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A PAZ NOS SAMBAS DE ENREDO
     
  
A PAZ NOS SAMBAS DE ENREDO

22 de novembro de 2023, nº 31

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Mulher à Brasileira - A Histórica Disputa de Samba da Portela para 1978

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Há 50 Anos... Disputa de Samba da Portela para 1974 (Pixinguinha)

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Gbalá - Versão Dona Ivanisia e Cia

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Amigos do Sambario! Quem vos escreve é Túlio Rabelo, do canal TR - Sambas de Enredo. A presente coluna é fruto de parceria com o jornalista Gerson Brisolara, vulgo Rixxa Jr, que também é colunista do site. Devido às guerras que assolam o mundo neste momento, sobretudo as que estão ocorrendo em solo ucraniano e israelense, consideramos importante, sob a visão dos sambas enredo, ecoar a mensagem da paz universal. A crescente violência no Rio de Janeiro, também motiva a criação da presente coluna. Com esta coluna, também fica uma homenagem ao nosso amigo Bruno Malta, um cara da paz, um defensor da opinião, do diálogo, do respeito aos diferentes pontos de vista.

Para tornar a coluna mais dinâmica, optei por dividir o tema da paz em sete subtemas, mais especificamente: Paz Universal; Paz do Vira-mundo (sim, irei dedicar uma parte exclusiva ao tema da Viradouro em 2002); Paz no Rio de Janeiro; Paz por meio de citação a religiões e culturas; Paz por meio do combate aos preconceitos e a fome; Nova era de paz com a virada do milênio e; Paz por meio dos direitos e da Constituição.

Paz Universal:

Quando se fala em paz, o primeiro samba enredo que vem na mente de grande parte dos sambistas é Portela 1987 “Adelaide, A Pomba da Paz”, um dos mais lindos sambas de todos os tempos. “[...] Sigam o exemplo desta pomba / Desativem esta bomba / Pra ninguém se machucar / Amar é bom, amar é bom / É bom demais, é felicidade / É sinônimo de paz” (Neném, Mauro Silva, Isaac, Arizão, Carlinhos Madureira).


Segue a vinheta estrelada por Dedé da Portela

Neste mesmo ano, o Salgueiro cantou “E por que não?”, com uma linda mensagem a humanidade “Se um dia o mundo acordar (E vai acordar) / Verá, verá, verá / Uma luz brilhando no horizonte / E vai se transformar [...] Venham ter felicidade / Salgueirando a humanidade [...] O paraíso está na terra / E por que não acreditar / É acabar com as guerras / E vamos viver de amar” (Didi, Bala e César Veneno).


Segue a vinheta estrelada por Rixxa

Voltando nos primórdios do samba enredo, temos o caso do Prazer da Serrinha 1946 "A Conferência de São Francisco", que iria desfilar com o samba “Paz Universal” de Mano Décio da Viola e Silas de Oliveira, mas que conforme o Departamento Social do Império Serrano, o Presidente da época, Seu Alfredo, ordenou o uso de um samba de quadra no desfile. Segue a letra: “Restabeleceu a paz universal / Depois da guerra mundial / A união entre as Américas do Sul, Norte e Central / Nunca existiu outra igual / Na vida internacional / Nosso Brasil sempre teve interferência / Nas grandes conferências da paz universal / Sendo o gigante da América Latina / Uruguai, Paraguai, Bolívia, Chile e Argentina”.

Ainda sobre a paz universal, vale citar Grande Rio 1991 “[...] Gafanhotos viram mísseis / Vírus bem alimentados / São os frutos da maldade / Pelo mundo espalhados [...] Brindando nesta festa colorida / O florescer da nova vida / Sonhando com a paz universal [...]”; Portela 2001 “O povo vai cantar / Querer é poder, queremos mudar / Na esperança de um novo dia / De paz, amor e alegria [...] No pensamento há solução / Pra salvar nosso mundo ou pra destruição [...]”; Portela 2005 “A mensagem da Portela / É pra toda humanidade / Vamos semear amor / Pra colher felicidade”; Império de Casa Verde 2017 “Sou Casa Verde paixão e amor / Juntos num só ideal / Vamos erguer essa bandeira / Clamando pela paz Universal”.

