25ª EDIÇÃO
06/05/06

Análise do BOX CH - Volume II

Olá amigos!

Antes de tudo, gostaria de fazer um esclarecimento. Tenho tido muitos afazeres ultimamente, e por isso tenho escrito com uma freqüência muito menor do que gostaria. Sabem como é, quanto mais velho a gente vai ficando, mais responsabilidades temos que assumir. Para vocês terem uma idéia, eu trabalho de segunda a sexta pela manhã na farmácia da minha família, atuo como redator de um site aos finais de semana e, no tempo que me sobra, estou sempre às voltas com gravações e edições de DVD.

Mesmo assim, continuarei sempre como colunista do Turma CH, um site que adoro e que me deu a primeira oportunidade na área. É um orgulho fazer parte de uma equipe tão competente, tanto na área de redação quanto em termos de multimídia. Talvez escreva com uma freqüência menor, com textos mais curtos, mas sempre me farei presente tanto aqui quanto no nosso querido FUCH. Chaves, Chapolin e cia fazem parte da minha vida, e assim será até o dia da minha morte (que espero que demore muito ainda, hehehe).

Mas vamos ao que interessa. O principal assunto desta coluna é o II BOX CH, lançado pela Amazonas Filmes. Como bom fã e colecionador que sou, comprei o material original, assim como fiz com o primeiro e farei com todos os outros. Assim que os DVDs chegaram, reservei um tempinho e assisti aos três em um intervalo de 24 horas, ansioso para conferir cada detalhe deste magnífico trabalho.

Bem, primeiro vamos à seleção de episódios. Para ser bem sincero, gostei mais dos episódios do primeiro Box, tanto no DVD do Chaves quanto no do Chapolin. No volume I do Chaves, tivemos apenas episódios perdidos e inéditos, ao passo que no II apareceram caras mais "conhecidas" do público em geral, como "O dia internacional da mulher" (episódio anual) e "A troca de chapéus" (normal, ex-perdido). O que compensou este DVD foram o perdido "O disco voador" e "O sanduíche de presunto", esquete de uma época totalmente inexplorada pelo SBT: a década de 80.


"O sanduíche de presunto", episódio inédito de uma época não-explorada em terras brasileiras

Não preciso nem falar qual foi o ponto negativo não apenas do DVD do Chaves como de todo o projeto até agora: a mutilação no episódio inédito "O cãozinho Satanás". Parece que escolheram a dedo, tesouraram a novidade e deixaram os nossos conhecidos intactos. Eu particularmente fiquei muito decepcionado, assim como fiquei quando a Imagem Filmes cortou o episódio "Baldes com água". Espero que corrijam isso nos próximos boxes, deixando os episódios na íntegra, como devem ser. Se houver pouco espaço no disco, que coloquem mais esquetes inéditos dos anos 80, ou antigaços do começo dos anos 70, que têm menor duração!!!

Sobre o DVD do Chapolin, a decepção ocorreu pelo fato da maioria dos episódios serem normais. O fato de ser uma cópia de um volume já lançado no México não é um problema. Mas os fãs merecem ter acesso à material realmente inédito. Nada contra a seleção de episódios em si, que é excelente: "O poço", "A volta do Racha-Cuca" e "Aerolitos" são três super clássicos. O destaque fica por conta da versão de 1979 da "Volta da Corneta Paralisadora" (inferior à primeira versão) e aos esquetes do "Duelo Musical" e do Gordo e o Magro, personagens muito utilizados na década de 80 no Programa Chespirito.


"O Racha-Cuca", aquele que é considerado por muitos o melhor episódio de Chapolin

O único DVD que foi melhor do que o Box I foi o do Chespirito. Não pela seleção de episódios em si, que se equivalem. Mas os extras já compensam tudo. Dois episódios inéditos da era clássica de Chaves, um completo ("Brincando de escolinha") e um tesourado ("O último exame"). Mas os cortes neste último são compreensíveis, já que se trata de material extra.

Sobre os episódios, cinco já são conhecidos e dois inéditos para os brasileiros. O primeiro do DVD é o inédito e mais engraçado de todos: "Pode me dar uma mãozinha", do Chaparron Bonaparte. De resto, episódios conhecidos como "E o passado te condena" (mais batido que mulher de bêbado), "Napoleão e Josefina", "A arca de Noé", "Quem não quer subir na vida" e "O guarda-chuva vai cantar". Novidade só mesmo em "A outra mulher", episódio razoável de Chompiras.


