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30 Anos do Sonho Sonhado em Mangueira... Verde e Rosa, Minha Pele, Minha Paixão

SINOPSE ENREDO 2018

30 Anos do Sonho Sonhado em Mangueira... Verde e Rosa, Minha Pele, Minha Paixão


Justificativa

Para homenagear os 90 anos do GRES Estação Primeira de Mangueira, que inspirou o nosso Presidente José Mauro “JMauro” a criar o CCV Cangaceiros, a escola de samba virtual traz para o ano de 2018 um enredo para exaltar as tonalidades, lindas em essência para a nossa agremiação: O VERDE e O ROSA. Esta combinação ganhou o mundo, na poesia, na música, na arte de uma escola de samba, marco máximo da expressão cultural brasileira.

A sinopse conta a história de uma criança, fã do seriado “Os Trapalhões” e da personagem “Mussum”, interpretado pelo músico e humorista Antônio Carlos Bernardes Gomes que, no dia do seu aniversário assistiu ao seu ídolo, em um desfile de escola de samba, a Estação Primeira de Mangueira. Ele se apaixonou pelas cores do seu pavilhão, se transformando em um fiel e apaixonado torcedor da agremiação.

E quando adulto, resolveu contar esta paixão, de uma forma peculiar e diferenciada do que fora contado até hoje, quando se tece loas e homenagens as escolas de samba.

Sinopse 

Parte I: O primeiro encontro do garotinho com o Verde e Rosa 

“Numa terça-feira de carnaval no mês de fevereiro de 1988

Estava eu, um garotinho a um dia de completar 5 anos de idade

Que já gostava de ver “Os Trapalhões” pela TV

Advinha o meu personagem favorito?

Era o “Kid Mumu, sim, o Mussum”

Mas, não sabia o significado deste apelido

Só gostava de ver aquele cara engraçado

Vestido com roupas “extravagantes”

E que gostava de “Mé”, se assustava no “Cacildis” e

Quando dava errado, “tomava no forévis”

Minha mãe, ao me colocar para dormir

Disse, “Mussum hoje desfila na Sapucaí”!

Oxe, como pode uma pessoa desfilar em uma árvore?

Eis que, pela manhã, acordei-me

E vi, o negro cantando, sambando e jogando capoeira

Reinando com fantasias exuberantes.

Um sambaço “interpretado” por um rouxinol, opa, um tal de Jamelão

Cuja voz remetia os grandes cantores de rádio dos anos 40

Nunca pensei que haveria uma união tão inusitada

De cores tão dissonantes, que o samba juntou 

Parte II:   E o que ele sonhou? 

Naquela noite de grande festa e folia

O garotinho dorminhoco

Sonhou que estava voando

Como se fora Ícaro alado,

Querendo tocar o céu com suas asas

És que olhando para o Norte desta terra

O Sol chamou-o e quis se desculpar

Achando que ele fora aquele no qual

O destruíra vários séculos atrás

E apresentou-lhe Aurora, uma linda princesinha

Para dançar em uma valsa no meio dia em penumbra

Ela, sim, a Aurora trajada de vestido Verde

E um sutil colar de rubis Rosas.

Foi “amor à primeira vista”.

E, assim nasceu a paixão

Dentro do coração de uma criança

Traduzidas nas cores verde e rosa

Que serão das senhoras

Dando os tons em poesia

Neste carnaval 

Parte III: O Rosa, uma sensação, várias histórias 

Rosa, ô rosa, apareceste

Faz tanto tempo em nossa terra

De sua sutileza, de sua cor-de-rosa

Lembras a Paixão, a Pureza, mas

Principalmente, a mulher, o feminino

O amor singelo, o afago fiel

Em apreço aos apaixonados,

dos corações juvenis enamorados

Nadas dentro de um Boto pelo dia

E seduz as donzelas pela noite

Dando-lhes, um buquê de rosas

Em tua honra e glória

Os grande ipês do cerrado te derramam em flores

Inundando aquele chão com teu orvalho

Fazendo até o mais duro dos homens a te contemplar

Rosa, ô Rosa tu és

Símbolo do santíssimo rosário

De Maria, mãe de Jesus.

