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Sinopse Unidos de Cosmos 2008

O Sertão Carioca está em Festa, Parabéns Cosmos, 60 Anos de Samba! (Unidos de Cosmos - 2008)

Justificativa:

É oportuno falar da História do Bairro de Cosmos e relembrar os grandes enredos apresentados pela Unidos de Cosmos nos seus sessenta anos de existência e resistência. Bem como contar um pouco da história da verde e branca da Rua Iguaraçu, desde a sua fundação em 1° de janeiro de 1948 no antigo Sertão Carioca, área predominantemente agrícola.

Desenvolvimento do Enredo:

O local onde hoje se situa o bairro de Cosmos, foi nos primórdios parte das terras Tamoias. Fato este comprovado com os camotins ou igaçabas, (grandes vasos de barro onde os índios enterravam os mortos) encontrados, quando da construção do bairro. Depois integrou o patrimônio da Fazenda Jesuíta, Real e Imperial.

Com o advento da República, as terras da fazenda, tornaram-se foreiras no ciclo do café. Nessa época surgiu o núcleo habitacional de Vila Igaratá

O café que, no Estado do Rio de Janeiro, vinha em decadência desde a abolição da escravatura chegou ao auge da crise em 1929. Justamente neste ano nascia o Bairro de Cosmos, construído pela Companhia Kosmos Engenharia e Imobiliária. No começo da década de 30 chegou a haver queima de café, no lugar onde hoje está situada a Igreja de Sta Sofia.

As Indústrias têxteis, que desde o século XIX estavam em franca expansão, procuravam lugares mais amplos para que pudessem instalar a fabrica e construir residências para os operários. Esta foi a razão para que uma dessas indústrias escolhesse a Vila Igaratá.

Chamava-se fábrica de tecidos Aliança e estava sediada em Laranjeiras. Após negociar com a companhia Kosmos, a área hoje conhecida como Caminho do Céu, a fábrica preparava-se para mudar para a Vila Igaratá. Quando o negócio foi embargado na justiça, por uma tal Companhia Metrópolis que se dizia dona das terras.

A fábrica de tecidos não veio, mas o Bairro que foi planejado para ser uma Vila Operaria, foi crescendo lentamente e se tornou um bom Bairro residencial. Com uma planta muito bem elaborada por um jovem projetista, que na época iniciava uma carreira vitoriosa e hoje é reconhecido internacionalmente. Seu nome: Oscar Niemeyer.

Na década de 1940, nas antigas terras foreiras da fazenda de Santa Cruz, agora transformadas em terras devolutas, teve inicio o ciclo da laranja.

Nas chácaras que foram criadas em torno do Bairro de Cosmos, vieram se instalar os portugueses um desses portugueses que veio para Cosmos , convidado por um primo, chamava-ser Serafim Moreira Sofia, pai do Compositor Adelino Moreira e era conhecido como Comendador. Começou a trabalhar com ouro em uma pequena fábrica de jóias que gerou muitos empregos para os moradores locais.

O Comendador Sofia foi um grande benfeitor de Cosmos. Ele distribuía pão e leite para as pessoas carentes e também participou de vários empreendimentos em Cosmos.

Em 1º de maio de 1930 foi fundado o Kosmos Atlético Clube e o Comendador participou da sua fundação. Posteriormente por desentendimentos internos desligou-se do Kosmos A.C e fundou o Esporte Clube Rosita Sofia.

O posto de saúde e a primeira escola pública foram instalados graças ao bom trânsito político do Comendador. A Igreja de Santa Sofia foi construída com o patrocínio do Comendador Sofia, que mandou construir a igreja como pagamento de uma promessa por ter escapado de um naufrágio vindo de Portugal em plena Segunda Guerra Mundial.

A Unidos de Cosmos, mais antiga escola de samba da Zona Oeste Carioca em atividade, foi criada por incentivo do Comendador Sofia. Antes do surgimento do GRES Unidos de Cosmos, havia em Cosmos, no Sertão Carioca, um bloco carnavalesco, o União de Cosmos, fundado por um pernambucano autodidata que veio para o Rio de Janeiro e apaixonou-se pelo samba carioca. Este pernambucano chamava-se Oswaldo Augusto de Albuquerque e incentivado por Serafim Sofia fundou a Escola de Samba Unidos de Cosmos em 1º de janeiro de 1948 juntamente com outros bambas de Cosmos, como José Lima, Francisco Hilário Gomes, Adelino Moreira, Isaac Barbosa e seu Artur. À época da fundação da Unidos de Cosmos, o Comendador Sofia doou o terreno para a construção da quadra e ainda ajudava a escola com donativos. Apenas pediu a diretoria da Unidos de Cosmos que deixasse o seu filho Adelino Moreira compor os primeiros sambas da escola até a formação da ala de compositores da nova escola que se formara no Sertão Carioca. Em l948 a Unidos de Cosmos filiou-se a Confederação Das Escolas de Samba do Brasil. Dos primeiros carnavais apresentados pela Unidos de Cosmos,destacamos "Viva a Marinha Brasileira", de 1950, o samba foi escrito pelo saudoso compositor Adelino Moreira, famoso compositor luso-brasileiro que foi autor de inesquecíveis canções, como a "A VOLTA DO BOÊMIO", "FICA COMIGO ESTA NOITE" E "NORMALISTA". Desfilou até 1952, quando foi afastada devido ao não comparecimento dos seus diretores a cabine dos jurados e da coordenação do desfile, pois as escolas de samba não desfilaram naquele ano devido aos violentos temporais que caíram sobre a cidade; as escolas passaram apenas com os pavilhões e a Cosmos ficou aguardando o fim da tormenta embaixo das marquises do Edifício da Central do Brasil.

