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Um Bailado nos Céus
ENREDO 2014

Um Bailado nos Céus

Voou, ganhou os céus num leve e livre bailado, levando consigo infâncias e histórias.

Voou mais alto, no intuito de tocar o céu: morada dos Deuses, aqueles que a construíram para que cada menino-homem sonhador pudesse elevar sua alma e suas preces ao alto. Seu sonho se eternizara aos ventos, o de ser eternamente uma criança, de poder voar, riscar os céus assim como o singelo brinquedo de papel.

Afinal, a ganância empobrece o coração dos homens. Na segunda guerra mundial, utilizaram-na como alvo para exercícios de tiros. A eterna criança ficara oprimida pela sanha de fuzis e canhões, esperando que um dia o sol brilhasse novamente, para que ela pudesse novamente alçar voo.

Mas a esperança renasce no coração de um menino, morador de uma pobre comuna chinesa. Li Cunxin buscava através dela levar seus anseios aos Deuses: o desejo de ser livre. Poder plainar junto a ela rumo ao infinito, levando sempre a pureza no peito. Como em Li, a esperança renasce nos olhos de cada infante, que ao empinar seu brinquedo, clama pelo direito à infância, de brincar de ser livre.

Chega aos brasileiros através daqueles que um dia os colonizaram, que por sua vez, a conheceram em seus devaneios ao Oriente. Foi instrumento de defesa de Palmares, nosso quilombo: sentinelas a usavam como forma de alerta para perigos se aproximassem. Foi também canto e dança desse povo africano, que em devoção, a ofertavam aos orixás. Podiam enxergar em sua dança ao vento, a manifestação de Iansã.

E aquele pobre menino, no pé de sua laje, a decifrar o horizonte com seu jeito de brincar, encontra no coração de Li, a força para clamar aos céus, por um futuro melhor. Sem perder a essência, a magia que transforma um brinquedo de papel em sonhos, no sonho de que um dia o homem possa enxergar nas pequenas coisas, a felicidade.

Novamente voou, ganhou a passarela em apoteose, levando consigo a certeza de uma missão cumprida.

Sinopse: Leandro Thomaz