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Os sambas de 2012 - Acesso A por Marco Maciel

Os sambas de 2012 - Acesso A por Marco Maciel


As avaliações referidas apresentam critérios distintos dos utilizados pelo júri oficial, em nada relacionados aos referidos desempenhos que as obras virão a ter no desfile

A GRAVAÇÃO DO CD – Fiel ao estilo que inaugurou no CD de 2009, a LESGA mantém uma produção que prioriza o forte coro e a gravação ao vivo. Mas o coral está tão forte no álbum de 2012 que por muitas vezes não percebemos as vozes dos intérpretes e tampouco as baterias. O grande diferencial e uma estupenda sacada foram as inclusões de uma passada de sambas-exaltação das agremiações, antecedendo as faixas com o samba-enredo. Uma relação do CD de 2012 com o disco de 2009 é que o coral é quem começa cantando o refrão principal, com o intérprete entrando depois. O que sintetiza um momento arrepiante com a entrada triunfal do coro no “laralalaiá” do Império Serrano, que por sinal sobra na safra. Disparado o melhor samba do Grupo de Acesso, a obra imperiana está muito à frente de Viradouro, Inocentes e Império da Tijuca, que também apresentam sambas qualificados. Os demais possuem hinos médios e razoáveis. NOTA DA GRAVAÇÃO: 8 (Marco Maciel).

VIRADOURO – "Eu vou viajar pela luz do teu olhar". O samba é fruto de uma bem-sucedida fusão entre dois concorrentes. A obra remete os bons momentos da escola no Grupo Especial no fim da década de 90 e início dos 2000. Para homenagear o centenário de Nelson Rodrigues, a agremiação niteroiense desfilará com um belo samba, que alia muito bem alegria e dolência, e que também apresenta uma poesia correta, de aspas bem construídas das mais notáveis obras do escritor. Pelo segundo ano consecutivo, a Viradouro desfila com um samba de excelente qualidade. A vontade de retornar o Grupo Especial parece ter inflamado de vez sua ala de compositores. NOTA DO SAMBA: 9,5 (Marco Maciel).

ESTÁCIO – "Luma, eu vim aqui só pra te ver". O enredo que traça uma curiosa relação entre as festas brasileiras e a eterna rainha de bateria Luma de Oliveira gerou um samba que não chama muita atenção, a não ser no bom e gingado refrão central. No mais, a letra apresenta uma sucessão de clichês e a melodia tem escassos momentos de destaque. O samba-enredo, apesar de bem defendido por Leandro Santos, é funcional e apenas correto. NOTA DO SAMBA: 8,3 (Marco Maciel).

CUBANGO – "É ponta d'areia movendo esse chão". O samba-enredo em homenagem ao Barão de Mauá tem um conjunto melódico apenas razoável, e nele se destaca o bom refrão central. O restante da obra, embora o samba tenha trechos bonitos, mostra tendência de arrastamento, já que carece de momentos de explosão. Passa despercebido na safra. NOTA DO SAMBA: 8,0 (Marco Maciel).

SANTA CRUZ – "A voz que encanta o Rio de Janeiro". O enredo sobre o radialista Antônio Carlos originou um samba forte, pra cima e com letra irreverente, em especial no refrão central, que naturalmente peca em poesia. Mas não é essa a intenção da escola, e sim apresentar um samba-enredo envolvente e animado, que facilita a aguerrida interpretação do experiente David do Pandeiro. A obra é estritamente funcional, mas vindo da Santa Cruz não se trata de nenhuma novidade. NOTA DO SAMBA: 8,9 (Marco Maciel).

IMPÉRIO SERRANO – "Que não é sonho meu, pois ela é real". Arrebatador! Com uma maestria singular, o nome da sambista e homenageada Dona Ivone Lara serve de gancho para a nostálgica releitura do “lalalaiá” imperiano, presente em muitos dos antigos clássicos da escola e que serve como refrão principal. A levada da obra é impecável, mantendo uma brilhante coesão melódica em suas estrofes. O samba-enredo é tão puro, tão marcante, que tem potencial para cativar e comover o componente, como ocorrera em 2008 com o samba da Carmem Miranda, este por sinal bastante inferior ao de 2011. Ou seja, é um samba que, sozinho, pode alçar o Império ao voo almejado, tamanho o primor de sua qualidade. Arlindo Cruz e Tiãozinho Cruz têm atuações seguras no CD. A existência do Império Serrano é uma benção para qualquer sambista. NOTA DO SAMBA: 10 (Marco Maciel).

IMPÉRIO DA TIJUCA – "Mesmo que seja utopia, a vida fica mais bonita assim". O samba tem uma estrutura um tanto distinta das demais. É mais ágil, com uma segunda parte de apenas quatro versos, cujo intuito é apenas servir de impulso para o estribilho principal complementá-la. É um recurso interessante, porém pouco utilizado nos sambas-enredo atuais. A obra é dolente e pra cima, com belos momentos melódicos, alguns deles até nostálgicos, e dois refrãos fortes. Pixulé, como sempre, valoriza ainda mais o bom hino. NOTA DO SAMBA: 9,3 (Marco Maciel).

INOCENTES DE BELFORD ROXO – "Nas cinzas da amibição, caramujeiro a lutar". Thiago Brito, ex-Caprichosos, estreia na agremiação defendendo de forma madura um samba forte e valente, uma agradável surpresa já que pouco se falou da safra de concorrentes da escola, que homenageia a cidade sul-mato-grossense de Corumbá. Com um excelente refrão principal e uma melodia com variações competentes, a Inocentes apresenta um dos melhores sambas do Acesso. NOTA DO SAMBA: 9,4 (Marco Maciel).

ROCINHA – "Eu vou botar teu nome na praça". O samba apresenta dois bons refrãos e uma primeira parte cuja melodia lembra um pouco o hino da escola em 2006, ano da última passagem da Borboleta pelo Grupo Especial. Porém, o hino tem uma brusca queda de qualidade na segunda parte, em termos de letra e melodia, quando o samba tende a arrastar até chegar no forte refrão principal, apesar de, neste, o termo “taça” dar a impressão de ter sido inserido apenas pra rimar com “praça”. Anderson Paz mais uma vez manda bem. NOTA DO SAMBA: 8,6 (Marco Maciel).

PARAÍSO DO TUIUTI – "Hoje eu vi uma estrela no céu". A escola mantém a sequência de homenagens a grandes cantores. Depois de vencer o Grupo B com Caetano Veloso, a agremiação tentará permanecer no Grupo A cantando Clara Nunes. O samba-enredo do Tuiuti é o mais pesado do grupo, com uma melodia forte e bem cantada por Daniel Silva. Como todas as estrofes do samba parecem pesar uma tonelada e a escola abrirá os trabalhos na Marquês de Sapucaí, é uma aposta arriscada. NOTA DO SAMBA: 8,8 (Marco Maciel).

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