando sua paixão. A melodia composta por Ariel e Pedro Paulo é impecável! Enfim, um samba formidável, um dos melhores da história dos grupos de acesso. Ouça o samba clicando aqui

Cor, Ação e Samba... (União de Jacarepaguá - 1978) - "Vem, é o início de um novo dia, a passarada anuncia com seu canto matinal". Nos anos 70, a dupla Norival Reis (Vavá da Portela) e Vicente Mattos (um dos autores de "A Lenda das Sereias") foi responsável por um conjunto de grandes sambas para a União, como os lindíssimos "Acalanto para Uiara" (1976) e "Banzo" (1977). Mas o samba-enredo que entra na lista é o encantador "Cor, Ação e Samba..." de 1978, que apresenta um dos melhores conjuntos melódicos do gênero. Um samba que te toca do início ao fim, e que se fortalece a cada passada. É o maior exemplo daquele grupo de sambas que, quanto mais você ouve, mais você tem vontade de escutar novamente. Simplesmente lindo! Ouça o samba clicando aqui

Os Dourados Anos de Carlos Machado (Vila Isabel - 1979) - "Oba oba, com o feitiço da Vila eu cheguei". Em 1979, a Vila Isabel venceu o Segundo Grupo com um samba tão espetacular que, a meu ver, se equivale aos clássicos de Martinho da Vila para a escola. De autoria de Jonas, Rodolpho, Tião Grande e Luiz Carlos da Vila, a cadência deste samba impressiona, impulsionada por uma melodia muito bem variada e trabalhada, que em muitos momentos lembra sambas-exaltação e de quadra. Grande momento da Ala de Compositores da Vila! Ouça o samba clicando aqui

Cataratas do Iguaçu (Império da Tijuca - 1981) - "Tarobá, Tarobá, um lamento pela mata a ecoar". Mais uma vez o Império da Tijuca aparece na lista. Num conjunto melódico extraordinário aliado à riqueza poética de autoria de Azeitona, a escola contou com precisão a lenda indígena que teria originado as cataratas de Foz de Iguaçu. A segunda parte, que descreve o momento do sumiço do índio Tarobá, após clamar aos deuses que a índia Naipi recuperasse a visão, proporcionando o tremor da terra que formaria as cataratas, é de arrepiar! Atuação ímpar de Almir Saint-Clair na interpretação do samba. Ouça o samba clicando aqui

Paulo da Portela, a Majestade do Samba (Jacarezinho - 1981) - "Mestre das escolas de samba pelas quais se entregou sem cessar". 1981 foi um ano próspero em termos de registros fonográficos de samba-enredo. Tanto que todos os quatro grupos do carnaval carioca tiveram LPs produzidos pela Top Tape. A então rosa e branco (hoje também verde-bebê) desfilou em 1981 no obscuro quarto grupo, e obteve um vice-campeonato que proporcionou um acesso. Se não fosse esse expediente da gravadora, provavelmente ficaria perdida esta grandiosa homenagem do Jacarezinho a Paulo da Portela, numa ode à altura do que representou o fundador da azul e branco de Madureira na história do carnaval, composta por Dicaia, JB e Didi. Para mim, o melhor samba-enredo da história da agremiação, que possui obras compostas por mestres como Monarco, por exemplo. Ouça o samba clicando aqui

Calanga, o Chico Rei (Unidos de Nilópolis - 1982) - "Foi no Congo, na África em que tudo começou". A vizinha da Beija-Flor foi apenas a oitava colocada no terceiro grupo em 1982. Porém, o samba-enredo (de autoria desconhecida) é magistral. Bastante descritivo, com poesia simples, o samba possui uma força impressionante, numa melodia dolente e fantástica. Uma interessante aula de história! Ouça o samba clicando aqui

G.R.E.S. Saudade (Unidos da Ponte - 1987) - "No gingado da baiana, dança o sol e dança a lua". A agremiação de São João de Meriti possui um dos melhores conjuntos de samba-enredo dos anos 80, senão o melhor. Muitos destacam clássicos como "O Casamento da Dona Baratinha" (1982) e "E Eles Verão a Deus" (1983), mas para mim, o melhor samba da história da Ponte é esse de 1987, de autoria de Silvio da Ponte e Zoinho da Ponte. Um samba avassalador, que justifica com sobras a emoção proporcionada por uma escola de samba. Simples e eficiente, com melodia de arrancar lágrimas! Ouça o samba clicando aqui

Cadê o compositor mangueirense? - Mais uma vez a Estação Primeira repete a bobagem do ano passado, quando ocultou os nomes dos integrantes das parcerias dos sambas-enredo concorrentes. A intenção original do presidente Ivo Meirelles era transparecer uma imparcialidade na disputa, com a alegação que "nome não venceria, e sim a qualidade do samba". Não foi o que se viu, já que as obras finalistas para o carnaval 2010 acabaram sendo, coincidência ou não, de compositores consagrados. Como o expediente se repete para 2011, mais uma vez basta ouvir qual intérprete defende determinado samba para já se obter pistas sobre os autores. Os cantores mais renomados são, naturalmente, os favoritos da disputa. Como se vê, uma medida desnecessária!

