CINCO ANOS DE TURMA CH, CINCO ANOS DE COLUNAS


Fotos do Troféu Heraldo, que o seriado ganhou como o melhor programa humorístico de 1973. O verdadeiro troféu do Turma CH são vocês, queridos internautas!

            Cinco anos... Parece até que foi ontem que entramos no ar a fim de revolucionar o meio CH. Se por um lado passou tão rápido o tempo, por outro a Internet avançou horrores. Lembram-se daqueles vídeos de episódios perdidos na íntegra de baixa resolução, em que os rostos dos personagens e os cenários se assemelhavam a mosaicos? Hoje seriam motivo de piada se comparados aos de alta resolução disponibilizados por muitos sites e pela facilidade de hospedagem e downloads com o crescimento das conexões banda larga pelo país. Mas aqueles vídeos revolucionaram, já que muitos conheceram episódios perdidos famosos como "Espíritos Zombeteiros", "A Pichorra" e "Seu Madruga Fotógrafo parte 2" daquela maneira, ambos disponibilizados pelo então novato Turma CH. Dessa maneira, juntamente com a tradição de mantermos um grande time de colunistas e o enfoque ao conteúdo escrito, adquirimos uma grande credibilidade para com o internauta fã dos seriados. Tanto que, quando a qualidade dos vídeos CH obteve considerável melhora, o Turma CH deixou de lado o setor multimídia para se dedicar apenas aos textos, e ainda assim o site é considerado um dos melhores sobre as séries de Chespirito do país. Estamos completando cinco anos cada vez mais unidos e dispostos a fornecer o melhor conteúdo de Chaves, Chapolin e Clube do Chaves (ou Programa Chespirito, como preferirem) ao internauta, a razão da existência do Turma CH. Nossas atualizações andam escassas, reconheço. É que temos o costume de reunir todo o material possível para que seja incluso numa única atualização, que garante a festa do chavesmaníaco a cada vez em que é realizada.
            Outra festa de cinco anos também acontece: a da Coluna do Mestre. Na verdade, o aniversário já aconteceu faz dois meses. Em abril de 2002 ela estreou na CHBR, cujo primeiro título publicado (e que também serviu de piloto) é "O Amor de Chespirito está em Xeque", numa época em que a própria CHBR travava uma guerra de visitações com troca de farpas contra o Chespirito Web (na época, "Aí Vem Eles: Chaves e Chapolin"). Desde então, foram quase 70 textos com debates sobre os seriados e seus aproveitamentos pelo SBT, além das últimas do meio CH na seção "Mestre Maciando na Sapucaí". O ChaPapo, seção de entrevistas com chavesmaníacos notáveis, completará seus cinco anos em agosto com quase 50 depoimentos reunidos.
            Estamos de aniversário, completando meia década de atividades em prol do internauta de bom gosto. Porém, o momento atual que se passa o meio CH não é para se festejar tanto assim...

DO ANO PROMISSOR AO MARASMO

            2007 começou com tudo. Chapolin estava firme aos sábados e muitas vezes com episódios inéditos ou perdidos. Chaves passava em três horários na programação diária e também tinha múltiplas apresentações aos sábados. Clube do Chaves retornava depois de quatro anos na madrugada. E, principalmente, o desenho animado do Chaves estrearia logo no primeiro dia do ano em rede nacional. Na oportunidade, nem o mais pessimista dos chavesmaníacos acreditaria que, menos de seis meses depois, um marasmo - monotonia com direito a teias de aranha e mofo - tomaria conta do meio CH. Neste meio tempo, Chapolin saiu do ar, Chaves passou a ser restrito apenas à capital paulista e aos corujões com as exibições de madrugada, e os 13 primeiros episódios do desenho já estão na 9ª exibição cada, somando reprises infindáveis. Pelo menos o Clube do Chaves, desde o seu regresso no fim de 2006, continua apresentando, de vez em quando, esquetes inéditos. Mas a repercussão destes nem se compara com a provocada pelas novidades de Chapolin.