Paz do Vira-mundo:

Criei um subtema somente para o Carnaval da Viradouro 2002, pois vejo no samba enredo uma mensagem de paz universal e, indiretamente, uma mensagem de paz ao Rio de Janeiro, que será o subtema seguinte, servindo portanto de ligação. O refrão “Nesta ciranda é que eu vou / Contagiando esta cidade / Hoje eu quero paz, amor / E um mundo de felicidade”, na minha interpretação, indiretamente pede paz ao Rio de Janeiro ao dizer “Contagiando esta cidade”, paz que é estendida ao mundo inteiro na finalização do refrão “E um mundo de felicidade”. Escute o samba de Gilberto Gomes, Dadinho, Mocotó, Gustavo e PC Portugal.


Para ilustrar o enredo, cito também o refrão de um belíssimo samba concorrente gravado por Wander Pires, dos compositores Mário Gordo, Bira Crioulo, Abel, Cesar Sá, Pavão, Gilberto Fita, cujo termo “Ciranda global” é a força maior que me fez o citar aqui: “Vira-vira vira-mundo / A história muda o rumo / Ciranda global / Eu também sou voluntário / Nasce um mundo solidário / Com a Viradouro neste Carnaval”.

 

Embora tenha sido incompreendido por muitos sambistas, é um enredo muito bonito e você pode conferir a sinopse no site Galeria do Samba.

Paz no Rio de Janeiro:

Neste momento, apresento a vocês o enredo da Unidos do Jacarezinho para o Carnaval de 2024. “Na fé dos Padroeiros o Rio pede paz” clama paz ao Rio de Janeiro. No samba enredo, de Araguaci, Jorge do Batuke Humberto da Fazenda, destaque para os versos “[...] Amor… à mulher, ao idoso, à criança sofrida / A cidade é tão linda sem bala perdida / Abençoada pelo redentor [...]”.

 

Paz por meio de citação a religiões e culturas:

Conforme já visto no samba do Jacarezinho, vamos aos sambas enredo carregados de fé, de axé, de cultura. E pra começar bem, vamos de Jamelão, com o lindo samba da Mangueira 2003 “Os dez mandamentos: o samba da paz canta a saga da liberdade” (Marcelo Dáguiã, Bizuca, Gilson Bernini e Clovis Pê).  O refrão principal deixa a mensagem no ar: “Quem plantar a paz, vai colher amor / Um grito forte de liberdade / Na Estação Primeira ecoou!”.

 

Vem da Pérola Negra, de São Paulo, dois belos sambas enredo que alia fé e paz. Falo de Pérola Negra 2001 e 2011, respectivamente “A Vida pela paz, Solidariedade” e “Abraão, o patriarca da fé”. Destaque em 2001 aos versos “De Chico Xavier, é luz / Na consciência, Buda é paz / Este cantar que refaz/ Pérola Negra é quem traz / E agita esta bandeira pela paz” (Marcello Dubau) e em 2011 aos versos “Fé na palavra sagrada / Que me dá força nessa jornada / Fonte de sabedoria / A paz que brilha dessa jóia rara / Glória no caminho da vitória / Fiéis seguidores em comunhão / O seu legado ficará perpetuado / Num mundo de amor, num só coração / A Vila Madalena canta em oração / Pela fé de Abraão / Pérola Negra vem cumprir sua missão / Divina luz que ilumina / O meu samba em procissão” (Carlinhos, Mydras, Bola, Regiano e Michel). Considerado antológico este samba do Abraão.

