O QUINTO BOX DE DVD'S DA AMAZONAS FILMES
Fotos: Fabão

            O quinto box nos apresenta um turbilhão de versões mais antigas de episódios costumeiramente apresentados no Brasil pelo SBT (à exceção de "O Roubo da Múmia", onde a versão do DVD é a segunda). Nesta caixa, os episódios mais antigos - como no box anterior - continuam prevalecendo. Apenas quatro episódios de todo o box foram apresentados pelo SBT: "Cartas e Calotes no Restaurante", "O Vendedor de Balões" (cortado no DVD), "O Mistério do Abominável Homem das Neves" e "A Guerra de Secessão" (cujos problemas de reprodução do disco atrapalham a exibição desta história).
            A dublagem mantém-se no mesmo nível, com Tatá Guarnieri (Chespirito) e Gilberto Baroli (Edgar Vivar) dedicados cada vez mais a manter suas características pessoais, sem se preocupar em imitar seus antecessores Marcelo Gastaldi e Mário Villela. Gustavo Berriel dubla Raul Padilla com cada vez mais segurança, com direito a uma grande atuação como Jaiminho (embora a jovialidade de sua voz seja flagrante por alguns momentos). Destaque para a aparição de Leda Figueiró, a mais popular dubladora de Paty, emprestando sua voz à sobrinha de Glória na primeiríssima versão do episódio. Osmiro Campos realmente está mais contido com relação aos primeiros boxes como Professor Girafales. Mas o melhor do box é, sem dúvida, Carlos Seidl. Na caixa, a voz de Seu Madruga e dos demais personagens de Ramón Valdez em nada se diferem da dublagem de quinze, vinte anos atrás. Seidl definitivamente achou o tom certo!
            Sobre as legendas, são um caso a parte. No DVD do Chaves, elas continuam um pouco diferentes do texto final dublado (embora as diferenças já não sejam tão gritantes com relação ao box 4). No disco do Chapolin, as letras aparecem antes das falas dos personagens (com direito a um festival de Chapolim com "m"). E já no DVD do Chespirito, as legendas despontam com atraso. Por outro lado, nos discos de Chapolin e Chespirito, as legendas estão fiéis aos textos finais dublados, ao contrário do Chaves.
            Comentando um pouco sobre o disco de Chespirito, a equipe de adaptação de textos do Fã-Clube Chespirito-Brasil, coloquialmente falando, botou pra quebrar. Em momentos de muita inspiração, os textos, em algumas cenas, ficaram impagáveis. Parabéns à Valette Negro, o eterno encarregado da adaptação dos scripts de Chespirito. Além da estréia de Dom Caveira nos DVD's, somos brindados com a participação mais do que especial de Ramón Valdez em dois esquetes.
            Antes de começar a comentar cada episódio, só quero fazer uma advertência à Amazonas Filmes! Pelamordedeus, vejam o que está acontecendo com os problemas de reprodução dos últimos episódios dos DVD's de Chespirito. Tanto no DVD nº 5 quanto no nº 4, o episódio fica travando, com a imagem parando, além daqueles mosaicos desgaradáveis (aqueles quadrados pequenos) despontando na tela. É praticamente impossível assistir ao extra "O Guerra da Secessão" (DVD nº 5 Chespirito), além de serem constantes algumas pequenas travadas já no último episódio do disco, "Trair e Mentir, é só Reagir". Vocês que estão lendo a coluna podem até pensar que se trata de um caso isolado. Mas um outro chavesmaníaco postou no Fórum do Fã-Clube que seus DVD's de Chespirito tinham um problema semelhante. E o mesmo infortúnio ocorre exclusivamente nos DVD's de Chespirito (dos boxes 4 e 5), que acabam não rodando com perfeição em qualquer aparelho. Estes extras do disco sequer rodam no aparelho que comprei no Paraguai. No meu outro de marca Philco, até rodam, mas infelizmente as travadas de imagem marcam presença. Pagamos muito caro pelos boxes para nos depararmos com este tipo de problema. Está feita a denúncia!
            Sem mais delongas, vamos aos comentários de cada episódio:

            DVD DO CHAVES - Neste disco constam os seguintes episódios: "Quem Brinca de Carpinteiro, Briga o Tempo Inteiro", "Quem tem Zarabatana também precisa de Chumbinhos", "Os Barquinhos na Bacia", "Desmaiando com Paty e Glória", "Cartas e Calotes no Restaurante" e "Brincando de Escolinha", mais os extras "Quem Mexe com a Mangueira de Bombeiro acaba se Molhando por Inteiro" e "O Vendedor de Balões". Devem ter notado os títulos inspirados a la Bolaños dados pela equipe de adaptação. A maioria dos episódios é formada por esquetes bem antigos, dos primeiros do seriado. Como o SBT costuma desprezar, hoje, estes episódios, apenas o do restaurante e dos balões têm exibição normal na emissora do titio Cenoura. As primeiras versões do barquinho e dos desmaios, mais o episódio da escolinha (cujo compacto foi exibido em 2003 pelo extinto programa Falando Francamente no SBT), são perdidos, sendo apresentados pela emissora até o início da década de 90. Os demais nunca foram apresentados no Brasil.

            Quem Brinca de Carpinteiro, Briga o Tempo Inteiro - Episódio já conhecido ao menos na Internet, com inúmeros vídeos em espanhol do mesmo circulando pelos sites e Emules da vida, famoso pela camisa branca com a estampa do Chapolin usada por Chaves. Ao mesmo tempo, é considerado um dos mais violentos de toda a série. Fora o enredo central, em que Seu Madruga trabalha como carpinteiro e as crianças resolvem brincar com martelos e serrotes, o fim da história é pancadaria atrás de pancadaria, resultando em algo sem noção. E quem sofre com marteladas, socos e pontapés é o coitado do Seu Barriga. Até Dona Florinda leva um chute de Chiquinha. O dono da vila, já deitado numa maca (padiola), acaba recebendo o dinheiro do aluguel de Seu Madruga, mas, todo arrebentado, vai gastar tudo no hospital.

