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ODIR SERENO

ODIR SERENO

  

            

 

        Nome completo: Odir da Silva Nascimento

       


        Ano de 
nascimento: 1947

    

        

         Ano de falecimento: 2011

       Odir é entrevistado pela repórter Márcia Prado, da TV Manchete, na concentração da Sapucaí, pouco antes do desfile da Viradouro em 1990

                                                 

A importância de Odir Sereno para o samba de Niterói foi tamanha que o sambista acabou virando nome de praça na Cidade Sorriso. O intérprete e compositor ganhou samba nas chamadas “três grandes” da Terra de Araribóia: as escolas de samba Acadêmicos do Cubango, Acadêmicos do Sossego e Unidos do Viradouro, mas também colaborava com vários blocos carnavalescos locais.

Inicialmente teve seu nome ligado à Acadêmicos do Sossego. Morador da região de Pendotiba, estava presente no grupo que fundou a azul e branco do Largo da Batalha, em 1969, desfilando a partir do ano seguinte como bloco carnavalesco.

Antes de ser azul e branco, a Sossego teve as cores verde e vermelho, na data de sua fundação. Em 1970 adotou as cores amarelo e vermelho, e, no ano de 1978, alterou novamente suas cores oficiais para as atuais azul e branco. Nesse ano, sagrou-se campeão entre os blocos de Niterói. Após nove anos desfilando como bloco, a Sossego se torna escola de samba, fazendo sua estreia na passarela da Avenida Amaral Peixoto em 1979.

Já o debut fonográfico de Odir Sereno aconteceu em 1982, no disco de sambas enredo de Niterói, cantando o samba “Pindorama, o país do futuro”, de sua autoria. Nesse ano, a Acadêmicos do Sossego havia adquirido o direito de concorrer no Grupo 1 (primeira divisão) por ter ganho o 2° grupo em 1981, mas não fez um bom desfile e acabou novamente rebaixada. Em 1985, mesmo ano em que Cubango e Viradouro deixam de desfilar na cidade, a Sossego volta à elite do Carnaval Niteroiense depois de ter conquistado o título do 2º Grupo em 1984.

Odir Sereno empunhou o microfone principal da Sossego por dez anos, entre 1982 e 1992, cantando na avenida vários sambas de sua autoria. Em 1986, colaborou com a escola Unidos do Gavião, ao compor “Glórias, glórias e mais glórias” (junto com Neném Gavião), mesmo estando como intérprete da azul e branco.

No ano de 1985, Cubango e Viradouro se mostraram insatisfeitas com o resultado do carnaval de Niterói; naquele ano houve empate no primeiro lugar entre a União da Ilha da Conceição e a Corações Unidos; Viradouro e Sossego dividiram a terceira posição e a Cubango chegou em quinto lugar. Além do resultado “estranho”, houve muitas críticas por parte das agremiações sobre a realização dos desfiles na cidade. Cedendo às pressões externas, Vira e Cubango migraram definitivamente para o Rio de Janeiro, já a partir de 1986. O carnaval local passa a vivenciar um rápido apequenamento que provaria futuramente ser sua derrocada, afinal, a Viradouro era detentora de dezoito títulos no carnaval niteroiense, enquanto a Cubango detinha quinze. Entre 1986 e 1990, praticamente sem adversárias à altura, a Acadêmicos do Sossego se torna tetracampeã do carnaval de Nikiti. A seguir, enfileira vice campeonatos por cinco anos consecutivos.

Com a ida de Cubango e Viradouro para desfilar no Rio de Janeiro, Odir Sereno também começa a emplacar sambas nas duas gigantes de Niterói. Na estreia da Vira na Sapucaí, em 1990, foi um dos compositores de “Só vale o que está escrito” (em autoria com Adir, Gélson e Gilberto Barros), que valeu o título do Grupo 1-B à vermelho e branco e a vaga para o Especial. No ano seguinte repetiu a dose com “Bravíssimo Dercy Gonçalves, o retrato de um povo”, assinando o samba com Gelson, Rubinho e Adir. Nos dois anos foi cantor de apoio do intérprete Quinzinho.

Em 1992 foi a vez de colaborar com a Cubango, com “Negro que te quero negro” (com Ismael Nascimento e Plinio). Outro samba composto para a verde e branco do Morro do Abacaxi foi “Da aldeia de São Lourenço a Niterói, Cidade Sorriso”, no carnaval de 1995, junto com Ismael Nascimento e Rolian do Cavaco. Este samba, aliás, Odir cantou apenas na gravação do disco do Grupo A, organizado pela Liga das Escolas de Samba do Grupo de Acesso (Liesga). Na avenida, quem cantou foi Flavinho Machado.

Odir Sereno retorna suas atenções à Sossego, sua escola de coração, em 1996. O então presidente da azul e branco, Almir Augusto Monteiro, não conformado com as subsequentes derrotas, resolve abandonar o carnaval fluminense e segue os passos da Cubango e da Viradouro, se filiando à Associação das Escolas de Samba da Cidade do Rio de Janeiro e desfilando na Avenida Rio Branco, no centro do Rio. No ano seguinte, o Carnaval de Niterói seria extinto, retornando apenas uma década depois. Assim, a Sossego estreia no carnaval carioca com o enredo “E o cinema virou samba, tem pipoca no ar”, que deu à escola o vice-campeonato do Grupo E (quinta divisão). No ano posterior conquistou seu primeiro título carioca pelo Grupo D (quarta divisão), com o enredo “Olha o passarinho, um álbum de família”, ambos desfiles com Odir ao microfone. Em 1999, a Sossego finalmente estreava na Marquês de Sapucaí, desfilando pelo Grupo B (terceira divisão)

Em 2009, ao lado do parceiro José Carlos Esperto, Odir foi autor do samba que a escola Bem Amado levou para a Rua da Conceição, em Niterói. Sua última obra foi o samba da Sossego para o carnaval 2010 em parceria com Rubinho, André Kbeça, Marcelinho Ferreira e Vitor Alves.

