Coluna do Rufino Rufião

 

6ª EDIÇÃO
17/08/03

   
Sônia Abrão: uma amiga dos chavesmaníacos
   
Nesta coluna, ao invés de falar especificamente sobre um assunto qualquer do meio CH (como a estúpida e pouco inteligente saída do seriado Chaves da programação do SBT, o que foi parcialmente corrigido com a volta no horário das 22 horas de sábado), vou falar sobre um outro tema que, embora aparentemente não tenha nada a ver com Chespirito, está se tornando muito importante para a divulgação das nossas queridas séries. Quero reparar uma injustiça que acredito que esteja sendo cometida contra uma pessoa que tem a intenção de nos ajudar.


Chaves agora só aos sábados.
Pi pi pi pi pi pi...

   
Estou falando da jornalista e apresentadora Sônia Abrão, a qual sempre admirei muito. Muitos chespiritomaníacos têm calafrios ao ouvirem esse nome, por acharem que o programa de Sônia representa uma ameaça aos programas CH. Alegam que o programa Falando Francamente ocupa um espaço maior do que merecia na grade de programação do SBT, inclusive aos sábados, o que poderia prejudicar uma eventual presença de seriados como Chapolin e Clube do Chaves, que estão na "geladeira" da emissora paulista. Além disso, várias pessoas destacam a falta de conteúdo do programa, que destina parte de seu espaço à leitura das revistas da semana.
   

Sônia Abrão, apresentadora do Falando Francamente, é chavesmaníaca como nós.

Quero dizer que já fui um crítico contumaz do Falando Francamente. Quando o programa começou, em 2002, ocupava um espaço demasiado na programação. No entanto, isso foi corrigido aos poucos, até chegar aos atuais 75 minutos, uma duração aceitável. No início, o programa era virado apenas nas manjadas reportagens e entrevistas com celebridades nacionais, merchandising (o que ainda é um problema não só no FF mas também em todos os programas do gênero), leitura de revistas e, pouco depois, na tal da caixa-surpresa. Isso tudo ainda acontece, mas com mais moderação. A única parte que eu conseguia assistir era o início, quando Sônia "soltava o verbo" na primeira página. O programa era mais interessante pelo carisma e a coragem da apresentadora em dizer o que pensa do que pelo conteúdo em si.
   
No entanto, em meados de 2003, o Falando Francamente mudou. O programa se tornou uma espécie de Vídeo Show para o SBT, exibindo trechos de programas antigos da emissora paulista. Quem imaginou rever cenas de programas como A Casa da Angélica, Bozo, Fantasia, Programa Livre, Jô Onze e Meia, novelas antigas, desenhos há muito fora do ar, entre várias outras coisas. Esse trabalho de revirar os arquivos da emissora para mostrar ao público essas preciosidades é simplesmente fantástico, e alterou radicalmente o FF, o que refletiu inclusive em alguma melhora nos índices de audiência. Eu, que não assistia ao programa, passei a vê-lo praticamente na íntegra, na espera de rever alguma cena histórica do SBT. As leituras de revistas continuam, mas apenas se detém em capas, trechos ou matérias específicas, e não mais na leitura de quase toda a revista (como acontece no rival A Casa é Sua, de Leonor Correa, da Rede TV!).
   
Falando da relação Sônia Abrão - Chespirito, ela é uma das profissionais mais ligadas ao seriado que se tem notícia. Como ela disse em um e-mail enviado ao colega Mestre Maciel, ela é chavesmaníaca como todos nós. Isso se reflete no programa dela, que dedica tempos preciosos para falar sobre o assunto. Se não fosse ela (e, é claro, os vendedores de episódios perdidos, como os meus amigos Leandro Lima e Leandro Morena, gente fina da melhor qualidade, de quem adquiri todos os episódios), jamais voltaríamos a ver preciosidades como O Fantasma do Sr. Barriga, Chifrinhos de Nozes, Caçando Churruminos, Espíritos Zombeteiros e A Pichorra, além de conhecermos episódios que a grande maioria de nós nunca viu, como As Apostas e Brincando de Escolinha.

Maria Antonieta de las Nieves, a Chiquinha, foi entrevistada a pedido de Sônia. Ela vem ao Brasil em outubro.

 
Se não fosse ela, duvido que alguém do Brasil fosse ao México entrevistar Chespirito (ainda na época da Rede TV!, o que valoriza ainda mais a Sônia, visto que não se trata da emissora com os direitos de exibição dos programas), Maria Antonieta de las Nieves e Edgar Vivar. Se não fosse pelos trechos de episódios comuns e principalmente de perdidos veiculados no programa dela, ficaríamos algum tempo sem assistir ao Chaves, que ficou fora do ar por duas semanas e tornou-se apenas semanal.
   

EPISÓDIOS PERDIDOS, COMO ESSE DA ESTRÉIA DA PERSONAGEM MALU,
PUDERAM SER VISTOS NOVAMENTE GRAÇAS À SÔNIA ABRÃO

   
Por tudo isso, sou incapaz, como chavesmaníaco há 13 anos, de criticar Sônia Abrão. É claro que ela fala bastante sobre o seriado também porque dá audiência. Mas basta ver ao FF para perceber que Sônia gosta do tema, que tem prazer de falar sobre isso. A prova disso foi a volta do Chaves durante os sábados, quando ela foi a responsável pelo anúncio da volta do programa. Percebia-se claramente a satisfação da apresentadora em dar essa notícia. Por isso, amigos, peço que pensem duas vezes antes de ofender Sônia Abrão com termos chulos como "Vaca Abrão", ou "Sonsa Abrão", como já vi por aí. Afinal, ela é uma de nós.
   
Por ora é isso, amigos. Até a próxima!
   


Eduardo (Rufino Rufião)
e-mail: elkhartlake@bol.com.br