Dada a largada para o carnaval 2011 - Findada a Copa do Mundo, nossos focos se voltam para as disputas de samba-enredo, um dos momentos mais aguardados pelos bambas. Mais uma vez as quadras serão tomadas por alegrias, tristezas, emoções, injustiças, algumas obras-primas, numerosos bois... Por mais que o sistema de disputa de hoje em dia promova inúmeras contestações, ainda assim a adrenalina e, acima de tudo, o samba no pé centralizarão as atenções entre os foliões, que até outubro viverão a expectativa de saber qual samba representará determinada escola em março (convém lembrar que o carnaval não será em fevereiro no ano que vem). E pelo terceiro ano seguido, o SAMBARIO repete o expediente de disponibilizar os sambas para download em um único clique, na seção Sambas 2011. Pra começar, conheça alguns concorrentes de Mangueira e Cubango. Você, compositor, pode enviar seu samba para o site. Basta enviar letra (no formato doc ou txt) e áudio (em mp3 ou wma) para sambariobr@yahoo.com.br que ele estará disponível no site dos sambas-enredo.

E nas arquibancadas virtuais... - Após o desfile do Grupo Especial da Virtuafolia realizado no último fim-de-semana, chegou a vez da LIESV. A Liga Independente das Escolas de Samba Virtuais abrirá a Passarela Virtual João Jorge Trinta para o show das agremiações do Grupo de Acesso a partir deste sábado (24/7), às 20h (horário de Brasília), no www.liesv.com.br. Desfilarão na ordem Colibris, Raízes, Pavão de Osasco, Camarões dos Pampas, Gaviões Imperiais, Bambas Sambario e Tigres de Niterói. A transmissão será feita pela Rádio Sambario (que pode ser ouvida na home do site ou através da URL http://radio2.logicahost.com.br:8476/). No próximo final-de-semana será a vez do Grupo Especial, que terá suas escolas virtuais desfilando nas noites de sexta e sábado (30 e 31/7), a partir das 21h. Na primeira noite, desfilam Estrela do Amanhã, Sereno de Cachoeiro, Imperatriz Paulista, Bandeirante da Folia, Império do Progresso, Acadêmicos do Setor 1, Rainha Negra e Falcões da Serra. A segunda noite terá Bloco LIESV, Imperiais do Samba, Amigos do Samba, Ponte Aérea, Camisa 10, Princesa da Zona Norte, União do Samba Brasileiro e Altaneiros do Samba. Confira mais informações sobre os desfiles e baixe os CD's com os sambas-enredo no site oficial da liga, no Espaço LIESV ou na nossa seção Downloads.

Avaliação dos sambas LIESV 2010 - Anualmente, eu mesmo costumava avaliar os sambas-enredo virtuais no SAMBARIO. Porém, como fui vitorioso em algumas escolas, ficaria um tanto estranho eu comentar sambas de minha autoria. Por isso, encarreguei o estudante Samuel Santos Slipacka, um simpatizante do carnaval virtual e também compositor, de realizar os comentários e as notas para todas as obras. Confira suas posições:


Baixe o CD do Especial clicando aqui

CD do Grupo Especial: CD irregular. As faixas boas estão juntas e as faixas ruins estão juntas também, ou seja, têm momentos altos, outros baixos. Gravado no estúdio do competente produtor Leonardo Bessa no Rio de Janeiro, com bases de bateria das escolas do Acesso/Grupo B do RJ, além de alguns áudios gravados em estúdios de São Paulo, fora uma faixa amadora da União do Samba Brasileiro. A LIESV foi feita para ser desfrutada, isto é, vale muito conhecer o projeto, baixe os CDs para começar a entender o que é a LIESV. Três sambas são os principais destaques do álbum: Sereno, Imperiais do Samba, Princesa da Zona Norte. O mais legal de ouvir os sambas é os diferentes estilos apresentados como de épocas diferentes reunidos em um só álbum de samba-enredo. A grande decepção foi fechar com Altaneiros do Samba (não serve para fechar um CD). 2011, tem que ter “a energia do Samuel”, pois o único samba com a minha assinatura está como bônus do CD do Acesso (Barra Funda). Vamos para as faixas que é o mais importante. Obs: Não sou jornalista, portanto não tente me corrigir o meu bom português. Entendam que eu tenho umas ironias no meio da avaliação, assim, tornando mais leve os comentários. Nota: 9,4 (Samuel Santos).

