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AS PREVISÕES DE "PAI CLÁUDIO" PRO CARNAVAL 2023

AS PREVISÕES DE "PAI CLÁUDIO" PRO CARNAVAL 2023

3 de janeiro de 2023, nº 60

Na ocasião em que escrevo essas linhas, faltam 46 dias para o início dos desfiles da Série Ouro. O adiamento do Carnaval 2022 para abril adiantou o calendário do Carnaval 2023. Nem bem nos recuperamos da comoção que foi o último desfile e lá vamos nós de novo. Pra entrar de vez no clima, resolvi ressuscitar uma velha brincadeira que faço há mais de 10 anos, e que, desde 2019, vinha acontecendo pelo YouTube (pode ser que eu poste algo por lá também). Dito isso, vamos aos prognósticos das escolas de samba do Grupo Especial, já que, diante dos últimos resultados, fica praticamente impossível apostar em alguma coisa no acesso. Eis os pitacos:

Grande Rio: Campeã em 2022 com o maravilhoso desfile sobre Exu, depois de quatro vices (2006, 07, 10 e 20) e de um rebaixamento que não aconteceu, a escola de Caxias aposta em ninguém menos que Zeca Pagodinho para 2023, mantendo a sequência de bons enredos da escola desde a retomada do "banho de cultura". Zeca, assim como Joãozinho da Goméia, já havia sido homenageado em 2007, no enredo que falava sobre a cidade de Duque de Caxias e seus filhos ilustres. Ninguém ousa mais duvidar do potencial dessa Grande Rio para disputar e ganhar carnavais. Palpite: briga pelo título

Beija-Flor: A escola de Nilopolis parece ainda buscar um caminho após a saída do falecido Laíla, em 2018. Desde então, a Beija obteve um vexatório décimo primeiro lugar, uma quarta colocação, e perdeu no quesito alegoria, onde sempre foi forte, o carnaval de 2022 para a vizinha Grande Rio. O enredo de 2023, uma releitura crítica do bicentenário da Independência, deu origem a um belo samba, meio caminho andado para manter a curva ascendente. Ademais, nunca é bom duvidar da força do sangue azul nilopolitano. Palpite: briga pelo título

Viradouro: Desde que voltou definitivamente ao Grupo Especial, em 2019, a escola sempre brigou pelas primeiras posições. Foi vice em 2019, campeã em 2020 e terceira colocada em 2022. Impulsionada pelo aporte financeiro, que voltou a fazer parte de seu cotidiano, a vermelho e branca traz pra 2023 uma belíssima homenagem a Rosa Maria Egipcíaca, que irá encerrar o desfile do grupo. Tarcísio Zanon, dessa vez, irá trabalhar sozinho, já que seu parceiro Marcus Ferreira foi para a Mocidade. Assim como no final dos anos 1990 e início dos anos 2000, Niterói tem, sim, motivos pra acreditar. Palpite: briga pelo título

Vila Isabel: Depois da emocionante homenagem a Martinho, que encerrou com chave de ouro o primeiro carnaval do resto de nossas vidas, a Vila trouxe de volta Paulo Barros, que teve uma breve e pouco empolgante passagem pela escola em 2018. Desde então, o carnavalesco tem colecionado mais erros, como Tijuca 2020 e Tuiuti 2022, do que acertos, como Viradouro 2019. Diante disso, fica difícil cravar um prognóstico, mas as perspectivas não são das mais animadoras. Igualar a colocação de 2022, quando a escola poderia ter chegado até mais longe, já será motivo pra fechar a 28 de Setembro. Palpite: figurante

Portela: Primeira escola de samba a fazer 100 anos, a Majestade do Samba tem se afastado da briga pelo título desde que voltou a conquistá-lo em 2017. Se por um lado a Portela deixou de ser aquela escola que desfilava pra fazer figuração, ou até mesmo brigava pra não cair, como aconteceu durante as Eras Maracanã e Nilo, também já não mete tanto medo nas coirmãs como fazia na Era Falcon. Independente do resultado, porém, a certeza é de que será um desfile emocionante, que já nasce histórico. A festa do centenário com certeza não será apenas um bolinho pra não deixar passar a data em branco. Palpite: pode surpreender

