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A Evolução dos Desfiles - Década de 10

A Evolução dos Desfiles

Década de 10

2020: Sem a subvenção da Prefeitura e com a ausência dos ensaios técnicos, as escolas encaram muitas dificuldades para entrar na avenida. E os desfiles acontecem pouco antes da pandemia mundial do novo Coronavírus (anunciada em março), que certamente impediria a realização do espetáculo se comunicada já no mês de fevereiro.

Numa apresentação empolgante, a Unidos do Viradouro conquista seu segundo título no Grupo Especial, exaltando as ganhadeiras de Itapuã. A Grande Rio, numa grande mudança de mentalidade e visão, consegue o vice-campeonato numa homenagem ao pai-de-santo Joãozinho da Goméia, perdendo o título na leitura do penúltimo quesito (Evolução). A Mocidade se classifica em terceiro numa emocionante homenagem à Elza Soares (samba-enredo assinado por Sandra de Sá, entre outros sambistas). Beija-Flor, Salgueiro e Mangueira fecham o Sábado das Campeãs, com a verde-e-rosa trazendo pra Sapucaí um polêmico enredo que imagina Jesus Cristo como morador do morro da Mangueira.

Entre outros destaques, a São Clemente canta um samba assinado pelo humorista Marcelo Adnet e Estácio de Sá e União da Ilha do Governador amargam rebaixamentos, com Rosa Magalhães e Laíla, respectivamente, sofrendo os primeiros descensos de suas vitoriosas carreiras. A Tricolor insulana encerra uma sequência de 10 anos seguidos no Grupo Especial.

Na Série A, a Imperatriz Leopoldinense confirma o favoritismo e vence o Grupo de Acesso ganhando notas 10 de todos os jurados, numa reedição do samba-enredo de 1981, "Só dá Lalá", desenvolvida pelo carnavalesco Leandro Vieira. O Império Serrano se destaca mais uma vez negativamente com um desfile desastroso em que as baianas terminam por desfilar sem as saias, além de diversas fantasias faltantes. Ainda assim, obtém uma nona colocação. Renascer de Jacarepaguá e Acadêmicos da Rocinha descem para a Intendente, com a Renascer encerrando uma sequência de 20 anos seguidos na Sapucaí.

Um grande racha marca a administração dos grupos da Intendente Magalhães no pré-Carnaval. Algumas escolas, insatisfeitas com a LIESB, criam a LIVRES (Liga Independente Verdadeira Raízes das Escolas de Samba), uma liga dissidente que a princípio ganha diversas adesões, entre elas a da Caprichosos de Pilares, que com nova diretoria retoma as atividades. A azul-e-branco posteriormente mudaria de ideia, se filiando à LIESB, que unificaria os Grupos B e C, formando o Grupo Especial da Intendente, vencido pela Lins Imperial com a Em Cima da Hora vice (ambas promovidas para a Série A-2021). Ainda no Especial da Intendente, o Arranco reedita o enredo de 2006 "Gueledés - O Retrato das Almas".

O Grupo de Acesso da Intendente é a nova nomenclatura do antigo Grupo D, sendo vencido pela Caprichosos, que repete seu tema de 1979 "Uruçumirim, Paraíso Tupinambá". No Grupo de Avaliação, a vitória é de outra escola tradicional: Arrastão de Cascadura.

Já o desfile da LIVRES é realizado com apenas seis escolas, logo depois das apresentações do Especial da Intendente na Terça-Feira Gorda. Presidida pela mandatária da Tradição, Raphaela Nascimento, o Condor de Campinho (coincidência ou não) se sagra campeão da nova liga, se considerando no direito de subir para a Série A na Sapucaí no próximo ano. A LIERJ, no entanto, reconhece apenas os acessos da LIESB, no caso, Lins Imperial e Em Cima da Hora, o que deverá acarretar uma disputa judicial.

Julho de 2019: No dia 10, a LIESA muda de ideia e cancela a virada de mesa, mantendo o rebaixamento da Imperatriz e também do Império Serrano. Em virtude das críticas da opinião pública, além de ameaças do Ministério Público do Rio de Janeiro (que poderia acarretar numa multa de R$ 750 mil), uma assembleia-geral na sede da Liga determina o cumprimento do regulamento. Participam 42 membros, entre agremiações e pessoas que fundaram ou são beneméritas da Liga. O resultado é de 28 votos a favor de respeitar o resultado. Outros 13 membros se posicionam contra, com uma abstenção. A reviravolta mantém Jorge Castanheira na presidência da LIESA.