1. Estrela do Amanhã: Ondas, azul e mar num samba só. Inicialmente, é uma boa abertura do CD. Abertura digna de LIESV com o bom Igor Vianna cantando um samba gostoso de ouvir. O atual presidente Thiago Meiners pediu para o Igor dar um alô pro Morro Bumba com o objetivo de animar a obra. A parte estrutural apresenta sacadas interessantes, como “Rosas ao vento são mais um alento pra tanta bravura”, mas os versos acabam dando a possibilidade interessante de reflexão: Afinal, qual é o enredo? A resposta poderia encaixar a história de “Os Lusíadas” e jamais pensaríamos na hipótese de tratar-se de uma releitura de “Os Argonautas” da mitologia Grega só que os argonautas “carnavalizados” (não tente entender o enredo que é uma viagem!). O destaque fica por conta dos dois refrãos viciantes. Samba pouco ousado, mais reto. De qualquer maneira, parabéns a Estrela por abrir o CD com honra. Nota: 9,3 (Samuel Santos).

2. Sereno do Cachoeiro: A Sereno do Cachoeiro vai contar a história e os mitos de Teotihuacan, cidade sagrada de civilizações pré-colombianas que viviam no México até chegar no ponto sobre a Nossa Senhora de Guadalupe, a santa da América Latina. O samba é uma verdadeira obra-prima, pois reluz em melodia com a alternação de notas agudas e graves. O refrão “Tambor a rufar, feitiço no ar/Rege a esperança e faz todo o povo dançar/É noite/A lua clara em poesia lá no céu/Em louvação, pela fartura que clareia/Traga, oh Deusa, iluminação” é longo, contudo gostoso, além de cheio de variações. O presidente da escola, o polivalente Milton Santos, escolheu um samba que permite a melodia traçar uma poesia em cima do enredo. O intérprete Tico do Gato estréia com o pé direto com essa gravação, embora para muitos liesvianos Tiãozinho Cruz seria o ideal para o samba-enredo. Vale à pena guardar essa obra-prima como uma das relíquias liesvianas. Nota: 10 (Samuel Santos).

3. Imperatriz Paulista: “Roliúde”, obra de Homero Fonseca, que fala sobre o cinema, fez um samba muito genérico, mas bonito. Apesar dos dois refrãos terem defeitos, um tem a famosa rima Coração/Emoção e o outro tem conotação erótica (não prefiro colocá-lo, pois quem leu a letra na seção de sambas 2010 da LIESV em Imperatriz Paulista vai entender). A quebra em “Preparado para ouvir” para o verso que inicia um dos refrãos mostra a genialidade única de quem pensou nisso. O fanatismo assumido do amor pela escola aparece em alguns versos. Anderson Paz resolveu caprichar no gogó em 2010, o que não fez em 2009. O início lembra as raízes da agremiação com um trecho de 2004, na estréia da escola na LIESV. De resto, faz já na segunda audição, cantar junto com o Anderson Paz. Nota: 9,8 (Samuel Santos).

4. Bandeirante da Folia: Fora o péssimo verso “No arrastão da alegria eu vou” que pede para arrastar alegria (não entendi isso no refrão), o samba é irregular na qualidade dos versos: A repetição excessiva de verbos no pretérito perfeito dificulta a localização temporal dos fatos históricos e culturais em relação à ordem cronológica, ou seja, não sei se primeiro os portugueses aportaram onde hoje fica Porto Seguro ou a queda da Bastilha na França pela Revolução. A Bandeirantes ousou em trazer um enredo sobre o galo com seus diversos significados ora reais, ora simbológicos a ave. O desafio de unir muita informação em uma faixa de CD cumpriu-se, mas ainda tem o desfile. Boa sorte a agremiação, pois vai precisar para transformar muita informação em material visual. Nota: 9,4 (Samuel Santos).

5. Império do Progresso: Na Imperatriz Paulista, a rima emoção/coração não caracteriza a agremiação, todavia a Império do Progresso personaliza com a tal rima. Samba todo gingado com cara daqueles dos anos 90. Sacadas sensacionais, principalmente, a partir do refrão do meio até o final terminando num grand finale com a paradinha da bateria, sensacional. Uma verdadeira exaltação ao Maranhão, que dá vontade de conhecer (sou de Porto Alegre). Progresso surpreendeu com um bom samba. Nota: 9,8 (Samuel Santos).

