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IVO MEIRELLES

IVO MEIRELLES

       

    

            

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            Ano de nascimento: 1962

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Ivo Meirelles reúne várias funções no ramo musical: cantor, compositor, ritmista, produtor, comentarista, foi diretor de bateria, presidente da escola de samba Estação Primeira de Mangueira e, claro, também teve o gostinho de cantar samba-enredo na verde e rosa em plena Marquês de Sapucaí e sagrar-se campeão logo no primeiro ano que segurou um microfone no carro de som no Sambódromo.

Ivo passeia com total desenvoltura por vários estilos musicais e é conhecido pelas fusões rítmicas do samba com a música pop, funk e soul. Mesmo sendo um músico talentoso, também é uma figura controversa e polêmica no carnaval.

Aos 11 anos, Ivo Meirelles desfilou pela primeira vez na Mangueira, como ritmista. Mesmo tendo sido criado em família verde e rosa com muito samba de morro (seu pai, Ivan, já falecido, era compositor da escola, e sua mãe, Lorenilde – a Nanana – cabrocha e primeira rainha de bateria do carnaval), o garoto sempre escutou muita black music, de James Brown a Jorge Ben, tendo inclusive trabalhado como DJ de festa black.

Seus pais se separaram quando era pequeno e ele foi criado pela avó e pela tia. Sua mãe, passista de conjunto tipo exportação, sempre viajou muito. Garoto ainda, juntou-se aos amigos Dirclê, Robson, Alcir Explosão, Julio Cesar, Elton e Julinho e formou um grupo que ficou conhecido como Os Meninos da Mangueira. A eles, o jornalista Sergio Cabral dedicou um samba de sucesso – gravado por Ataulfo Alves Jr em 1976. O grupo, no entanto, não conseguiu gravar disco. “A gente fazia muita bagunça na gravadora e os executivos não nos aguentaram”, lembra Ivo. Mas os Meninos da Mangueira eram muito requisitados para animar as chamadas “festas de rico”.

Aos 20 anos, Ivo já era diretor de bateria da Mangueira – o mais jovem a ocupar este cargo. Logo em seguida, em 1983, deixou a função para ingressar na ala dos compositores da escola. Como teste, compôs um samba ao estilo antigo que muitos achavam que fosse de autoria de seu pai. O samba, intitulado “Vou pra ganhar” fazia menção aos dez anos de jejum sem título da escola e trazia os versos “quero reviver os velhos tempos / esse meu jejum vai acabar / não estou aqui pra brincadeira / quero te dizer que sou Mangueira”. Os versos finais foram usados como alusivo na gravação do samba de 1986.

Já na ala de compositores, concorreu ao lado de Paulinho Carvalho e Lula e sagrou-se campeão na disputa de samba-enredo para o tema “Caymmi mostra ao mundo o que a Bahia e a Mangueira têm”, hino que ajudou a embalar o campeonato de 1986. O detalhe que, até este ano, Jamelão jamais havia gravado o samba da Mangueira nos discos oficiais de carnaval, privilégio sempre dado a um dos compositores da obra. Ivo fez questão que o velho mestre registrasse a voz na gravação de seu samba. A partir daí – e até 2006 – Jamelão passou a cantar os sambas da Manga nos discos e a Liesa também passou a exigir das escolas que inscrevessem seus intérpretes oficiais a gravar os sambas nos discos.

No “ano de Caymmi”, Ivo e Lula foram apoio de Jamelão no desfile oficial, que aconteceu na noite de segunda-feira de carnaval. O velho mestre havia desembarcado no Rio de Janeiro no dia anterior, vindo de uma série de apresentações no Hotel Hilton, em Nova Iorque, interrompida justamente para ele vir ao Brasil desfilar na Mangueira. Mesmo “virado” da viagem, o veterano cantor, na flor de seus 73 anos, conduziu magistralmente o samba na avenida, sendo um dos responsáveis pelo show que a Manga deu. A Lula coube ficar mais na sustentação do canto enquanto Ivo ficava à vontade para brincar com cacos de empolgação, chamadas e até arriscar vocalises em falsete na hora do poderoso refrão “tem xinxim e acarajé / tamborim e samba no pé”. No Sábado das Campeãs, já sem Jamelão (que havia retornado a Nova Iorque para seus compromissos profissionais), Ivo e Lula dividiram a condução do desfile.

