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Pernambuco, Leão Coroado e Patriota - 200 Anos de Revolução
SINOPSE ENREDO 2017

Pernambuco, Leão Coroado e Patriota - 200 Anos de Revolução


Cidadãos pernambucanos, sigamos de Marte a lida
É triste acabar no ócio, morrer pela Pátria é vida

Leão do Norte. Esta admirável página que o passado deixou. A Colibris ainda ouve pelos ares o retumbante grito de um povo heroico, um brado de guerreiros sedentos por luta e pela liberdade.

1817. Há exatamente dois séculos, os homens da brava capitania de Pernambuco – que já defenestraram os holandeses de Guararapes – mais uma vez levantavam armas. A forte e tradicional produção açucareira escoada pelo porto de Recife não estava em seus melhores dias. A seca no Nordeste assolava a faminta população. Enquanto isso, do Rio de Janeiro, a Família Real portuguesa ostentava às custas do sofrimento alheio, através de novos impostos e tarifas bizarras referentes à então capital federal, que os pernambucanos em plena miséria eram obrigados a pagar para sustentar a suntuosidade da corte e a mordomia de um Dom João VI ainda mais gordo.

A indignação despertou ideais oriundos de além-mar. De Paris, vinha o pensamento iluminista de que é necessário coragem para fazer uso da própria razão, em contrapartida às trevas feudais e os costumes medievais vigentes. Lojas maçônicas foram abertas por estudantes que voltavam da Europa para difundir, nestas sociedades secretas, a democracia e a contrariedade ao absolutismo monárquico. Liberdade, igualdade e fraternidade! Infames ideias francesas… Até Napoleão quase foi parar em Pernambuco!

Se os Estados Unidos conseguiram sua independência, por que os bravos pernambucanos não poderiam? Com o aval dos ianques, a Revolução dos Padres era tramada. Afinal, muitos eram os religiosos envolvidos na conspiração. Fé não faltaria para a vitória. Quem bebe da célebre “caneca” tem sede de liberdade. Uma República estava por vir.

Quando a voz da Pátria chama, tudo deve obedecer
Por ela a morte é suave, por ela cumpre a morrer

O governador da capitania, Caetano Pinto de Miranda Montenegro, ordena a prisão dos subversivos. Os civis não oferecem resistência. Um brigadeiro português, Manoel Joaquim Barbosa de Castro, é o encarregado da detenção dos militares revoltosos. Mas estes não apenas só resistem. Rugem. O homem de Pernambuco mais do que nunca é um Leão. E coroado! O destemido capitão José de Barros Lima, conhecido como Leão Coroado, atravessa o peito do brigadeiro com sua espada, deflagrando o levante. Diante do motim, o governador foge do Palácio do Campo das Princesas (sede do governo), mas é preso pelos rebelados.

Com o novo governo provisório, a bandeira da revolução é idealizada e abençoada. Um século depois, inspiraria o pavilhão definitivo do Estado de Pernambuco. Naquela pioneira tentativa de uma República, o cidadão pernambucano passa a ser conhecido como “patriota”. A Lei Orgânica é considerada a primeira Constituição brasileira, mas apesar dela promulgar a liberdade de imprensa e religiosa, além de uma igualdade então incipiente de direitos, não discute ainda a abolição da escravatura.

O patriota não morre, vive além da eternidade
Sua glória, seu renome, são troféus da humanidade

Foram 74 dias de um sonho: uma República independente no Nordeste. Devaneio interrompido pela sangria derramada por um Império já decadente, que começaria a vivenciar décadas contadas de reinado, admitindo com resignação um Brasil em plena contagem regressiva para a independência. A Revolução Pernambucana foi o maior levante de quebra dos grilhões portugueses antes do grito no Ipiranga, graças aos patriotas guerreiros, que caíram lutando, mas deixando para a eternidade o legado de um país livre.

Já diria o Viga-Mestre: Pernambuco hoje é o orgulho da Federação. Hoje e sempre!

Texto e Enredo: Marco Maciel
Presidente e Intérprete: Murilo Sousa
Carnavalesco: Mateus Schappo

SETORIZAÇÃO

SETOR 1 – O AÇÚCAR NO CAIS
SETOR 2 – FARRAS DA FAMÍLIA REAL
SETOR 3 – IDEIAS ILUMINISTAS E LIBERAIS
SETOR 4 – REVOLUÇÃO DOS PADRES
SETOR 5 – O EMBATE FINAL