SAMBARIO - O site dos sambas-enredo

Alô povão agora é sério!!!. Cá estou eu, Tulio Rabelo (canal TR - Sambas de Enredo), ainda extasiado com o belíssimo desfile da Porto da Pedra no Carnaval 2023 com o enredo “A Invenção da Amazônia”.

Este fascínio, vale dizer, tem como um dos protagonistas o intérprete Nêgo, vencedor de 5 Estandartes de Ouro (1991, 1994, 1999, 2004 e 2006). É lindo demais, e não tem explicação, a emoção de ver o Nêgo brilhando outra vez. Quem não conhece e vê aquele senhor cantando maravilhosamente, não tem noção da história que o Nêgo possui no Carnaval brasileiro. Ao seu irmão mais famoso Neguinho da Beija-Flor, todo meu respeito, mas desculpe… o Nêgo é insuperável.

Eu não preciso detalhar aqui toda carreira dele, pois você pode conferir a Ficha aqui no site: mas ainda assim vale passar por alguns momentos desconhecidos da grande mídia. Portanto, pra fugir de uma abordagem tradicional, focarei aqui em registros raros das disputas de samba, que vão de sambas vencedores a sambas que não foram para a avenida.

Primeiramente, não sei dizer qual a primeira gravação que o Nêgo fez na vida. Ele já deve ter gravado mais de mil sambas concorrentes na carreira, para todo o mundo, fora os sambas oficiais que temos conhecimento. Presumo então, ser essa da Beija-Flor 1978 para a Rádio Cidade, encontrada na faixa 3 do vídeo a seguir.

Apoio de seu irmão na Beija-Flor até 1985, Nêgo torna-se o cantor principal na Unidos da Tijuca 1986 e o resto é história. Também compositor, Nêgo assina, no RJ, sambas oficiais na Beija-Flor (1981 e 1983), Unidos da Tijuca (1989, 1990 e 1991), Grande Rio (1993 e 1999) e Salgueiro (2001 e 2002). Raridade, resgatada no meu canal TR - Sambas de Enredo, é o belíssimo samba finalista da Unidos da Tijuca 1992, que tem o Nêgo como um dos compositores, junto a Jacy Inspiração, Nogueirinha e Washington, gravado pelo saudoso David do Pandeiro.

A importância de mostrar esse lado das disputas de samba, é destacar que Nêgo e os demais intérpretes do Carnaval Carioca tão na ativa em grande parte do ano, embalando melodias pelas quadras e nas gravações em estúdios, antes restritas às rádios e fitas K7/CD, e hoje facilmente encontradas no YouTube. É possível que os registros citados aqui na coluna nem estejam mais na lembrança do próprio Nêgo, já que este anualmente grava muita coisa. O samba a seguir, para a Portela 1996, não chegou à final, mas é muito bonito. Não sei quem são os compositores.

Que a Unidos da Tijuca em 1998 escolheu um samba mais focado no clube, já sabemos. Mas sabia que os demais concorrentes focavam mais na história do navegador Vasco da Gama? E o favorito era o de Carlinhos Melodia, Antônio da Conceição e Leonardo Alegria (Bessa), na voz do Nêgo.

Seguindo agora o caminho da vitória, apresento a vocês o samba da Mocidade 1998, que o Nêgo ajudou a fazê-lo vencer.

E quem diria… o trash samba do molejo do Império da Tijuca para 1999 era um samba bem mais bonito quando era na voz do Nêgo. A gravação infelizmente não tá completa, mas dá pra ter um gostinho.

Mostrando um lado altruísta do Nêgo, vale citarmos o samba da União de Vaz Lobo 2001, que desfilou com muitíssima dificuldade naquele ano pelo Grupo de Avaliação. O Nêgo gentilmente gravou o samba para eles, em história contada pelo Pedro Migão ao Blog Ouro de Tolo. Agradeço ao Migão por disponibilizar o áudio.

Pra finalizar, já na era de clipes de samba enredo, não podemos deixar de citar o da produtora Segundas Estória, que pra mim é o melhor já feito para as disputas. Trata-se do ótimo samba campeão da Dragões da Real 2017, no qual o Nêgo foi a uma fazenda gravar e o material final é fantástico.

Nêgo… a você, tudo de melhor, muita saúde. Que Deus te abençoe sempre!!!