            Quem tem Zarabatana também precisa de Chumbinhos - Primeira versão do episódio que marca o regresso da Chiquinha, também apresenta cenas que lembram "As Pessoas Boas devem Amar seus Inimigos", em que Seu Madruga poda os pezinhos das plantas e Chaves acaba regando os pés de Seu Madruga, achando que foi por este propósito que o pai da Chiquinha lhe deu um dinheirinho, usado para o investimento na zarabatana e nos chumbinhos. No fim, quando Chaves e Quico descobrem que Chiquinha é quem está atirando chumbinhos neles, eles dão à filha de Seu Madruga o seguinte castigo: a colocam dentro de um vaso e Quico, da escada, rega Chiquinha, enquanto Chaves lhe atinge com os chumbinhos. Na dublagem, finalmente Tatá e Nelson Machado conseguem pronunciar corretamente a palavra "zarabatana", em contrapartida à dublagem clássica das duas versões posteriores da história, em que Gastaldi pronuncia "zabaratana" e Nelson larga um "barbatana", em função da complicada pronúncia do vocábulo. E, em uma das cenas, María Antonieta de las Nieves escorrega de verdade no chão molhado e a equipe dos Estúdios Gábia coloca uma vinhetinha engraçada na hora, como se o escorregão fosse premeditado (no áudio original, não se ouve nenhuma vinheta durante o escorregão).

            Os Barquinhos na Bacia - Primeira versão perdida do clássico episódio, a diferença é que Chiquinha brinca numa bacia colocada no chão do pátio, em frente à sua casa (na versão mais conhecida, é usado o poço do segundo pátio). No início, Cecília Lemes faz Chiquinha dizer que o barquinho enfrenta um tsunami e que irá afundar igual ao Titanic. Bem criativo... O que não gostei é que mudaram o texto em que Seu Madruga diz que fez, usando papel, um brinquedo pra sua filha. Na segunda versão, Madruga diz que fez uma pipa e que usou bastante cola. Acho muito engraçado quando Quico pergunta quem foi Colombo e Chaves responde "a pipa da Chiquinha, não tá ouvindo?". No DVD, trocaram a pipa pelo "cachorrinho de pedigree colossal". Mas gostei da resposta de Seu Madruga sobre Colombo: "Foi o conquistador do México". Destaque também para o resgate do impagável adjetivo de Seu Madruga a Quico: mocorongo almofadinha. E, por fim, cômica a entonação de Tatá Guarnieri nestre trecho: "Quem quebrou as flores? O Chaves do Oito! Quem fez isso? O Chaves do Oito". Ouvimos na hora um "doãito". É rara a utilização de "Chaves do Oito" na dublagem, mas neste caso soou muito engraçado.

            Desmaiando com Paty e Glória - Segunda parte do antigo episódio, primeira versão do clássico da Nova Vizinha. Há a primeira parte, porém não incluída no disco. Nesta segunda parte, os desmaios dos personagens, aliados aos banhos para que acordem, são o pilar da história. Como já dito, Leda Figueiró, a dubladora de Paty na saga mais conhecida (terceira versão) da Nova Vizinha, marca presença dublando a Paty moreninha (cujo nome da atriz é um mistério tão marcante como o atual paradeiro de Ana Lilian de la Macorra, a mais famosa intérprete da personagem). Glória é interpretada nesta versão do DVD por Maribel Fernández (La Pelangocha). Achei bem engraçado na dublagem o fato de Chaves, ao perguntar para Madruguinha se na casa de sua avó não há chuveiro elétrico, colocar no meio da pergunta um "me fala uma coisa", já que a fala na cena dura alguns segundos a mais que o texto traduzido.

            Cartas e Calotes no Restaurante - Conhecidíssimo episódio, em que Chaves passa a trabalhar no restaurante como garçom. Sem muitas alterações no texto da dublagem original, sem dúvida o que chama a atenção no DVD é a atuação de Gustavo Berriel como Jaiminho, que pela primeira vez marca presença nos DVD's. As risadinhas, o sotaque e o jeito de falar realmente ficaram idênticos ao usados pelo inesquecível Older Cazarré, dublador original do personagem. Mas, por alguns momentos, a jovialidade da voz de Berriel faz o carteiro ficar com uma voz um pouco afeminada (claro que foi em função do tom usado pelo meu parceiro Berry, pois sei que ele é muito homem, hehe). Mas é que o jeitão de Older falar era muito engraçado mesmo. Tudo bem que não sou muito favorável aos dubladores imitarem as vozes de outros, sob ameaça da atuação ficar forçada demais. Mas no caso de Berriel quanto à voz de Older Cazarré, a imitação é inevitável, até porque sua voz não é difícil de ser imitada... Tanto que vou contar uma coisa que vocês não sabem: na época do lançamento do primeiro box, cheguei a mandar um e-mail para o Berriel me candidatando a ser o dublador do carteiro bonachão, alegando saber imitar direitinho o Jaiminho. Aí recebi uma resposta um tanto constrangida do Berriel, que todo sem jeito dizia que ele se candidatara ao cargo. Como eu sei que o Berriel é da área, com experiências como ator de teatro e roteirista, deixei de lado minha idéia maluca e passei a responsabilidade da voz do Jaiminho para ele. E, felizmente, acabou se saindo muito bem. Uma observação: logo após a cena em que Jaiminho pede para que Chaves lhe traga outra coisa pra comer após a mosca na sopa, Dona Florinda pede que o órfão leve o prato para o "Jaimito", segundo o dito por Marta Volpiani numa fração de segundo. Acontece que, no original, a mãe do Quico em nenhum momento cita o nome do carteiro na fala. Na verdade, Chaves dá ao Jaiminho o prato de um outro freguês. Tanto que, na dublagem Maga, Dona Florinda pede que Chaves leve o prato "à mesa do moço".

            Brincando de Escolinha - Ao contrário do DVD nº 2 de Chespirito, o episódio aparece completo neste disco. Chiquinha brinca de escolinha com Chaves e Quico, usando a janela de Seu Madruga como quadro-negro. Após tanto riscarem com giz a janela (e também a cara do pai da Chiquinha e o paletó do Senhor Barriga), as crianças são obrigadas a limpá-la com água e sabão. No fim, Chaves conta a Seu Madruga que arrumou um jeito de nunca mais ninguém riscar sua janela: Chiquinha usa uma tinta e nela escreve algo como "Proibido escrever nesta janela", para desespero do chimpanzé reumático. Muito engraçada a cena em que o dono da vila escorrega no sabão, jogado na frente da porta da casa 72, levando um tombo. Sensacional a musiquinha tocada antes do acidente, prevendo o que vai acontecer. Lembra a impagável cena do hoje perdido episódio da Falta D'água (primeira versão), em que, antes de Quico chorar, pode ser ouvida uma música de suspense, da qual só de me recordar faz eu cair na gargalhada.