6. Acadêmicos do Setor 1: A Acadêmicos do Setor 1 é a USB 2008. Acompanhe a trajetória: consideram o samba da USB 2008 pela versão concorrente de um dos sambas fundidos, uma verdadeira obra-prima, o mesmo com o samba da Setor 1 para 2010. Na hora de escutar no CD os dois sambas ficaram, totalmente, diferentes dos originais. Voltando apenas para a Setor 1, os compositores não gostaram do resultado do CD. O pior que eles têm toda a razão para isso, mas penso que a segunda parte ficou até melhor comparada com a original. Por causa da turma do Lequinho da Beija-Flor de Nilópolis, mudou a acentuação das notas para dar cara ao estilo pesado da escola nipolitana. Isso causou uma queda de qualidade na primeira parte, porém melhorou a segunda com o efeito de alongar os versos. Acadêmicos do Setor 1 já tinha versos longos, agora, alongou as notas, fazendo o ouvinte se cansar na segunda parte. O meu conselho é ouvir as duas versões em seguida para poder formar a sua opinião sobre qual versão é melhor. Nota: 9,4 (Samuel Santos).

7. Rainha Negra: Bessa foi melhor na Aliança Suburbana na CAESV, vulgo Grupo Avaliação, do que na Rainha Negra. O Raposa é que arrasou gravando a demo, onde se encontra no CD dos Clássicos 2 da LIESV. O grande ponto positivo é as poucas mudanças do áudio demonstrativo para o áudio do CD. A melodia continua, praticamente, a mesma, que fica mais fácil cantar o samba da Rainha Negra. Mais uma grande obra do Raposa, uma das “figuras” conhecidas da LIESV. A segunda parte tem sacadas muito boas para o enredo “A História da Beleza”. A primeira pareceu-me mais funcional, apesar de ainda ter uma letra boa. Eu adoro cantar esse samba. O refrão muito enigmático do meio apresenta uma pergunta que deixo para refletir a resposta: “Quem pintou de azul o céu?”. Nota: 9,8 (Samuel Santos).

8. Falcões da Serra: Sabe quando o CD é muito bom? Tem faixas muito boas? E no mesmo CD tem aquela faixa que foge em algum ponto das demais? Às vezes, abaixo da qualidade ou trash? Pois o samba da Falcões da Serra é a faixa que foge do resto do CD. Isso acontece, por causa do enredo. Fica difícil pros compositores liesvianos fazerem uma boa composição com um enredo sobre a morte! Bom humor foi à solução. Além disso, a agremiação está em crise por motivos diversos, que não vou entrar em detalhes. Lado positivo para a atuação do Raposa, dando uma animada durante a faixa. O melhor vai ser o Ao Vivo com o humorado João Marcos que escreve no Sambario. Para “matar” a saudade de sua voz cantando, porque não participou como intérprete no CD.  Vai deixar a sua marca com o seu caco “ESCRACHA!”. Só imagino se esse desfile dê em título para Falcões, vai ser um dos maiores micos na história da Liga. Nota: 9,0 (Samuel Santos).

9. Cara Feia: A “melhor” faixa do CD! Um “espetáculo” de faixa! Não vai ganhar nota, é hors concurs do CD.

10. Imperiais do Samba:Ouça essa voz que te chama, encanta/E faz tudo valer a pena”. Sem comentários para esse samba. A interpretação do Thiago do Xangô é a redenção de todo o sambista. A Imperiais volta com uma grande obra depois de 5 anos. O enredo sobre a loucura ganha outra visão pela escola: A letra mistura a razão (real) com aspectos abstratos (surreal), produzindo uma emoção a quem ouve a faixa. Sem seguir o padrão de dois refrãos, pois são três refrãos, faz “mergulhar na alma” do ouvinte. Traduzir cada significado, cada palavra, cada detalhe, eu deixo para quem gosta disso. Ao contrário de PZN 2009, Thiago de Xangô surpreende com uma voz regada ao tom agudo. Quando parece ser mais um samba reto, o samba mostra as suas variações poderosas, como “Ôoo Senhor! Iluminado seja um filho teu!”. A segunda parte fala na inclusão social dos loucos nas artes, além da tese do Arthur Bispo do Rosário. Para eu chorar de emoção, apenas três agremiações virtuais conseguiram esse feito, uma delas, foi a Imperiais. “Imperiais, o teu povo te ama”. Nota: 10 (Samuel Santos).