De 1953 a 1968 a Unidos De Cosmos ficou afastada dos desfiles oficiais do Centro do Rio, sobreviveu como entidade carnavalesca participando dos desfiles de escola de samba de Campo Grande, Santa Cruz e da Cidade de Itaguaí(Costa Verde). Registra-se que o longo afastamento da Unidos de Cosmos dos desfiles oficiais deveu-se à má vontade dos dirigentes da Confederação Das Escolas de Samba do Brasil em autorizar o retorno da Verde e Branca da Rua Iguaraçu aos certames oficiais do carnaval carioca. Em 1969, a Confederação Das Escolas De Samba autorizou a volta da Unidos De Cosmos aos desfiles oficiais, entretanto não oficializou a apresentação da escola que não teve o seu desfile reconhecido oficialmente. Cansada de ser enrolada pela Confederação, filiou-se Associação das Escolas de Samba do Estado da Guanabara, tendo que fazer um desfile de avaliação sem subvenção. Foi aprovada e em 1971 retorna as disputas carnavalescas oficiais obtendo a nona colocação com o enredo " Exaltação ao Negro Brasileiro" que exaltava importantes personagens negras da História do Brasil.

Um outro pioneirismo da Unidos De Cosmos foi lançar um enredo falando sobre o futebol, numa época em que os enredos abordavam apenas temas históricos, biográficos, culturais. Este enredo intitulado "Epopéia Carioca" de autoria de Flávio Lopes de Almeida que abordava também a introdução de ritmos e danças nativas até chegar ao samba criado pelos afro-descendentes, expoente máximo do carnaval carioca. Merece ser destacado também o enredo "Candomblé, Culto a Magia Afro-Brasileira" de 1976. Com esse enredo a Unidos de Cosmos prestou homenagem aos candomblecistas e reverenciou os orixás africanos. Destaca-se o enredo de 1980 "O Brasil também é criança", em que as crianças e os seus brinquedos pueris são mostrados na avenida. Em 1981, com o enredo "Enfim a Felicidade", assinado pelo saudoso carnavalesco Ney Ayan, a nossa escola falou sobre a mitologia indígena, lembrando as histórias fantásticas dos deuses Tupis. Em "Numa Noite, um Dia no Rio", de 1982, a Cosmos mostrou as belezas do Rio de Janeiro, seus folguedos e o cotidiano alegre do carioca. "Carnaval do Passado", de 1984, relembrou carnavais antigos, corsos, grandes sociedades, ranchos, blocos, cordões e escolas de samba tradicionais. Em 1985, "Chegou o General da Banda", a nossa homenagem a quem tanto fez pelo samba: Blecaute. Em 1986, "Guerreiro Verde", o enredo ecológico, em que um herói indígena sai em defesa da Amazônia ultrajada pela ambição do homem civilizado que só pensa em extrair riquezas da floresta, destruindo assim o meio ambiente e pondo em risco o futuro da terra: Oh! Guerreiro Verde, proteja a Amazônia do invasor! "Arigatô, 80 anos de imigração Japonesa no Rio". A Unidos comemorou 80 anos de imigração japonesa no Rio de Janeiro, principalmente em Santa Cruz e Itaguaí. Onde vivem as colônias japonesas como agricultores no Rio de Janeiro.

Depois de anos de afastamento dos desfiles oficiais, de 1993 a 2002, no ano de 2002 a Unidos de Cosmos fez um grande carnaval para sua comunidade, com o criativo enredo "O Samba só tem um Sinhô", homenagem da nossa escola ao grande compositor e baluarte do samba José Barbosa da Silva. Foi um ensaio para sua volta triunfal no ano seguinte. Em 2003 a volta por cima com o vice-campeonato conquistado com o enredo "Cosmos 5.5 Reverencia Heitor dos Prazeres". A estrela do pioneiro sambista fez brilhar a nossa escola, mesmo sem subvenção. O fato é que Mano Heitor encheu de alegria e euforia os componentes da Unidos de Cosmos que cantaram e encantaram a passarela:

Deixa falar, Vizinha Faladeira / De mim ninguém se lembra / Trouxe a primeira Bandeira.

Em 2004, com o enredo "Cosmos Viaja nos sonhos de Ney Roriz sem medo de ser feliz", a verde e branca brilhou e faltou pouco para uma nova ascensão. Os carnavais de Ney Roriz, sua vida e os seus sonhos empolgaram os nossos foliões na avenida. 2005, a malandragem desfilou com a Unidos de Cosmos. "Com a fina flor da Malandragem, Cosmos pede Passagem" Contou na passarela a história da malandragem desde o século XIX, com o seu apogeu no Rio Antigo, Lapa Boêmia, até o ultimo malandro, Madame Satã. Em 2006, "Cosmos Faz a Festa na Intendente", com um grande desfile a nossa escola mostrou na avenida as principais festas do Rio de Janeiro e importantes datas festivas do nosso país.

Em 2008, o Sertão Carioca estará em festa, Parabéns Cosmos pelo seus 60 anos consagrados ao samba.