Uma medida infeliz contra a saturação: Chaves ausente na maioria das praças

            O recente cancelamento de Chaves nos horários das 14h15min (rede nacional) - para dar lugar ao enlatado "Freddie" - e das 18h parece não ter chateado tanto os fãs, principalmente os habitantes da capital paulista, onde o seriado é apresentado às 12h45min e continua com boa audiência (lembrando: os números do Ibope consideram apenas os aparelhos de televisores de São Paulo). Alguns chavesmaníacos reclamavam de uma saturação da série, com a apresentação em três horários por dia, provocando uma constância cada vez maior nas reprises. A crítica era em cima da exibição de um mesmo episódio em um curto espaço de tempo. Se por um lado enjoa o telespectador, por outro reforça um dos pontos fortes de Chaves no Brasil na minha opinião, que é a memorização dos bordões e diálogos que promovem inúmeras reuniões de amigos a fim de relembrar grandes cenas para gargalharem à vontade e imortalizar ainda mais o seriado. Chaves talvez seja o único programa em que o acompanhamento de uma reprise de episódio seja mais envolvente do que um inédito, com situações nunca vivenciadas antes. É óbvio que sou contrário a ausência de Chaves em rede nacional num horário digno (não de madrugada, único em que a série passa para a maioria das praças no momento), pois sou favorável à sua apresentação diária - de preferência num horário apenas - e de nenhuma maneira aceito ver o seriado indisponível na programação. Mas com esse duelo direto contra o Globo Esporte no horário do almoço, justamente num horário utilizado pelas afiliadas locais, quem não mora na capital paulista é que se estrepa. Por isso que nem se pode utilizar a desculpa de um cancelamento temporário para que depois volte com tudo, como ocorreu em 2004. De que adianta voltarem a apresentar um episódio perdido depois de quase vinte anos ausente, se passam só para São Paulo, como aconteceu em 22 de março com "O Ratinho do Quico"? Entre a saturação de episódios e a ausência do seriado, nem que exibam a série 24 horas por dia. Chaves é melhor do que qualquer programa do SBT mesmo...


Quanta saudade!

            O dia 17 de março de 2007 é considerado, na minha opinião, o pior da história recente do meio CH. Neste sábado macabro, o SBT colocou o enlatado "Eu, a Patroa e as Crianças" no lugar de Chapolin, pegando todos de surpresa. Na ocasião, a expectativa era para a apresentação de um quinto episódio inédito consecutivo da série, já que nos quatro sábados anteriores o chapolinmaníaco saboreara histórias nunca vistas no país. Foi uma decepção de proporções nunca vistas no meio CH. Aquele triste 17 de março supera, na minha opinião, o 14 de agosto de 2000 em que Chapolin deixou a programação diária depois de mais de uma década para dar lugar ao Horário Político obrigatório. Há quase sete anos, portanto, o seriado do Polegar Vermelho não consegue uma instabilidade na grade de segunda a sexta. E o golpe foi duro, porque, além dos episódios inéditos, Chapolin foi retirado do ar num momento em que sua manutenção na grade de sábado parecia cada vez mais tranqüila, com exibição ininterrupta por um ano e quatro meses, 69 sábados quase consecutivos (a exceção de um em 2006, quando o Teleton foi exibido), para ser preterido por uma série consagrada, mas já presente na grade diária e com exibições noturnas uma vez por semana. Sempre repito que, se faltou audiência para a permanência de Chapolin, foi por culpa do próprio SBT. Pela incompetência de seus diretores, a emissora sequer sabia que estava exibindo material inédito, escondido em algum arquivo empoeirado da Via Anhangüera por mais de dez anos. Se tivessem veiculado comerciais do tipo "Chapolin, agora com episódios inéditos", certamente o resultado seria outro. Até na grade diária o sucesso estaria garantido. Parece até que eles sabem dessa possibilidade, mas não a admitem por não suportar as séries CH. Continuo convicto de que a permanência de Chaves é forçada pela audiência que obtém até hoje, chegando em muitos casos ao primeiro lugar semanal da emissora.


