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Os sambas de 1973 - Acesso A

Os sambas de 1973 - Acesso A

A GRAVAÇÃO DO DISCO: A safra de sambas do Segundo Grupo de 1973 é de um mau gosto impressionante. A maioria das agremiações, devido ao grande sucesso "Pega No Ganzê", optaram em levar para a avenida sambinhas bem curtos, de fácil canto e memorização afim de almejarem a tão badalada "comunicação popular". Resultado: o tiro saiu pela culatra, bem na culatra mesmo!!! Tanto o bolachão do Grupo Especial quanto o do Acesso A apresentaram sambas terríveis. O empobrecimento da letra e a falta de qualidade melódica contribuíram e comprometeram a safra de 1973, talvez a pior de todos os tempos. Pouquíssimos sambas se destacaram no LP do Segundo Grupo: Ilha, União de Jacarépagua e São Carlos. Em se tratando de gravação, a sonoridade é a mesmo do bolachão do Grupo Especial de 1973 com destaque para o cavaco e tamborins. Infelizmente quatro agremiações não tiveram seus sambas gravados: Lins Imperial (Bahia de Jorge Amado), Império da Tijuca (Brasil, Explosão Do Progresso), São Clemente (Momentos Inesquecíveis De Tapoagipe) e Império de Campo Grande (Casa-Grande e Senzala). NOTA DA GRAVAÇÃO: 6,5 (Luiz Carlos Rosa).    

1A - UNIÃO DE JACAREPAGUÁ: A verde e branco de Jacarépagua possui um maravilhoso acervo de bélissimos sambas de enredo em sua história, no qual "As Setes Portas Na Bahia De Carybé" tambem faz parte. Apesar da temática manjadíssima - exalta a Bahia, seus costumes e tradições - o sambaço é muito bonito, dotado de letra poética , melodia bastante envolvente e repleta de variações adoráveis. O refrão central "Tem dendê no caruru e vatapá/na moqueca do xaréu/nas águas de Mãe Iemanjá" é extremamente gostosos de se ouvir. Destaque tambem para a interprete Adelinha que conduziu muito bom o sambão!!! NOTA DO SAMBA: 9,4 (Luiz Carlos Rosa). Clique aqui para ver a letra do samba   

2A - UNIÃO DA ILHA: A carnavalesca Maria Augusta, em seu segundo ano na Ilha, desenvolveu o enredo "Y-Juca Pirama -poema de Gonçalves Dias- que culminou na nona posição do Grupo A 73. O resultado foi ruim mas fez com que a escola refletisse os erros cometidos durante o desfile, tanto que no ano seguinte conquistaria a vaga para o Grupo Especial com o título do Segundo Grupo de 1974. Com relação ao ótimo samba insulano, sua principal característica é a melodia que possui uma dolência absurda. O seu único refrão "Auê, auê/o meu pai eu quero ver/chefe timbira ele não pode morrer" é usado tanto no meio como na cabeça da obra. A partir de "Y-Juca Pirama" a União da Ilha começava a apresentar sambaços atrás de sambaço na década de 70 (com exceção ao samba mediano de 1976). NOTA DO SAMBA: 9 (Luiz Carlos Rosa).  Clique aqui para ver a letra do samba

3A - UNIDOS DE LUCAS: Rebaixada no Grupo Especial do ano anterior, assim como a Império da Tijuca, São Carlos e Unidos de Padre Miguel, a Unidos de Lucas era uma das fortes candidatas para retornar a Elite. Mas o Galo de Ouro da Leopoldina obteve o sexto lugar com o enredo "Estórias Que Ouvimos Na Infância" e consequentemente não conseguiu o seu objetivo. O samba é extremamente pesado. Apesar de não ser ruim num todo, evidentemente é de mediano a fraco tecnicamente. O maior pecado está na letra, pois se limita apenas em citar os personagens e não suas estórias como o enredo diz. De destaque positivo o envolvente refrão central "Por que guardamos na lembrança/belas estórias/que ouvimos na infância" cuja a melodia é um achado!!! NOTA DO SAMBA: 7,5 (Luiz Carlos Rosa). Clique aqui para ver a letra do samba

