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SYLVIO PAULO E JUAN ESPANHOL

SYLVIO PAULO E JUAN ESPANHOL

          

Nome completo de Sylvio Paulo: Silvio Paulo Rodrigues dos Santos (ao centro, na foto)

Ano de nascimento: 1953

 


Nome completo de Juan Espanhol: Juan Antonio Alvarez Mendez (à direita, na foto)

Ano de nascimento: 1951
Ano de falecimento: 2019

 

 

Fotos e informações adicionais enviadas por Juan Espanhol e seu filho Eric Alvarez - a foto ao lado foi batida por Gustavo Câmara e retrata o momento em que o samba da dupla foi anunciado como o campeão da disputa do Arranco (outubro de 2005). Ao lado da dupla, aparece Fernandinho, intérprete de apoio da escola e compositor campeão por vários anos (também é um dos autores do samba de 2006 do Arranco).

                          


Taí uma parceria nascida no Arranco que fez grande sucesso no carnaval carioca durante os anos 80. Um era o complemento do outro, tanto nas composições quanto no canto na avenida. Sylvio Paulo e Juan Espanhol são dois grandes compositores do Engenho de Dentro, cuja trajetória se confunde com a própria história do Arranco.

O falcão azul e branco surgiu como bloco em 1948 e tornou-se escola de samba em 1973. Em seu primeiro carnaval, no ano seguinte, o Arranco desfilou com uma obra de autoria de Espanhol - o samba "Estrela Dalva". Espanhol soma até agora 13 composições na escola (já contando o samba para 2006), mais duas na Unidos da Tijuca e uma na Portela, somando 16 composições (sem contar mais dois sambas que ganhou no bloco Vai se Quiser - cuja sede também era no Engenho de Dentro - no fim da década de 70 e começo na de 80). Mesmo evitando qualquer tipo de comparação com o compositor mangueirense Hélio Turco, Juan Espanhol está empatado com Hélio, o maior vencedor de samba-enredo do carnaval carioca, que ganhou 16 vezes na Mangueira. Humilde, Espanhol reverencia Hélio Turco como mestre, deixando claro que ele venceu todos os concursos na verde-e-rosa. "Desnecessário dizer mais nada", completa o maior vencedor da história do Arranco, que também considera Silas de Oliveira, Beto Sem Braço e David Corrêa seus ídolos. Sylvio Paulo, também compositor, passou a ser a voz oficial da escola em 1980, ao suceder o puxador Paulo Samara.

Juan é europeu. Nasceu em Louredo, província de Orense, região da Galícia, na Espanha, em 26 de agosto de 1951, e chegou ao Brasil em 1961, mais precisamente em Juiz de Fora (MG). Residiu na cidade mineira até os 18 anos, quando se mudou para o Rio de Janeiro, indo morar justamente nos fundos da quadra do ainda bloco Arranco. Entrou para a ala de compositores da agremiação em 1973.

Sylvio Paulo nasceu em Nilópolis, em 2 de março de 1953. Sua família mudou-se para o Engenho de Dentro quando tinha nove anos de idade e foi morar ao lado da quadra do Arranco. Na época do bloco, foi ritmista (tocava repique), diretor de bateria e compositor.

A fértil parceria entre Sylvio e Espanhol teve início em meados da década de 80 e gerou um período áureo de excelentes composições. Na avenida, Sylvio entoava sua bela e afinada voz, complementada pelos cacos de empolgação geralmente proferidos por Espanhol. O primeiro fruto da parceria ocorreu em 1985, com o belíssimo samba "Chuê-chuá, moronguetá cruz credo!", que deu à escola a terceira colocação no Grupo 1-B (atual Grupo A).

O auge da performance da dupla aconteceu em 1989, quando o Arranco desfilou pelo Grupo Especial após 11 anos afastado da elite do carnaval. "Quem vai querer?" até hoje é considerado o melhor samba de sua história e gerou uma reedição em 2005, quando a escola conquistou o vice-campeonato do Grupo B. Em 1990, a dupla ampliou o seu talento, sendo vitoriosa na Portela, com "É de ouro e de prata este chão". Sylvio Paulo e Espanhol também ajudaram Dedé - puxador oficial da Portela na época - no carro de som. Em 1991, defendendo um samba que não era de sua autoria, Sylvio Paulo se despediu momentaneamente do microfone. Ele continuaria ainda a freqüentar ensaios e a quadra do Arranco, mas não mais como puxador da escola.

