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por Bruno Malta
Nessa série de quatro partes, o SAMBARIO apresenta um pouco da história
do Carnaval de São Paulo. Falaremos dos desfiles, palcos e pavilhões da capital
paulistana. Trazendo histórias, personagens, curiosidades, desfiles notáveis,
sambas marcantes e o momento atual de cada uma das principais agremiações
da cidade. Mancha Verde Pavilhão
da Mancha; A alviverde conquistou o título do Especial em 2019
(Foto: Felipe Cruz/Amantes do Carnaval de São Paulo)
Fundação: 18
de Outubro de 1995 Madrinha:
Rosas de Ouro Títulos: 1
no Grupo Especial (2019), 2 no Grupo de Acesso (2004 e 2016) e 2 do Grupo
Especial das Escolas Esportivas (2006 e 2007) Cores:
Verde, Branco e Vermelho Bairro:
Barra Funda Hino e exaltação: https://www.youtube.com/watch?v=VNJPYDF9mr0 A história Ainda como
bloco, a Mancha Verde foi fundada em 1995, no rastro do sucesso da sua
grande rival, Gaviões da Fiel (campeão pela primeira vez da elite do carnaval
paulistano, exatamente neste ano). Estreou como escola de samba em 2000 e
acumulou quatro acessos em apenas cinco anos, para então chegar pela primeira
vez na elite, em 2005. Possui uma taça do Grupo Especial. No começo
dos anos 2000, a alviverde foi um foguete nos grupos inferiores. Com estrutura
invejável para o padrão da época e contando com nomes conhecidos da folia em
geral, como Agnaldo Amaral, Quinho e Raul Diniz, a agremiação
chegou ao Grupo Especial em 2005 (Da pré-história aos transgênicos: Mato
Grosso, Uma Mancha Verde no coração do Brasil), dez anos após sua fundação.
Mesmo estourando o
tempo na sua primeira participação na elite, não foi
rebaixada. Com alegorias acima do padrão para uma estreante e muita força de
sua comunidade, conquistou um honroso décimo segundo lugar e se manteve no
grupo. Só que, essa permanência criou o esperado encontro com os Gaviões da
Fiel no Carnaval e fez com que a Liga criasse o Grupo Especial das
Escolas Esportivas para abrigar a dupla. No entanto, as duas foram à justiça,
para contestar essa medida, mas a Mancha, ao contrário da rival, não
conseguiu uma vitória judicial e foi excluída da competição. Mesmo assim, conseguiu fazer uma passagem inesquecível em 2006 (Bem
aventurados sejam os perseguidos por causa da justiça dos homens… Porque deles
é o reino dos céus). Com uma comissão de frente forte e irretocável,
transmitiu a mensagem e história dos injustiçados com maestria e conectou-se
fortemente ao enredo, emocionando, inclusive, a equipe de transmissão da TV
Globo, em especial, a comentarista Leci Brandão. Nos anos
seguintes, se estabeleceu como grande no Especial. Com vários bons desfiles,
tornou-se aguardada pelo sambista. O destaque para o período fica com 2011 e o
enredo “Uma ideia de gênio” sobre os grandes gênios da humanidade,
terminando em quarto lugar. Em 2013, foi surpreendentemente
rebaixada com um desfile sobre o artista Mário Lago (Mário
Lago — Um homem do Século XX). A partir desse fato, viveu uma gangorra entre Acesso e Especial, que
durou até 2017, quando então retornou ao grupo de elite e conseguiu sua
permanência com uma apresentação sobre os Zés do Brasil (Zé do Brasil, um
nome e muitas histórias), terminando na décima colocação. Desfiles notáveis Com uma
curta história, a Mancha poderia ter poucos grandes desfiles em sua trajetória,
mas conseguiu desde a estreia deixar suas credenciais. Em 2005 (Da pré-história aos transgênicos: Mato Grosso, Uma
Mancha Verde no coração do Brasil), o