11. Amigos do Samba: Pingo, leia esse conselho: Menos “Créu!” e mais disposição para alcançar as notas do samba (estava gripado???). Do CD, este só perde em falta de variação de melodia para o samba da Estrela do Amanhã. Por outro lado, o pessoal do carnaval real deveria aprender como fazer uma fusão bem sucedida, porque a letra não teve nenhuma confusão de sentido ou problemas em encaixe de um samba concorrente com outra. A irreverência prevaleceu num enredo sobre as mentiras na história da humanidade até chegar ao carnaval. Os refrãos são viciantes. A superparadinha da bateria no trecho “A escola já desistiu” tirou uma “onda”!  Amigos do Samba pode surpreender, já que a parte visual fica fácil com uma temática desta. Nota: 9,3 (Samuel Santos).

12. Ponte Aérea: Se não brigarem comigo, vai ser um milagre divino. O samba concorrente é todo gingado, principalmente, a segunda parte. Acontece que as indefinições de notas do samba foram atiradas em algum lugar, além disso, colocaram uma definição em cada verso. O Marco Maciel, autor da obra, chegou a comentar comigo pelo MSN sobre as fortes críticas em relação à faixa. As notas agudas desapareceram, infelizmente. Assim, a cara de um samba mais antigo mudou para aqueles sambas técnicos que ficam no “feijão com arroz” e não encantam muita gente. É uma Altaneiros melhorada em termos de letra. A “malandragem” caiu bem até na gravação (RISOS) com as mudanças feitas. Já os refrãos ficaram bons, só elogios. A primeira parte só teve a sorte de não ficar estragada como a segunda em função das notas graves mais fortes que as agudas. Vou ser Mãe Dinah: esse samba por caracterizar o “João certinho”, eu penso que vai receber 10 na apuração. O Antônio Carlos caprichou na Bambas Sambario, mas na Ponte Aérea ficou devendo uma melhor performance. Nota: 9,5 (Samuel Santos).

13. Camisa 10: Para quem gosta de Exatas, o samba da Camisa 10 é um hino as Ciências e aos inventos na humanidade. Uma pena que seja meio reto em alguns momentos. O Royce colocou o seu estilo na gravação, muito bom. Os tons de agudos prevalecem na obra. As notas graves foram mandadas para o Espaço Sideral (não tem lugar melhor para mandar, já que o enredo toca no ponto do Big-Bang como um grande marco da humanidade), ou seja, é uma Ponte Aérea pelo caminho contrário. O samba era funcional, continuou na mesma. Os refrãos não empolgam, entretanto conseguem causar um efeito interessante. Não é uma maravilha, porém pode ser bom dentro de uma safra mais eclética se tratando de sambas de gostos diferentes, de épocas diferentes, além de pensamentos diferentes de como passar a mensagem do que foi proposto. Nota: 9,3 (Samuel Santos).

14. Princesa da Zona Norte (PZN):Vou te dar o meu coração, eu vou/Chama o rei pra sambar”. Para tudo. Para o que está fazendo para ouvir essa pérola da PZN. A composição de João Marcos e William Tadeu é fora de série, tanto que dependendo muito da pessoa, pois ela pode gostar ou odiar. A segunda parte é de fazer chorar. A brincadeira de subir o tom e baixar o tom faz arrepiar a quem ouve, um samba “Medrado toda vida”.  Agora começa a tese do Samuel: o que um samba tem haver com a minha vida pessoal e com a atual sociedade? Eu tenho uma história de uma paixão que mexeu muito com a minha base de mundo, isto é, eu sou o “plebeu” que só pensa na possibilidade de acontecer um amor verdadeiro, apesar de eu ser uma pessoa de valores bem definidos. Já a “princesa” vive num outro mundo, um mundo em que o estético exterior determina uma sociedade. Essa sociedade caracterizada pela hipocrisia, onde o dinheiro vale mais em relação aos sentimentos. Embora, hoje, tabus foram quebrados como as diferenças étnicas. No entanto, os historiadores, além de especialistas, acreditam numa teoria regulamentada pelo oposto. As características da Idade Média são opostas das características da Idade Moderna, por exemplo. Com a crise do capitalismo financeiro e outros fatos que não vou aprofundar mais, tudo indica numa mudança de pensamento do homem, ou seja, um mundo sem hipocrisias. O samba indica a ideia dos sonhos se tornarem realidade. Os versos “A felicidade seria a lei/Sem lugar para hipocrisia/Um beijo é pra ser de verdade” demonstram o sonho de um mundo sem hipocrisias pelo “plebeu”. A primeira parte registra os sonhos, já a segunda parte registra os desejos. É bom ressaltar a forte visão do “plebeu” na obra, pois o refrão “Ela, que tudo poderia ter...” está colocando numa possibilidade ambígua da riqueza despojada em luxo pela “princesa”. Mais ambigüidade aparece na segunda parte, quando começa no primeiro “Vem, princesa” até ao final da estrofe. Porque pode ser a “princesa” do enredo, entretanto pode ser a escola virtual da Zona Norte da cidade São Paulo. Por último agradeço a bela interpretação de Douglinhas, não deixando em vão as variações de agudos e graves. Um final feliz na história feita pela PZN do “plebeu” com a “princesa”.  Medrado deveria ouvir isso. Tenho a certeza que aplaudiria muito a obra. Enfim, guarde essa maravilha na sua coleção de melhores sambas já feitos. Nota: 10 (se pudesse, poderia ser 1000, rs) (Samuel Santos).