"E o passado te condena", um dos episódios que foi dublado três vezes no Brasil

Fica uma sugestão para a Televisa: colocar esquetes da década de 80, que são inéditos no Brasil. A maioria dos episódios que estava nos volumes I e II de Chespirito já são nossos conhecidos, tanto da época da CNT quanto do Clube do Chaves. E poderia aparecer mais também o Dr. Chapatin, que nesse Box II apareceu em um minguado episódio.

Outro tema a ser abordado são as músicas de fundo. Entendo perfeitamente que os sons da Maga não possam ser utilizados, por questões de direitos autorais. Mas as músicas originais da Televisa poderiam ser melhor aproveitadas. Algo que está fazendo muita falta, e com certeza é a maior mancada neste aspecto: cadê o tema do Chapolin, quando ele entra pela primeira vez? A Televisa tem a sua entrada clássica em todos os episódios, poderia muito bem ser utilizada, portanto.


"Pode me dar uma mãozinha?" Episódio inédito, o melhor do DVD volume II do Chespirito

Por último, a dublagem. Posso dizer que melhorou em todos os aspectos em relação ao Box I (apesar de estar muito baixa em relação à original em espanhol). No caso do DVD do Chaves, quatro dubladores que já tinham ido muito bem anteriormente conseguiram evoluir ainda mais. Sinceramente, é difícil apontar diferenças na dublagem de Helena Samara (Dona Clotilde), Marta Volpiani (Dona Florinda), Osmiro Campos (Professor Girafales) e Cecília Lemes (Chiquinha) em relação ao lote de 1990 da era Maga. Todos estão perfeitos, talvez também ajudados pelo fato de terem atuado no Clube do Chaves.

Carlos Seidl (Seu Madruga) melhorou um pouco, mas continua com a voz um pouco mais rouca do que o que estamos acostumados. Nelson Machado (Quico) melhorou bastante o tom, e em alguns momentos lembra a voz clássica dos anos 80. Grata surpresa foi Gustavo Berriel, que foi excelente como Nhonho. Claro, ninguém nunca irá superar o saudoso Mário Villela, mas Berriel deu conta do recado e criou uma voz muito boa para o gorduchinho, algo que não havia acontecido no Clube do Chaves, com César Leitão. No caso de Gilberto Barolli (Sr. Barriga), achei mais ou menos. Precisa de mais treino. Uma pena que Leitão também tenha nos deixado, já que trabalhou bem como o dono da vila no saudoso Clube.


"Quem não quer subir na vida?", a única participação do Dr. Chapatin

Tatá Guarnieri evoluiu bastante de um modo geral. Eu particularmente já estou me acostumando com a voz dele para o Chaves. Ele está dando um tom de moleque ao menino, que me parece bastante adequado. No Chapolin melhorou também, mas o caso do super-herói é o mesmo do Sr. Barriga: saudade do falecido dublador da Maga (no caso o próprio Maga), e bom desempenho do dublador no Clube do Chaves. Podem não gostar do Cassiano Ricardo por causa dos termos chulos e pela dublagem do Chaves, mas nos outros personagens ele foi muito bem.

Por causa do mesmo Cassiano, continuo com um certo preconceito em relação aos personagens Dr. Chapatin, Chompiras e Chaparron. Tatá foi bem, mas nada de excepcional. Gostei mais do Cassiano Ricardo, que repito: é muito injustiçado no meio CH.

CHAPOLIN NO SBT

Não poderia deixar de falar um pouco sobre a fantástica exibição da série Chapolin no SBT. Com os ótimos resultados em termos de audiência e com a grande expectativa que se tem antes e depois de cada exibição, começo a crer que o seriado deve mesmo ser semanal, e não diário. O meu medo é a saturação, a queda de audiência e o conseqüente cancelamento que poderia vir em caso de exibição diária. A minha única queixa é quanto ao horário: poderia ser no final da tarde de sábado, quando todo o Brasil poderia assistir.

Quantas surpresas! A cada sábado podemos ter alguma novidade. Nas duas últimas exibições, surgiram dois episódios inéditos com a participação do Dr. Chapatin. Mas isso é assunto para uma próxima coluna.

Por ora é isso, amigos. Um grande abraço a todos e até a próxima!

Eduardo (Rufino Rufião)
e-mail:
elkhartlake@bol.com.br