surpreendente desfile sobre o Mato Grosso marcou. No ano seguinte (Bem aventurados sejam os perseguidos por causa da
justiça dos homens… Porque deles é o reino dos céus), injustiçada e perseguida, não se calou e emocionou o Anhembi. No
primeiro grande momento de resultados, conseguiu uma ótima sequência em 2010 (Aos Mestres com Carinho! Mancha Verde “ensina” como
criar identidade!), 2011 (Uma ideia de Gênio!) e 2012 (Pelas mãos do mensageiro do axé a lição de Odu
Obará: a humildade), sempre
com enredos de intensa criatividade munidos por belos sambas. Em 2019,
finalmente a agremiação conquistou o seu primeiro e até então único campeonato,
com um luxo inesquecível e um enredo marcante (Oxalá, salve a princesa! A saga de uma guerreira
negra) sobre
Aqualtune, agraciando o público com lindas alegorias e fantasias. Curiosidade A agremiação
tinha como ideia homenagear o Palmeiras, clube que é exaltado pela
torcida e pela escola, no ano de seu centenário em 2014. Porém, o rebaixamento
ao Acesso mudou os planos e adiou a reverência em um ano. De volta ao Grupo
Especial em 2015 (Quando surge o Alviverde Imponente, 100 anos de lutas e
glórias), prestou o tributo com competência, mas acabou novamente rebaixada
ao segundo grupo. O atual momento e o último desfile Desde
que conseguiu a parceria com a Crefisa, a Mancha virou uma
potência no Carnaval de São Paulo (Foto: Marcello
Fim/Ofotográfico/Folhapress)
Desde que
retornou a elite em 2017, a Mancha se tornou novamente uma potência. Abonada
financeiramente graças ao apoio da Crefisa,
inaugurou uma nova quadra e teve os melhores resultados de sua história nos
últimos três anos (título em 2019, vice em 2020 e terceiro lugar em 2018). No
último desfile, foi vice-campeã com um enredo que falou sobre a necessidade do
homem em respeitar o próximo e assim formar um mundo melhor. Com um desfile técnico
e luxuoso, a alviverde perdeu apenas 0,4 dentre as 35 notas e ficou à apenas
0,1 distante da grande campeã nas notas válidas. Sambas marcantes A
discografia da Mancha é uma das melhores da cidade desde que virou integrante
do Grupo Especial. Com grandes sambas nos primeiros anos, se afirmou na elite
com fundamentos fortes como bateria, harmonia e principalmente samba-enredo. Os
destaques principais desse período são as obras de 2005 (Da
pré-história aos transgênicos: Mato Grosso, Uma Mancha Verde no coração do
Brasil), 2010 (Aos Mestres com Carinho! Mancha Verde
“ensina” como criar identidade!), 2011 (Uma ideia de Gênio!) e principalmente 2006 (Bem aventurados sejam os perseguidos por
causa da justiça dos homens… Porque deles é o reino dos céus) e 2012 (Pelas mãos do mensageiro do axé a lição
de Odu Obará: a humildade). Também é justo mencionar os sambas que ajudaram na nova fase, com
relevância maior para 2018 (A amizade. A Mancha agradece do fundo do
nosso quintal) e 2019 (Oxalá, salve a princesa! A saga de uma
guerreira negra). Acadêmicos do Tatuapé Pavilhão
do Tatuapé com suas estrelas; É bicampeã do Grupo
Especial (Foto: Cláudio L. Costa/SRZD)
Fundação: 26
de outubro de 1952 Madrinha:
Império Serrano Títulos: 2
no Grupo Especial (2017 e 2018) e 1 no Grupo de Acesso (2003) Cores: Azul
e Branco Bairro:
Tatuapé Hino e exaltação: https://www.youtube.com/watch?v=WXmA3HspI-M A história Fundada em
1952 com o nome de Unidos de Vila Santa Isabel, o Acadêmicos do Tatuapé
foi uma das escolas que nas décadas de 60 e 70 participaram do desenvolvimento
do Carnaval de São Paulo. A agremiação possui dois títulos na elite. O Tatuapé
conquistou resultados dignos de lembrança logo após a oficialização da folia.