            Quem Mexe com a Mangueira de Bombeiro Acaba se Molhando por Inteiro - O melhor episódio do DVD, na íntegra com 22 minutos. Até estranho o fato de estar como episódio extra, sendo preterido por esquetes antigos de curta duração, mais adequados para figurarem como extras do disco. Sobre o episódio, inédito no país e com enredo desconhecido por parte dos brasileiros (que não têm uma conexão de banda larga), tudo começa quando Seu Madruga se queixa pelo fato da força elétrica cair toda hora e assim não poder usar o ferro para passar roupa. Isso acontece porque Quico liga e desliga o switch para que, durante a brincadeira de astronauta, possa mandar Chaves, sentado em cima de uma geringonça, para a lua. De tanto a energia ir e voltar, Seu Madruga acaba esquecendo o ferro de passar em cima de uma peça de roupa, e como Quico já havia ligado o switch há algum tempo, acaba sentindo um cheiro de queimado e se irrita ao ver que sua roupa foi pro saco. Aí as crianças têm a idéia de brincar de bombeiro e Quico acaba berrando tanto por socorro que Professor Girafales e Dona Florinda acreditam mesmo que a casa 14 está pegando fogo. Depois, Chaves se atrapalha com a mangueira de bombeiro, e acaba dando um banho em Girafales e Florinda. Seu Madruga vê e cai na gargalhada. Nem é preciso dizer que o pai da Chiquinha paga o pato no final... Sobre as peculiaridades da dublagem, destaque para a felicissíma adaptação após Chiquinha dizer a Chaves que gosta do seu corpo (uma referência ao Corpo de Bombeiros). Seu Madruga pede para que as crianças não brinquem de "novela das oito" (no original, Don Ramón não quer que brinquem de Miss Universo). Na cena clássica da risada de Seu Madruga, é colocada a risada original de Ramón Valdez, ao invés de Carlos Seidl dublá-la. E para encerrar: e não é que fizeram Chaves dizer que se o Professor Girafales se alongar mais, ele irá parar "no teto do estúdio". Sensacional!!!!

            O Vendedor de Balões - Um dos mais engraçados episódios do seriado, infelizmente está bastante cortado, durando apenas 13 minutos (o total é 20). Na dublagem, a única peculiaridade é o preço de cada balão cobrado por Seu Madruga: um real. No mais, uma pena que a atuação de Tatá Guarnieri não esteja tão boa neste episódio. É que, como já é conhecida a versão dublada no SBT, queremos sempre que Tatá faça melhor do que Gastaldi, o que é francamente impossível.

            DVD DO CHAPOLIN - Eis os episódios contidos: "Presídio de Segurança Mínima", O Roubo da Múmia", "O Mistério do Abominável Homem das Neves" e "Quem Perde a Guerra, Pede Água", além dos extras "Chespirito Contra-Regra" e "O Gordo e o Magro Voltam a Atacar". Apenas o episódio do Abominável Homem das Neves é exibido pelo SBT. Os dois primeiros são versões diferentes de histórias já conhecidas e o da Guerra possui enredo totalmente desconhecido dos brasileiros. Os dois extras também são inéditos, dos anos 80.

            Presídio de Segurança Mínima - Primeira versão do episódio exibido pelo SBT, em que Chapolin tenta resolver o mistério sobre como os presos escapam tão facilmente da cadeia. Ramón Valdez interpreta o sargento, vivido na segunda versão por Carlos Villagrán, que no DVD dá vida ao presidiário 24, papel que depois seria de Edgar Vivar, que nesta primeira versão interpreta o prefeito da cidade. Isso mesmo! Nesta primeira versão, quem é tantas vezes preso por Chapolin para dar ação ao plano do sargento é o prefeito, ao invés do diretor da prisão (vivido por Rubén Aguirre na segunda versão). Como o personagem de Edgar Vivar é tantas vezes preso, quando perguntado pelo sargento sobre quem Chapolin prendera, o herói responde que foi o Botijão (parceiro de Chompiras). No final, a janela da cela, de formato retangular e estendida, possui uma escada como grade improvisada. Aí é só subir no banco da cela, tirar a escada e sair para a liberdade. Francamente, apesar da presença de Ramón Valdez, acho a segunda versão muito melhor. A lembrança de Chapolin requebrando ao ironizar "estou morrendo de medo", ausente nesta versão do DVD, diz tudo.

            O Roubo da Múmia - Segunda versão do episódio, gravada não muito tempo depois da primeira, não possui muitas diferenças com relação à versão que conhecemos. Talvez as únicas mudanças sejam Carlos Villagrán no papel do explorador e Horácio Gómez Bolanõs como Pepe (papel antes feito por Villagrán). No mais, tudo está presente nesta segunda versão, como o mapa com o carimbo da Embratur (no original, ele tem o selo da Comissão de Turismo), os cocos que caem toda a hora na cabeça de Chapolin (que chega a estender as mãos para agarrar um deles após dar mais uma topada no coqueiro), a placa "Baños" invertida (dando a impressão de estar escrito em hieróglifos), a frase "se perdeu mais na Guerra do Vietnã", a surra que Chapolin dá a todos no sarcófago, Pepe sendo a múmia falsa e Chapolin caindo dentro do sarcófago. Há pequenas diferenças: no final, Vermelhinho cai e a porta do sarcófago fica do lado de baixo. Florinda pergunta como ele sairá dali. Chapolin tenta responder mas logo é interrompido pelo explorador, o que ocorreu durante o episódio inteiro. Detalhe que Tatá tem a mania de incluir um "que" no clássico bordão "eu acho", ficando "eu acho que...". E, por fim, não há nesta versão do DVD a clássica comparação dos muques do árabe (Rubén Aguirre) com o do Chapolin. Senti, portanto, falta do "Veja, as pirâmides do Egito! Veja, o Colosso do Ceará!".

