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Sambando por aí...
   
TOP FIVE DOS CONCORRENTES DERROTADOS - GRUPO ESPECIAL (SEGUNDA-FEIRA)

22 de outubro de 2018, nº 10

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Saudações! Chegou a vez do último dos três textos contendo os cinco melhores concorrentes do carnaval carioca na opinião deste colunista, em modelo similar ao que o editor-chefe Marco Maciel faz anualmente - importante dizer mais uma vez que a única diferença é que não terá notas, restrita apenas a uma mera avaliação. Cabe explicar novamente que a ordem que os sambas serão colocados no texto não representa um ranking de preferência, pois os cinco estão livres de notas. Após as obras derrotadas dentre as escolas que desfilarão no domingo, é a vez das que desfilam na segunda-feira de folia - a exceção clara e evidente para Tuiuti (encomenda) e São Clemente (que reedita "E o Samba Sambou..."). Vamos a lista. 

1 - "Volta meu Sabiá" - Portela (Parceria de Samir Trindade)

Tal qual a obra que vai pra avenida, o samba composto pela parceria vencedora nos últimos três carnavais na azul e branca é emocionante do início ao fim. O cartão de visitas é seu forte começo: "Nunca te deixei Portela / Fiquei em cada saudade / Meu povo mestiço me espera / Sou eu, a claridade". Um outro trecho que merece destaque fica mais a frente: "Morena, moreninha, já nasci guerreira / Cantei o Brasil, eu sou a tal mineira". O grande achado da letra é seu trecho final: "Um lindo samba clareando a poesia / Mostra que hoje é aquele "até um dia" / Vejam uma luz pairando sobre nós / É a Portela em uma só voz". No momento de clímax, adota-se o recurso do "Clara laiá lalaiá lalaiá" complementadas, respectivamente pelo "Canta Sabiá"/"Voa Sabiá" e "Volta meu Sabiá". Foi cortada da disputa antes da semifinal, em queda muito comentada no mundo do samba. A nota triste foi a morte de um dos compositores do samba, Girão, antes do começo da disputa.

2 - "O tempo é lembrança que fica na história" - Mocidade (Parceria de Denílson do Rozário)

Muito se falou nos sambas das parcerias do Domenil e J Giovanni, que têm sua qualidade, mas a obra assinada pela parceria de Denílson do Rozário, que neste ano se juntou a compositores de São Paulo, é de qualidade semelhante a que a estrela-guia levará para a Sapucaí. Toda em tom alto, o samba que fora defendido por Igor Sorriso, Freddy Viana e Grazzi Brasil tem uma letra que, salvo uma derrapada ou outra, é muito bem construída e com refrões muito fortes. O grande achado da obra são os trechos que antecedem o refrão principal: "Meu Deus, a saudade abraça nossos mestres / Poesia que eterniza essa gente / Orgulho de ser independente". Foi um dos sambas finalistas da disputa.

3 - "Ninguém vai calar os nossos heróis" - Mangueira (Parceria de Tantinho da Mangueira)

Outra safra que merece elogios é a da Estação Primeira. Dentre as obras cotadas pra vencer, estava a assinada pelo veterano Tantinho que se juntou a compositores consagrados da escola nos últimos anos como Cadu e Paulinho Bandolim. De letra forte e refrões mais ainda, o melhor trecho são seus versos finais: "Chega de negar a realidade / Vem, vamos mostrar nossa vontade / Revela a identidade brasileira / Os filhos desse chão vão se orgulhar / Do morro uma nova aquarela me fez despertar". Foi um dos semifinalistas na disputa.

4 - "Chegou Yaô de Oyá" - Portela (Parceria de Toninho Nascimento)

A Portela teve a seu dispor uma safra de qualidade a altura de sua homenageada. Um dos grandes destaques foi a volta da dupla Toninho Nascimento e Luiz Carlos Máximo a disputa portelense depois de um hiato. A obra defendida por Anderson Paz e Bico Doce segue o estilo marcante de seus triunfos nos carnavais de 2012 a 2014 no desenho de três partes e três refrões. O melhor trecho do samba fica na meiuca: "Ô mestre / Traz o pandeiro e a viola / Que eu quero ver / Se a moça de saia rendada rebola / Rebola, Oi, rebola / Que eu quero ver / Se a moça de saia rendada rebola". Foi cortado da disputa antes da semifinal, junto com a obra de Samir Trindade.

5 - "É o azul da minha vida" - Vila Isabel (Parceria de Marcelo Mendes)

Ao contrário de Portela e Mangueira mencionadas anteriormente, a Vila Isabel não teve uma safra pra lá de deslumbrante, todavia teve algumas poucas obras que merecem destaque por sua qualidade. Além do samba que vai para a avenida, destaco a assinada pela parceria de Marcelo Mendes, defendida por Igor Sorriso. Possui uma melodia bem forte e letra que, salvo cair em um clichê ou outro, conta muito bem o enredo sobre Petrópolis. O melhor momento é a segunda parte, destacando seu trecho final: "Em nome do pai, do filho e dos santos / A Pedro, meu canto em oração / Petrópolis, brilha no meu coração". Foi um dos finalistas na disputa da azul e branca.


Carlos Fonseca
Twitter: @eucarlosfonseca
Apresentador do Carnaval Show na Rádio Show do Esporte todas às quartas-feiras às 20h
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