Junho de 2019: No dia 3, em plenária na sede da LIESA, oito escolas votam pela permanência da Imperatriz Leopoldinense no Grupo Especial, com cinco sendo contra. Contrariado com a decisão, o presidente da Liga, Jorge Castanheira, comunica à imprensa a intenção de renunciar ao cargo. Votam pela virada de mesa: São Clemente, Paraíso do Tuiuti, Estácio de Sá, Grande Rio, União da Ilha, Salgueiro, Mocidade e Unidos da Tijuca. Se posicionam contra: Mangueira, Beija-Flor, Portela, Viradouro e Vila Isabel.

2019:
Ainda enfrentando a falta de apoio da prefeitura do Rio de Janeiro (com os ensaios técnicos confirmados em cima da hora
) e sob o impacto do assassinato da vereadora Marielle Franco no ano anterior, a Estação Primeira de Mangueira conquista mais um campeonato exaltando personalidades históricas não tão mencionadas pelos livros de história, com vários tributos à saudosa política, consagrando ainda mais o carnavalesco Leandro Vieira. A Viradouro volta ao Grupo Especial com o vice-campeonato, num tema sobre livros e contos desenvolvido por Paulo Barros. Uma Vila Isabel suntosa e imponente se classifica em terceiro homenageando a cidade de Petrópolis. A Portela fica em quarto num enredo biográfico sobre Clara Nunes. Salgueiro e Mocidade fecham a sequência classificatória para o Sábado das Campeãs.

A Grande Rio faz um mea-culpa da virada de mesa que lhe manteve no Grupo Especial, desfilando com um enredo que sugere que todos, pelo menos uma vez, já tiraram proveito do jeitinho brasileiro e do politicamente incorreto para se dar bem. Entretanto, a apresentação não convence, e a Tricolor de Duque de Caxias fica apenas em nono lugar. Já a Beija-Flor amarga a pior colocação da sua história na elite do Carnaval, terminando a apuração apenas em 11º, num confuso enredo em que mistura a comemoração de seus 70 anos com fábulas. A São Clemente fica em 12º reeditando seu samba de 1990, "E o Samba Sambou...".

A Imperatriz Leopoldinense, 42 anos depois de seu último rebaixamento, cai para o Grupo de Acesso pela primeira vez desde a queda de 1977. O fraco desfile sobre a história do dinheiro não é o suficiente para segurar os gresilenses na elite. O Império Serrano faz algo ainda pior. Utilizando o clássico de Gonzaguinha "O que é, o que é?" como samba-enredo, o desfile acaba por ser desastroso e derruba de vez o Reizinho de Madureira para a Série A, vencida pela Estácio de Sá com um tema sobre o Cristo negro panamenho. No mesmo grupo, a Unidos da Ponte retorna à Sapucaí depois de 13 anos reeditando o samba "Oferendas" de 1984.

Nos grupos da Intendente, a Acadêmicos de Vigário Geral vence o Grupo B e sobe para a Série A, enquanto a Caprichosos de Pilares mais uma vez não se apresenta para o desfile. 


Julho de 2018: Após retomar as atividades e desfilar entre os anos de 2015 e 2018, a tradicional Tupy de Brás de Pina deixa de existir, vendendo sua vaga no Grupo D para a emergente Botafogo Samba Clube, criada por torcedores do Fogão.

Março de 2018: A LIERJ decide em plenária no dia 15 não rebaixar a Acadêmicos do Sossego, última colocada da Série A-2018, para o Grupo B, alegando influência numérica com o não-descenso no Grupo Especial. Apenas Estácio de Sá, Império da Tijuca e Rocinha votaram a favor do descenso da Sossego. A Série A terá o mesmo número de 13 escolas em 2019.

Fevereiro de 2018: Em plenária na LIESA no dia 28, fica decidido que Grande Rio e Império Serrano não serão rebaixadas para o Grupo de Acesso. Assim, o Grupo Especial terá 14 escolas em 2019. São 10 votos a favor da virada de mesa e apenas dois contra (Portela e Mangueira).

2018: Num dos mais tensos períodos pré-carnavalescos dos últimos tempos, com as escolas vitimadas pelo corte por parte do prefeito Marcelo Crivella de metade da verba destinada ao Carnaval (R$ 13 milhões), o Carnaval 2018 resiste às adversidades, como a ausência dos ensaios técnicos na Marquês de Sapucaí. O fato das agremiações terem se sentido traídas por declararem apoio a Crivella na eleição faz com que alguns temas críticos sejam escolhidos, tornando suas apresentações inesquecíveis para o público leigo à folia.

A Beija-Flor conquista seu 14º título com um desfile que deixa de lado a estética para explicar as mazelas do povo brasileiro de forma teatralizada, direta, sem se preocupar com a carnavalização, exibindo componentes, em alegorias simplórias, com vestuários normais ao invés de fantasias suntuosas, representando cenas comuns em nossa realidade, como assaltos, tiroteios em sala de aula e policiais mortos. O rendimento arrebatador do samba-enredo é decisivo para a conquista do campeonato, que divide opiniões sem meio termo, sendo comemorado por muitos e lamentado por outros muitos. Depois do Carnaval, Laíla deixa a Beija-Flor, encerrando sua terceira passagem em Nilópolis de 23 anos de duração.

