Editorial Sambario

Edição
nº
16 - 1º/8/2008




Roda
de samba divina
- O lugar está animado. Enquanto Nelson Cavaquinho afina a
viola, Cartola e Carlos Cachaça relembram histórias dos
primeiros tempos da Estação Primeira de Mangueira entre
um
samba e outro. Dona Zica, ao lado do marido, permanece sempre
sorridente. Paulo da Portela aproveita para recordar de quando
fora obrigado pelo delegado Dulcídio Gonçalves a mudar o
nome
de sua escola Vai Como Pode. Ao mesmo tempo, Noel Rosa se revela
orgulhoso com os rumos da Unidos de Vila Isabel,
agremiação que
não viu nascer, mas que representa sublimemente seu bairro. Uma
cervejinha lubrifica o gogó do salgueirense Noel Rosa de
Oliveira, enquanto Roberto Ribeiro revela a maestria de sempre
com sua voz abrilhantando os clássicos imperianos. Carlinhos de
Pilares e Jackson Martins relembram a irreverência pioneira da
Caprichosos, João Nogueira observa seu filho Diogo como seu
autêntico "espelho" e Moreira da Silva esbanja
malandragem. Em contrapartida, um tristonho Ismael Silva de longe
amarga os rumos mercantilistas que sua criação tomou,
Mestre
André mantém-se inconformado com a maçiça
aceleração das
baterias - incluindo de sua Mocidade Independente -, e Bezerra da
Silva, mesmo aparentando bom humor, não disfarça a
tristeza com
o aumento da violência nos morros cariocas. Mas, num dueto com
Candeia, o jeito guerreiro de Clara Nunes ao cantar obras-primas
portelenses "clareia" com graça o espírito de todos.
Em seguida, Zé Kéti entoará "A Voz do Morro".
Parece
ser mais uma roda divina de samba entre baluartes celestiais. Parecia...




Uma recepção de gala - Eis
que desponta um senhor negro ostentando chapéu, com um semblante
fechado, mas atento à encantadora visão que seus olhos
contemplam. Há pouco acabara se protagonizar um emocionante
cortejo que percorrera os 700 metros da Marquês de
Sapucaí,
acima de um carro de bombeiros. Cada detalhe de seus 95 gloriosos
anos vividos na Terra foram relembrados durante aquele momento
mágico, no palco que consagrou ainda mais um cidadão
já
consagrado. Mas que, de agora em diante, seria abençoado pelo
mestre da voz a partir de sua nova e tranqüila morada. Antes de
partir, deixara claro que não queria ser homenageado em enredo
pela Mangueira e por nenhuma outra escola. Teve, ainda em vida, a
palavra de que sua vontade seria obedecida. Então, aconteceu a
mais profunda das viagens para um certo José Bispo Clementino
dos Santos. Ao chegar, promoveu olhares estupefatos por parte de
todos os baluartes que compunham a roda de samba. A
admiração
de cada um daqueles consagrados sambistas que até hoje nos
despertam saudade não pôde mais ser contida. Então
o samba deu
lugar a uma interminável salva de palmas para aquele que, em
outro lugar distante, mas recente, havia sido o intérprete dos
intérpretes. Em seguida, um a um, os sagrados bambas se
aproximavam
e, com reverência, abraçavam o recém-chegado, que
ainda
mantinha uma frieza mesmo com aquela gloriosa recepção.
Ao
término dos cumprimentos, Cartola se aproximou do velho amigo e
pediu para que cantasse. Recebeu como resposta: "Tem
dindim?". Esse era Jamelão...