Iorque e Lancaster, duas casas

Que mal te usaram, em uma luta desleal

Pelo domínio do povo Bretão

Lá no oriente, trouxeste a confiança

No âmago do coreano

E gostas dos meninos e meninas japoneses

No Rio de Janeiro, lá na Quinta

Estavas parreirando todo o terreno,

Caída em flor, ou do alto de um mangueiral

Dando uma fruta em forma de coração

Mas que tinha tua formosa cor 

Parte IV: O Verde, o tom em perfeição 

Não estás sozinha, ô rosa

Lá estava o verde, este imponente,

Presente como verdadeiro Imperador daquele

Palácio, das palmeiras as plantas ornamentais

Nos papagaios e periquitos,

E nas grandes mangueiras que derramaram aquele chão

Com frutos em formato de espadas.

Pedro te preferia em suas vestes,

De quão importante és que ostentas

Parte maior no nosso pavilhão nacional

Tinge as vestes do nosso Exército Brasileiro

Do curandeirismo do orixá Ossain aos pajés indígenas

Levas a cura nas folhas sagradas das matas donde dá-se

Tu transcendes até o azul dos oceanos

Fotossíntese que respira em nuances

Na grande floresta amazônica

Aos verdes pampas, até alagados pantaneiros

No cerrado dos faveiros e muricis

Escondes espinhos dentro dos pequis

Aridez da caatinga dos mandacarus

Dos cocos dos altos coqueiros e da coluna de manguezais

À imensidão dos arrecifes de corais

Verde és mensageiro da esperança

Teu equilíbrio dá os tons da paz entre as nações 

Parte V:  Vendo a Estação Primeira passar 

Desde aquele sonho, se vão 30 anos,

Na tela da televisão, momentos de aflição

Na “Sinhá Olímpia” nos suspiros póstumos

do conterrâneo Fernando Pinto

E os Doces bárbaros não bailaram

E teus sambas viraram “machinhas”

As lágrimas caíram ao ver-te

Pela primeira vez te vi campeã

Com o gênio Chico das Artes,

Numa verdadeira alquimia, um Mago

Misturou outras matizes ao verde e rosa

Como um “cabra da peste”, ele invadiu o meu Nordeste

Trazendo mais um título para o nosso estandarte

Quando ele se foi, uma grande lacuna ficou

Em fantasias até então nunca vistos por nós

Um outro menino, a nossa essência resgatou

Na “Doce bárbara” esquecida outrora,

Em menina de Oyá se transformou

Chegou a hora, ninguém segurou e senti, 14 anos depois

A emoção de gritar bem alto, para todos ouvirem

É campeã, é campeã ! 

Parte VI:   E como o garotinho vê a Mangueira ? 

Naquele morro do Rio de Janeiro, que se chama Mangueira

Esplendoroso por seus barracões de zinco de outrora

Hoje tem também seu Palácio pra chamar de seu.

A Estação Primeira deu a cultura brasileira

Cartola, Dona Neuma e Dona Zica

Carlos Cachaça, Delegado, Nelson Sargento

Hélio Turco…e tantos outros que aquele lugar abraçou

Como Beth Carvalho, Alcione, Leci Brandão

E o nosso eterno tenor, Jamelão

O garotinho cresceu, homem se tornou

Vê-se nestes versos que ele pode esquecer de quase tudo

Menos de seu amor em Verde e Rosa

Como se fora minha segunda pele.

Continuarei torcendo loucamente, apaixonadamente,

Pela maior escola de samba do planeta

Contra todas as adversidades que o destino nos reserva

Sem nenhum vintém, a gente brinca o carnaval

Inundando o nosso mundo “em verde e rosa”

“Caso falte algo, não me leve a mal,

Esta é só uma singela homenagem ao coração

De um menino, sonhador de um dia ver os barracões de zinco,

O jequitibá, o Palácio do Samba…”

Autoria do texto: José Mauro da Silva.