A Paraíso do Tuiuti consegue um surpreendente e incrível vice-campeonato, uma façanha pra uma escola que há mais de meio século não desfilava dois anos seguidos no Grupo Especial. Falando de todos os tipos de escravidão, dos navios negreiros, Lei Áurea até a atual, que faz o povo ser escravo de desgovernos que querem impor reformas impopulares, a Tuiuti obtém repercussão internacional ao apresentar Michel Temer como um Vampiro Neoliberal com faixa presidencial e tudo. A comissão de frente com negros escravizados entrando na senzala e saindo como pretos velhos será lembrada para sempre como uma das maiores da história. Nas Campeãs, a faixa verde-e-amarela do vampiro "desaparece" sem explicações convincentes. Salgueiro, Portela, Mangueira (que exibe Marcelo Crivella como um espantalho sofrendo malhação de Judas) e Mocidade fecham a noite das Campeãs.

Depois de 25 anos seguidos no Grupo Especial, a Acadêmicos do Grande Rio tem o rebaixamento decretado para a Série A com um desfile infeliz sobre o centenário do Chacrinha, e uma alegoria que não consegue entrar na pista arruinando vários quesitos, terminando em penúltimo. O Império Serrano fica em último lugar com o tema sobre a China, com direito a bizarrices como cruzar o portão dois minutos antes do tempo mínimo (63 minutos), perdendo dois décimos de cronometragem.

A Viradouro retorna à elite do Carnaval vencendo a Série A com um enredo sobre invenções. Nos grupos da Intendente, destaque para a Unidos da Ponte, que vence o Grupo B e volta à Sapucaí, onde não desfilava desde 2006. Unidos de Lucas e Unidos de Villa Rica são outras agremiações tradicionais a conquistarem acessos. Escolas históricas como Unidos do Cabuçu, Unidos do Jacarezinho, Leão de Nova Iguaçu e Arrastão de Cascadura amargam rebaixamentos em suas chaves.

A maior tristeza da temporada fica por conta da Caprichosos de Pilares que, pela primeira vez em sua história, não se apresenta para o desfile, ameaçando seriamente enrolar a bandeira. 

Abril de 2017: A LIESA confirma no dia 5 a Mocidade como campeã do Carnaval, dividindo o título com a Portela. Em reunião na sede da Liga, sete escolas votaram a favor da divisão: Vila Isabel, Grande Rio, União da Ilha, Tuiuti, Mangueira, São Clemente e Mocidade. Cinco se abstiveram: Beija-Flor, Imperatriz, Imperio Serrano, Salgueiro e Unidos da Tijuca. Apenas a própria Portela votou contra.

Março de 2017: Poucos dias depois do Carnaval, as justificativas liberadas pela LIESA no dia 20 deflagram um equívoco na avaliação do jurado de enredo Valmir Aleixo, que acusou a ausência na Mocidade Independente de Padre Miguel de uma destaque de chão - descrita no livro abre-alas do desfile da verde-e-branco - para tirar um décimo da agremiação. No entanto, Valmir teria consultado uma edição desatualizada do livro, com a Mocidade o tendo corrigido dias depois já sem a presença da destaque, que originalmente era Camila Silva, já que esta se tornaria rainha de bateria da escola de Padre Miguel às vésperas do Carnaval. O 9,9 de Valmir Aleixo custou o título à verde-e-branco, que se tivesse concedido a nota máxima, faria a Mocidade empatar em pontos na apuração com a Portela, com a disputa sendo desempatada no quesito Comissão de Frente a favor da Estrela Guia.

2017: Num Carnaval repleto de incidentes e confusões, a Portela quebrou o jejum de 33 anos com um enredo sobre os rios desenvolvido por Paulo Barros e finalmente celebrou seu 22º título. A diferença para a vice foi de apenas um décimo. E a segunda colocada foi a Mocidade Independente de Padre Miguel, que retornou ao Sábado das Campeãs, de onde estava ausente desde 2003. O enredo sobre o Marrocos conquistou o público, principalmente por sua comissão de frente marcada pelo Aladdin que saía voando no tapete voador. 