            O Mistério do Abominável Homem das Neves - Este episódio é contemplado com uma das melhores atuações de Marcelo Gastaldi dublando Chapolin. Por isso, é covardia comparar a atuação de Tatá com a de Maga. Mas o fato é que muitas piadas perderam o brilho com a nova dublagem. A infeliz alteração na clássica e impagável resposta de Chapolin, ao alegar que sente calor e frio ao mesmo tempo, de que "seu pai é de Cabo Frio e minha mãe da Pousada do Rio Quente" é o maior exemplo. Trocaram por "meu pai é do Pólo Norte e minha mãe do Equador". Nota zero!!!!! E na continuação do diálogo, Carlos diz que Chapolin parece uma galinha. Enquanto no original, ele retruca "Vai dizer agora que eu vou botar um ovo?", Tatá faz ele dizer apenas "me pareço com o quê?". Uma pena, mesmo! Estragaram uma das melhores piadas do seriado... Também tiraram a parte em que Chapolin fala da "rastazana". E ocorreram uns cortes no fim do primeiro bloco e no início do segundo. Uma das cenas suprimidas foi a que Chapolin diz que o Abominável Homem das Neves é "o homem que vendia sorvete na Colônia de Férias". Por isso, ficou sem sentido a clássica tirada "me compra um de limão" do herói, ao ser acordado por Carlos (pelo menos esta piada deixaram). Também cortaram a passagem do Abominável Homem da Neves em frente à cabana no fim do primeiro bloco, em que Ramón Valdez, ao se aproximar da câmera, assusta a todos, tamanha é a perfeição da aparência horrenda de seu personagem. Outro fator que deixa o episódio um pouco maçante no DVD é a musiquinha que toca toda a hora, chata demais!!!! Como na versão clássica, ao se referirem aos sacos de dormir, variam entre o nome em português e o inglesado "sleeping bags" (usado também no áudio original). Entre tantos infortúnios da dublagem neste episódio, ao menos numa coisa a Gábia acertou: a pronúncia correta do nome Yeti. Enquanto na Maga utilizavam como sílaba tônica o "ti", ficando "Yetí", a Gábia acentuou o "Ye", pronunciando corretamente "Yéti".

            Quem Perde a Guerra, Pede Água - Único episódio do Chapolin no DVD com um enredo desconhecido no Brasil, é, sem dúvida, não só o melhor do disco como também um dos melhores do seriado. Não chega a ser exagero apontá-lo como o melhor de todos os cinco boxes até agora! A história é toda envolvente, de maneira a te prender até o final sem deixar o companheiro do lado respirar. Aliás, é um dos poucos episódios a ter tomadas cinematográficas, como a marcante cena do começo do episódio em que os dois companheiros feridos caminham, abraçados, em meio à fumaça. Os closes dos semblantes sedentos dos combatentes também são um claro exemplo. Vamos ao enredo: durante a guerra, o sargento (Horácio Gómez Bolaños) reclama que o cabo (Ramón Valdez) lhe tomou o seu cantil de água devido à sede. Após a discussão, em função daquela ser a única água que possuem, o general (Rubén Aguirre) decide pendurar o cantil e adverte que o primeiro que tomar daquela água será fuzilado. Com uma sede terrível, os combatentes invocam Chapolin. E enquanto o herói é informado do que se passa no front, o sargento enlouquece e foge, irritado por terem lhe tomado seu cantil. O herói é encarregado de vigiar o cantil, mas logo, ele, mais o cabo e o general, tentam tomar a água escondidos, mas sem sucesso. Até que Chapolin acaba tomando toda a água do cantil, enquanto o cabo discursa que todos os combatentes devem se ajudar um ao outro. Depois, o sargento, revoltado, começa a atirar nos próprios companheiros, revoltado por ter perdido seu cantil. No momento em que Chapolin e o cabo desarmam o sargento louco, a enfermeira (Florinda, neste episódio um autêntico clone da Jeannie é um Gênio) avisa que a guerra acabou. Faceiros, os combatentes sedentos comemoram o fato de poderem ir até o reservatório tomar água, sem o risco de cruzar com o inimigo. Nesse momento, o soldado (Carlos Villagrán) diz que deseja ir ao reservatório com o rosto limpo e, para o espanto de todos, tira o capacete da parede fazendo aparecer uma torneira, então tapada pelo capacete. E Carlos lava o rosto numa boa. Destaque para a música cantada por Horácio Bolaños enquanto atira nos companheiros ("Meu cantil, meu cantil..." em estupenda atuação do dublador Alexandre Marconatto). E, por fim, um erro de gravação que só quem assiste ao episódio a partir da segunda vez percebe: nas primeiras cenas, nas tomadas mais abertas, a torneira que marca o fim do episódio pode ser vista de longe, bem prateadinha. Chespirito e o diretor Enrique Segoviano devem ter pedido para pendurar o capacete na torneira só depois da gravação da primeira cena. Mas nada que tire o brilho deste esplêndido episódio!

            Chespirito "Contra-Regra" - No menu do DVD, aparece escrito "ChespErito". Estava demorando... Sobre o esquete, da década de 80, ele se passa num set de gravações e o casal de protagonistas (Florinda e Rubén) mais o diretor (Edgar) têm de ouvir as cobranças burocráticas do contra-regra (Chespirito) pelos seus direitos, tudo para ele arredar uma cama que está fora de lugar. Irritados com o contra-regra, Rubén e Edgar decidem pedir pela demissão do funcionário, enquanto Chespirito ouve e pensa que querem matá-lo. Na cena prevista para ser gravada, a mocinha ameaça o marido com uma bomba. E o explosivo fornecido pelo contra-regra é de verdade. Tanto que Rubén atira a bomba pela janela e acaba atingindo Chespirito, que tem a certeza absoluta de que queriam lhe matar. Esquete não tão engraçado, mas com um texto bastante interessante, sobretudo com Chespirito fazendo um categórico e detalhado discurso sobre os direitos humanos, acenando a possibilidade de todas as nações entrarem em guerra, de maneira a arrancar a confissão de Florinda de que os próprios atores foram quem arredaram a cama - serviço que era para ser feito por ele mesmo. "Você acabou de evitar a Terceira Guerra Mundial", conclui o contra-regra chato à Florinda.