Em 1969 e 1970, ficou em terceiro lugar no Grupo Especial atrás apenas de Nenê
de Vila Matilde e Unidos do Peruche, duas potências na época, e a
frente da Lavapés, uma das maiores até então. Mas, a partir da segunda
metade da década de 70 começou a oscilar entre o Especial e o Acesso. Assim
como em outros casos, a chegada de entidades como Mocidade Alegre, Camisa
Verde e Branco e Vai-Vai fez com que a azul e branca perdesse força,
chegando ao ponto de parar no Grupo de Seleção em 1985. Após mais um
resultado ruim em 1986, resolveu paralisar suas atividades por cinco anos. Na
década de 90, com a chegada de Roberto Munhoz a presidência, o Tatuapé
reabriu as portas e se reconstruiu. Durante o período entre 1991 (Eternos
Carnavais) e 2003 (Abram Alas Para o Rei Abacaxi) houve todo um
processo de melhora, ano após ano, até finalmente fazer com que retornasse a
elite. Objetivo esse alcançado em 2004, após longos vinte e oito anos.(Agradeço
ao índio, que cuidou, a você que desbravou, e a todos que fizeram crescer. Tatuapé
minha vida meu amor), quando surpreendeu
com sua inesquecível comissão de frente, formada por tatus. Após o ótimo retorno, voltou a ter resultados
ruins. Entre 2005 (Pará, a Heróica história de nossa história, berço
cultural de nosso povo) e 2009 (Tatuapé somos nós!), acumulou dois
rebaixamentos e vários desfiles aquém do esperado e chegou novamente a terceira
divisão do samba, no então grupo 1 da UESP. A partir de 2010, aprendeu com os
erros e mudou definitivamente sua cara. Liderada por Eduardo dos Santos
e Elivelto Coelho, em três anos (Beth Carvalho, a madrinha do samba)
já estava novamente no Grupo Especial. E em seis anos, alcançou o maior
resultado de sua história com o vice-campeonato em 2016 (É ela, a deusa da
passarela — Olha a Beija-Flor aí gente!). Desfiles notáveis Com um auge
muito recente, é difícil elencar desfiles históricos no período pré-2013.
Portanto, as principais apresentações da azul e branca remetem ao atual momento
do Carnaval da capital paulistana. Em 2014, surgiu a primeira grande passagem
do Tatuapé pela pista do Anhembi. Falando de São Jorge (Poder, fé e devoção. São Jorge Guerreiro), surpreendeu e conseguiu o sexto lugar, melhor posição até então. Nos
anos seguintes, se superou em 2016, quando foi vice (É ela, a deusa da passarela — Olha a Beija-Flor aí gente!), 2017 (Mãe África conta a sua história: do berço sagrado
da humanidade à abençoada terra do grande Zimbábwe) e 2018 (Maranhão, os tambores vão ecoar na terra da
encantaria) quando arrebatou o primeiro lugar. Por fim, fez
uma segura apresentação em 2020 (O ponteio da viola encanta… Sou fruto da terra,
raiz desse chão… Canto Atibaia do meu coração). É importante também registrar, a reestreia do
Tatu no Especial, em 2004 (Agradeço ao índio, que cuidou, a você que
desbravou, e a todos que fizeram crescer. Tatuapé minha vida meu amor), quando surpreendeu e conseguiu ficar a frente de grandes como Camisa
Verde e Branco e Vai-Vai. Curiosidade Desde 2012 (Tatuapé
60 anos — Da arte do samba, nasci para comunidade, defesa e essência. sou guerreira! sou Leci Brandão!), quando foi homenageada no enredo, a cantora Leci
Brandão participa ativamente dos desfiles do Tatuapé, sendo, inclusive, uma
referência da azul e branco entre os sambistas. Normalmente, ela abre a
apresentação da escola, vindo até mesmo antes da Comissão de Frente. O atual momento e o último desfile Desde a reformulação em 2010, a azul e branco viveu o melhor momento de sua vida (Foto: Site Carnavalesco)
O Tatuapé
vive sem dúvida nenhuma o maior momento de sua história. Nos últimos cinco
anos, foram dois títulos, em 2017 (Mãe África conta a sua história: do berço
sagrado da humanidade à abençoada terra do grande Zimbábwe) e 2018 (Maranhão,
os tambores vão ecoar na terra da encantaria), um vice em 2016 (É ela, a
deusa da passarela — Olha a Beija-Flor aí gente!) e outros dois desfiles que perderam o campeonato
em apenas um quesito. A escola é muito forte atualmente. Falando de Atibaia (O
ponteio da viola encanta… Sou fruto da terra, raiz desse chão… Canto Atibaia do
meu coração), buscou entrar na avenida querendo se recuperar do inesperado
sétimo lugar de 2019 e conseguiu. Com uma exibição leve e de ótimo canto,
brigou forte pelo título até o fim, mas terminou em quarto lugar. Sambas marcantes Por conta do
sucesso mais recente, o acervo de discografia do Tatuapé é ainda mais restrito
que de outras escolas, que também fizeram sucesso apenas nas últimas décadas.