Irreverência
na roda - Poucos dias depois, Jamelão já estava
familiarizado com seus antigos parceiros, compensando o tempo em
que esteve separado deles. Durante uma roda de samba, já
contando com o reforço do intérprete mangueirense, eis
que um
grito abafa sua voz encorpada no auge do canto de um clássico
verde-e-rosa. O autor da façanha largou um irreverente
"segura a marimba!!!!", fazendo repetir a cena de
incredulidade dos baluartes ocorrida poucos dias antes. Logo, a
alegria reinara novamente no céu com a chegada de um novo
"reforço" para a roda. Os primeiros a recepcionarem
aquele negro esbelto, simpático e irreverente foram os poetas
Didi, sempre com uma cervejinha na mão, e Franco, residente
há
pouco tempo naquela tranqüila morada. Então, num raio de
segundo, o recém-chegado toma das mãos de Didi o copo de
cerveja, o ergue com seu braço direito e começa a entoar
o
samba em homenagem ao dono da ceva: "Hoje eu vou tomar
um porre, não me socorre, que eu tô feliz...". A
alegria e o carisma de Aroldo Melodia conquistaram todos os
imortais sambistas de forma mais rápida de como fora tomado o
copo de cerveja das mãos do poeta maior insulano. A certeza de
que lá em cima o mundo do samba está melhor do que aqui
em
baixo começa a se consolidar...
Histórias
de Jamelão
- Deixando de lado os devaneios acima, partidos da
imaginação
deste escriba, vamos relembrar alguns momentos bizarros
proporcionados pelo célebre mau-humor de Jamelão:
Certa
vez, um repórter do
jornal "O Globo" chegou pra ele e perguntou:
- Você tem alguma mania?
Jamelão respondeu, gritando:
- Mania? Mania é coisa de homem? Você já viu homem
com mania?
Homem não tem mania!
O repórter pediu desculpa e perguntou:
- E esse elástico na sua mão?
Ele parou, pensou e respondeu:
- Essa é uma mania antiga minha...
Numa
reportagem do "Jornal
Hoje" que celebrava seus 90 anos:
- Canta uma música, Jamelão?
- Tem dindim? Não? Então não canto coisa nenhuma!
Numa transmissão de carnaval, o repórter global
André Luiz
Azevedo passou por alguns maus bocados com Jamelão:
- Qual a sua emoção de desfilar pela Mangueira? -
perguntou o
repórter.
- A mesma do ano passado! - devolveu friamente o intérprete.
O repórter, já todo sem jeito, resolveu
questioná-lo sobre a
opção dele cantar em cima do carro de som naquele ano.
Novo
erro:
- Malandro é o gato, que come peixe sem ter que ir no mar pescar
- devolveu Jamelão, de forma irreverente.
Durante a
visita do então
presidente norte-americano Bill Clinton à quadra da Mangueira em
1997, o intérprete larga:
- E o presidente dos Estados Unidos feliz como um pinto no
lixo...
Num show
realizado pela
Mangueira no Canecão, o cantor Toni Garrido se aproxima de
Jamelão e pede para beijar a sua mão.
- Eu não sou pai-de-santo. E depois, não sei onde
você andou
enfiando essa boca.
O
céu também está mais
divertido...
Os
10 melhores sambas de todos os tempos -
Foi bem sucedido o concurso que elegeu os dez melhores
sambas-enredo de todos os tempos no carnaval carioca. Recebemos
84 votos dos internautas do SAMBARIO. Cada um enviou sua lista
particular com os 10 melhores. Ao todo, tivemos 133 sambas
lembrados pelos internautas. Como já era esperado,
"Aquarela Brasileira" foi citado por 62 dos 84 votantes
e terminou na primeira posição de forma disparada,
liderando a
votação de ponta a ponta. Confira a lista dos dez
melhores
sambas-enredo de todos os tempos, eleitos pelos visitantes do
SAMBARIO.