Além de disputar no Arranco, Juan Espanhol ganhou duas vezes na Unidos da Tijuca. Mesmo com a precoce aposentadoria do amigo, Espanhol prosseguia como compositor e intérprete de apoio do Arranco do Engenho de Dentro até 2003. O sambista chegou a estar ausente do carro de som da escola devido à uma crise de depressão.

Para o carnaval de 2006, a parceria entre Espanhol e Sylvio Paulo foi reativada e ela novamente trouxe sorte: a dupla venceu o concurso de sambas para o enredo "Guelédés, o retrato da alma", novamente pela azul e branco do Engenho de Dentro. Juan Espanhol não contém a emoção ao falar da volta da legendária dupla: "O abraço que nos demos e o marejar nos olhares um do outro dispensou quaisquer palavras. Apenas prolongamos o abraço...", exalta. O samba-enredo foi agraciado com o Estandarte de Ouro do Grupo A. É o primeiro que a dupla levou após mais de três décadas de carnaval.

Em 2008, a dupla voltou ao microfone principal do Arranco no Grupo B. Foi a última oportunidade para ouvirmos Espanhol gritando na Sapucaí: "Na ilusão dessa avenida, o Arranco é todo amor! Vaaaaai...". Juan Espanhol foi vice-presidente do Arranco de 2012 até 2017. A dupla marcou presença nas eliminatórias de samba da Portela até 2017. Juan Espanhol faleceu em 25 de fevereiro de 2019.

 Início: ambos são crias do Arranco e começaram junto com a escola, no início dos anos 70.

Sylvio Paulo:
1980 a 1991 - Arranco do Engenho de Dentro
1990 - Portela (apoio de Dedé)

2008 - Arranco do Engenho de Dentro

Espanhol:
1985 a 2003 e em 2008- Arranco (apoio de Sylvio Paulo, Nylson, Nego, Sidney de Pilares, Dedeco e Fernandinho BM)
1990 - Portela (apoio de Dedé)
1993 e 1995 - Unidos da Tijuca (apoio de Waguinho e de Paulinho Mocidade)

GRITO DE GUERRA (por Espanhol): Na ilusão desta avenida, o Arranco é todo amor. Vaaaaaaaai...

CACOS DE EMPOLGAÇÃO: Dependia da letra do samba. Aparecia os cacos "alô bateria"; "canta baianas"; "vamos chegando"; "ajuda meu povo"; "d-d-d-d-diz";

SAMBAS DE AUTORIA DA DUPLA: "As aves que aqui gorjeiam" (Arranco/84); "Chuê-chuá, moronguetá, cruz credo!" (Arranco/85); "Sai mais uma" (Arranco/86, com Nylson); "Pra ver a banda passar" (Arranco/88); "Quem vai querer?" (Arranco/89 e Arranco/2005, com Jarbas da Cuíca); "É de ouro e prata esse chão" (Portela/90, com Cila da Portela); "Gueledés, o retrato das almas" (Arranco/2006, com Fernando, Bola e Bira Só Pagode).

SAMBAS DE SYLVIO PAULO: "Ou isto ou aquilo" (Arranco/81, com Ormindo e Wandrey Dedeco).

SAMBAS DE ESPANHOL: "Estrela Dalva" (Arranco/74); "Ajoim-Obá, o casamento do rei" (Arranco/75); "Piaburu, o caminho da montanha do sol" (Arranco/76); "Quem conta um conto, aumenta um ponto" (Arranco/79, com Nylson); "Como vencer na vida sem fazer força" (Arranco/82, com Dimas Cordeiro e Nylson); "Dança Brasil" (Unidos da Tijuca/93, com Azeitona, Dário Lima e Paulo Ribeiro); "Os nove bravos do Guarani" (Unidos da Tijuca/95, com Dário Lima); "Chico Anísio, 50 anos de humor" (Arranco/97, com Fernandinho, J. Comunidade, Nylson e Ormindo); Maria Terna e Eterna (Bloco Vai se Quiser/79, com Nylson); A Praça (Bloco Vai se Quiser/início da década de 80, com Bira do R e Nylson).

Estandarte de Ouro: 2006 (Melhor samba-enredo do Grupo A). A dupla também ganhou os Prêmios Sambanet e Jorge Lafond de melhor samba do Grupo A em 2006.

MAIS FOTOS DE SYLVIO PAULO E JUAN ESPANHOL



Sylvio (de azul) e Espanhol (de amarelo) durante à semifinal do concurso de samba-enredo do Arranco em outubro de 2005


A dupla durante a cerimônia de entrega do Prêmio Jorge Lafond, da Cubango. O samba do Arranco foi eleito o melhor do Grupo A em 2006 pela premiação


A volta da dupla ao microfone principal do Arranco, em 2008

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