Mesmo assim, construiu principalmente em sua ascensão, sambas de bom nível, que
ajudaram a elevar o patamar da agremiação nesse período. Em 2013 (Beth
Carvalho, a madrinha do samba), no retorno à elite, um ótimo samba sobre Beth
Carvalho. Nos anos seguintes, também se destacam as obras sobre São Jorge (Poder,
fé e devoção. São Jorge Guerreiro), Beija-Flor de Nilópolis (É
ela, a deusa da passarela — Olha a Beija-Flor aí
gente!), Zimbábue (Mãe África conta a sua história: do
berço sagrado da humanidade à abençoada terra do grande Zimbábwe) e Maranhão (Maranhão, os tambores vão ecoar na terra
da encantaria). Além destes sambas, é necessário citar três obras que ajudaram em
resultados importantes em sua trajetória. Em 2003, subiu falando do Abacaxi (Abram Alas Para o Rei Abacaxi), no ano seguinte, surpreendeu falando de seu bairro
(Agradeço ao índio, que cuidou, a você
que desbravou, e a todos que fizeram crescer. Tatuapé minha vida meu amor). Por fim, falando de Leci Brandão (Tatuapé
60 anos — Da arte do samba, nasci para comunidade, defesa e essência. sou
guerreira! sou Leci Brandão!) conseguiu voltar para a elite. É necessário
relembrar que a primeira intérprete feminina do gênero samba-enredo em São
Paulo é do Tatu. No ano de 1977, Ivonete, foi a cantora oficial daquele
Carnaval. Dragões da Real A
Dragões da Real conseguiu uma ascensão meteórica
nos últimos anos, mas ainda não conquistou o sonhado
título (Foto: Guilherme Queiroz/SRZD)
A Dragões da Real conseguiu uma ascensão meteórica
nos últimos anos, mas ainda não conquistou o sonhado título (Foto: Guilherme
Queiroz/SRZD) Fundação: 17
de Março de 2000 Madrinha:
Lavapés Títulos: 1
no Grupo de Acesso (2011) Cores:
Vermelho, Preto e Branco Bairro: Vila
Anastácio Hino e exaltação: https://www.youtube.com/watch?v=zTsG3R6Dm5A A história Fundada em
2000 e oriunda da torcida organizada de mesmo nome, a Dragões da Real é,
ao lado do Acadêmicos do Tatuapé, a entidade que mais cresceu nos
últimos anos, conseguindo muito rapidamente estar entre as grandes, apesar
disso, ainda não venceu nenhum título. A agremiação teve uma ascensão meteórica
entre os anos de 2001 (Circo Criança, Uma Grande Esperança) e 2005 (O Misterioso
Mundo Marinho com suas Lendas, Encantos e Riquezas). Foram quatro acessos
em apenas cinco desfiles na UESP, chegando ao Grupo de Acesso pela primeira vez
em 2006 (O Homem Há de Voar — Um Sonho que Virou Realidade), conquistando
um honroso quinto lugar. A Dragões
permaneceu no grupo de acesso por seis Carnavais. Nos três primeiros, ficou
sempre em quinto lugar. Nos dois anos seguintes, o Acesso escapou por detalhes,
com a escola ficando em terceiro lugar. Mas em 2011 (A Felicidade se Conta
em Contos), não teve jeito. Conquistou a vaga na elite com uma apresentação
sobre os contos infantis. No ano seguinte, estreou no grupo principal falando
sobre as mães (Mãe, ventre da vida e essência do amor). Com um desfile
divertido, surpreendente e embalado por um bom samba, a Tricolor conseguiu sua
permanência sem qualquer susto. Foi subindo
de qualidade nos desfiles seguintes e em 2015 (Acredite se puder!)