Continuando em São Paulo, vale citar outro samba antológico, Mancha Verde 2006, reeditado em 2014, cujo samba enredo “Bem aventurados sejam os perseguidos por causa da justiça dos homens... Porque deles é o Reino dos céus” (Vaguinho, Douglinhas e Jaú) emociona. Vale citar os versos “[...] A paz vai florescer como sonharam / Homens de Deus que se entregaram / Por ver o fim do sofrer / O mundo em união, como irmãos / Olha e vê o fim do preconceito / Pois liberdade é um direito / Que não tem raça e não tem cor / Glória aqueles que mudaram a história / E estão vivos na memória / Cessando toda uma era de dor [...]”. Veja Leci Brandão, emocionada durante a transmissão do desfile, que embora não tenha citado diretamente o samba e o enredo, indiretamente ele foi fundamental para provocar essa emoção: “[...] Mas eu jamais poderia imaginar que, na virada do milênio, eu ainda fosse me emocionar tanto, sabe, vendo um desfile de escola de samba. Porque… sabe a força do samba, essa coisa chamada samba, escola de samba, que faz isso né, uma escola que teve dois carros que foram destruídos. Aí eles conseguem recuperar tudo em uma semana e tá todo mundo aqui com a maior vibração [...] E eu como sou uma pessoa de origem humilde [...] não dá pra segurar minha emoção, não dá, não tem como, eu sou humana. Essa coisa chamada samba mexe com a minha cabeça, entendeu? E São Paulo que, sabe, um dia o Vinicius brincou, que foi uma brincadeira dizer que São Paulo é o túmulo do samba… Não é não meu Mestre!!! [...]”.


Relato a partir de 30:50

Vale citar ainda, a própria Mancha Verde em 2020 “Só o amor pode curar o mundo / No altar do Carnaval, canto em oração / A Mancha é a voz dos filhos Teus / Olhai por nós, meu Deus”; Tom Maior 2012 “Na proteção de um exército celestial / Arcanjos da corte divina / Tocando o seu coração, mais amor violência não [...] É tempo de mudar, somos todos irmãos / E de mãos dadas vamos juntos num só coração / Fazer o bem, sem distinção, por onde for… / Paz e amor!”; Unidos da Piedade 2020 (Vitória/ES) “A voz da igualdade ecoou / Caminho de luz, praticar o bem / Minha religião é o amor / No morro o samba diz amém / Sou eu instrumento da paz / Quem vai semeando a lição / Sou eu a renúncia da vida / A fé esculpida no rosto do irmão / Aquele que renasce na flor da primavera / Bondade espelhada à esperança / Quem se entrega para o povo / E faz do amor a sua bonança / Me chamo São Francisco de Assis / Em cada Francisco a missão de ser feliz [...] Oh! Piedade, seja porta voz nesse momento / Que se plante mais amor para afastar o sofrimento / Depende de nós fazer a humanidade semear a paz / Como um rio de amor, sem desistir jamais”;  Caprichosos da Harmonia 2020 (LIESV - Carnaval Virtual) “O sol nasceu / Traçando os caminhos dessa paz / Como crianças / Voam os pássaros no céu / Bailam sem preocupação / Puras melodias ecoavam [...]”.

Paz por meio do combate aos preconceitos e a fome:

Royce do Cavaco, com sua voz marcante, canta os dois sambas que cito agora. Primeiro a X-9 Paulistana 1996, com “Paz e amor, bicho!". Destaco os versos: “Eu quero é paz, eu quero amor / Curtindo o samba que é minha raiz / E nessa festa eu serei feliz / Nesse embalo eu vou [...] Jovem Guarda o movimento / No contratempo do meu Carnaval / No mundo se fazia guerra / E a juventude fez nos festivais / Seu grito de liberdade / Contra os preconceitos sociais / Me leva meu sonho / Me leva e me faz delirar / Enquanto existir odores, na força das flores / O sonho não vai terminar” (Beto Moura, Jambinho, Manuelzinho Poeta, Edson Feliciano Marcondes [Nêgo], Vicente das Neves).