"No Ritmo da Valsa": episódio perto da décima reprise desde janeiro

            Já o desenho do Chaves era muito aguardado desde o último mês de outubro, quando estreou na América Latina. A estréia no SBT ocorreu no primeiro dia do ano em rede nacional às 18h e, apesar da sentida ausência da personagem Chiquinha em função de desavenças entre sua intérprete María Antonieta de las Nieves e Chespirito, a animação superou as expectativas e calou a boca de muitos que apostavam num profundo fracasso. Devemos considerar que a animação não veio para substituir o seriado, e sim para servir como uma adição à obra de Roberto Gómez Bolaños. A primeira temporada é composta por 26 episódios, e 13 deles estavam aptos para serem exibidos com dublagem pronta. De 1º a 17 de janeiro, a festa foi garantida com as estréias de cada um. A partir do dia 18, se iniciaria uma seqüência duradoura até hoje de reprises dos episódios do desenho. Enquanto que, na América Latina, os 13 restantes estão em fase final de exibição. A justificativa para a reprise ainda mais constante do desenho com relação ao seriado, segundo Gustavo Berriel em seu blog e no site do Fã-Clube Chespirito-Brasil, é que a Televisa está demorando para enviar ao SBT os novos episódios que fecham a primeira temporada. Alguns já estariam dublados, mas o SBT ainda aguarda os restantes para o início da exibição. Convém esclarecer que, nos países da América Latina, a apresentação dos episódios do desenho é semanal. No Brasil é que ela ocorre diariamente, de maneira a chegarmos à nona exibição de cada um desde janeiro. Quando os novos episódios estrearão? Tchuin tchuin tchum clain! Por enquanto, tome mais reprise dos 13 primeiros. Pelo menos a audiência no horário das 13h15min é satisfatória, daí a sua manutenção desde 4 de abril. Em julho, a segunda temporada estreará no México e haverá a produção de uma animação em longa metragem do Chapolin por Roberto Gómez Fernández (filho de Chespirito, sósia do figurante narigudo e produtor do desenho do Chaves), com conclusão prevista para dentro de dois anos.
            Ando um pouco distante recentemente do meio CH por isso. Muitos reclamaram que eu não atualizava a coluna, que o Turma CH estava um pouco parado. Tudo por conta não só deste marasmo chato como também pela monografia e outros afazeres dos quais são essenciais para a minha formatura, que ocorrerá no próximo dia 10 de agosto na PUCRS. O jornalismo nunca mais será o mesmo... Prometo, a partir desta coluna, não ficar tanto tempo ausente. Mas seria uma boa as novidades surgirem a fim de movimentar o atualmente sonolento meio CH e me motivar a escrever sobre os melhores seriados do mundo. 2007 prometia tanto...

MESTRE MACIANDO NA SAPUCAÍ
As últimas do meio CH

O assunto que mais sacudiu o paradão meio CH nos últimos dias foi a surpreendente indicação do seriado Chaves ao Troféu Imprensa na categoria de melhor programa infantil. A premiação foi exibida no dia 6 de maio. Curiosamente, o usuário do FUCH Alma Negra havia lançado um tópico poucos dias antes perguntando se a série já não havia sido indicada anteriormente, com as respostas posteriores não esclarecendo por completo a dúvida. A indicação aconteceu pela mudança de regulamento da premiação, com o aumento de três para quatro concorrentes por categoria. Chaves entrou como tapa-buraco na disputa contra os medalhões Sítio do Pica-Pau Amarelo, TV Xuxa e Bom Dia & Cia. Infelizmente, apenas Sônia Abrão (E), chavesmaníaca fanática como já conferimos no extinto Falando Francamente do SBT, votou no seriado. Os demais cabeças-de-camarão preferiram dar o prêmio à Xuxa (sem comentários...) e ao Sítio (que não chegam nem aos pés de Chaves, se ainda fosse o antigo Sítio...), e no Troféu Internet, onde a vitória poderia ser mais provável, os internautas elegeram o Bom Dia & Cia. Valeu pela lembrança, mas muita gente desceu o cacete na direção do SBT em função do seriado concorrer como programa infantil, já que ele é considerado adulto para os mexicanos e Chespirito não o planejou e produziu pensando exatamente nas crianças. Ora, mas no Brasil criou-se essa cultura de Chaves ser infantil, e esse patamar é irreversível. Hoje em dia, é comum vermos pessoas entre 20 e 30 anos alegando que viam o seriado quando crianças e que hoje não assistem mais. O interessante é que, na apresentação de Chaves no Troféu Imprensa, o SBT apresentou trechos da abertura original de Chaves (a de 1976 com cenas de cada personagem e o nome do ator em letras amarelas). Já pensou se a série ganhasse? Seria um bom pretexto para Bolaños e Florinda Meza finalmente visitarem o Brasil a fim de conversarem pessoalmente com Silvio Santos e receberem o troféu.

