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Sinopse Uraiti 2008

Terra Santa: Registros da Minha Gente (Unidos do Uraiti - 2008)

Introdução

Buscamos na história importantes acontecimentos para a consolidação do que é nosso, em um passado não muito distante. A história brasileira nos deixa fartos de acontecimentos que envolviam uma sociedade em plena formação.

O carnaval tem o compromisso de instituir episódios e fatos desconhecidos ou até esquecidos com o tempo. Seus personagens, os lugares e suas histórias podem revelar um Brasil ainda desconhecido.

O bairro de Santa Cruz localizado na Zona Oeste do Rio de Janeiro possui o registro de uma história ainda não conhecida. A fórmula: mesclar diferentes momentos da história de sua formação, da sua gente. Do índio feiticeiro e primeiro proprietário desta terra, da religiosidade dos Jesuítas e do sincretismo religioso com o negro africano, dos acontecimentos políticos da nobreza européia e dos diferentes povos que aqui se fixaram e formaram uma nação.

Nada melhor que representar a memória de nosso povo em uma grande manifestação popular que é o carnaval onde diferentes cores se unem em um único ideal: a alegria! Exaltar a nossa brasilidade, a nossa união como um único povo.

Sinopse

Terra ''Santa'',
Tu és palco de grandes acontecimentos de minha história!
Desbravar-te-ei, teus costumes e mitos, o regozijo de meu povo.
Vamos falar de folias... As folias de minha gente.

Terra essa que cantamos e redescobrimos.

O cenário: uma terra quase intocável povoada pelo verdadeiro dono desta terra.

A natureza da ''futura região da baixada de Santa Cruz'' se torna palco de rituais e da celebração das tribos tupi-guaranis. A fartura da terra propicia aos primitivos, verdadeiras festas em torno da caça e pesca ofertada pela natureza. A entoada eminente e o som dos pés marcando a terra é o primeiro marco de regozijo de minha gente. A sabedoria dos pajés evoca os ancestrais das matas através de sublimes rituais, seriam as folias indígenas.

Mais tarde seria instituída pela Companhia de Jesus a Fazenda Santa Cruz que serviria como palco de grandes acontecimentos do Brasil.

Vi-te menina. Uma vasta região de baixada e montanhas circundantes onde a natureza é exuberante.

O axé, energia de África, por mim foi semeado através de sua gente rude, de pele amarronzada. Os negros aqui transformados escravos pela ambição, semearam em seu chão lindos acordes que transformavam os bailes da Nobreza mais felizes. Solidificaram a fundação da Primeira Escola de Música, de Orquestra e de Coral do Império que serviriam a festas e missas ora na Fazenda, ora na Capital.

Em 1759, Marquês de Pombal revela a ação que expulsa os Jesuítas dos domínios de Portugal e suas colônias, assim a Fazenda seria revertida à Coroa portuguesa.

Terra Santa! Transformastes em uma terra acolhedora.

Com a vinda da Família Real para o Brasil, a Fazenda é escolhida como local de refúgio e veraneio por sua favorável localização e distanciamento do centro da cidade. A natureza ao redor mantinha-se intacta e seu contato era de grande desfrute para a Corte.

O antigo convento existente era adaptado a Paço Real, o local de todas as festividades da Corte. O Palácio de Santa Cruz era o local de decisões do país. O conforto propiciou a estadia por diversos meses do príncipe regente, sendo também o local de educação de seus filhos Dom Pedro e Dom Miguel.

Eram ali oferecidos bailes e banquetes para a Família Real e importantes nomes de minha política, tudo regado à fartura que a natureza oferecia, sendo preparados e ornamentados pelos escravos da Fazenda.

Em meu Segundo Reinado foi palco da lua-de-mel de Dom Pedro I e de Dona Imperatriz Leopoldina, uma folia pro ''sassarico'' do Príncipe-Regente.

Em ti foi realizada a reunião de minha independência estando presente o ilustre José Bonifácio. Mais tarde abrigaria a festa de comemoração de minha liberdade, já me encontrava independente.

Com a abdicação de dom Pedro I, a Fazenda Real se torna palco de concorridos bailes e saraus no Palácio Imperial. Os filhos do príncipe regente obtinham verdadeira paixão por ti.

Em meu Governo Imperial a Princesa Isabel faria libertos escravos de minhas terras. A promulgação seria assistida pelo visconde de Rio Branco e o Conde D´Eu.

Terra Santa! Fostes transformando-te.

Após um período de estagnação recebeu de braços abertos à gente que faria o novo progresso para a região. A expansão do comércio seria efetivada pelos imigrantes italianos e árabes. Em ti instalariam colônias onde movimentariam atividades folclóricas e de comércio de bairro. Por volta de 1930 chegariam os japoneses, enriqueceria em nosso solo a agricultura. Vindos de São Paulo faria de seu chão uma nova morada. A fartura aqui era permanente dos tempos de ocupação indígena, em pouco tempo à quantidade significativa de alimentos abasteceria grande parte da cidade do Rio de Janeiro.

Seu progresso industrial se deu com a chegada dos nordestinos que movimentaram as indústrias da região de Santa Cruz, sendo a mão de obra do bairro. Constituíram os primeiros habitacionais de Santa Cruz.

É Santa Cruz...

Por diferentes momentos passastes. Seu povo se formou...

Vieram índios, jesuítas, africanos, nobres, imigrantes italianos, árabes, japoneses... Diferentes povos, pensamentos e histórias por ti passaram. Servistes de cenário para momentos decisivos de minha história. Em ti fica plantada a semente de vários povos que por aqui passaram e deixaram sua contribuição. O manifesto da sua gente fica evidente nas festas populares do bairro. É sinhazinha e bate-bola por todos os lados!

Teu samba reflete esse mimetismo de classes sociais, onde a alegria reina na ribalta do carnaval.

Fizestes parte de minha bela história!

Quem vos fala,
Brasil.

Carnavalescos: Marcus Ferreira e Paula Costa