O Salgueiro finalizou a apuração em terceiro com um desfile inspirado na obra de Dante, "A Divina Comédia", e causou polêmica no desfile das campeãs ao esquentar com um samba derrotado nas eliminatórias, como uma espécie de protesto interno pelos décimos perdidos pelo samba que desfilou. A Mangueira emocionou os espectadores com o enredo sobre os santos, mas um problema numa alegoria proporcionou um buraco, determinante para a verde-e-rosa se classificar apenas em quarto. A Grande Rio homenageou Ivete Sangalo e terminou em quinto lugar, com a cantora aparecendo na comissão de frente e depois na última alegoria, onde até puxou o samba no Sábado das Campeãs. Na Beija-Flor, a inovação tentada por Laíla em dividir a escola em atos ao invés de alas não surtiu efeito e a apresentação sobre o romance "Iracema" de José de Alencar finalizou a apuração na sexta posição. 

Envolvida numa polêmica pré-carnaval com empresários do agronegócio, a Imperatriz não se classificou para o desfile das campeãs ao terminar em sétimo com o tema de defesa aos índios. Em oitavo ficou a União da Ilha com um enredo sobre a passagem do tempo numa temática afro. Rosa Magalhães se despediu da São Clemente em nono lugar desenvolvendo um tema que satirizava a corrupção do reino francês de Luís XIV, o Rei Sol, a relacionando com a política brasileira. Com problemas no visual, a Vila Isabel realizou uma apresentação problemática e finalizou em décimo. 

Nas duas últimas colocações, ficaram agremiações que tiveram graves problemas relacionados à alegorias. O tema da Unidos da Tijuca sobre o encontro musical entre Louis Armstrong e Pixinguinha ficou em segundo plano após a queda do forro de um carro alegórico, causando ferimentos em vários componentes. Mesmo com inúmeros quesitos comprometidos em virtude do problema, a escola do Borel terminou em 11º lugar. 

A última colocação sobrou mesmo pra Paraíso do Tuiuti, que trazia a Tropicália como tema e igualmente sofreu com problemas numa de suas alegorias. Desgovernada, ela não conseguiu seguir em linha reta e prensou várias pessoas contra a grade que separa as frisas da pista e deixando muitos feridos. Atingida pelo carro, a jornalista Liza Carioca da Rádio Ação FM morreria dois meses depois. Na Quarta-Feira de Cinzas, horas antes da apuração, ficou decidido que nenhuma escola seria rebaixada, o que causou muita polêmica. 

Na Série A, pra completar a festa em Madureira com o título portelense, a vitória foi do Império Serrano, que homenageou o poeta Manoel de Barros, encerrando seu maior período longe da elite do Carnaval, onde ficou de fora por nove anos. A cena mais comovente e marcante das apresentações no Acesso foi o acidente com a porta-bandeira Jéssica Ferreira, da Unidos de Padre Miguel, que torceu o joelho durante sua dança. 

Nos grupos da Intendente Magalhães, a Unidos de Bangu vence mais uma vez o Grupo B, retornando à Sapucaí depois de três anos. A Caprichosos de Pilares amarga o segundo rebaixamento seguido e cai para o Grupo C. Entre as escolas tradicionais, Lins Imperial e Difícil é o Nome celebram acessos, enquanto Leão de Nova Iguaçu, União de Jacarepaguá e Arrastão de Cascadura amargam descensos. 

Tristeza maior ocorreu com o Boi da Ilha do Governador, que ficou entre as sete últimas no Grupo E, perdendo o direito de desfilar por dois anos, de acordo com o regulamento da LIESB, administradora das chaves da Intendente. 

Setembro de 2016: O presidente da Portela Marcos Falcon é assassinado na frente de seu comitê eleitoral em Madureira no dia 26.

2016: A Estação Primeira de Mangueira, num desfile emocionante sobre Maria Bethânia e que marca a estreia do carnavalesco Leandro Vieira no Grupo Especial, quebra seu maior jejum de títulos. Depois de 14 anos sem soltar o grito de campeã, a verde-e-rosa conquista o campeonato com um décimo de vantagem sobre Unidos da Tijuca e Portela, mantendo assim a exclusiva marca de única escola vencedora em todas as décadas. A agremiação tijucana obtém o vice nos critérios de desempate, com um enredo sobre a agricultura patrocinado pela cidade mato-grossense de Sorriso. 

A Águia, que estreia o carnavalesco Paulo Barros, termina em terceiro viajando sobre as aventuras da humanidade. Devido a problemas nas alegorias, o Salgueiro, que chega a liderar a apuração ao lado da Mangueira até a leitura do último quesito, finaliza em quarto lugar com a homenagem aos malandros. Em quinto, aparece a Beija-Flor, que desfila com a biografia de Marquês de Sapucaí. Fechando o Sábado das Campeãs, a Imperatriz novamente fica em sexto, exaltando a vida sertaneja e a dupla Zezé Di Camargo & Luciano. 