Salgueiro: A última vez que o Salgueiro ficou de fora do desfile das campeãs foi há 16 anos, com Candaces, que, verdade seja dita, merecia até brigar pelo título. Contraditoriamente, houve desfiles que não mereciam, mas voltaram no sábado. Estreante na escola, o carnavalesco Edson Pereira aposta numa homenagem a Joãosinho Trinta, que lembra bastante o enredo de 2017 da escola. Assim como no ano passado, o samba não empolga. O Salgueiro não deve brigar pelo título, mas é difícil apostar em sua ausência do G6. Palpite: figurante

Mangueira: Em seu primeiro carnaval pós Leandro Vieira, com quem conquistou seus dois últimos títulos, em 2016 e 2019, a verde e rosa trouxe a dupla Annik Salmon e Guilherme Estevão, oriundos, respectivamente, da Porto da Pedra e da Império da Tijuca, ambas da Série Ouro. Uma aposta ousada, mas não custa lembrar que o próprio Leandro também a foi em 2015. Ademais, o belo samba e o enredo de fácil leitura, podem, sim, fazer a Estação Primeira voltar a incomodar. A Mangueira costuma dar mais trabalho justamente quando vem simpleszinha, mas bonitinha, como diria o saudoso Fernando Vanucci. Palpite: corre por fora

Mocidade: Após o problemático desfile de 2022, quando poderia ter ficado numa posição pior que o oitavo lugar, a escola de Padre Miguel ainda enfrentou problemas com a subvenção da prefeitura (foi a última a receber o repasse). A aposta num enredo "barato", do estreante Marcus Ferreira, pode ser a solução diante de tantas intempéries. Outro que também estreia na escola é Nino do Milénio, após a ida de Wander Pires para a Tuiuti. Fato é que, desde 2017, quando dividiu o título com a Portela, a Mocidade não vivia um pré-carnaval tão agitado quanto esse. A ver como será o desempenho da única representante da Zona Oeste do Rio de Janeiro no Grupo Especial. Palpite: figurante

Tijuca: Uma das grandes injusticadas do ano passado, a escola do Borel fez desfile para ficar, no mínimo, em quinto lugar, à frente de Portela, Salgueiro, Mangueira e Mocidade, o que não aconteceu. Em seu segundo ano na escola, Jack Vasconcelos quer voltar a fazer bonito, ao lado de Wantuir e Wic, pai e filha, que também se destacaram no ano passado. A Tijuca parece disposta a recuperar a força que demonstrou entre 2004 e 2016, quando ficou conhecida como máquina de desfilar, e que perdeu após o trágico desfile de 2017. Palpite: pode surpreender

Imperatriz: Outra escola injustiçada na apuração de 2022, quando retornava ao Grupo Especial após uma passagem relâmpago pelo acesso, que não acontecia há 40 anos, tempo em que ela conquistou seus oito títulos e se consolidou entre as grandes. A Rainha de Ramos trouxe de volta Leandro Vieira, campeão da Série Ouro com a escola em 2020. Ele retorna após um sétimo lugar com a Mangueira e um bicampeonato particular da segunda divisão com o Império Serrano em 2022. Se ainda é cedo para cogitar a Imperatriz no mesmo patamar do início do século XXI, também já não dá mais pra subestimar a força da escola da Leopoldina. Palpite: pode surpreender

Tuiuti: Muita gente aposta que a Tuiuti, que vem numa curva descendente desde o histórico vice campeonato em 2018, teria sido rebaixada em 2022 se a São Clemente não tivesse feito um desfile tão problemático. Como o "se" não existe no carnaval, a escola de São Cristóvão quer dar a volta por cima com a veteranissima Rosa Magalhães e o jovem e promissor João Vítor Araújo, que retorna à escola. Vai ser difícil, porém, escapar da briga com o Império Serrano contra a degola. Palpite: luta pra permanecer

Império Serrano: Talvez o grande desafio do Império Serrano, em mais um retorno ao Grupo Especial, seja apagar a má impressão deixada em 2018, quando foi beneficiado pela virada de mesa que salvou a Grande Rio e, principalmente, em 2019, quando fez um desfile paupérrimo embalado pela música "O que é, o que é?" de Gonzaguinha. É sabido que a escola da Serrinha respira novos ares na atual gestão, mas a responsabilidade de homenagear Arlindo Cruz será redobrada diante das mencionadas circunstâncias. Palpite: luta pra permanecer

Desejo a todos um 2023 de saúde e paz, e que tenhamos outro grande carnaval. Em breve estarei postando as fichas das escolas. Um abraço e até lá.


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Cláudio Carvalho