 

Já na Rosas de Ouro em 2023, Royce do Cavaco cantou “Kindala - que o amanhã não seja só um ontem com um novo nome”. Como já é de conhecimento geral, este samba de Arlindo Cruz, Fabiano Sorriso, Pedrinho Sem Braço, Paulinho Sampagode e Osmar Costa, concorreu em 2006 e, não tendo vencido na época, foi resgatado como samba oficial de 2023. Houve alguns ajustes pontuais na letra, mas a essência permanece. O refrão é lindo e resume bem a mensagem de paz, aliada ao combate ao racismo: “O amor está em cada um de nós / Vamos juntos semear a paz / A Brasilândia vem, mostrar no seu Carnaval / Um mundo novo de igualdade racial”.

Falando agora da Unidos de Vila Maria 2002, apresento o samba, cujo título do enredo diz tudo: “Intolerância não! Viva e deixe viver!”. O samba de Carlos De Jesus, Dilai, Maurinho de Jesus, Minho e Marcinho é certeiro na mensagem, com destaque aos versos: “Vou extravasar / E ninguém pode me conter / Sou Vila Maria / Viva e deixe viver [...] Hoje a verde e branco sem imposição / Traz um momento de reflexão / Em prol da liberdade / Respeitando as opiniões / Mas não aceitando a crueldade [...] O que passou, passou… / Minha "Vila" é só amor... amor / Perseguição, nunca mais / Queremos direitos iguais [...]”.

Vale citar, por fim, Bandeirantes do Saboó 2006 (Santos/SP), cujo samba enredo “No linear de um novo tempo, a paz, a Bandeirantes…” (Noquinha da Vai Vai, Bira Moreno e Luciano) era considerado por muitos o melhor do ano na cidade. A seguir os versos que abordam a paz: “Sem preconceito racial / O bem sempre venceu o mal / O mal que era apenas aparente / Eu despachei pro espaço sideral / Eu vi a paz nessa história / O passado foi medo, o futuro só glória / Sou Bandeirantes neste Carnaval”.

Nova era de paz com a virada do milênio:

Alguns dos sambas citados nessa coluna, já eram de certa forma, uma mensagem de paz pensada para uma nova era que viria, o novo milênio. Mas vale citar aqui alguns sambas.

Na voz do saudoso intérprete Carlinhos de Pilares, a Caprichosos de Pilares em 1991 cantou “Terceiro Milênio, Em Busca do Juízo (a)final” (João Carlos e Gabriel Moura). A mensagem é impactante: “Eh! Que mundo doidão é esse? / Que vive sem interesse / De ganhar da profecia / É, gira no CTI / Daqui pra ali / Que agonia! / A verdade é nua e crua / Está nas ruas presente/ Precisa urgente renascer / Viver, viver [...] Quero ver meu Brasil / Lá no ano 2000, esperto / As riquezas do chão / Conduzindo a nação / Na luz do caminho certo / O verde das matas, um Rei / A fraternidade, a Lei / De gente sadia, feliz / Levando fé no país / Na paz, no amor / Nesse azul que tem mais cor / No meu "capricho", o ideal / Na apoteose, meu carnaval / Na cabeça o juízo afinal / Na cabeça o juízo afinal”. Reitero em 2023, a mensagem da Caprichosos: NA CABEÇA O JUÍZO AFINAL.

 

No Carnaval de 2000, a Mocidade trouxe uma mensagem de paz ao povo brasileiro com “Verde, amarelo, branco, anil, colorem o Brasil no ano 2000” (Dico da Viola, Jefinho, Marquinho Índio e Marquinho PQD). Destaque para o extenso e bonito refrão, que traz uma linda mensagem: “Viver em paz, pra se feliz / É só amar nosso país / É preservar o que se tem / Seguir a Deus, plantar o bem / É abraçar o nosso irmão / Ao inimigo só perdão / A nossa estrela vai brilhar / E a luz da paz eternizar”. No ano seguinte, a Mocidade novamente traz uma mensagem de paz com o enredo “Paz e harmonia, Mocidade é alegria” (Joãozinho, Marcelo do RAP, Domenil e J. Brito), destacando-se os versos “Explode amor / É Carnaval / O mundo se abraça / Pela paz universal”, que também se encaixam no primeiro subtema citado nesta coluna.