4A - UNIDOS DE PADRE MIGUEL: Com toda certeza e convicção do mundo, um dos CINCO piores sambas de enredo de todos os tempos, na minha visão. Fidélis Dutra, autor desta porcaria, tentou compor um samba à la Martinho da Vila, no qual se inspirou na obra "Carnaval De Ilusões" de 1967. Tanto é, que incluiu neste sambinha a cantiga de roda "Ciranda, cirandinha" só para completar e evidentemente dar solução a pífia segunda parte (que logo irei comentar). A tentativa de tornar a obra com a cara e fucinho do genial Martinho foi um fracasso retumbante. "Cazuza" do escritor Viriato Correa, pedia uma letra mais interessante, que abordasse o tema com poesia e sobretudo sagacidade. Infelizmente, isto de fato não ocorreu. A letra simplesmente é um horror, principalmente na tão "famosa" segunda parte com versos absolutamente toscos, sem nexo algum como por exemplo: "O seu lema era estudar/Soltando pipa via a linda borboleta a voar/Ele sendo criança/ Gostava de ver a menina cantar". Não é totalmente estranho??? Vocês acham que a porcaria acabou??? Ainda tem o péssimo refrão central "Cazuza chegou/ele chegou pra valer/trazendo muita bondade/amizade podes crer" fortíssimo candidato ao refrão mais trash da história. A melodia é tão sem graça e irritante que dá vontade de tampar os ouvidos com algodão. Certamente, essa coisa horrorosa contribuiu para a queda da vermelho e branco de Padre Miguel para o Terceiro Grupo. NOTA DO SAMBA: 2,7 (Luiz Carlos Rosa). Clique aqui para ver a letra do samba

5A - UNIDOS DA TIJUCA: Avesso ao estilo de formatação de sambas enredos do início da década de 70 (pelo menos em 1973), a agremiação do Borel "confiou no seu taco" optando por um sambinha longo e de versos extremamente extensos. "Bom Dia Café" é dotado de letra didática, entretanto, excessivamente pesado de informações que tornam o sambinha chato e cansativo. A melodia é absolutamente reta,com raríssimas variações, além de acelerado em alguns momentos. O sambinha uni-tijucano possui dois refrões: o final "Olê, olê, olê, olé/na avenida iluminada/exaltamos o café" é tão apelativo que fizeram o cúmulo do absurdo de colocar a palavra "olé" só pra rimar com "café". Já o central "Glórias ao eminente Rei Pelé..." é trash até o talo. Você deve estar se perguntando: O QUE O PELÉ TEM A VER COM O TEMA SOBRE CAFÉ??? É que logo após ao fantástico tricampeonato mundial no México em 1970, o "Rei do Futebol" acabou virando garoto-propaganda da Companhia Cacique de Café Solúvel, que fabrica o famoso "Café Pelé". É amigo...depois de ouvir esse sambinha só mesmo saboreando um bom cafézinho...NOTA DO SAMBA: 7,1 (Luiz Carlos Rosa). Clique aqui para ver a letra do samba

6A - UNIDOS DA PONTE: A azul e branco de São Matheus era exclusivamente uma agremiação de Terceiro Grupo (Acesso B) antes de se promover ao Segundo Grupo de 1973. Quanto a obra "Samba, Dança Para Os Orixás" possui letra simplória, pouco inspirada e claro...não esquecendo do clichê da época em temas afro "Salve todos os orixás". A melodia em alguns momentos é bastante marcheada e não há nenhuma variação relevante. O sambinha só é sustentado pelo envolvente refrão "Malelê, malelê, maleluá/ele vem de ronda/ele foi rondar" que é repetido duas vezes, entre a segunda e terceira parte. Sambinha fraco que passa batido no bolachão. NOTA DO SAMBA: 6,8 (Luiz Carlos Rosa). Clique aqui para ver a letra do samba

1B - SÃO CARLOS: "Tra Lá Lá Lá, Um Hino Ao Carnaval Brasileiro" é o reflexo da excelente e magnífica safra de sambas da São Carlos na década de 70. É com toda certeza a melhor homenagem em samba-enredo feita para o compositor Lamartine Babo. O sambaço da agremiação estaciana foi vencedor do primeiro Estandarte de Ouro do Segundo Grupo. Aliás... a São Carlos já havia abocanhado o Estandarte de Ouro do Grupo Especial do ano anterior com o monumental "Festa Do Preto Forro". Voltando a falar da obra-prima de 73, possui passagens melódicas extraordinárias a partir do bélissimo verso "Ele prosperou/e se consagrou/no carnaval...". Outro destaque é o primoroso e contagiante refrão principal "Entre na ginga moringa, pinga pra lá...". Enfim, um samba que é gostoso de ouvir e de cantar e que embalou na conquista do Segundo Grupo de 1973. Não seria um crime se a Estácio o reeditasse em pleno século XXI. NOTA DO SAMBA: 9,9 (Luiz Carlos Rosa). Clique aqui para ver a letra do samba   