Outro remédio contra a monotonia: está prevista para julho a chegada do sexto box de DVD's das séries, produzido pela Amazonas Filmes (capa reproduzida à direita). Segundo o site do Fã-Clube Chespirito-Brasil, a demora para o lançamento dos novos DVD's ocorreu devido à realização do projeto da série "Ah, que Kiko", idealizado por Nelson Machado, dublador clássico do personagem e também nesta série inédita no Brasil marcante pela despedida de Ramón Valdez, que trabalhou com Carlos Villagrán meses antes de sua morte em 9 de agosto de 1988. Os episódios inéditos dominam o sexto box, como você pode conferir na lista a seguir. Chaves: A Festinha na Vila (primeira versão do Festival da Boa Vizinhança, de 1973), O Pezinho de Chirimóia (primeira versão, de 1973), O Sonho que deu Bolo (episódio comum, no restaurante), Seu Madruga Cabeleireiro (primeira versão, de 1973), O Belo Adormecido (segunda versão inédita, de 1979) e Tortinhas de Merengue (segunda versão inédita, de 1979). Chapolin: Cleópatra e Júlio César (versão inédita), Ainda que a Cela seja de Ouro, não deixa de ser chato ficar preso (inédito), Os Piratas do Caribe (versão inédita da década de 80), O Pianista (esquete inédito com Chespirito) e O Vendedor de Mata-Moscas (esquete inédito com Chespirito). Chespirito: O Futebol é minha melhor Medicina (Chapatin), A Coceira do Chompiras, Concerto de Piano (Chaparrón), O Analista que não deu Pé (Chapatin), Cleópatra e Júlio César (não é a mesma versão presente no DVD do Chapolin), De Grão em Grão, a Galinha enche o Papo (Chaparrón), O Grande Golpe (Chompiras) e Cristóvão Colombo (versão inédita).

O mesmo site do Fã-Clube Chespirito-Brasil publicou uma verdadeira pérola: fotos de Raúl Padilla, o intérprete do carteiro Jaiminho, passeando por Tangamandápio. Isso mesmo, a cidade existe de verdade. À direita, um divertido passeio de bicicleta de Padilla pelas ruas da cidadezinha da divisa do estado, maior do que Nova York e que não está no mapa. Verdadeira raridade! Esta visita ilustre deve ter acontecido na segunda metade da década de 80 ou na primeira de 90. O ator morreu em 1994.

Em abril, realizei uma enquete no FUCH (antes da mudança de servidor) e no Fórum do Fã-Clube para definir o melhor episódio inédito/perdido de Chapolin dentre os apresentados de novembro de 2005 a março de 2007. "A Peruca de Sansão" (D) foi o vencedor da enquete e "De Noite, Todos os Gatos Fazem Miau" ficou com o vice. "O Louco da Cabana" obteve o terceiro lugar e "Don Juan Tenório" terminou em quarto.

No ano passado, desenvolvi, para a revista Experiência da PUCRS, uma matéria intitulada "O Fenômeno Chaves". O menino da bola Kagiva foi o protagonista, gentilmente posando para a foto que abrilhanta a reportagem abaixo. Ela está um pouco desatualizada, já que não comenta sobre o desenho animado, mas garanto que vale a pena dar uma conferida. Só não divulguei os sites e os fóruns porque enxugaram a matéria para que figurasse em apenas uma página, reproduzida abaixo. Leiam e dêem suas opiniões sinceras.

Antes do último destaque, mais uma vez a Globo se rendeu à magia de Chespirito. Confira acima o destaque dado pelo site Globo Esporte ao gol de Edmundo na partida contra o Flamengo no dia 13/5. Esta nota na verdade é um lembrete: na comemoração dos cinco anos do Turma CH, você é que pode ganhar o presente. Responda às perguntas do Vestiba Turma CH - que irá abranger todas as séries CH, curiosidades dos atores, diálogos famosos, entre outras atrações - e você pode ganhar o CD-ROM "CHite de um Sucesso". Ele terá músicas legendadas, jogos, clipes em espanhol e em português, slides em Power Point e vídeos de episódios, além de um rápido conteúdo do site e dos seriados. Os cinco internautas que acertarem mais perguntas ganharão o CD. O que está esperando para responder, brincar e se divertir? E valendo prêmio ainda...

Mestre Maciel

marcofelgueiras@brturbo.com.br