            O Gordo e o Magro Voltam a Atacar - O locutor anuncia o título do episódio equivocadamente, dizendo "O Gordo e o Magro VOLTARAM a Atacar". No esquete, amarelado para se remeter aos tempos mais antigos, a dupla apronta na biblioteca, fazendo todo o tipo de barulho tanto ao tentar guardar os chapéus no porta-chapéus como no caminhar do magro, com o rangido do sapato e até de suas meias. Esquete curto, mas meio cansativo. Não gostei muito...

            DVD DO CHESPIRITO - Eis os episódios presentes no disco: "Porca Solta Ataca Novamente" (Chapatin), "A Rosca de Reis" (Chaparrón), "A Morte do Botijão" (Chompiras), "Esse Morto não é Brincadeira, Dom Caveira", "O Berro que o Gato Deu" (Chapatin), "Com Inventário e Inventor, Fica Louco o Auditor" (Chaparrón) e "Trair e Mentir, é só Reagir", além do extra "A Guerra da Secessão". A maioria dos esquetes são inéditos e dos anos 80, à exceção do episódio do Dom Caveira (gravado nos anos 90 e apresentado em 2001 pelo SBT) e da Guerra, que era inédito no Brasil até abril de 2006. O grande destaque é a participação de Ramón Valdez em dois episódios: "A Rosca de Reis" e "O Berro que o Gato Deu".

            Porca Solta Ataca Novamente - Remake do clássico do Chapolin, em que o louco furioso Porca Solta (mais uma vez interpretado por Rubén Aguirre) está à solta pelo consultório do Dr. Chapatin e que só se pode comunicar com ele através de sinais. Caso contrário, o louco se torna agressivo. O esquete termina na parte em que o detetive (dessa vez interpretado por Raul Padilla) é capturado pelo paciente (Edgar Vivar) que é confundido com o louco por Chapatin. O nome original do louco é Poucas Trancas (dessa maneira que ele é chamado na segunda dublagem do episódio, exibida há alguns meses pelo SBT), mas a equipe do Fã-Clube mudou para Porca Solta, sendo fiel à primeira e mais tradicional dublagem. E no início do episódio, quando Chapatin ensaia a prática da massagem, uma fala da nova dublagem é aproveitada no texto, quando a enfermeira (Florinda) insinua que ele está "tocando um sambinha".

            A Rosca de Reis - Divertido esquete em que Chaparrón e Lucas visitam a vizinha Corina (Angelines Fernández), que deixa os dois esperando em sua casa a fim de comprar uma rosca de reis (parente dos chifrinhos de nozes, mais um lanche exótico mexicano). A dupla decide fazer a rosca e daí inicia-se uma confusão na hora da confecção da rosca semelhante à presente em diversos episódios do Chaves, quando as crianças querem fazer um bolo. Por exemplo, Lucas e Chaparrón tentam abrir o ovo com uma faca e um abridor de garrafas. Eis que o marido de Corina (Ramón Valdez) chega em sua casa e acaba pagando o pato, com a dupla derramando farinha e leite em cima do homem. Enquanto os loucos colocam o pacote com a farinha dentro na panela ao invés de apenas a farinha, Corina chega da padaria lamentando que a rosca de reis havia terminado. Mas, para a surpresa do casal, a rosca de reis feita pela dupla sai perfeita do forno, após Chaparrón adiantar o relógio em duas horas a fim de apressar o aprontamento da rosca.

            A Morte do Botijão - Primeira versão do episódio em que Chimoltrúfia se finge de morta, presente no DVD nº 2 de Chespirito, dessa vez quem parte dessa pra melhor é o Botijão, enciumado com um bilhete escrito pela esposa que ele imagina ser para outro homem. No fim, Botijão (cujas caras de zangado são divertidíssimas), ao confessar que estava fingindo, leva uma surra de Chimoltrúfia. No outro episódio, Chimoltrúfia ganha uma caixa de música do marido. Um detalhe na dublagem: uma prima Socorro é citada por Chompiras, sendo que no original é dito "dolores", "dores" em espanhol. No episódio do segundo box, Chompiras diz "o que tem minha prima Dolores?", com a tradução feita ao pé da letra. A melhor saída foi da dublagem Maga, no episódio "Enfermos por Conveniência" do Dr. Chapatin, apresentado no dia 16/9/2006 pelo SBT onde "dolores" é dublado como "Das Dores".

            Esse Morto não é Brincadeira, Dom Caveira - Episódio apresentado pelo SBT no dia da estréia do Clube do Chaves, em 2 de junho de 2001. Dom Caveira, dono de uma funerária, começa a enxergar um defunto por toda a parte, desde o caixão no salão da funerária, até o roupeiro e o baú de sua casa. Enquanto o senhor Carlos Veira (chamado de Véra na dublagem, já que seu nome, no original, é Carlos Vera) fica atordoado, achando que precisa de férias, o segurança Miguel (ator desconhecido), namorado de sua filha Suzana (atriz desconhecida, quem tiver os nomes deles me avisem!), tenta de toda a maneira se esconder de Dom Caveira, que não gosta do jovem. Até que Miguel e a empregada Genoveva (María Antonieta de las Nieves, cujas fitas no cabelo e na roupa têm as cores verde e amarela... bem brasileira!) descobrem a presença do defunto que Dom Caveira enxerga por todo o lado, no mesmo momento em que o doutor Rafael Contreras (Rubén Aguirre) confessa que contratou o ator para se passar por morto a fim de assustar o amigo. Quando Rafael pensa em pagar o cachê ao ator, eis que ele é levado para a funerária por Miguel e Genoveva, e o empregado de Caveira, Celório (Moysés Suárez), fecha o caixão imaginando que o homem está morto mesmo. Curiosa a música fúnebre tocada num piano no momento em que Dom Caveira, em seu quarto, descobre que o ator está no seu roupeiro. Tudo bem que o episódio fala de mortos, mas... E a voz de Celório, que no Clube do Chaves era mais aguda (típica de alguém atrapalhado), foi trocada por outra mais grave, semelhante à voz de Alexandre Marconatto (dublador dos personagens de Horácio Bolaños) e que se assemelha também ao timbre de Luís Carlos de Moraes, dublador do Seu Furtado, do Seu Madroga e de Hector Bonilla. Episódio mais longo do DVD, não possui muitos momentos cômicos, chegando até a dar sono...