Com um enredo que foca mais o clube de futebol do Santos do que a cidade, a Grande Rio se classifica em sétimo. Depois de dois desfiles ruins, a Vila Isabel termina em oitavo com uma boa apresentação sobre o centenário de Miguel Arraes. Um grave problema de evolução alija a São Clemente da briga pra desfilar no sábado. A preto-e-branco da Zona Sul acaba apenas em nono com um enredo sobre palhaços. Já a Mocidade mais uma vez decepciona e, na apuração, amarga o vexame de obter apenas uma nota 10 entre 35 jurados. A verde-e-branco tira o décimo lugar após um confuso desfile que mistura Dom Quixote, literatura, denúncia à corrupção e Jorge Perlingeiro. A União da Ilha termina em penúltimo após uma insossa apresentação sobre os Jogos Olímpicos no Rio. 

De forma injusta, a Estácio de Sá é rebaixada mesmo após se apresentar bem ao exaltar São Jorge, sendo mais uma vez sacrificada pela LIESA por vir do Acesso e abrir os desfiles. Depois da apuração, Laíla insinua favorecimentos dos jurados à Unidos da Tijuca, rendendo investigações posteriores. 

Na Série A, o Paraíso do Tuiuti se sagra campeã, retornando ao Grupo Especial depois de 16 anos ao contar a lenda do boi milagreiro que faz chover no Nordeste. Com um desfile desastroso, a Caprichosos de Pilares é rebaixada para o Grupo B, deixando de desfilar na Sapucaí após quatro décadas. 

Nos grupos da Intendente Magalhães, o comando é dividido entre a LIESB (Liga Independente das Escolas de Samba do Brasil, que administra o Grupo B) e O Samba é Nosso (responsável pelos Grupos C, D e E). A Acadêmicos do Sossego é campeã no B, voltando ao Sambódromo. Entre as escolas tradicionais, Vizinha Faladeira e Tupy de Brás de Pina conseguem acessos, com a primeira conquistando seu segundo título seguido ao faturar o Grupo C e a segunda sendo vice no E. Já outras sofrem rebaixamentos, como União de Jacarepaguá, Unidos de Lucas e Arranco no Grupo B. No C, a Lins Imperial é a única a realizar reedição, repetindo seu tema de 1997 "Tudo Isso é Brasil!".  

Setembro de 2015: No dia 6, morre Luizito, intérprete que obteve instantânea identificação com a Mangueira após a perda de Jamelão. O cantor foi vítima de infarto logo após participar de um ensaio no Palácio do Samba.

Julho de 2015: A tradicional torre de TV, que tantos desfiles da Mangueira atrapalhou, é demolida no dia 24.

2015: A Beija-Flor provoca polêmica ao conquistar seu décimo terceiro título com um enredo sobre Guiné Equatorial, país africano sob um regime ditatorial há mais de três décadas. O Salgueiro, que falou da culinária mineira, amarga o segundo vice-campeonato seguido. Grande Rio, Unidos da Tijuca e Portela terminam empatadas, com a agremiação de Duque de Caxias obtendo a terceira colocação no desempate do último quesito. Tijuca finaliza em quarto e a Portela, que encantou com paraquedistas aterrisando na Sapucaí anunciando a entrada da azul-e-branco e uma imponente Águia Redentora em seu abre-alas, em quinto. A Imperatriz fecha a lista das seis melhores. 

Mesmo com a estreia do badalado Paulo Barros, a Mocidade não consegue a classificação para o desfile das Campeãs, se classificando em sétimo com um tema sobre o fim do mundo. A São Clemente tira proveito da categoria da carnavalesca Rosa Magalhães e, com uma linda apresentação exaltando Fernando Pamplona, obtém a oitava posição, sua melhor desde 1990. Muito prejudicada pela chuva, a Viradouro - que definiu como samba-enredo uma junção de duas canções de "meio de ano" do compositor Luiz Carlos da Vila - enfrenta problemas em seu desfile e acaba rebaixada para a Série A, vencida pela Estácio de Sá, que retorna ao Especial depois de nove anos ao cantar um enredo de exaltação ao Rio. Unidos de Bangu e Em Cima da Hora, que abriram o Grupo de Acesso, desfilam incompletas, com inúmeras alas faltantes devido a não-entrega de fantasias, e caem para o Grupo B. 

Dias antes do Carnaval, a LIERJ assume o comando dos grupos de acesso em detrimento à AESCRJ e organiza, numa única noite, uma maratona de 18 desfiles na Estrada Intendente Magalhães pelo Grupo B na terça-feira gorda. Rebaixada no ano anterior, a Acadêmicos da Rocinha comemora o campeonato do Terceiro Grupo e o retorno à Série A. Ainda pelo Grupo B, o Arranco realiza a única reedição do ano em todas as chaves, ao repetir seu tema de 2001 "Oh, que Saudades que eu Tenho!". Descem para o Grupo C, entre outras, Sereno de Campo Grande e Unidos da Vila Santa Tereza, ambas duas integrantes da Série A dois anos antes. Pelo Quarto Grupo, Leão de Nova Iguaçu e Unidos das Vargens são promovidas, enquanto escolas como Villa Rica e Difícil é o Nome sofrem quedas. 