15. União do Samba Brasileiro (USB): Samba gravado de forma amadora não se espera uma qualidade boa, mas surpreendeu a falta de um cuidado maior com a obra. O presidente, Willian Tadeu, resolveu poupar um ano de estúdio, resolvendo dizer o seguinte: “O ao vivo é muito bom, já o áudio pro CD é só bom” (tirei um palavrão, ainda deixei o comentário dele bem mais realista). O que concluo? O Miguel Paul resolveu poupar a voz para o Ao Vivo, pois no CD está igual a minha voz horrível do famoso samba concorrente na Camarões dos Pampas 2010, o popular samba do “MARFIIIIIIIIIIIIM!”. Não se preocupem, 2011 Samuel vem com tudo! (arranjei um microfone melhor). Os refrãos simples com duas partes rebuscadas de grande qualidade que marcou a fusão das obras de Guilherme e Imperial. Sambaço, só erraram o intérprete. O Miguel Paul ficou bom para resgatar as raízes da LIESV, porém eu não gostei da voz. Quanto o Ao Vivo, fico ansioso com a gravação. Os trechos alterados na segunda parte, ficou uma loucura!Sensacional! Voa, voa, Cisne Negro!/Voa, para a eternidade/Se a vida é um segredo/O destino é a liberdade“. Nota: 9,5 (Samuel Santos).

16. Altaneiros do Samba:Mares gelados, magia dos ventos”. Pensa em qualquer samba para fechar o CD, pense bem... Altaneiros não era o melhor do CD para isso. O próprio presidente da escola definiu o samba em “feijão e arroz”. É bem verdade isso. Evandro Malandro mais uma vez saí bem, agora, em frente a um samba muito limitado tecnicamente. A superprodução usada abafou os erros, além de trechos alterados, melhorando a qualidade da obra. Serve apenas para embalar a escola no seu desfile (deve vir com um visual bonito). Para fechar com chave de ouro, Evandro soltou uma pérola de rima de fora do canto com um “PAPAI NOEL!” que rimou com “Meu presidente Cecel!”, momento único na história da LIESV. Nota: 9,3 (Samuel Santos).


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CD do Grupo de Acesso: Por incrível que pareça, o CD do Acesso 2010 é o melhor CD da história da LIESV, quando o critério é qualidade de produção. Parece que não cai a qualidade, tanto que passam rápido as faixas. Destaques para Bambas Sambario, Pavão, Colibris e Camarões dos Pampas. A única decepção fica por conta da expectativa por uma grande atuação do Wantuir pela Tigres. As três faixas do CAESV fecharam bem o CD. Nota: 9,6 (Samuel Santos).

1. Bloco LIESV: Qual é o nome do Bloco da Liesv? Afunda Barra Funda, só pode ser. O nome da escola que antes era Bloco da LIESV em 2009 tinha o nome Barra Funda Estação Primeira. O Bloco vem contando sobre a história das epidemias, produziu um bom samba. Melhor abertura de um Grupo de Acesso é de 2010. Porque a leveza provocada pela voz do Bessa, gerou umas variações legais, bem pensadas. Os refrãos são gostosos. Evitou deixar o samba reto. Ótima abertura. Dom João vai aparecer de que maneira na avenida? Só quero ver! Nota: 9,4 (Samuel Santos).