1º
Aquarela Brasileira
(Império Serrano - 1964) - 62 votos
2º Liberdade, Liberdade, Abre as Asas Sobre Nós (Imperatriz
-
1989) - 50
3º Os Sertões (Em Cima da Hora - 1976) - 48
Kizomba, a Festa da Raça (Vila Isabel - 1988) - 48
5º Bumbum Paticumbum Prugurundum (Império Serrano - 1982) -
41
6º É Hoje (União da Ilha - 1982) - 39
7º 100 Anos de Liberdade, Realidade ou Ilusão? (Mangueira -
1988) - 37
8º Heróis da Liberdade (Império Serrano - 1969) - 32
9º Peguei um Ita no Norte (Salgueiro - 1993) - 30
10º Lendas e Mistérios da Amazônia (Portela - 1970) -
25
Na minha
opinião, as maiores
surpresas da lista foram os sambas "É Hoje",
"Peguei um Ita no Norte" (o mais recente de todos, bem
lembrado em função de seu forte apelo popular, duradouro
até
hoje) e "Lendas e Mistérios da Amazônia".
Pessoalmente, substituiria estas três obras por "Sublime
Pergaminho" (14º colocado na enquete com 16
citações),
"Chico Rei" (20º com 11 votos) e "Os Cinco Bailes
da História do Rio" (22º com 10). E fiquei estupefato com
o fato de apenas dois internautas se lembrarem do clássico
portelense "Macunaíma" (o colocaria entre os 10, no
lugar de "Kizomba"). Pior foi "O Misticismo da
África ao Brasil". O lindo samba do Império da Tijuca
não
foi lembrado por nenhum visitante. Apenas ressaltando que nenhuma
enquete trará um resultado definitivo. Esta lista dos 10 mais do
SAMBARIO foi realizada apenas para efeitos de lazer e para
reforçar ainda mais a já conhecida interatividade
promovida
pelo site SAMBARIO. Confira a classificação completa
clicando aqui, baixe neste link o arquivo Bloco de Notas com a
relação
de todos os 84 votos e, por fim, faça o download aqui do pacote com os 10 sambas eleitos por
você, caro internauta.
Parabéns,
Rafael Freire! - Este salgueirense de apenas 16 anos e
morador da Zona Leste de São Paulo ganhou a
Coleção Escola do
Coração e receberá em sua casa um pacote com 29
DVD's,
fornecidos por Antônio Márcio, de desfiles do Salgueiro de
1980
a 2008, mais um CD com os sambas-enredo correspondentes. Rafael Freire,
em seu voto, simplesmente cravou todos os dez sambas
eleitos em nossa enquete. Sorte ou precisão? O que importa
é
que Rafael Freire é o vencedor, com louvor, desta
nossa premiação. A todos os demais participantes, o meu
muito
obrigado por ajudarem a compor esta lista. Mas, em breve, novas
brincadeiras serão realizadas pelo SAMBARIO valendo novos
brindes e quem sabe não seja a vez de você ser o
próximo
vencedor. Portanto, esteja atento ao SAMBARIO que novos eventos
serão criados logo, logo.
Revival
de meados dos 90? - Depois do carnaval de 1994, Paulo de
Almeida (D, com Luma de Oliveira) foi o mentor da criação
da
LIESGA (Liga Independente das Escolas de Samba do Grupo de
Acesso), administradora dos carnavais do Grupo de Acesso nos anos
de 1995 e 1996. Quase 15 anos depois, a história se repete. O
hoje presidente da Caprichosos idealiza a LESGA (Liga das Escolas
de Samba do Grupo de Acesso), objetivando mais lucros para as
agremiações do Acesso com direitos de transmissão,
vendas de
discos e, principalmente, maiores subvenções. Presidida
por
Reginaldo Gomes (presidente da Inocentes de Belford Roxo), a nova
liga que pretere a AESCRJ ainda é uma incógnita. Mas pode
ser
uma esperança para melhores contratos com emissoras de TV para a
transmissão dos desfiles. Quem sabe numa emissora de maior porte
do que a CNT (e sua cobertura irregular), o evento será mais
valorizado. Naturalmente, o ranço entre Paulo de Almeida e Jorge
Perlingeiro tende a aumentar. Vale lembrar que os dois não
chegaram a um acordo e, assim, o desfile da Caprichosos de 2007
não pôde ser transmitido pelo "Carnaval do Povão"
da
CNT. Há essas vantagens, mas também desvantagens pra
variar. Com
a nova liga, o CD duplo do Acesso com que estávamos acostumados
desde 2006 pode não ser mais produzido. Provavelmente, Paulo de
Almeida irá reeditar a idéia de que o
funkeiro Rômulo Costa se encarregue dos detalhes do disco, a
não ser que algum patrocínio forte
interfira na história. Mas vamos ver no que vai dar. Se a LESGA
irá dar certo... só o tempo dirá. Arriscar
opiniões agora, a
seis meses do carnaval, é como tentar contar os grãos de
areia
no deserto. Mas só pra constar: em 1995, a LESGA inchou o Grupo
A em 19 escolas e, no ano seguinte, apenas 10 estavam no mesmo
grupo. Que não tenhamos uma nova miscelânea...