No Grupo D, após um ano de inatividade, a Vizinha Faladeira celebra o título, subindo para o C juntamente com a Coroado de Jacarepaguá. O Boi da Ilha do Governador, numa grande crise interna e política, se apresenta sem vários elementos e é rebaixada em último lugar para o Grupo de Avaliação, apenas 12 anos depois de sua última participação no Segundo Grupo e cinco do derradeiro desfile na Passarela do Samba. No Grupo de Avaliação, a tradicional Tupy de Brás de Pina, ausente do Carnaval desde 1997, retoma suas atividades desfilando na mesma noite do Sábado das Campeãs, na Intendente.

2014: Com um enredo sobre as corridas de velocidade e Ayrton Senna como fio condutor, a Unidos da Tijuca conquista seu terceiro título nos últimos cinco anos. Logo após a vitória, o carnavalesco Paulo Barros se transfere para a Mocidade. Com apenas um décimo de diferença, o Salgueiro é o vice-campeão ao misturar preservação da natureza com africanidade. 

Na terceira colocação, fica a Portela, após a Águia realizar sua melhor apresentação desde 1995. Outra agremiação que faz seu melhor desfile nos últimos tempos é a União da Ilha do Governador, com o quarto lugar promovendo o retorno ao Sábado das Campeãs depois de exatamente duas décadas. Imperatriz e Grande Rio completam a lista dos seis primeiros. 

A Beija-Flor termina apenas na sétima posição, ficando de fora pela primeira vez do desfile das Campeãs desde 1992, após trazer um contestado enredo sobre Boni e a história da comunicação. Na oitava colocação, a Mangueira novamente tem uma alegoria travada na torre da TV, com a escultura de um índio tendo que ser decepada para o carro poder chegar à dispersão. Já a Vila Isabel, campeã do ano anterior, em virtude de problemas políticos e internos, desfila totalmente desfigurada, com fantasias e alegorias incompletas, além de componentes apenas de cuecas. Termina em décimo lugar. A Império da Tijuca, mesmo tendo realizado uma boa apresentação, é rebaixada. 

No Acesso, vitória da Unidos do Viradouro, que com um enredo sobre Niterói, regressa à elite do Carnaval depois de quatro anos de ausência. No seu retorno à Sapucaí, a Em Cima da Hora reedita o clássico "Os Sertões" de 1976 e consegue permanecer no Grupo. Já a Paraíso do Tuiuti traz "Kizomba, a Festa da Raça", tema da Vila Isabel em 1988. E a Tradição, após reeditar "Sonhar com Rei da Leão" originalmente apresentado pela Beija-Flor em 76, termina em último lugar, deixando de desfilar na Marquês de Sapucaí a partir de 2015. A Acadêmicos da Rocinha também passa a se apresentar na Intendente depois de uma penúltima colocação na Série A. 

A Unidos de Bangu, que retomou as atividades no ano anterior, vence o Grupo B e é promovida ao Segundo Grupo, regressando à Passarela do Samba. A Lins Imperial sobe do Grupo D pro C e o Boi da Ilha sofre seu segundo rebaixamento seguido, indo parar no Grupo D.

Setembro de 2013: No dia 29, morre Fernando Pamplona, lendário carnavalesco precursor do atual modelo de desfiles de escola de samba e que ajudou a introduzir enredos de temática afro no Carnaval.

2013: A Unidos de Vila Isabel ganha seu terceiro campeonato no Grupo Especial com um histórico samba-enredo de autoria de nomes como Martinho da Vila, André Diniz e Arlindo Cruz. O samba rendeu maravilhosamente no desfile sobre a vida do campo, preparado por Rosa Magalhães. A Beija-Flor ficou com o vice três décimos atrás ao falar do cavalo mangalarga marchador. Unidos da Tijuca, Imperatriz, Salgueiro e Grande Rio completaram o desfile das campeãs. 

A Mangueira, que trouxe duas baterias para a Sapucaí, tem problemas em evolução muito em virtude da inovação e acabou estourando o tempo, além de uma alegoria com uma libélula ficar presa na torre da TV. Com um mal-sucedido enredo sobre o Rock in Rio, a Mocidade repete a 11ª e penúltima colocação de 2009. A Inocentes de Belford Roxo, que desfilou pela primeira vez entre as grandes, é rebaixada. 