            O Berro que o Gato Deu - Primeira versão do episódio "O Gato e o Buldogue" exibido no dia de estréia do Clube, o paciente (Ramón Valdez) se queixa de dores no corpo todo, acarretadas após uma queda sofrida na escada depois de pisar no rabo de um gato. Irritado com as trapalhadas do dr. Chapatin, Ramón decide ir embora do consultório e acaba sofrendo novamente o mesmo acidente. Neste episódio, a galera responsável pelas adaptações dos scripts soltou uma das maiores pérolas de todos os tempos. Após o "insinua que sou velho?", Ramón larga o seguinte: "Você já era um velhote quando fez figuração lá no primeiro episódio do Chaves". Impagável ouvir Carlos Seidl falando isso. No original, Ramón diz que Chapatin fazia transplante nos astecas e inclusive solta um "lá" bem agudo (por isso que Seidl força um pouco a palavra "velhote"). Extraordinário!!!! Claro, alguns chavesmaníacos mais conservadores não gostaram. Mas não importa: ficou um barato, mesmo sabendo que o Dr. Chapatin não aparece no primeiro episódio do Chaves (o "Homem da Roupa Velha", presente no primeiro box). E quando Ramón deseja saber quando voltará a andar, Tatá dubla Chapatin dizendo que deseja ver o calendário do ano de 2015. O mesmo ano foi citado no episódio do Clube. O mais curioso é que, originalmente, o ano citado é 1988, coincidentemente o ano em que o mestre Ramón Valdez nos deixaria.

            Com Inventário e Inventor, Fica Louco o Auditor - Na minha opinião, o mais engraçado episódio do DVD. Enquanto Chaparrón diz que inventou uma moldura que faz as pessoas ficarem invisíveis, eis que aparecem dois auditores (Raul Padilla e Horácio Gómez Bolaños) que desejam ver os livros com as declarações dos bens da dupla. Evidentemente, Chaparrón e Lucas não entendem nada, o que acaba proporcionando momentos impagáveis. Lucas (que diz ser nativo de Tangamandápio) traz uma estante com livros e apresenta ao auditor dois entitulados "O Sucesso Mundial dos seriados Chaves e Chapolin" e "Breve Introdução ao Ensino com Comentários do Professor Girafales". Após irritarem os fiscais do Imposto de Renda, que chegam a fazer uma auditoria pela casa toda, eles desejam saber no que a dupla se dedica. "Eu me dedico em não fazer nada", diz Lucas. "E eu ajudo ele", complementa Chaparrón, que no fim revela ser um inventor e uma das suas mais significativas é a que fabrica o próprio dinheiro. Outro trecho curioso é aquele em que Lucas diz "Se o Tarcísio Meira me procurar, diga que estou em 'out' ". Coisas do Chespirito...

            Trair e Mentir, é só Reagir - Rubén é um picareta que tem duas namoradas (Florinda e María Antonieta), não gosta de trabalhar e mora junto com seu amigo Chespirito, que sem querer acaba falando o que não deve nas horas mais impróprias. Enquanto vive batendo na porta um homem (Edgar) para quem Rubén vendeu um carro, reclamando que falta o pneu de estepe, as duas namoradas aparecem e cada uma ouve Chespirito dizer que Rubén ama a outra, para a irritação de ambas, que chegam a tentar fazer ciúme a Rubén com Chespirito. No final, em mais uma aparição do homem que deseja saber do pneu de estepe, eis que Chespirito aparece com o pneu perguntando pelo motivo dele estar no banheiro. Episódio fraco!

            A Guerra de Secessão - Inédito no Brasil até 22 de abril de 2006, o episódio (dos anos 70) se passa durante a guerra ocorrida nos Estados Unidos entre 1861 e 1865, em que os soldados do Norte desejam a libertação dos escravos, ao contrário dos soldados do Sul. Enquanto isso, o soldado Chésper (Chespirito) deserta de uma batalha, fingindo estar com o braço quebrado. Mas o general (Ramón) descobre a farsa e manda o sargento Willagrand (Carlos, chamado na versão Maga de Mortimer) fuzilá-lo. Willagrand dá a idéia de Chésper se disfarçar de negro e diz que ele é um escravo que acabou de comprar. Chésper, como negro, acaba sofrendo todos os castigos em função das trapalhadas de Willagrand, que alega que "meu escravo apanhando é como se eu apanhasse". Até que, quando o sargento diz que irá se casar com Florinda, eis que Chésper toma a donzela em seus braços, coloca que "casando-se com o escravo dele é como se casasse com ele" e vai embora com Florinda. Em cima da hora, a equipe da adaptação do Fã-Clube conseguiu mudar várias falas, mantendo-se fiel à dublagem Maga, como na fala de George Washington: "um gostam dos olhos, outros da ramela". Tanto que a legenda aparece com textos bastante diferentes da dublagem em alguns trechos.

            É isso aí! Até o sexto box, pessoal! Fiquem agora com as últimas do meio CH.

