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Edição nº 59 - 23/02/2015

Raridades da Rádio Cidade - Em meio à polêmica dos supostos milhões injetados pelo ditador de Guiné Equatorial para ver a Beija-Flor campeã pela 13ª vez, com os nilopolitanos citando a importância histórica da contravenção como elemento vital para os desfiles das escolas de samba ganharem status de espetáculo a fim de responder aos inconformados, aproveito a dita DPC (Depressão Pós-Carnaval) para oferecer ao visitante do SAMBARIO algumas raridades de grandes clássicos dos sambas-enredo, em versões praticamente desconhecidas do grande público. São versões que costumam ser reproduzidas no canal de áudio do gênero presente nas principais operadoras de TV por assinatura, como NET e SKY.

Numa iniciativa de Clever Pereira, então gerente artístico da Rádio Cidade-RJ, a emissora regravou grandes sambas às vésperas do Carnaval de 1983. No ano seguinte, o expediente foi repetido muito por conta de Ivo Meirelles, que desfilaria pela primeira vez como presidente da bateria mangueirense. Em entrevista para o site Carnavalesco, Ivo conta como providenciou o novo registro do samba da verde-e-rosa, já que a faixa do LP oficial ficou prejudicada por Jurandir, um dos autores de "Yes, Nós Temos Braguinha", ter gravado o samba no dia seguinte à final interna da escola com a voz descontada após ter defendido a obra. Lembrando que, por questões contratuais, Jamelão não participava dos álbuns então produzidos pela Top Tape.

- Na época eu fui trabalhar na Radio Cidade e convenci o Clever Pereira a gravar mais uma vez o samba da Mangueira. Ele gostou tanto que fez versões com outras escolas também. Peguei aquele cartucho e fui rodar as radios para que eles pudessem tocar, já que a outra gravação nem tocava. A partir daí as pessoas passaram a ver o samba com outros olhos.

As outras versões citadas pelo ex-presidente mangueirense são dos sambas de 1984 de Portela (interpretado por Mestre Marçal), Salgueiro (David Corrêa) e Mocidade (Aroldo Melodia). Não identifiquei o intérprete da Mangueira na faixa. Com a bênção da Águia Redentora da Portela, o SAMBARIO resgata essas preciosidades do samba-enredo e oferece ao leitor estas quatro regravações do primeiro ano da Passarela do Samba, além de outras cinco registradas em 83: Beija-Flor 78 (Nêgo, talvez em sua primeira gravação), Ilha 78 (Aroldo Melodia), Imperatriz 81 (Zé Katimba ou Laíla), Império Serrano 82 (cantor não identificado) e Portela 83 (Dedé da Portela). Quem souber dos cantores que não reconheci a voz, me avisem pelo sambariobr@yahoo.com.br. O estilo das faixas inspiraria discos como "A Incrível Bateria de Mestre Marçal", produzido em 1988 pela Polydor.