Curioso...
- Fui adicionado em
meu Orkut por ninguém menos que Quinho do Salgueiro (E). E
não
é fake (falso), pois lhe deixei um scrap e recebi uma
simpática
resposta de Jeziel Marques, publicitário, assessor e
irmão do
intérprete salgueirense. E Quinho (ou Jeziel) deve estar
adicionando mais bambas por aí. O motivo: tentará uma
cadeira
na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, disputando as
eleições
pelo PDT. Nos anos 80, Rico Medeiros, então titular no microfone
principal do Salgueiro, se elegeu vereador em São
Gonçalo,
sendo o sexto mais votado do município. Em contrapartida,
Paulinho Mocidade (confirmado na Imperatriz em 2009) tentou, sem
sucesso, se eleger em 2006. Mas quem sabe Quinho não
"arrepiará" nem fará "pegar fogo no gongá"
nestas eleições. Só nos resta desejar boa sorte ao
Melquisedeque nesta empreitada!
Contato
com Haroldo Costa - Nosso colaborador Gabriel Carin
entrou em contato com Haroldo Costa (D), ator, pesquisador e
comentarista de carnaval da Globo. Procurando saber mais
informações sobre as transmissões de carnaval nos
anos 60 e
70, Gabriel recebeu a seguinte resposta de Haroldo: "Gabriel,
lamento não ter lhe dado atenção mais cedo porque,
no momento,
estou terminando um livro, no qual estou super atrasado. O que
posso lhe informar é que na TV Continental o âncora era o
Carlos Pallut e um dos repórteres o Saulo Gomes. Na TV Tupi,
não me lembro, mas você vai achar com facilidade. Creio
que era
o Jacy Campos. Na TV Rio, era o Murilo Néri. Na Excelsior, era o
Oswaldo Sargentelli. Na Globo, era o saudoso Hilton Gomes e o
Léo Batista". Outra informação relevante
é que a
primeira transmissão ao vivo de um desfile das escolas de samba
foi em 1960, pela TV Continental. Segundo Gabriel, ele entrou em
contato com Haroldo Costa diretamente através do e-mail presente
no site
do pesquisador.
Começou
a farra
- Os sambas-enredo concorrentes começam a fervilhar nos
principais sites carnavalescos, como Galeria do Samba, Carnavalesco e O Dia na Folia. Mas agora, o SAMBARIO torna-se mais uma
opção para você enviar a sua obra concorrente.
Portanto, você
compositor e visitante de nosso site, envie seu samba que ele
será imediatamente divulgado. Mande letra e áudio para sambariobr@yahoo.com.br . Inclusive, no SAMBARIO, você
terá a
opção de baixar os sambas concorrentes. Portanto, esteja
preparado para a curtição, pois o carnaval 2009
está
começando pra valer!