Finalizando as citações ao novo milênio, rememoro por indicação de Luís Butti, o samba da Gaviões da Fiel 1996 “Quem Viver Verá O Vinte Virar” (Alemão Do Cavaco, Luis Carlos Lopes e Luis Eduardo Gomes), que na gravação já começa bem com o alusivo “Eu quero ser feliz / Eu quero muito mais / Eu quero que o mundo perceba / Que o amor é a semente da paz”. Destaco no samba os seguintes momentos: “Uma nave encantada / Vem trazer pra essa galera / Imagens construídas numa tela / Um país com mais justiça / E uma vida mais bela [...] O mundo não vai acabar / Vou delirar de prazer / Quem viver verá / Quando o vinte virar / Quero estar com você [...] A lua girou lá no céu / O homem se programou, se programou / Tirou a guerra da memória / Pouco a pouco fez história / Em uma nova era de amor”.

Paz por meio dos direitos e da Constituição:

Pra finalizar essa Coluna, eu não poderia deixar de citar a paz obtida através da democracia, da Lei. O samba acima da Gaviões já enfatiza o querer de “Um país com mais justiça”. Ora, a Vila Isabel em 1981 já citava a paz “Uma nova era / O sol iluminará / Num facho de Quimera / A luz nos alcançará / Oh, que maravilha é o jardim / Ao qual iremos retornar, retornar / Nas previsões para a era de aquários, a paz / A paz sobre nós reinará [...] Gira, Gira, meu povo / Deixe a vida girar / No final desta gira / Só o amor encontrar” (Jonas, Lino Roberto e Tião Grande). Prelúdio talvez, de dois enredos que viriam mais a frente. Em 1988, a Vila Isabel mostrou que “Esta Kizomba é nossa Constituição” (Rodolpho, Jonas e Luiz Carlos da Vila), marcando a história. Já a Vila Isabel em 1989, vem com “Direito é direito” (Jorge King, Serginho Tonelada, Fernando Partideiro, Zé Antonio e J. C. Couto), trazendo uma mensagem que irá se perpetuar pela eternidade: “É hora da verdade / A liberdade ainda não raiou / Queremos o direito de igualdade / Viver com dignidade / Não representa favor / Hoje, a Vila se faz tão bonita / E se apresenta destemida / Unida pelos mesmos ideais / Lutando com a maior sabedoria / Contra os preconceitos sociais / A Declaração Universal / Não é um sonho, temos que fazer cumprir / A justiça é cega, mas enxerga quando quer / Já está na hora de assumir (eu sei) / Sei que quem espera não alcança / Mas a esperança não acabará / Cantando e sambando acendo a chama / E sonho um novo dia clarear / Clareou / Despertou o amor, que é fonte da vida / Vamos dar as mãos e lutar / Sempre de cabeça erguida / E quando o amanhã surgir, surgir / A flor da paz se abrir, se abrir / Será prosperidade / A brisa vai trazer mais alegria / No mundo haverá fraternidade / Direito é direito / Está na declaração / A humanidade / É quem tem razão”.

 

Valorizando a “produção liesviana”, dando espaço aos talentos do Carnaval Virtual, cito pra finalizar a coluna, o ousado enredo criado por Lucas Abreu (e carnavalizado por André Mello) pra Consulado em 2023 “L’ETAT C’EST MOI” (Flávio Santos e Amauri Costa), que leva pra avenida a Constituição, desde suas origens no mundo, até chegar a nossa Constituição Brasileira. Não é por acaso essa citação. O colunista que vos escreve fazia parte da agremiação até pouco tempo atrás e viu este enredo nascer. Não vou negar, o desafio era muito grande: transformar um tema aparentemente de difícil carnavalização em samba enredo. Por questões de tempo, não ajudei muito na letra, somente com uma participação especial nos versos que fazem a virada pro refrão principal: “[...] Do povo, pelo povo, para o povo / Mais união paz e amor, Floresce enfim um novo dia / Democracia com todo seu esplendor [...]”. Viva a Constituição!!!