Tido como uma revelação na Mangueira e promessa de renovação na ala dos compositores, Ivo enveredou por outros caminhos rítmicos com influência do pop. Depois do titulo de 1986, começou a gravar discos, virou parceiro musical de Lobão e de Fernanda Abreu. Em 1992 foi eleito vice-presidente da Mangueira. No ano seguinte, participou da coletânea Escolas de Samba, da Sony Music, no CD dedicado aos melhores sambas da Mangueira, pondo voz em duas faixas: no samba de 1986 e em “As quatro estações”, do carnaval de 1955, de autoria de Nelson Sargento, Alfredo Português e Jamelão.

Em 1994, foi o autor do enredo “Atrás da verde e rosa só não vai quem já morreu”, quando a Mangueira homenageou os “doces bárbaros” Caetano Veloso, Gal Costa, Gilberto Gil e Maria Bethânia. Em 1995 criou o grupo de percussão Funk'n'Lata, que mistura elementos de samba, soul, funk e samba-rock. A sonoridade do grupo não agradou à Mangueira e Ivo acabou se afastando da escola. Com o Funk’n’Lata, gravou dois discos e excursionou pela Europa. Saiu da banda em 2001 para retomar a carreira solo e lança o disco “Samba Soul”.

Entre 2000 e 2006, Ivo foi comentarista nas transmissões de carnaval da Rede Globo e jurado do programa Fama, na mesma emissora. Em seguida, o músico se tornou presidente de bateria da Mangueira. 

No carnaval de 2008, foi enredo da escola Unidos de Manguinhos, que apresentou o tema: “A brasilidade rítmica de Ivo Meirelles a encantar o samba de Manguinhos”.
 
Em maio de 2009, foi empossado presidente da Estação Primeira de Mangueira, com o compromisso de manter a tradição da escola, mas também de modernizá-la. Em sua gestão na Manga, Ivo propôs inovações, mas também angariou desafetos: criou a bateria “Surdo Um”, responsável por paradinhas mais longas; contratou os intérpretes Zé Paulo Sierra e Rixxa (depois substituído por Ciganerey) para dividirem o microfone com o titular Luizito, apelidando o trio de Os Três Tenores; inovou no carnaval ao criar uma paradinha de bateria de mais de dois minutos (2011), levou dois carros de som para a avenida (2012) e fez com que a escola desfilasse com duas baterias (2013). Ivo renunciou à presidência após o desfile de 2013, sendo sucedido pelo deputado Chiquinho da Mangueira. Com a saída dele, o nome Surdo Um deixa de ser usado pela bateria da agremiação, que volta a adotar o slogan original “Tem que respeitar meu tamborim”.

Após ter deixado a presidência da Mangueira, Ivo é expulso do morro a mando do narcotráfico, se muda para São Paulo e passa fazer muitos shows em teatros e casas noturnas, além de ter um pouco mais de frequência em aparições na televisão: participa da sexta edição do reality show rural A Fazenda (2013), exibido pela Rede Record, sendo o quinto eliminado da competição; grava o especial Ensaio (2014) e o programa Provocações (2015), ambos pela TV Cultura, e comenta o carnaval capixaba pela Record News (2016).

O músico emprestou ainda sua expertise em conhecimento de produção e estúdio produzindo os discos de samba-enredo das escolas de samba da Série A do Rio de Janeiro em 2009 e 2016.

