EDITORIAL SAMBARIO

Edição nº 3
Folia na Rede - Nos
últimos dias, estava preocupado com a banca da minha monografia.
O tema que utilizei tem muito a ver com o SAMBARIO e todas as
páginas especializadas em Carnaval, pois o título do trabalho
é "Folia na Rede: O Carnaval na Internet". Debato
sobre a existência da supersegmentação de assuntos, que
resultam em comunidades virtuais e em sites focados num só
conteúdo, a fim de servir um pequeno nicho formado apenas pelos
interessados no que se comenta em determinado espaço. O exemplo
que adotei foi exatamente o Carnaval e como que os usuários da
Internet desfrutam da grande rede para saber das novidades das
escolas de samba, além de poderem baixar sambas antigos, ao vivo
e conhecer um pouco mais da história da maior festa do mundo,
fatos pelos quais seriam impossíveis ficarmos a par se
dependessemos apenas das mídias tradicionais. O trabalho está
dividido em três capítulos. O primeiro conta a história da
Internet e a sua evolução no Brasil e no mundo, além de dar um
conceito geral à idéia das comunidades virtuais. O segundo
apresenta o Carnaval do Rio de Janeiro, desde as suas origens
até os dias de hoje. E o terceiro une os dois temas,
apresentando as virtudes da Internet e o que ela oferece ao
bamba, além de trazer uma análise de 18 sites de Carnaval. Em
anexo, despontam as principais notícias veiculadas nos sites Galeria do Samba e Esquentando os
Tamborins de outubro de 2006 a maio de 2007. A monografia
possui 132 páginas com linhas em espaçamento duplo. Na banca da
PUCRS, recebi uma honrosa nota 9,1 dos professores Eduardo Campos
Pellanda (meu orientador, que me ajudou muito na confecção
deste trabalho), Andréia Mallmann e Juremir Machado da Silva.
Com muito orgulho e prazer, estou disponibilizando para todos
vocês a monografia na íntegra. Basta clicar aqui para baixar (na página
do RapidShare, arraste para baixo a barra de rolagem e clique em
"free", para, na página seguinte, digitar o código
solicitado e clicar em "download").
Já
vi esse filme - Não, não se trata do enredo da São
Clemente de 1991. É que o sorteio da ordem de entrada das
agremiações no Grupo Especial manteve um padrão semelhante dos
anos anteriores. Aliás, não sei mais por que cargas d'água
ainda existe este sorteio. De que adianta, se depois a LIESA dá
um prazo de dez minutos para trocas entre as escolas? Resultado:
pela quinta vez consecutiva, Grande Rio e Beija-Flor
fecharão, exatamente
nesta ordem, o desfile (apesar das duas terem encerrado, em 2006,
a apresentação de domingo). Poderiam ter bom senso para
modificar isso, pois dá a sensação de filme repetido com a
Beija-Flor enfileirando dez atrás de dez e a Grande Rio obtendo
colocações acima do que realmente merece. De antemão, já era
sabido que a São Clemente abriria os desfiles, o que é um tiro
no pé, ainda mais que a escola vem do Acesso. Sinceramente, acho
melhor a agremiação da Zona Sul nem desfilar em 2008 e sim já
pensar no desfile para o Grupo A em 2009. Com essa diretoria
comandando a LIESA, a escola que cai ou vem do Acesso nunca mais
terá vida fácil entre as grandes. Ainda mais com o minguado
número de 12 escolas na elite e a continuidade do fétido
regulamento em que apenas uma sobe e uma cai... Sobre a CPI do
Carnaval, vocês preferem de calabresa ou de mussarela? Nem o
delegado Emanuel Henrique de Oliveira, que ficou famoso no
Fantástico ao acenar para a possibilidade de manipulação no
resultado dos desfiles de 2007, apareceu para depor. Nunca
conseguirão provas concretas para comprovar se houve ou não a
manipulação. Boatos, calúnias, acusações de jornalistas
"roberts" servem mais pra botar lenha na fogueira
mesmo. Quanto à aparição dos 40 jurados no Conselho de Ética
carioca, certamente não abrirão o bico com medo do tal
pistoleiro do Anísio. Estou sendo irônico, pois esse
"faroeste carnavalesco" é espalhafatoso demais pra ser
verdade. Pelo menos, a desconfiança para com a LIESA e os seus
jurados e a responsabilidade da Beija-Flor (que mereceu o título
este ano, independente ou não de maracutaias) serão imensas em
2008. Mas já começou mal com a manutenção do padrão da ordem
de entrada das escolas.
Imprensa
carnavalesca - A coluna publicada pelo jornalista Bruno
Filippo no site O
Dia na Folia conta uma verdade: foi-se o romantismo no
Jornalismo. Não temos mais aqueles tradicionais cronistas que
nos traziam total credibilidade em suas informações com textos
literários e rebuscados. Hoje, com a massificação da
profissão, o jornalista pode atuar em qualquer área mesmo sem o
conhecimento necessário e aprofundado da mesma. Ou seja,
qualquer um pode cobrir Carnaval mesmo sem entender bulhufas da
folia. Ou melhor, qualquer um que tenha diploma de jornalista
possui o direito de meter pau na LIESA na entrevista coletiva do
presidente Jorge Castanheira (E), apesar de não estar
inteiramente a par da situação, portando-se apenas da
possibilidade de manipulação, sem provas concretas, apenas com
informações que podem não passar de calúnia e difamação.