A
propósito... -
O Salgueiro larga na frente e coloca todos os seus 38 sambas-enredo
concorrentes em seu site oficial. Clique aqui para ter o acesso direto à home com os
sambas. Parabéns à escola e seu fantástico
Departamento
Cultural.

E na folia virtual... -
Deu empate na Virtuafolia. As escolas Sei Lá e
Corações Unidos
dividiram o título do segundo carnaval organizado pela liga. A
Sei Lá, do presidente Felipe Andrade (a quem mais uma vez
parabenizo, não só pelo seu trabalho mas também
por sua
cordialidade), desfilou na passarela Sérgio Porteleandro com um
enredo sobre os mitos e curiosidades da cor amarela. Já a
Corações Unidos, carinhosamente conhecida como CU (sem
duplo
sentido, por favor...), levou para a avenida virtual as viagens
de Luís de Camões e os laços entre Brasil e
Portugal.
Provavelmente o presidente da agremiação, Marcelo
Camões,
aproveitou o gancho do sobrenome do célebre poeta
português ser
o mesmo seu... O único erro por parte da galera da Virtua foi,
na minha opinião, a tardia liberação dos
sambas-enredo para
download, ocorrida somente uma semana antes dos desfiles. A liga
decidiu apenas comercializar os CD's pela Internet. Mesmo com o
provável lucro obtido, achei uma estratégia equivocada,
pois o
carnaval virtual ainda é uma diversão emergente e, assim,
muitos bambas provavelmente não se interessaram em ter que pagar
frete pelo CD para receber o produto pelo correio somente dias
depois. Que a partir de 2009, a Virtuafolia siga o exemplo da
LIESV, que não visa o lucro e libera o link pra download de seus
sambas no ato. Tanto que a seção Downloads do SAMBARIO está disponibilizando o
disco da Virtuafolia 2008 na íntegra, com os 11 sambas do
Especial (incluindo a faixa da Império do Jardim Damasceno,
não
inclusa no CD oficial). Baixe o álbum clicando aqui. Falando na LIESV, os desfiles do Grupo
Especial ocorrerão neste fim-de-semana, nas noites de sexta e
sábado (1 e 2/8), a partir das 22 horas. 12 escolas
brigarão
pelo título no sexto carnaval organizado pela pioneira liga. A
atual campeã é a Imperatriz Paulista. Todos estão
convidados a
prestigiar o festival de cores na passarela virtual João Jorge
Trinta. Acessem www.liesv.com e ouçam a transmissão pela Rádio MP3Z. E aproveitando para fazer
um lobby pessoal, não percam a Pavão de Osasco, a
primeira
escola a entrar na noite de sábado, que desfilará com um
samba
de minha autoria. É o maior espetáculo da tela pintando
na
Internet.
Bola
dentro -
Para a liberação da Passarela para os ensaios
técnicos das
escolas do Grupo A; a diferenciada ordem de desfiles do Grupo
Especial em 2009; a coroação da deslumbrante Paola
Oliveira
como rainha de bateria da Grande Rio; a emocionante sinopse do
Salgueiro; a feliz troca de enredo da Mocidade, desprezando o
dinheiro vindo do Chile em troca de um belo tema sobre a obra de
Machado de Assis; e a reedição do belo samba de 1977 por
parte
do Império da Tijuca.
Bola
fora -
Para as mortes de Jamelão, Aroldo Melodia, Jackeline Nascimento,
Neide Coimbra (a Cigana Guerreira imperiana) e Gibi; o atentado que
tirou a vida do ex-presidente imperiano Marquinhos dos Anéis e
quase matou o mestre-sala Charles Eucy na frente da quadra do
Império Serrano; e a reedição do Império de
seu samba de
1976, já repetido pela Inocentes de Belford Roxo em 2006,
preterindo obras melhores como "Heróis da Liberdade" e
"Bumbum Paticumbum Prugurundum".

Obrigado,
grandes mestres da voz!