Em 2017, disputou sambas-enredo nas escolas Acadêmicos do Grande Rio e Mocidade Alegre (no ano anterior, havia participado da disputa da União da Ilha), além de investir numa nova fusão musical, mesclando o samba à música sertaneja. No final do ano, Ivo Meirelles reencontra seu ex-grupo Funk’n’Lata e lança o single “Mangueira”, com participação de Seu Jorge. A intenção é fazer gravações com nomes consagrados da MPB, lançar as gravações na web como singles e, depois, em 2018, reunir os fonogramas em um álbum intitulado #21.

 
INÍCIO: Em 1973, aos onze anos de idade, desfilou pela primeira vez na Estação Primeira de Mangueira, como integrante da bateria.
1986 – Mangueira (apoio de Jamelão)

GRITO DE GUERRA: Agora é pra valer, Mangueira! (em 1993); Quero te dizer que sou Mangueiraaaa! (em 1995)

GRITOS DE EMPOLGAÇÃO: “vai, vai, vai”; “oooobaaaa”; “que beleza”; “estou muito feliz, estou muito feliz”; “ôôôôô...ihhh”; “vamos lá, bateria”; “canta nação mangueirense”; “de novo, gente”; além de cacos de acordo com a letra do samba e vocalises em falsete.

SAMBA DE SUA AUTORIA: “Caymmi mostra ao mundo o que a Bahia e a Mangueira têm” (Mangueira/1986, com Paulinho Carvalho e Lula).

DISCOGRAFIA DE CARNAVAL:
- Sambas Enredo Grupo Especial 1993 (faixa Mangueira – grito de guerra e cacos)
- Sambas Enredo Grupo Especial 1995 (faixa Mangueira – grito de guerra e cacos)
- Escolas de Sambas-Enredo Mangueira – Coletânea Sony (1993)
- Sambas Enredo Grupo A 2009 (produtor musical)
- Sambas Enredo Série A 2016 (produtor musical)

DISCOGRAFIA SOLO:
- Vaidade Verde Rosa (1986)
- Desafio da Navalha (1991)
- Samba Soul (2001)
- Samba Pop do Ivo Meirelles (2013)
- Meu Samba Pop (2014)

Com o FUNK N’LATA:
- O Coro Tá Comendo (1998)
- Funk'n'Lata (1999)
- Mangueira (single, 2017)
- #21 (2018, previsão)

OUTROS DISCOS:
- Aconteça o que acontecer – “pau-de-sebo” (LP, RCA, 1983) – faixa “Vou pra ganhar”.


MAIS FOTOS DE IVO MEIRELLES

Ivo com Jamelão e Lula da Mangueira (à esq.de perfil e com o microfone), no mágico desfile de 1986.


Ivo (com microfone) atrás de Jamelão no carro de som em 1986. Atrás do mestre, de óculos, aparece Clóvis do Violão.


Ivo é um misto de cantor, compositor, instrumentista, ritmista e produtor musical.



Talentoso, polêmico e controverso, eis Ivo Meirelles, que costuma estar com os cabelos descoloridos.


O grupo Os Meninos da Mangueira com padrinhos ilustres, nos idos de 1976. Ivo está em pé, à direita da foto. Sentado abaixo, Sérgio Cabral (o pai)


Ivo ao microfone no desfile das campeãs em 1986, conduzindo o samba de sua autoria.





No estúdio: sua origem é o samba, mas o músico passeia com total desenvoltura por vários estilos musicais.


Com a camiseta do Grêmio, na Festa Nacional da Música, em Porto Alegre (2017).


Single "Mangueira" (2017) marca seu reencontro com o grupo percussivo Funk'n'Lata.


Ivo (com a guitarra) e a galera do Funk'n'Lata.


O músico presidiu a Estação Primeira de Mangueira por quatro anos e foi vice-presidente da escola na década de 90.


Com o cartaz de seu disco Samba Soul (2001)


Levando um lero com o Sr. José Bispo..


Capa de seu primeiro disco, Vaidade Verde e Rosa (1986)


No final do desfile de 1986, com o parceiro Lula da Mangueira, Clóvis do Violão (de óculos e chapéu) e abraçado ao mestre Jamelão (D)


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