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DI MIGUEL

DI MIGUEL

            

          

  Nome completo: Miguel da Silva

   

  Ano de nascimento: 
1949



                                                     

             


Em uma época que as escolas de samba procuraravam marcar a voz de um puxador como identidade da escola, a Unidos do Cabuçu inovou e foi uma das pioneiras em dar protagonismo em não apenas um mas vários intérpretes. E havia até um revezamento dos cantores no microfone principal. Foi assim que surgiu Di Miguel.

O carioca Miguel da Silva começou ainda garoto como ritmista da Cabuçu. O rapaz se enturmava no meio dos adultos, pois naquela época ainda não existia a escola mirim Miúda da Cabuçu. Na bateria, o jovem tocava tarol, instrumento que aos poucos as escolas foram deixando de lado em detrimento da da caixa de guerra, cuja potência sonora apresenta um som mais ressonante. Di Miguel foi ritmista da Cabuçu até a adolescência.

A chance de cantar samba na quadra surgiu quando passou a defender obras de seu tio, um compositor cabuçuense de nome Djalma Vovô, já de idade avançada. Di Miguel saiu da bateria para cantar os sambas de seu avô. Na primeira vez, o samba foi até a semifinal, até ser cortado. A performance e a bela voz do rapaz chamaram a atenção de outros compositores, que passaram a convidar Di Miguel a defender sambas nas disputas da Unidos da Cabuçu.

Numa dessas disputas, Di Miguel defendeu o samba dos compositores Grajaú e Zé Maria D’Angola para o enredo “De Daomé a São Luis, a pureza Mina Jêje”, no carnaval de 1981, cujos carnavalescos eram Luiz Fernando Reis, Therezinha Monte e Ricardo. Di Miguel gravou o samba no disco oficial do Grupo 1-B e também cantou na avenida junto com o próprio Zé Maria e o veterano puxador Beto da Cabuçu.

A partir daí, Di Miguel passou a integrar o time de puxadores de samba da Cabuçu, no qual a escola fazia um revezamento para aproveitar todas as belas vozes disponíveis na ala musical. Integravam esse time: Beto da Cabuçu, Celsinho, J. Leão, Zé Maria D’Angola, além do próprio Di Miguel.

No carnaval de 1983 teve a oportunidade de cantar “A Visita de Ony de Ijé ao Obá de Oió”, em que a escola contou a história da prisão de Oxalá no Reino de Oyó, governado por seu filho Xangô. O enredo gerou um dos mais belos sambas da história do Grupo de Acesso, de autoria de Grajaú, Jacob e Dudu. A Cabuçu obteve a 4ª colocação e se cacifou como uma das fortes candidatas a vencer o carnaval no ano seguinte. Dito e feito.

No ano da inauguração do sambódromo da Sapucaí (1984) e sob a presidência da jornalista Therezinha Monte, a Unidos do Cabuçu tem entre suas glórias a conquista do primeiro campeonato da Passarela do Samba, com o enredo “Beth Carvalho, a Enamorada do Brasil”. A escola, que se autodenomina “a primeira campeã da Sapucaí”, permaneceu no Grupo Especial por seis anos consecutivos, entre 1985 e 1990. Nessa época passou a ser conhecida como a escola das homenagens. Entre as personalidades que serviram de inspiração a enredos da escola, destacaram-se: a própria Beth Carvalho, Roberto Carlos, Milton Nascimento, Xuxa, Adolpho Bloch, Os Trapalhões e Mauricio de Sousa, para mencionar alguns. Casualmente, todos os sambas foram defendidos por Di Miguel, seja no microfone principal ou como apoio de luxo. Uma das pessoas que mais incentivou Di Miguel a se efetivar como intérprete foi a própria presidente da escola, Therezinha Monte.

Di Miguel foi intérprete oficial da Unidos da Cabuçu até o carnaval de 1993. Anos depois, seu sobrinho Marcelo Rodrigues assumiu o carro de som da escola. Di Miguel conta que passou toda a sua experiência e sabedoria musical a Marcelo, que foi puxador da agremiação dos bairros do Méier, Engenho Novo e da região de Lins de Vasconcellos entre os anos de 2006 a 2011 (ano em que Di Miguel fez uma participação especial no carro de som comandado pelo sobrinho, no desfile da Estrada Intendente Magalhães). Marcelo retornou à Cabuçu em 2018 e logo em seguida, passou o bastão (ou o microfone número 1) ao seu filho, Maykon Rodrigues, sobrinho-neto de Di Miguel.