No Grupo de Acesso, a maior novidade foi a criação da LIERJ e a fusão dos Grupos A e B, unindo todas as escolas destes grupos num só, com o Acesso passando a ter 19 agremiações. Outra mudança foi o Acesso ser dividido em duas noites, na sexta e no sábado. As escolas mirins, que se apresentavam na sexta, foram transferidas para a terça-feira gorda. Com o Acesso transmitido pela Globo para o Rio de Janeiro, a Império da Tijuca é a grande campeã ao exaltar as mulheres negras, retornando ao Especial depois de 18 anos. Curicica e Tradição reeditam sambas portelenses. A primeira vai de "Quando o Samba era Samba" de 1994 e a última canta o de 1981 "Das Maravilhas do Mar, Fez-se o Esplendor de uma Noite". 

O novo Grupo B é vencido pela tradicional Em Cima da Hora, retornando assim à Passarela do Samba 12 anos depois. Outro destaque nos desfiles da Intendente Magalhães é a volta da Unidos de Bangu, após um hiato de 15 anos. Ao herdar a vaga da extinta Independente de São João de Meriti, consegue o acesso do Grupo C pro B ao conquistar o vice-campeonato do Quarto Grupo, vencido pela Unidos do Cabuçu. Engenho da Rainha e Leão de Nova Iguaçu são promovidas em suas respectivas chaves, mas outras escolas tradicionais, como Villa Rica, Difícil é o Nome, Boi da Ilha, Arrastão de Cascadura e Lins Imperial (que reeditou seu samba de 1986, "Por um Lugar ao Sol"), são rebaixadas nos seus grupos. 

A situação da Vizinha Faladeira é ainda mais triste. Penúltima no último grupo, acaba desfiliada pela AESCRJ.

2012: No ano que marca a inauguração do novo Sambódromo, com sua capacidade subindo de 60 para 72,5 mil lugares, a Unidos da Tijuca volta a vencer o Grupo Especial com um desfile em homenagem ao centenário de nascimento de Luiz Gonzaga. Novamente, a comissão de frente é um dos pontos fortes da apresentação de Paulo Barros, que mostra um ginasta romeno encarnando a sanfona colorida do rei do baião. A diferença foi de dois décimos para o Salgueiro, vice-campeão, que falou da literatura de cordel. 

Terceira colocada, a Vila Isabel realiza um espetáculo grandioso ao homenagear Angola. A Beija-Flor comete erros em quesitos como Enredo, Comissão de Frente e Evolução e termina a apuração em quarto. Grande Rio e Portela, esta com um samba antológico sobre a Bahia, fecham o grupo que desfilou no sábado. 

A Estação Primeira de Mangueira deixa os aspectos técnicos de lado e emociona o público, com sua bateria Surdo Um realizando um paradão de mais de três minutos. Ousadias como a equipe de cantores desfilar num tripé, com direito a Dudu Nobre e Alcione ajudando a puxar o samba mangueirense, além do casal de mestre-sala e porta-bandeira evoluir no meio da bateria, levantam os presentes na Sapucaí, mas prejudicam a escola, que se classifica em sétimo e fica de fora do Desfile das Campeãs. União da Ilha, Mocidade e Imperatriz também não são bem sucedidas em seus objetivos de voltar no sábado. 

A São Clemente, com um animado desfile sobre os musicais, consegue permanecer no Grupo Especial. Porto da Pedra e Renascer de Jacarepaguá não têm a mesma sorte e são rebaixadas. A agremiação de São Gonçalo, que traz um polêmico e contestado enredo sobre o iogurte, deixa a elite do Carnaval depois de 10 anos. 

No Grupo de Acesso, a Inocentes de Belford Roxo sagra-se campeã e pela primeira vez se classifica para o Grupo Especial, com 1,3 ponto de vantagem sobre o vice-campeão Império Serrano e a Império da Tijuca. Logo após a polêmica apuração, a LESGA é dissolvida pela Riotur. Um dos fatores que desagrada o órgão é a decisão de não rebaixar nenhuma escola para o Grupo B, vencido pela Caprichosos de Pilares. 

O Jacarezinho, com o título do Grupo C, retorna à Marquês de Sapucaí. A Unidos da Ponte é a única escola no ano a reeditar um enredo antigo: "Vida que te quero viva", levado pela agremiação originalmente em 1989. A Unidos de Lucas segue sua fase de ascensão ao se sagrar campeã do Grupo D. 

Em contrapartida, várias escolas tradicionais amargam rebaixamentos em suas chaves, como Arranco, Arrastão de Cascadura, Unidos do Cabuçu, Lins Imperial, Leão de Nova Iguaçu e Vizinha Faladeira (estas duas últimas integram em 2013 o último grupo, o E). Já União de Vaz Lobo e Canários das Laranjeiras são rebaixadas no E e no próximo ano integrarão a Federação de Blocos.