terminou apontada como favorita ao título por conta de suas alegorias e
fantasias, mas acabou apenas em quinto lugar. No ano seguinte, falou dos
presentes (Surpresa! Adivinha o que eu trouxe pra você?) e fez mais uma
exibição bastante divertida e recheada de luxo plástico, mas, novamente não conseguiu
brigar pelo título, Devido a um erro de um jurado, pela primeira vez em quatro
anos, não voltou entre as cinco melhores. Após o resultado inesperado, a
Dragões mudou a linha de enredos para 2017. Com o tema “Dragões Canta Asa
Branca”, emocionou o Anhembi e deixou a pista como grande candidata ao
título. Na apuração, um doloroso e, de certo modo, injusto vice-campeonato. Desfiles notáveis Como é muito
jovem, o leque de apresentações marcantes é menor que a das outras grandes aqui
já citadas, mas nada que signifique que a Tricolor é menos importante. Nos
últimos dez anos, ao menos em seis oportunidades, a Dragões fez passagens
significativas pela pista. Em 2011 (A Felicidade se Conta em Contos), quando ainda estava no Acesso, brilhou com seu desfile sobre os
contos. No ano seguinte fez uma surpreendente estreia falando das mães (Mãe, ventre da vida e essência do amor). Também merece citação por aqui, os bons momentos de 2015 (Acredite se puder!), 2019 (A invenção do tempo. Uma odisseia em 65 minutos) e 2020 (A Revolução do Riso: A arte de subverter o mundo
pelo divino poder da alegria), além
claro, do histórico desfile de 2017 (Dragões canta Asa Branca), onde arrebatou público e crítica, saindo do Anhembi aclamada. Curiosidade Apesar
sempre de ser citada como um exemplo de escola oriunda de organizada, a Dragões
da Real, mesmo com a ligação eterna com a torcida são-paulina de mesmo nome,
tem zero ou quase nenhuma ligação com o tricolor. Até aqui, em nenhum de seus
vinte desfiles, existiu homenagem ou sequer citação direta ao clube. O atual momento e o último desfile Em 2020, a Tricolor deu um show no Anhembi com sua plástica ousada (Foto: Site Carnavalesco)
Tem optado
desde 2017 por desfiles técnicos que privilegiam a defesa dos quesitos, o que
tem levado a agremiação bater na trave. Em 2018 (Minha música, Minha raiz!
Abram a porteira para essa gente caipira e feliz!) e 2019 (A invenção do
tempo. Uma odisseia em 65 minutos), a Tricolor ficou a mísero 0,1 décimo da
conquista do título. Em 2020, fez uma apresentação de muito bom gosto e com um
enredo (A Revolução do Riso: A arte de subverter o mundo pelo divino poder
da alegria) tendo ótima narrativa na pista. No entanto, problemas
em alegorias e bateria a colocaram distante
do primeiro campeonato, ficando apenas com a sexta colocação. Sambas marcantes Pela
juventude da escola e pelo pouco tempo no Especial, é difícil definir uma
identidade para Dragões, por mais que seus sambas sejam quase sempre compostos
por uma única parceria, liderada por Armênio Poesia. Há inúmeras
variações de perfil nas composições que apresentou no Anhembi. Alguns destaques
ficam pelos anos no Acesso, onde bons sambas como os de 2010 (Renovação…
Assim Caminha a Humanidade) e 2011 (A
Felicidade se Conta em Contos) chamam a
atenção. No Grupo Especial, as obras de 2012 (Mãe, ventre da vida e essência do amor), 2013 (Dragão, guardião real, mostra seu poder
e soberania na corte do Carnaval!) e 2019 (A invenção do tempo. Uma odisseia em 65
minutos) passaram a mensagem com extrema
competência. No entanto, o grande clássico da discografia da Tricolor fica por
conta da inesquecível trilha de 2017 (Dragões canta Asa Branca), quando cantou lindamente Asa Branca. Acadêmicos do Tucuruvi Os
Acadêmicos do Tucuruvi chegaram perto, mas nunca venceram o
Carnaval de São Paulo (Foto: Fausto D’Império/SRZD)
Os Acadêmicos do Tucuruvi chegaram perto, mas nunca
venceram o Carnaval de São Paulo (Foto: Fausto D’Império/SRZD) Fundação: 1
de Fevereiro de 1976 Madrinha:
Fio de Ouro Títulos: 1
no Grupo de Acesso (1986) Cores: Azul,
Branco, Amarelo e Vermelho Bairro:
Tucuruvi Hino e exaltação: https://www.youtube.com/watch?v=NSwxaSXGAqE A história Fundada em
1976, o Acadêmicos do Tucuruvi é, ao lado do Águia de Ouro, uma das
entidades que se aproveitou da expansão da elite no fim dos anos 90 para se
firmar no Grupo Especial. Apesar disso, ainda não ganhou nenhum título. Foi durante
um bom tempo uma escola de resultados irregulares. De 1977 a 1998, só
conseguiu, uma única vez três participações consecutivas no Grupo Especial.