Para estes, a onda do momento é acusar e denegrir ainda mais a
imagem da LIESA, arranhada desde a prisão de Capitão Guimarães
e Anísio pela Operação Furacão em abril. É muito fácil sair
atirando, mesmo sem fundamentos consistentes, com a intenção de
sair por cima na história, ser consagrado como herói pelos
leigos receptores da notícia. A propósito, estou me formando em
Jornalismo pela PUCRS e estou ciente de que, pela gama
diversificada que esta profissão possui - ainda mais com o
advento da Internet -, posso parar em uma área ou editoria da
qual não possuo tantas instruções, me arriscando a fornecer
posições superficiais a respeito do assunto debatido. É uma
nova tendência, e até irônica se levarmos em conta que a
maioria dos jornalistas consagrados na história brasileira nem
diploma possuíam.
CD "Esquenta na Sapucaí" -
Além da monografia "Folia na Rede: O Carnaval na
Internet", você também já pode baixar o álbum na
íntegra "Esquenta na Sapucaí". Ele compõe a trinca
lançada pela BMG/RCA logo após o carnaval de 1998, juntamente
com "Sambas-Enredo 98 Ao Vivo" e "Bateria das
Escolas". Infelizmente, as vendas não foram boas e este
projeto aconteceu apenas neste ano. Dos três discos, o álbum
dos "Esquentas" é, na minha opinião, o melhor
disparado. Vale lembrar que o Salgueiro, que não participou do
álbum oficial dos sambas de 1998, também não está nesta
trinca, não constando, portanto, o esquenta do Quinho. Assim,
"Esquenta na Sapucaí" possui 13 faixas, uma de cada
escola. Das 13, nove cantaram sambas-enredo clássicos, de
exaltação ou pagodinhos, embalados pelas respectivas baterias.
As quatro agremiações restantes (Caprichosos, Mocidade,
Viradouro e Beija-Flor) infelizmente não utilizaram o esquenta
para entoar sambas clássicos, cantando diretamente o
samba-enredo de 1998 mesmo. Por sinal, essas mesmas quatro faixas
estão presentes em "Sambas-Enredo 98 Ao Vivo". Sobre
os esquentas, a Vila Isabel, com a dupla Gera e Jorge Tropical,
canta "Kizomba, Festa da Raça" e a Grande Rio manda
ver com "No Mundo da Lua". Nêgo, que começa cantando
a partir do refrão central, chega a falar antes "vai ser
só o esquenta só, hein?". Dá a entender que ele já sabia
do lançamento deste disco... A Porto da Pedra, então uma escola
com pinta de emergente, canta "Um Carnaval dos
Carnavais", com Wantuir brilhando em seus primeiros anos de
Grupo Especial. Preto Jóia, antes de entoar "Liberdade,
Liberdade, Abre as Asas Sobre Nós", faz um discurso
emocionante aos integrantes da Imperatriz, embora largue um
"nesse minuto e... uma hora e vinte de desfile". Já
Serginho do Porto canta "Guanabaran, o Seio do Mar",
samba de 1992 da Unidos da Tijuca. Jamelão, com participação
de Beth Carvalho (no caco "chegou"), entoa o famoso
samba-exaltação "Exaltação à Mangueira", com
destaque para a envolvente entrada da bateria na metade da faixa.
Antes de comentar a respeito das melhores faixas, vamos
evidenciar a pior de todas: a da Tradição, é claro. Podendo
utilizar os belíssimos sambas-enredo de João Nogueira e Paulo
César Pinheiro dos anos 80, a escola apelou para... um pagodinho
do grupo "Os Morenos". Isso mesmo, é dose agüentar a
chatíssima voz de Vaguinho cantando "Tô Dentro, Tô
Fora". Pelo menos a bateria salva a faixa... E as duas
melhores faixas na minha opinião são a da União da Ilha, em
que a cadência da bateria mais Rixxa proporcionam um espetáculo
ao cantar o belo samba-enredo "A Viagem da Pintada
Encantada" (a produção do CD gostou tanto que deixou o
samba com três passadas completas); e a da Portela, em que Noca
da Portela e Rogerinho entoam "Foi um Rio que Passou em
Minha Vida", de Paulinho da Viola, com bateria e tudo na
segunda passada. Momento para arrancar lágrimas de qualquer
bamba. O álbum já está à disposição para download no site
Rapidshare. Cliquem aqui para baixar a primeira
parte (com sete faixas) e aqui para a segunda (as seis
restantes). A respeito das outras atrações desta atualização,
finalmente completamos as fichas de todos os discos de
sambas-enredo desde 1968 da seção Discografias. Meus fiéis
colaboradores Rixxa Jr e Cláudio Carvalho foram essenciais,
enviando informações importantes inclusive de discos
raríssimos. A propósito, decidi fazer uma seção a parte de
uma antiga coluna do Cláudio, em que ele fornece dados
fantásticos sobre os antigos LP's de sambas-enredo. O novo
espaço do site chama-se Guia
do Colecionador. Por fim, nosso "fotógrafo" André
Ribeiro também nos enviou um belo material com fotos da Revista
Manchete de desfiles dos Grupos de Acesso de 1996, 1999, 2002 e
2004, que vocês podem conferir na seção Fotos dos Desfiles. São muitas as
novidades! É só conferir aqui no seu site dos sambas-enredo.