Dezembro de 2011: Morre no dia 17, em São Luís-MA, o carnavalesco Joãosinho Trinta, o homem que concebeu aos desfiles das escolas de samba o seu patamar atual.

2011: Em um desfile marcado pela superação de Portela, União da Ilha e Grande Rio, que não foram julgadas pela LIESA, a Beija-Flor de Nilópolis recupera o título que não ganhava desde 2008 homenageando Roberto Carlos, num desfile que, se faltou luxo, houve eficiência de sobra. A escola fica 1,4 ponto na frente da vice-campeã Unidos da Tijuca, que no Sábado das Campeãs acaba ovacionada pelo resignado público com gritos de "bicampeã". O carnavalesco Paulo Barros conquista os espectadores com uma comissão de frente que mais uma vez utiliza o ilusionismo, onde a cabeça dos integrantes "cai". 

A Estação Primeira de Mangueira emociona a Sapucaí falando do centenário de Nelson Cavaquinho, trazendo de volta Beth Carvalho como destaque numa alegoria. A bateria Surdo Um abusa da ousadia com uma paradinha de 20 segundos, o que desagrada jurados como Luiz D'Anunciação, que concede nota 9 no quesito à verde-e-rosa. A Unidos de Vila Isabel repete a quarta posição dos dois anos anteriores com um enredo sobre cabelo. O Acadêmicos do Salgueiro realiza um belíssimo e criativo desfile, porém um estouro de 10 minutos além dos 82 previstos para o encerramento de sua apresentação faz a escola perder um ponto na apuração, o que lhe rende apenas o quinto lugar. A Imperatriz Leopoldinense retorna ao Desfile das Campeãs com a sexta colocação, mas seu intérprete Dominguinhos do Estácio, após o desfile, sofre um infarto e fica de fora da apresentação de sábado. 

Portelenses descontentes com o presidente Nilo Figueiredo realizam um protesto pedindo sua saída depois do carnaval, alegando que a Portela salvara a maior parte de meu material após o incêndio no barracão, tendo assim condições para ser julgada de igual pra igual com as demais. A Acadêmicos do Grande Rio dá um show de superação, mostrando belas alegorias e fantasias reconstruídas em apenas 24 dias. E a União da Ilha do Governador realiza um espetáculo considerado sucesso de crítica, de maneira a ser a maior vencedora do Estandarte de Ouro, incluindo os prêmios de melhor escola, enredo e intérprete. 

Nenhuma escola é rebaixada para o Grupo de Acesso, vencido pela Renascer de Jacarepaguá, que estreará no Grupo Especial em 2012. Desde 1965 que nenhuma agremiação de Jacarepaguá fazia parte do principal grupo do carnaval carioca. Na oportunidade, foi a vizinha União quem desfilou na elite. O destaque negativo fica com a Caprichosos de Pilares, que despenca para o Grupo B apenas cinco anos depois de sua última participação no Grupo Especial. 

O Paraíso do Tuiuti, com um enredo sobre Caetano Veloso, é o campeão do Terceiro Grupo e sobe para o Grupo A. A Lins Imperial, com um desfile pobre em todos os aspectos, amarga a última colocação e o rebaixamento para o Grupo C, perdendo o direito de se apresentar na Sapucaí. 

No Grupo C, a vitória é da Unidos da Vila Santa Tereza, que na apuração supera o Favo de Acari no último quesito, subindo para o Grupo B. A Unidos da Ponte, apesar de divulgar uma versão que seu samba fora encomendado, reedita uma obra derrotada no carnaval 1984, composta originalmente para o enredo "Oferendas". Destaque negativo para o rebaixamento de agremiações tradicionais para o Grupo D, como Acadêmicos do Engenho da Rainha e Vizinha Faladeira. Em compensação, a Unidos de Lucas é a grande campeã do Grupo E, o último grupo. O Canários das Laranjeiras é a única agremiação a reeditar um enredo em 2011, repetindo seu tema de 1991 "Lugar de Mulher é na História".

Fevereiro de 2011: A exatamente um mês dos desfiles, um incêndio de origem desconhecida na Cidade do Samba atinge os barracões de Portela, União da Ilha e Grande Rio, além do museu da LIESA, em 7 de fevereiro. A escola de Duque de Caxias é a mais prejudicada, perdendo sete alegorias, além de milhares de fantasias. No mesmo dia, a Liga decide pelo não-rebaixamento de nenhuma agremiação para o Grupo de Acesso, concede às três escolas atingidas o status de hors-concours (sendo dispensadas das avaliações dos jurados) e inverte as datas da Portela com a Mocidade, já que a Águia mais Grande Rio e Ilha desfilariam na mesma noite.

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