Foram nos anos de 1987 (Brasil em Aquarela), 1988 (No Reino da
Fantasia fui Rei por um Dia) e 1989 (Esperança de um Povo) ainda na
Avenida Tiradentes. No sambódromo do Anhembi, só conseguiu engatar uma
sequência na elite a partir de 1998 com a expansão do Grupo Especial. Depois de
participações isoladas em 1993 (Da fruta que você gosta) e 1994 (Calçadas
Musicais), o Zaca começou sua afirmação definitiva falando dos piratas (Na
Trilha do Tesouro, Nem todo Mar é Azul, nem todo Amarelo é Ouro). Em 1999,
tornou-se a grande surpresa do carnaval. Com um belo samba e o tropeço de
várias rivais, conseguiu até então o melhor resultado de sua história, obtendo
o quinto lugar, contando a história de Santa Catarina. Durante os anos 2000
teve vários momentos distintos entre si. Foi bem em anos como 2000 (90
Milhões em Ação, na Tristeza e na Felicidade), 2004 (Tá na Mesa! Com a
CEAGESP é Fome Zero) e 2005 (Samba, Sombra e Água Fresca — Cantareira, o Pulmão Verde de São Paulo), porém, também fez carnavais abaixo do esperado, como nos anos de 2001
(São Paulo dá Samba, Olha aí o Nosso Carnaval) e 2008 (Hummm!!! É
tempo de sorvete. Do Oriente ao Ocidente, alimento refrescante e nutritivo),
mas ainda assim, conseguiu permanecer na elite. A década
seguinte foi a mais gloriosa de sua história. Com grandes desfiles, a
agremiação passou a entrar mirando o título do Grupo Especial. A chegada do
carnavalesco Wagner Santos, aliada a experiência de anos na elite
permitiu o salto definitivo. Entre 2010 (São Luís do Maranhão. Um Universo
de Encantos e Magias) e 2015 (Entre confetes e serpentinas, Tucuruvi
relembra as marchinhas do seu, do meu, do nosso carnaval), foram seis
grandes apresentações, que premiaram o Zaca com dois retornos entre as cinco
melhores e o com a sexta posição em três oportunidades. Apesar de faltar a
taça, conseguiu o melhor resultado de sua história em 2011 (Oxente, o que
seria da gente sem essa gente? — São Paulo,
Capital do Nordeste!), quando foi vice-campeã. A partir de 2016 começou
a perder força, empolgação e acumulou momentos de pouca inspiração. Com
desfiles apenas para cumprir tabela, como ficou claro em 2016 (Celebrando a
religiosidade, Tucuruvi canta as festas de fé) e 2017 (Eu sou a Arte:
Meu palco é a rua). O período, no geral, é marcado pelo incêndio que a tirou do julgamento em 2018 (Uma Noite no Museu) e pelo rebaixamento em 2019
(Liberdade. O canto retumbante de um povo heroico). Desfiles notáveis Como demorou
para se afirmar na elite, o Zaca não tem um grande número de apresentações
marcantes nas décadas de 80 e 90. A melhor delas no período é a de 1993 (Da fruta que você gosta) quando falou das frutas. Já na fase mais bem sucedida da agremiação, o
Tucuruvi deu seu recado com competência em vários anos. Em 1999 (Santa Catarina — O Circuito da Alegria)
surpreendeu falando de Santa Catarina, já no ano seguinte alertou sobre os
problemas da ditadura (90 Milhões em Ação, na Tristeza e na Felicidade). Em outros anos como em 2004 (Tá na Mesa! Com a CEAGESP é Fome Zero) e 2005 (Samba, Sombra e Água Fresca — Cantareira, o Pulmão Verde de São Paulo), conseguiu ser sempre uma diversão ao público. Na década seguinte,
todas as apresentações do período entre 2010 e 2015 foram marcantes, como
destaque especial para 2011 (Oxente, o
que seria da gente sem essa gente? — São
Paulo, Capital do Nordeste!), quando foi vice, para 2013 (Mazzaropi,
o adorável caipira — 100 anos de alegria!) quando saiu
aclamada da pista como a melhor escola, segundo sites especializados e 2015 (Entre confetes e serpentinas, Tucuruvi relembra as
marchinhas do seu, do meu, do nosso carnaval), quando contou a história das marchinhas. Curiosidade Após a saída de
Freddy Vianna depois de onze carnavais consecutivos como cantor
em 2011, o Tucuruvi viveu uma verdadeira peregrinação em busca de uma voz