MESTRE MACIANDO NA SAPUCAÍ
As últimas do meio CH


Da esquerda pra direita: Marcelo Gastaldi, Osmiro Campos e Carlos Seidl

O site do Mário Lúcio de Freitas (compositor de trilhas musicais, produtor de dublagem e eterno parceiro de Gastaldi) liberou para download o vídeo do piloto da série "Feroz e Mau-Mau", idealizada por Marcelo Gastaldi (dublador do Chaves) em que ele mais Carlos Seidl (Seu Madruga) interpretam uma dupla atrapalha foragida da polícia. Osmiro Campos (Professor Girafales) dá vida ao policial e o próprio Mário Lúcio de Freitas é um delegado. Realmente, "Feroz e Mau-Mau" tem o mesmo estilo de humor de Chaves e Chapolin, pois numa cena, Gastaldi, com uma britadeira, impede o diálogo entre Seidl e Osmiro e, depois, já preso, é confundido com o prefeito e acaba regendo uma orquestra em plena delegacia. A impressão que temos é de estarmos assistindo a um episódio de nossos seriados favoritos, em função das vozes e também porque os portes físicos de Gastaldi e Seidl lembram mesmo Chaves e Seu Madruga, respectivamente. O vídeo, gravado em 1991, é o piloto da série que, segundo Mário Lúcio em seu site, já estaria aprovada pelo SBT. Porém, o projeto não foi adiante devido a um desacordo financeiro de Gastaldi com a emissora. Vendo o piloto, a série realmente não é tão engraçada e, por isso, acredito que não emplacaria. Mas se trata de uma grande pérola porque é uma oportunidade mais do que rara de vermos o saudoso Marcelo Gastaldi, a eterna voz de Chaves, em ação. Quem é chavesmaníaco certamente ficará boquiaberto com os donos das famosas vozes contracenando juntos. Para baixar "Feroz e Mau-Mau", clique aqui. Ou assista ao trailer clicando aqui.

Um evento sobre Chaves ocorreu em Porto Alegre no último dia 3/12 no Clube Israelita Hebraica, no bairro Bom Fim. Com vários patrocinadores, o evento, que também trouxe atrações do mundo dos animes japoneses, foi organizado pela TSM Eventos. Aliás, mal organizado... Eu disse mal organizado? Muito mal organizado!!!!!!!!!! A princípio, estavam incumbidos na organização da festividade o presidente do Fã-Clube gaúcho Maurício Trilha, o Kagiva, e eu. E segundo o anúncio reproduzido à esquerda, dois dubladores da série Chaves estariam em Porto Alegre. Seria uma maravilha, né? Só seria... Aí começou uma série de infortúnios: Nelson Machado (Quico) não quis vir por ter medo de avião e por não querer perder, dentro de um ônibus, um dia de trabalho; Carlos Seidl (Seu Madruga) se ausentaria por estar muito envolvido na dublagem de um filme e também na do desenho do Chaves (da qual será diretor); e Cecília Lemes (Chiquinha) cancelou sua aparição em cima da hora alegando doença de sua mãe. Ao menos a presença de Gustavo Berriel (Nhonho e Jaiminho nos DVD's da Amazonas) estava confirmada. Mas eis que ocorre a gota d'água! Após receber da organização a confirmação de que o dinheiro de sua passagem para Porto Alegre mais despesas seria enviado, o que acontece? Não enviaram nenhum centavo para o Berry. Resultado: Kagiva e eu boicotamos o evento! A própria TSM confirmaria posteriormente que não haveria evento chavesmaníaco. Mas o que ocorreu depois, para espanto de todos? A notícia de que Cecília Lemes estava na festividade, mesmo após ter dito que não apareceria. Segundo Kagiva, a dubladora deve ter se enfurecido com a ausência de Berriel, já que este seria o encarregado de lhe lembrar das piadas da filha do Seu Madruga durante sua palestra aos fãs (Kagiva e eu também daríamos uma força). Resultado: a TSM Eventos acabou nos usando para trazer Cecília e assim jogar o Fã-Clube para escanteio! Já diria Osmar Lins: peroba neles!!!! Uma pena, mesmo! Evento de verdade só teremos se organizado pelo Fã-Clube Chespirito-Brasil mesmo...

Chaves, pra variar, continua sendo o pivô das repentinas mudanças de programação sem prévio aviso do titio Sílvio. Primeiro, por dois dias, Chaves foi substituído pelos desenhos "X-Men Evolutions" e "Liga da Justiça" e, sem mais nem menos, voltou. Até a semana que se encerrou no dia 8/12, "Os Flinstones" era exibido às 18h (podendo ser substituído por "Minha Vida é uma Novela"), e Chaves tem apenas uma exibição à tardinha, às 18h30min, além de ter voltado para às 14h15min (para toda a rede). Se essa coluna for publicada e os horários se modificarem novamente, não se surpreendam...

No último dia 12/11, foi exibida no Domingo Legal do Gugu uma matéria em que o usuário do FUCH Gustavo Nightmare (D) e seus dois irmãos ganham um quarto personalizado, idêntico à vila do Chaves. No quadro, denominado Dormindo Legal, o fã manda uma carta para a produção do programa pedindo uma reforma em seu quarto, de maneira a ele se remeter a um ídolo. Gustavo foi prontamente atendido, e ganhou o seu quarto a la Chaves. Pra quem não viu, ele postou a íntegra da matéria no tópico do Fórum Único Chespirito. Clique aqui para assistir. Vale também pelas inúmeras cenas do seriado apresentadas durante a edição da matéria. Mais uma vez, parabéns Gustavo!!!

Duas notícias tristes de falecimento no meio CH. A primeira ocorreu em 2004, mas só agora ficamos sabendo: Carlos Pouliot, o Don Lucho da série Chompiras. Seu personagem foi o primeiro dono do Hotel Buena Vista e atuou de 1987 a 1992, quando foi substituído por Moysés Suárez e seu personagem Seu Cecílio.


Carlos Pouliot e Raúl Velasco: saudades!

Pouliot nunca foi visto em episódios no Brasil, nem na CNT em 1997... E a nossa segunda perda foi o homem do gesto "C", Raúl Velasco, no dia 26/11, vítima de falência múltipla de órgãos. Famoso apresentador da TV mexicana, Velasco é conhecido por aqui pela aparição no episódio da Festa a Fantasia, em que, fantasiado de Napoleão, tem a sua carteira roubada por Chompiras (chamado de Baixinho no episódio). Após se despedir do gatuno, Velasco, com uma cara de bobo, faz o gesto, que em seus programas significavam a ida para o intervalo num categórico "C" de comercial. Vá com Deus, Raúl Velasco!!! Link da notícia da morte de Velasco aqui.

Antes de irmos para os resumos, nunca pensaram em chamar assim Chiquinha e Quico? Francisca Madruga e Frederico Matalascayano Júnior, respectivamente? Vale lembrar o nome completo de Florinda (dito no episódio em que Dona Neves e Jaiminho chegam à vila); Florinda Corcuera Vidialpango, viúva de Matalascayano (o pai de Quico também se chamava Frederico, por isso o Júnior no nome do Quico). Típica curiosidade inútil...