2B - BEIJA-FLOR: Este é o último registro fonográfico da então "pequena" Beija-Flor de Nilópolis no Segundo Grupo. Com o enredo "Educação para o Desenvolvimento" a escola nilopolitana obteve o vicecampeonato e automaticamente a presença definitiva no Grupo Principal. Nem preciso contar o resto da história de uma das maiores potências do carnaval universal, né??? Com relação ao sambinha de 73, indisfarçavelmente enaltece o MOBRAL -orgão criado pelo famigerado governo militar. A letra é horrorosa, desprovida de beleza poética tamanha o puxasaquismo aos militares. São versos tão maquiavélicos (do naipe "Vejam que beleza de nação/o Brasil descobre a educação" e "Brasil, terra extraordinária/venham ver a nossa Cidade Universitária") que maculam o sentimento dos sambistas. Os dois refrões são patéticos de tão trash e possui o mesmo estilo melódico. E poer falar na melodia, surpreendentemente é boa, possui variações que a meu ver são interessantes e acaba salvando o sambinha de uma nota BEM PIOR. NOTA DO SAMBA: 5,2 (Luiz Carlos Rosa). Clique aqui para ver a letra do samba     

3B - IMPÉRIO DO MARANGÁ: Genérico do genérico da obra-prima "Aquarela Brasileira" - composta pelo Mestre Silas de Oliveira - o sambinha da extinta agremiação da Praça Seca possui uma razoável letra e melodia que não causa impacto algum, ou seja, um sambinha correto demais. A palavra "aquarela" é repetida QUATRO vezes durante o sambinha e seu único refrão "ôôôô/Esta é aquarela/que Ary Barroso deixou" não tem força alguma. O sambinha num todo é burocrático, mas é melhor que mais da metade da horrorosa safra do Segundo Grupo de 73, o que não é tão grave assim!!! NOTA DO SAMBA: 7,3 (Luiz Carlos Rosa). Clique aqui para ver a letra do samba     

4B - CORDOVIL: Com resquícios de podridão do sambinha horroroso de 72, o Dragão da Leopoldina emplacou em 73 um boizão de primeira. "Festival Do Cinema Brasileiro" possui uma letra fraquíssima que não tem conteúdo algum. Fala, fala e não diz absolutamente nada de relevante sobre o tema. O refrão central "Salve a tecnologia/da nossa cenografia/que não cansa de crescer" é rídiculo!!! A melodia possui passagens estranhas e os "lalaías" são de péssimo gosto. A faixa lembra muito com o sambinha "Arte Em Tom Maior" do Império Serrano para o carnaval de 1970. NOTA DO SAMBA: 5 (Luiz Carlos Rosa). Clique aqui para ver a letra do samba    

5B - CAPRICHOSOS: Na minha opinião, o pior samba da Caprichosos em toda sua história. Não consigo acreditar que o compositor Ratinho (autor de sambaços da própria escola, como "Festa Da Uva" e "Feira Livre") tenha feito esta ruindade de sambinha. A letra é de fazer o alho chorar de raiva: paupérrima com clichês inacreditáveis do tipo "a alegria é geral", tudo era esplendor", "tudo era felicidade" e tudo era sedução". A melodia simplesmente não me agrada. Nota-se claramente que as pastoras tentam salvar de forma descomunal este sambinha, mas infelizmente são cruelmente engolidas por esse lixo. NOTA DO SAMBA: 4,6 (Luiz Carlos Rosa). Clique aqui para ver a letra do samba     

6B - TUIUTI: Enquanto Noca da Portela não conseguia emplacar um samba na Águia de Oswaldo Cruz e Madureira (a primeira vitória viria em 1976 com o "Homem do Pacoval"), pela terceira vez em sua história a Paraíso do Tuiuti apresentava uma obra de sua autoria. "Os Imortais Da Música Brasileira" possui letra bastante extensa, porem extremamente concisa, que exalta os compositores brasileiros desde D.Pedro I à Miguel Gustavo. MIGUEL GUSTAVO??? Pra quem não sabe, ele compôs o famosa trilha sonora do tricampeonato mundial de 70 da nossa Seleção ("Pra Frente Brasil). A boa obra de Noca e seu parceiro Poliba possui maravilhosas passagens poéticas como nos versos "Musa a divina dama da música/que iluminou a imaginação/de compositores geniais". A melodia alterna lirismo e valentia. Samba que fecha bem o bolachão, apesar da safra medíocre de sambas em 73. NOTA DO SAMBA: 8,5 (Luiz Carlos Rosa). Clique aqui para ver a letra do samba

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