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Os sambas de 2019 por Cláudio Carvalho

Os sambas de 2019 por Cláudio Carvalho

Beija-Flor: após os estrondosos samba e desfile de 2018, a campeã do carnaval rendeu-se uma homenagem bonita, porém singela. Samba correto em letra e melodia, mas longe dos clássicos recentes da escola. Nota: 9.8

Tuiuti: apostando na máxima de que "em time que está ganhando não se mexe," a escola de São Cristóvão, após um surpreendente vice-campeonato, recorre novamente ao expediente de encomenda de samba. Este alterna bons e maus momentos e passagens de rara inspiração com outras longe disso. Nota do samba: 9.8

Salgueiro: Samba simples, mas que transmite bem o seu recado e tem tudo pra funcionar na avenida. O verso "Olori Xangô, eiê ô, olori Xangô", no entanto, destoa do conjunto da obra. Nota: 9.9

Portela: após dois anos sem emplacar um dos melhores sambas do disco, a azul e branca vem disposta a retomar seu lugar com uma bela e valente obra em homenagem a Clara Nunes, que precisou passar por alterações na letra e na melodia por conta de direitos autorais. O samba, que conseguiu a proeza de se destacar numa das melhores safras concorrentes da história da escola, é um achado. Nota: 10

Mangueira: outro lindo samba, de estética diferenciada, com apenas um refrão, precedido pela emocionante homenagem a Marielle Franco. Nota: 10

Mocidade: samba que estabelece uma trilogia de belas obras, que se iniciou com o hino que deu o polêmico troféu a escola em 2017. Este, pelo lirismo da letra e cadência da melodia, talvez seja o melhor deles. Destaque pra participação de Elza Soares no alusivo. Nota: 10

Tijuca: a chegada de Laíla parece ter feito bem à escola do Borel no quesito samba enredo. Após vários infortúnios, com exceção de 2016, a Tijuca vai descer com um sambaço, provavelmente o melhor do ano, já imortalizado nas vozes de Wantuir (versão oficial) e Giovana Galdino (redes sociais). Nota: 10

Imperatriz: o samba sobre dinheiro não vale muita coisa. Melodia de marchinha e letra pobre. Tem a vantagem de ser funcional. Nota: 9.7

Vila Isabel: acusado de plágio de um antigo samba concorrente da Imperatriz, o hino da Vila Isabel é correto em letra e melodia, mas não está à altura do cancioneiro da escola e tende a perder força na avenida. Nota: 9.8

União da Ilha: este samba, ao contrário, deixa a desejar, mas tal qual o do ano anterior, pode funcionar bem. Os homenageados Rachel de Queiroz e José de Alencar, porém, pediam muito mais. Nota: 9.7

São Clemente: em busca da permanência no Grupo Especial pelo oitavo ano consecutivo,a escola da Zona Sul apelou pra reedição do clássico "E o samba sambou", de 1990. Além do questionável expediente, a aurinegra mandou mal ao acelerar o melhor samba de sua história, e ao incluir nele a malograda participação da Elza Soares cover. Nota: 9.8

Grande Rio: disposta a se retratar após a virada de mesa, a escola de Duque de Caxias traz um samba encomendado, funcional e politicamente correto, cujo pedido de desculpas seduz a poucos. Nota: 9.8

Império Serrano: o que leva uma escola que traz em sua ala de compositores nomes como Silas de Oliveira, Mano Décio da Viola, Dona Ivone Lara, Roberto Ribeiro, Jorginho do Império, Aluisio Machado, Beto Sem Braço e Arlindo Cruz, dentre outros, a desfilar com uma música de Gonzaguinha (cria do Morro de São Carlos e estaciano confesso), que sequer tem métrica de samba enredo? Erro feio, Império! Errou rude! Nota: 9.5

Viradouro: os enredos abstratos de Paulo Barros dificilmente costumam redundar em grandes sambas (Tijuca 2012 e Portela 2016 talvez seja exceções que confirmem a regra). No caso da escola de Niterói e do samba que traz o inusitado neologismo "viraviradouro" não é muito diferente. Samba regular. Nota: 9.7