2. Colibris:Liberdade! É o grito que ecoa pelo ar/Drama ou Comédia, é a nossa raiz/Colibris”. O enredo sobre a história do teatro brasileiro produziu um samba com a cara da antiga Cruzeiro do Sul, contudo com o jeito Colibris de ser. Raposa arrebenta mais uma vez num agudo apuradíssimo. Se a melodia e a estrutura do samba são os pontos positivos, o mesmo não dá para escrever sobre a letra que em alguns versos como “Entra em cena a missão de ensinar/Dois mundos que vão se encontrar” é pobre. O orgulho de uma das mais antigas agremiações virtuais da LIESV volta com tudo nessa obra. Os refrãos me surpreenderam com a facilidade de decorá-los para cantar junto com a gravação. O samba cumpre a sua missão de resgatar o orgulho da Colibris. Não segue aqueles sambas de 2003 e 2005 que mostram outra cadência mais voltada para sambas mais antigos (anos 60/70). Nota: 9,5 (Samuel Santos).

3. Raízes:Amor, meu coração é essa cidade!”. Continuou a mesma Raízes de sempre. Gravações ruins, intérpretes “Caras Feias” e grandes sambas tornando verdadeiros fracassos de desfiles. A única diferença é que o sambaço manteve praticamente a estrutura do samba concorrente do bom compositor Murilo Duarte. Parece que o intérprete não quis optar pela emoção, muito menos deu cadência a um samba característico dos anos 70. O alerta amarelo já foi acesso ano passado com as críticas a um desfile desastroso, logo a escola precisa surpreender dessa vez. Deram uma segunda chance de mostrar um desfile histórico para LIESV. O samba é bonito, uma perfeita declaração de amor. Inventar uma cidade, só Fernando Pinto fez isso com maestria, vamos ver como vai ser o resultado da Raízes. Vou contar uma história que aconteceu comigo, quando ainda era o samba concorrente da Raízes para escutar, antes de sair o CD. Eu estava indo a pé para um compromisso, adoro cantar pelas ruas os sambas liesvianos. Lembrei dessa obra, mais ou menos no meio do trajeto, daí, começou a cair uma chuvarada, foi para lavar a alma, a alma de Nuitropólis. Nota: 9,5 (Samuel Santos).

4. Pavão de Osasco: Vai passar o sanatório, ninguém pode segurar/Eita loucura louca de se loucurar”. Uma crítica ao atual carnaval usando uma espécie de continuação da história de Macobeba da Tijuca de 1981, quando o gafanhoto encontra o Mitavaí. A escola volta a ter um grande samba com a irreverência dos últimos anos com o jeito dos sucessos de 2006 e 2007. Samir Trindade foi muito bem, deu uma animada no samba. Bonita obra de refrãos “chicletes” estilo anos 80 de Aílson e Victor Raphael. Deu uma acordada no CD, depois de uma Raízes nervosa e desanimada. Espero uma grande diversão na passarela Jorge Trinta. Juninho pegou a escola em cima da hora em 2009, ainda está lutando para pôr mais um bom desfile. Nota: 9,7 (Samuel Santos).

5. Camarões dos Pampas: Outra grande faixa do Acesso. Só tem samba bom no Acesso! Impressionante como o Pixulé melhora a qualidade da segunda parte que o concorrente foi um show de horrores. Letra rebuscada com uma melodia poderosa só poderia assinar pelo nome de Arthur Macedo. O outro compositor, Thiago Meiners foi bem na letra da obra. Marfim vai dar um belo desfile pela Camarões, pois esta é a expectativa pelo que conheço da agremiação. Viciante a gravação. Só penso que se o marfim vem da terra, por que motivos “A força vem do céu”? Nota: 9,8 (Samuel Santos).

6. Gaviões Imperiais (GI):É o conto de raça/Do samba que passa”. Faixa suave, bonita, bem produzida. Evandro Malandro gosta de um samba do Raposa, só o Raposa consegue fazer efeito na voz do Evandro! O samba não empolga, embora seja gostoso de ouvi-lo. Para muitos, foram desperdiçadas obras muito boas como o samba do Willian Tadeu de sacadas geniais (o samba do Raposa também) e uma obra de Art Macedo, Victor Raphael e Imperial (melodicamente equivalente ao do Raposa se tivesse que fazer uma comparação). Os estilos foram diferentes, o presidente da GI escolheu o estilo que ele queria melhor para a escola, para o desfile. No Acesso, se tivesse que apontar uma surpresa positiva, indicaria a GI com o enredo “Contos da Carochinha”. Nota: 9,7 (Samuel Santos).

7. Cara Feia Jabulani Mix: Essa faixa tem que entrar pro Clássicos da LIESV 3! Isso é “sensacional”, “magistral”, “genial”, “único”! Thiago do Porto e Cid Moreira juntos ganharam um hors concurs divinal!

