UMA VEZ POR ANO? SACO...

            Como todos sabem, o SBT possui inúmeros episódios de Chaves, sendo que uma boa parte deles não é exibida há tempos. Uma outra parte, muito menor do que a referente aos episódios perdidos, se refere a episódios que celebram datas comemorativas, como o Reveillon, Natal, Dia das Crianças, etc. Porém, como se tratam de episódios com humor impecável, semelhante aos demais episódios, é uma pena que eles sejam exibidos apenas uma vez por ano, principalmente aqueles que viraram anuais de uma hora para outra, por bisonhos detalhes que serão esclarecidos no decorrer da coluna.

            O ano termina e começa com os episódios de Reveillon, tema do qual o SBT possui dois episódios: um onde a festa ocorre na casa do Seu Madruga e outro praticamente musical. É de admirar que o SBT não cancele um desses dois, pois em muitos momentos, nos dois episódios, as piadas se repetem exatamente com as mesmas palavras (Chespirito deve ter tido tanta pressa em comemorar o ano novo que simplesmente deve ter pego o script do episódio do ano anterior e repassado aos atores). Mas o “canalzinho” mantém os dois episódios no ar pelo fato de um contar uma história e outro ser quase que totalmente musical, com pouca novidade no restante do episódio (exceção da primeira parte, onde as crianças fazem a maior confusão ao mexer nos brinquedos do Quico espalhados pelo pátio). Sem contar que nos dois episódios a cena onde Chaves está sentado na escada com Seu Madruga com as mãos no bolso de tanto frio conversando com ele ser super repetitiva, ainda mais que ela reaparece no episódio dos Dias das Crianças, com Dona Florinda, episódio que será discutido ao longo do texto.

            O episódio do Dia dos Namorados trata-se da continuação daquele do Dia de São Valentim(ora, então por quê não deixam este episódio anual também?). É um bom episódio, mas nos últimos dois anos o SBT teve a cara de pau de cortar o clipe da música “Isso, Isso é o Amor”, que é exibido no final do episódio. Os sem-vergonhas simplesmente encerram o episódio assim que ocorre o comovente abraço entre Chaves e Chiquinha, cena em que em seguida entra o clipe, mas os cachorros até isso cortam sem dar explicação e muito menos consideração a nós, chavesmaníacos fiéis. Pô, até num episódio anual acontece isso? Por isso convoco já a todos para pedir que eles exibam a música completa no próximo dia 12 de junho, uma quarta-feira. Preparem os e-mails.

            No do Dia das Crianças, a seqüência de absurdos começa a dar início, pois pra começar, o tal dia é pouco mencionado (apenas no início do episódio). Aliás, até duvido que tenha no script original algo sobre o Dia das Crianças, pois pra se ter uma idéia, na música “É Aqui”, a letra original sequer menciona o Dia das Crianças e seu título em espanhol é “Cri-Cri”, referência a um grilo cantor. O verso “O Dia das Crianças é aqui” é tradução brasileira, aposto que a pedido do SBT (lembrando aquele outro verso: “Sonhei que o SBT tinha feito uma parada”, é certo que, se por acaso outra emissora comprar os direitos do Chaves, essa música jamais será exibida). E em 2000, a música foi bastante cortada, não exibindo a parte em que aparece a Dona Neves com o Chaves (parte que foi exibida em 2001).

            O ápice do absurdo chega nos três episódios que deixei por último. Começando pelo Natal na Casa do Seu Barriga. Vocês não notaram que, ao longo dos quatro episódios da série, eles falam pouquíssimo sobre o Natal (apenas no terceiro episódio, nas cenas da carta da Chiquinha, na ceia e na musiquinha “Queria Ter Sido um Pastor”)? E por esses míseros detalhes, deixaram o episódio anual.

Os dois últimos eram episódios exibidos normalmente, que de uma hora para outra viraram anuais. Inicialmente, quando passava os quatro episódios da série “A Nova Vizinha”, o primeiro episódio da série exibido era o que hoje é conhecido como “O Dia Internacional da Mulher”, com as atrizes Olívia Leiva (Glória) e Rosita Buchó (Patty), na versão de 1975. Nos dias seguintes eram exibidos os três últimos episódios da versão de 1978 com Regina Torné como Glória e Ana Lílian de La Macorra como Patty. E como, de uma hora para outra, o canalzinho passou a exibir a versão do episódio onde aparece Olívia com Regina (versão mais recente), o episódio foi cancelado por um tempo e, se não estou enganado, voltou a ser exibido em 2001, sempre no dia 8 de março, como um episódio anual, só porque no primeiro bloco, eles fazem rápidas referências ao dia Internacional da Mulher. Vê se eu posso, por quê não botam o divertidíssimo episódio para ser exibido normalmente como era antes?

E chegamos ao ápice do ápice. Ao topo do Everest da balbúrdia. Não se lembram do episódio intitulado Independência do “Brasil”?. Isso mesmo, Brasil entre aspas. Trata-se do melhor episódio já feito por Chespirito na minha opinião. Até 1998 ele era exibido normalmente como todos os outros. Mas a partir de 7 de setembro de 1999, os Idi Otas (iguais àquele do Moe Flamejante, se lembram?) transformaram este magnífico episódio em anual só porque eles falam em Independência. Hahahahahahaha! Nunca ouvi falar que Dom Pedro II carregou uma pedra pelas costas e “andarilhou” até a porta. Tampouco que na festa de Independência do Brasil há aquelas cornetas, confetes, serpentinas, apitos, tambores, etc. Que eu saiba, a festa de Independência aqui mais se faz referências aos desfiles militares por todos os quatro cantos do país. Mas aquela algazarra mexicana, aqui? E os safados ainda me põem esse cômico episódio para ser exibido apenas uma vez por ano só porque a dublagem conseguiu “transformar” a Independência do México (provavelmente é disso que falavam) na do Brasil. Só faltou dizer que a pichorra é tradição aqui no Brasil também. E ainda prejudica o segundo episódio, “A Proposta”, onde o SBT ofusca uma das partes mais hilariantes da história da TV mundial, que são as crianças tocando e importunando Seu Madruga e Bruxa do 71, que naquele momento tentava dizer ao chimpanzé raivoso que encontrou a solução para se livrar das crianças e de Dona Florinda (casando-se com ela). Detalhe: neste segundo episódio, em nenhum momento tocam na Independência do MÉXICO (Brasil é para a dublagem e para os abobados do SBT).

A respeito do episódio da Independência, vocês poderiam preparar seus e-mails para pedir que ele voltasse a ser exibido normalmente, como antes. Como não esquecer de partes tão cômicas, tão engraçadas contidas neste episódio? Ainda bem que eu tenho gravado. E enquanto que esta maravilha está escondida em algum armário cheio de teias de aranha lá no complexo Anhangüera, as repetições vêm sendo cada vez mais constantes, ainda mais que vários episódios do Chaves ainda não foram exibidos em 2002. Então, bem que eles poderiam colocar estes episódios anuais para serem exibidos freqüentemente, e claro, não podemos acabar a nossa briga pela volta dos episódios perdidos. As desculpas que o SBT inventa para fazer os episódios serem exibidos apenas uma vez por ano já são tudo conversa pra boi dormir. É de admirar que eles não tenham feito do Cofrinho do Seu Madruga um episódio para ser exibido apenas nos dias 6 de janeiro devido às referências do Chaves ao Dia de Reis. A LUTA CONTRA AS BOBAGENS DO SBT CONTINUA, COMPANHEIROS!