oficial. A agremiação trocou de intérprete em seis oportunidades (2012 — Vaguinho, depois Igor Vianna; 2013 — Igor Sorriso; 2014 — Wantuir; 2015 — Clayton Reis; 2016, 2017 e 2018 — Alex Soares) não criando, dessa forma, uma identidade no microfone oficial. Desde
2019, no entanto, o posto é de Leonardo Bessa, ex-intérprete de São
Clemente e Acadêmicos do Salgueiro. O atual momento e o último desfile Depois da queda em 2019, o Zaca conseguiu um rápido retorno ao Grupo Especial (Foto: Ana Moura/SRZD)
O
rebaixamento em 2019 foi o primeiro em vinte e dois anos e apesar de doloroso,
não foi tão sentido na agremiação que conseguiu se impor na segunda divisão e
retornar rápido ao Grupo Especial. No próximo ano, a escola da Cantareira abre
a Sexta de Carnaval em 2021. Neste ano, homenageando Chico Anysio (Faces
de Anysio, o eterno Chico. Sorrir é… e sempre será o melhor remédio), o
Tucuruvi fez um desfile técnico, recheado de bons quesitos e com a força de sua
comunidade. Sem grandes percalços, conquistou a pontuação máxima do júri e
retornou para a elite. Sambas marcantes Durante sua
passagem mais longa na elite, o Zaca conseguiu ser uma escola alegre e
carismática, conseguindo atrair atenção por isso. Seus sambas, principalmente
nos grandes desfiles, seguiram essa linha e foram felizes por isso. Um dos
acontecimentos responsáveis por esse feito, é a parceria liderada por Henrique
Barba entre 2012–2015 que encontrou a melhor face da agremiação. De
qualquer forma, outras obras, ao longo de sua história, chamaram a atenção. Os
principais destaques de outros períodos são os sambas de 1987 (Brasil
em Aquarela), 1999 (Santa
Catarina — O Circuito da Alegria), 2000 (90
Milhões em Ação, na Tristeza e na Felicidade), 2002 (História, Cultura, Progressos Mil — Uberlândia Faz Pulsar o Coração
do Brasil), 2009 (Ouro
Preto — O esplendor barroco de uma Vila Rica. Relicário da pátria, patrimônio da humanidade). Já na era
“mais forte”, fica a merecida lembrança para as composições de 2010 (São
Luís do Maranhão. Um Universo de Encantos e Magias), 2012 (O Esplendor da África no Reinado da
Folia), 2015 (Entre confetes e serpentinas, Tucuruvi
relembra as marchinhas do seu, do meu, do nosso carnaval) e, principalmente, 2013 (Mazzaropi, o adorável caipira — 100 anos de alegria!) que embalou o
melhor desfile da história do Tucuruvi. Unidos de Vila Maria Unidos
de Vila Maria é uma das mais antigas da cidade, no entanto,
jamais venceu na Elite (Foto: Armando Bruck/SASP Carnaval)
Fundação: 10
de Janeiro de 1954 Madrinha:
Unidos do Peruche Títulos: 3
no Grupo de Acesso (1968, 2001 e 2014) Cores:
Verde, Azul e Branco Bairro:
Jardim Japão Hino e exaltação: https://www.youtube.com/watch?v=wiTGXdz-L3g A história Fundada em
1954 com o nome de Unidos do Morro de Vila Maria, – posteriormente, ficaria
apenas como Unidos de Vila Maria — a escola do Jardim Japão passou décadas no ostracismo até ressurgir nos anos 2000, mas ainda não venceu no Grupo Especial. A agremiação venceu o Acesso no primeiro ano de folia oficial em São Paulo em 1968
(Homenagem à Villa Lobos) e depois emendou cinco desfiles seguidos na
elite até 1973. No entanto, a partir daí, viveu uma fase tenebrosa e chegou a
ficar ali na quinta divisão do samba em determinados momentos. A partir de
1998, a escola iniciou uma trajetória de sucesso e acumulou acessos. Foram três
ascensões em quatro anos, confirmando a volta para elite após quase três
décadas. Era o início de uma nova fase na história da agremiação. Na sequência,
acumulou desfiles interessantes e premiados com bons resultados. Com bons
trabalhos de Wagner Santos e criatividade em seus enredos e sambas,
atingiu o ápice no vice-campeonato da elite em 2007 (Vila Maria: Canta,
encanta com minha história… Cubatão rainha das serras). Em 2008 (Irashai-mase,
milênios de cultura e sabedoria no centenário da imigração japonesa), no
centenário da imigração japonesa, fez o mais grandioso desfile de sua história.