Uma das influências musicais de Di Miguel foi a voz do cantor e compositor Roberto Ribeiro, que por anos puxou os sambas do Império Serrano na avenida. “Roberto Ribeiro foi sempre uma grande inspiração para mim”, afirma o sambista.

Di Miguel foi autor de dois sambas da Unidos da Cabuçu: o de 1993, em homenagem ao desenhista Mauricio de Sousa, e “Todas as Marias de Nossa Terra”, que ganhou o Estandarte de Ouro de Melhor Samba-Enredo do Grupo A em 1997, prêmio promovido pelo jornal O Globo.

Início: Foi ritmista da Unidos do Cabuçu na década de 60. Como intérprete, começou em 1981.
1981 e 1983 – Cabuçu (com Zé Maria D’ Angola)
1984 – Cabuçu (com J. Leão)
1986 – Cabuçu (com Celsinho)
1987 e 1988 – Cabuçu (com J. Leão)
1989 a 1993 – Cabuçu (cantor principal)
2011 – Cabuçu (apoio de Marcelo Rodrigues)

GRITO DE GUERRA: Alô meu povão brasileiro... Olha a Cabuçu aí! 

CACOS DE EMPOLGAÇÃO:
“vamos lá meu povão da Cabuçu”; “alô família cabuçuense”; , “tá bonito”, “alô minhas baianas”, “vamos empolgar; “segura”; “que beleza”; “alô, xará... segura firme a bateria”; “beleza, beleza, beleza”; “machuca, machuca”; “muito obrigado minha presidente”.

SAMBAS DE SUA AUTORIA:
 “De quadrinho em quadrinho, lá vai meu recado” (Cabuçu/1993, com Carlinhos Mad, Nei do Cabuçu e Jadir); “Todas as Marias de Nossa Terra” (Cabuçu/1997, com Ney do Cabuçu, Carlos Werneck, Jadir, Sérgio Magnata e Beto Pernada).

PREMIAÇÃO:

Estandarte de Ouro de Melhor Samba-Enredo do Grupo A (1997)

DISCOGRAFIA DE CARNAVAL:

LP Sambas Enredo Grupo 1-B 1983 (faixa Unidos do Cabuçu)
LP Sambas Enredo Grupo 1-B 1984 (faixa Unidos do Cabuçu)
LP Sambas Enredo Grupo 1-A 1985 (faixa Unidos do Cabuçu)
LP Sambas Enredo Grupo 1-A 1986 (faixa Unidos do Cabuçu)
LP Sambas Enredo Grupo 1-A 1987 (faixa Unidos do Cabuçu)
LP Sambas Enredo Grupo 1-A 1988 (faixa Unidos do Cabuçu)
LP Sambas Enredo Grupo 1-A 1989 (faixa Unidos do Cabuçu)
LP Sambas Enredo Grupo 1-A 1990 (faixa Unidos do Cabuçu)
LP Sambas Enredo Grupo A 1991 (faixa Unidos do Cabuçu)
LP Sambas Enredo Grupo A 1992 (faixa Unidos do Cabuçu)
LP Sambas Enredo Grupo A 1993 (faixa Unidos do Cabuçu)

MAIS FOTOS DE DI MIGUEL


Di Miguel cantando "Deu a louca na história" na Sapucaí (Cabuçu 1986)


Di Miguel e o intérprete Celsinho (atrás, de braços abertos)


Di Miguel (à esq) junto com Celsinho e o filho deste, Celso Jr, cantando na Sapucaí em 1986


Celsinho (à esq) e Di Miguel na vinheta do samba de 1987 em que a Cabuçu homenageou Roberto Carlos


Os intérpretes Di Miguel e J. Leão (à dir.) no desfile de 1988


Di Miguel soltando a voz na Sapucaí em 1988, ano em que a Cabuçu homenageou os Trapalhões


Di Miguel cantando o samba enredo da Cabuçu em homenagem a Xuxa (1992)


Di Miguel (no centro da foto, com microfone e batendo no peito) fazendo participação especial no carro de som de som da Cabuçu em desfile na Intendente Magalhães em 2011. À direita, de casaco azul escuro, seu sobrinho Marcelo Rodrigues, que foi o intérprete principal da escola naquele ano


Em foto recente, J. Leão aparece sentado entre diferentes gerações da Cabuçu. Ao seu lado, estão Di Miguel (camisa azul de barba), Sandro Mota e Sereno (todo de branco)

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