Às vésperas do Carnaval de 2011, a Acadêmicos do Sossego e a comunidade carnavalesca amanheceram de luto pelo falecimento de Odir Sereno. O sambista niteroiense faleceu aos 63 anos de idade, no Hospital Luiz Palmier, em São Gonçalo. Odir era diabético, o que teria causado sua morte em decorrência da falência de algum dos órgãos devido à glicose alta.

Além de compor samba-enredo, Odir Sereno também compunha pagodes românticos. Sua música, “Brincar de Amor”, em parceria com Gabú, Silvio Mury, Bembeco e Marquinhos da Hora, foi gravada por Eliana de Lima no CD lançado pela cantora em 1994.

Em novembro de 2015 a Prefeitura de Niterói inaugurou a Praça Odir Sereno, no Largo da Batalha, em homenagem ao sambista muito conhecido na cidade, além de ser morador no bairro durante 60 anos. O espaço, com 377 metros quadrados, prioriza o lazer de crianças e idosos, com a instalação de uma academia da 3ª Idade e uma área de convivência com bancos e mesas.

Em 2018, Odir Sereno recebeu homenagem da escola de samba Garra de Ouro, do Grupo B (terceira divisão) do carnaval de Niterói, no enredo “Largo da Batalha, um berço de sambistas em Niterói”.
INÍCIO: Acadêmicos do Sossego, início da década de 80.
1982 a 1992 – Acadêmicos do Sossego (intérprete principal)
1990 e 1991 – Viradouro (apoio de Quinzinho)
1995 – Cubango (apenas gravou o samba no disco)
1996 – Acadêmicos do Sossego (intérprete principal)
1998 – Acadêmicos do Sossego (intérprete principal)
2007 – Acadêmicos do Sossego (intérprete principal)
2009 – GRES Bem Amado (em dueto com José Carlos)
2010 – Acadêmicos do Sossego (apoio de Clóvis Pê e Anderson Kybba)

GRITO DE GUERRA: Alô, meu povão Pendotibano! É o Sossegão no pedaço novamente!

CACOS DE EMPOLGAÇÃO: “fala viola esperta”; “tá bonito”, “ôôôô...iihh!”; “vamos nós”, “diz”; “e aí, e aí”; “alô galera, segura”; “vai vai”; “obrigado minha escola”; “alô bateria nota mil”; “alô harmonia”.

SAMBAS DE SUA AUTORIA: “Pindorama, o país do futuro” (Sossego/1982); “Glórias, glórias e mais glórias” (Unidos do Gavião/1986, com Neném); “Só vale o que está escrito” (Viradouro/1990, com Adir, Gélson e Gilberto Barros); “Bravíssimo Dercy Gonçalves, o retrato de um povo” (Viradouro/1991, com Gelson, Rubinho e Adir); “Negro que te quero negro” (Cubango/1992, com Ismael Nascimento e Plinio); “Da aldeia de São Lourenço a Niterói, ‘Cidade Sorriso’” (Cubango/1995, com Ismael Nascimento e Rolian do Cavaco); “Em busca do destino” (Sossego/1998, com Didinho da Ponte, Hélio Boxer e Ismael Nascimento); “A nação azul e branca de Parintins” (Sossego/2007, com Dudu do Cavaco, Jorge Bretas e Marcelo Quaty); “Reconstruindo a natureza” (GRES Bem Amado/2009, com José Carlos Esperto e Marcelo Quaty); “Made in Nictheroy” (Sossego/2010, com Rubinho, André Kbeça, Marcelinho Ferreira e Vitor Alves).

DISCOGRAFIA 
•    LP Sambas Enredo Carnaval de Niterói 1982 (faixa Acadêmicos do Sossego)
•    LP Sambas Enredo Carnaval de Niterói 1985 (faixa Acadêmicos do Sossego)
•    LP Sambas Enredo Carnaval de Niterói 1986 (faixa Acadêmicos do Sossego)
•    LP Sambas Enredo Carnaval de Niterói 1992 (faixa Acadêmicos do Sossego)
•    LP Sambas Enredo Grupo A 1995 (faixa Acadêmicos do Cubango)


MAIS FOTOS DE ODIR SERENO


Odir Sereno em 2009, na quadra da GRES Bem Amado,em Niterói. Crédito: site Na Cadência


Odir (à direita da foto), foi cantor de apoio de Quinzinho, no desfile da Viradouro em 1991


Já grisalho, com o microfone, bem à frente do carro de som da Acadêmicos do Sossego, na Intendente Magalhães no carnaval de 2007


Sossego na Sapucaí: entre Clóvis Pê (à esq) e Anderson Kybba, no último desfile que Odir participou, em 2010


Vista da Praça Odir Sereno, no Largo da Batalha, em Niterói. Homenagem da prefeitura da cidade ao sambista morador do bairro durante 60 anos

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