Com 5000 componentes, canto forte, lindas alegorias e fantasias, o inédito
título escapou mísero 0,25 no confronto contra Vai-Vai e Mocidade
Alegre. Depois de duas apresentações históricas entre 2007 e 2008, a Mais
Famosa entrou numa descendente. Sem o ânimo da comunidade e até sem contar com
o luxo que já teve, persistiu com exibições mais tímidas entre 2009 e 2013,
terminando rebaixada no último, quando falou da Coréia do Sul (Made in Korea). Em 2014 (Nos
meus 60 anos de alegria — sou Vila
Maria, e faço a festa
resgatando do passado brinquedos e brincadeiras de criança), um rápido ressurgimento. Com um desfile leve no Acesso, conseguiu um
instantâneo retorno ao Especial e logo se restabeleceu. O destaque dessa nova
fase vai para a ótima apresentação sobre Ilha Bela em 2016 (A Vila famosa é
mais bela, Ilhabela da fantasia), quando ficou em quinto lugar. Desfiles notáveis Desde que
retornou para o convívio das grandes escolas em 2002, a Vila Maria conseguiu
marcantes apresentações. O primeiro choque positivo causado pela Vila foi em
2004 (São Paulo no coração do Brasil. Parabéns pra você), depois tanto em 2005 (Sonho, realidade: No circo da vida), 2008 (Irashai-mase, milênios de cultura e sabedoria no centenário
da imigração japonesa), 2016 (A Vila famosa é mais bela, Ilhabela da fantasia) e 2017 (Aparecida — A Rainha do Brasil. 300 anos de amor e fé no coração do povo brasileiro), conseguiu ótimas passagens pelo Anhembi. O maior destaque, no
entanto, fica por conta da inesquecível exibição sobre Cubatão (Vila Maria: Canta, encanta com minha história…
Cubatão rainha das serras), quando
surpreendeu o samba e saiu aclamada como favorita ao campeonato. O título não
veio, mas o segundo lugar é, até hoje, o melhor resultado de sua trajetória. Curiosidade A agremiação
do Jardim Japão, apesar de nunca ter vencido na elite, já poderia ter tido o
gostinho em 2011 (Teatro Amazonas. Manaus em cena), se o regulamento não
tivesse descarte de notas. Naquele ano, somou o maior número de pontos junto do
Vai-Vai na soma das notas de todos os jurados, mas venceria no critério
desempate no quesito Alegoria. Naquela apuração, com o descarte valendo, a Vila
terminou em terceiro, segundo melhor resultado de sua trajetória, ao lado de
2008. O atual momento e o último desfile Mesmo sem grandes momentos, os bons resultados voltaram pra Vila Maria (Foto: SASP/Carnaval)
Desde 2017,
a Vila Maria parece contar com mais sorte que juízo. Trazendo enredos sobre
países, não conseguiu encantar em nenhum de seus desfiles, mas trouxe bons
resultados em 2019 (Nas asas do grande pássaro o voo da Vila Maria ao
império do sol) e 2020 (China: O Sonho de um povo embala o samba e faz a
Vila sonhar), voltando no grupo das que desfilam entre as campeãs. Na
última apresentação falou sobre a China e com o país asiático de tema, se
apresentou buscando ter a força de sua comunidade e da bateria Cadência da
Vila, como destaques. Mesmo decepcionando na parte plástica, terminou em quinto
lugar com 269,5. Sambas marcantes Historicamente,
não conseguiu ter uma grande discografia. Apesar dos ótimos desfiles quando
teve Wagner Santos como carnavalesco, a agremiação nunca foi um destaque no
gênero. Mesmo assim, há algumas lembranças necessárias. Em 2004 (São
Paulo no coração do Brasil. Parabéns pra você), o bom samba no Carnaval temático, junto de Circo em 2005 (Sonho,
realidade: No circo da vida) e de 2007
(Vila Maria: Canta, encanta com minha
história… Cubatão rainha das serras) sobre Cubatão são destaques positivos do período. Passada essa fase,
também é justo reconhecer a qualidade de obras em 2014 (Nos meus 60 anos de alegria — sou Vila Maria, e faço a festa
resgatando do passado brinquedos e brincadeiras de criança), quando esteve no Acesso, 2016 (A Vila famosa é mais bela, Ilhabela da
fantasia) quando exaltou
Ilha Bela e em 2017 (Aparecida — A Rainha do Brasil. 300 anos de amor e fé no coração do povo brasileiro) quando homenageou Nossa Senhora.
Bruno Malta
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