8. Bambas Sambario:Sou eu, tô de volta na pista/Pra abrir meu baú de lembranças”. Escola do dono do site, Marco Maciel, optou por um samba de uma melodia única. Para quem é da geração de 90, emociona-se logo na primeira vez que ouve a faixa. No embalo do desafio de cantar um samba todinho agudo de autoria do Raposa, Antônio Carlos é outro na Bambas Sambario. O intérprete conseguiu aliar notas graves sem tirar o brilho das notas agudas da obra. Os refrãos são verdadeiras declarações de amor, além de ficarem na memória, conseguem apaixonar pela simpática agremiação. Só espero que não seja prejudicada pela não inclusão dos seriados e filmes da década de 90 na letra. É a União da Ilha da LIESV. Antes era São Clemente, o que será, em 2011 a comparação com as escolas de samba do real? “Não tem pra ninguém!/ Só quem é bamba ‘vira e mexe’ pra valer”. Nota: 9,8 (Samuel Santos).

9. Tigres de Niterói: Wantuir canta de maneira muita técnica, menos enérgica. Ficou igual a versão encomendada pelo compositor Arthur Macedo, mas me pareceu um meio tom abaixo das notas que o Arthur cantou no outro áudio. A expectativa pelo nome do intérprete ser Wantuir gerou uma exigência de melhorar o samba. Fica a expectativa para o Ao Vivo da Tigres, onde deve soltar a voz. Assim, tem intérprete melhor para Ao Vivo e tem intérprete melhor para o CD. A melodia é bem pirada como a sua letra para contar a história dos negros migrando para a Terra Santa, Jerusalém, onde formaram a Ópera Negra junto aos ideais católicos. Eu espero que faça as pessoas aprenderem algo sobre essa história. Quanto à polêmica da subida automática ao Acesso pela desistência da Lira de Ouro, prefiro não comentar. Nota: 9,6 (Samuel Santos).

10. Barra Funda Estação Primeira: Bom, o samba inaugura as agremiações convidadas do Grupo de Avaliação, CAESV, também o único samba de 2010 com a minha assinatura. Ganhou 10 do Imperial na apuração do CAESV, ganha 10 aqui. Só para dar ideia: fundiram todos os sambas concorrentes da eliminatória, o resultado ficou um sambaço.  Na segunda vez que ouvi o áudio, já cantava os refrãos. Não preciso dizer que parte de sucesso é devido ao presidente João Marcos, a outra parte fica com o Nino do Milênio que deu uma animação e marcou bem o seu estilo na gravação. Difícil na LIESV ter um samba pra cima, sem ser rebuscado. Por que não fazemos um concurso no youtube para inventar a dança do cossaco? “Mandaram eu dançar, dançar agora/A dança do cossaco ninguém vai ficar de fora”. Nota: 10 (Samuel Santos).

11. Mocidade Leopoldense: Confuso um dos refrãos com um problema de português “Com a Corte Francesa ela voltou/ A Mocidade é o meu amor”. Erro grave de referência, mas não tira o brilho do samba. Combinação de agudos com notas graves fundamentais para tornar o “funcional” estilo Imperatriz Leopoldinense. Curioso é que acaba gostando de uma obra totalmente funcional. Serve para preparar ao último áudio do CD do Acesso. Nota: 9,5 (Samuel Santos).

12. Rosa Negra: Antes de avaliar o sambaço, vamos ao meu merchandising. Bom, eu sou poeta e estou escrevendo um livro de poesias sobre o caos do mundo atual, os países e o que pode ser mudado ou melhorado como as tendências da literatura reunidas por uma única ideologia. Eu gostaria de ver o livro bem vendido. Depois, eu escreverei um livro sobre o carnaval real e virtual, além de mostrar o carnaval em outros cantos do mundo, fora do Brasil. Espero que seja bem divulgado no mundo do samba. Convido a comprarem os dois livros, porém um de cada vez, já que serão lançados em anos diferentes. O primeiro terá o título de “Crônicas”, o segundo será “Carnavale”. O Marco Maciel poderia anunciar num futuro a editora em que vai sair os livros. Volto à Rosa Negra com seu sambaço. O verso do ano é desse samba: “Vem desbravar que o mundo é nosso”. A gravação é uma maravilha em qualidade. O início do Universo na Rosa Negra foi um bom final da avaliação do Acesso. 2011, tem mais LIESV, quem sabe com uma obra do Samuel? “Tem a energia!”. Sim, tem a energia do amor ao carnaval, ao samba, à vida! Nota: 9,9 (Só por causa de Seu Ladir! Só ouvindo para entender!) (Samuel Santos).

Marco Maciel
sambariobr@yahoo.com.br