A BAILARINA MANGOVA E O UNIFORME DO SOLDADO
Resumo do episódio inédito exibido no dia 18/11/2006


Fotos: Alma Negra

            PRIMEIRO BLOCO - Na redação, um jornalista (Carlos Villagrán) recebe, por telefone, uma ordem do diretor. Carlos se desespera e diz que nunca ninguém conseguiu fazer o que ele pede. O diretor ameaça tirar o seu emprego. Carlos desliga o telefone e, preocupado e com um cigarro na boca, invoca Chapolin. O herói aparece em cima de uma estante de arquivos. Carlos diz que tem uma missão para Chapolin: trabalho. O herói diz "adeus" e se dirige à porta de saída. Carlos puxa Chapolin e diz que a missão é fácil e que qualquer tonto pode fazer. Chapolin pede que ele faça.


Mal o episódio começa, e Chapolin já recebe o pedido de socorro

            Carlos pergunta se Chapolin conhece Mangova, a famosa bailarina russa. Chapolin: "Ah, a bailarina Mangova??? Não!". Carlos lembra que viu Mangova executar "a morte do cisne". Chapolin pergunta se ela tinha licença de caça. Carlos se recorda que ela nunca permitiu que se tirassem fotografias dela. Chapolin deduz que Mangova seja medonha e pobre e Carlos diz que, pelo contrário, é bonita e que não se deixa fotografar por caprichos de artista. Chapolin pergunta qual é o problema do jornalista e Carlos responde que ele precisa tirar fotos da bailarina Mangova e que, se não fizer, perderá o emprego. Chapolin não vê nenhum problema, mas Carlos avisa que ela logo suspeitaria de que ele é um jornalista e quem tem que executar a missão é alguém que não suspeite. E de preferência, um herói com fama mundial. Chapolin se gaba e pergunta se Carlos tem uma câmera. O jornalista logo entrega a Chapolin uma câmera bem pequena (do tamanho das digitais de hoje, porém analógica, já que, na época, as câmeras digitais praticamente não existiam). O herói pergunta se a câmera encolheu. Carlos diz que aquele tipo de câmera foi utilizada na Segunda Guerra Mundial, e o tamanho da foto é pequenininho, mas que depois é ampliado. Carlos, empolgado ao fazer o sinal com os braços de que a foto pode ser ampliada, acaba acertando o rosto de Chapolin. O herói tenta devolver o safanão, mas acerta a parede, já que Carlos acaba dando alguns passos para a esquerda.


Eis a avó das atuais microcâmeras digitais

            O jornalista diz que o importante é Mangova não suspeitar de que Chapolin traz consigo uma câmera, sob pena de acontecer o mesmo com o fotógrafo que foi fazer uma foto dela há um ano: até hoje não saiu do hospital. Chapolin desiste da missão, e Carlos avisa que Mangova tem um guarda-costas. O jornalista deixa claro que Chapolin não deve morrer de medo só porque ele tem dois metros e pratica caratê o dia todo. Chapolin ironiza colocando que só tem medo dos baixinhos que fazem exercícios de gramática. Carlos se prepara para sair com Chapolin, dizendo que ele pode ser um amigo que o apresentará à bailarina, além de distraí-la para que o herói possa tirar a foto. Chapolin diz "eu acho" e Carlos o puxa rumo à missão. No teatro, um homem sai de maca enquanto Mangova (Florinda Meza) termina seu show. O guarda-costas Ivan (Rubén Aguirre), truculento e de óculos escuros, avisa que o surpreendeu tirando fotos suas enquanto ela dançava, e mostra a câmera fotográfica usada. Ela fica aliviada, enquanto o brutamontes amassa a câmera e a atira longe.


Ai de quem tentar tirar uma foto da bailarina Mangova: o guarda-costas Ivan manda direto pra padiola (quer dizer, hospital)

            Mangova entra em seu camarim e se surpreende com a presença do jornalista, que se diz seu admirador. Ela logo chama Ivan, mas Carlos diz que tem uma grande personalidade para lhe apresentar. Mangova logo se empolga e Carlos diz que é o Chapolin Colorado, o herói aparece e mal consegue completar seu "não contavam com minha astúcia": já é puxado e arremessado pra fora pelo guarda-costas. Ivan dá uma surra em Carlos e o joga porta afora. Chapolin: "Se aproveitam de minha nobreza".


O jornalista Carlos e Chapolin são mal recebidos pelo guarda-costas

            Depois, dentro do camarim, Ivan trata dos ferimentos de Carlos e deixa claro que ele é um jornalista. Mangova diz que está comprovado de que ele está sem câmera. Chapolin nega que tenha uma também, mas Mangova, ainda assim, o revista. Chapolin sente cócegas. Mangova diz que é questão de segurança, e Chapolin se recorda de alguns ditados: "Mais vale prevenir que dois voando", "Mais vale um pássaro na mão que remediar", "Eu me sinto voando como se fosse um pássaro... e mais vale prevenir, mas nem sempre dá pra remediar... mas dá pra voar". Mangova dispensa Ivan, já que Chapolin e Carlos não trazem câmera, e deseja saber o motivo da visita. Carlos diz que Vermelhinho lhe trouxe um presente. Mangova se empolga e Carlos diz que é um presente-surpresa e que ela tem que fechar os olhos. Ela obedece.


Chapolin deseja que Mangova saia bonita na foto

            Carlos pede para que Chapolin pegue a micro-câmera, que está dentro de uma gaveta da cômoda. Chapolin ajeita a cabeça de Mangova, penteia seu cabelo, e se prepara para bater a foto, enquanto Carlos fica apreensivo. Polegar pergunta onde que se clica para bater a foto. Carlos explica e aproveita para ajustar o foco da câmera. Mangova, ainda de olhos fechados, fica cada vez mais na expectativa. Chapolin está pronto para bater a foto, quando o guarda-costas Ivan retorna ao camarim e cutuca Chapolin, que pede para que ele espere um pouquinho. Ivan ordena que Chapolin lhe entregue a microcâmera. Mangova se apavora.


Que flagra, que flagra, que flagraaaaaa...

            O herói avisa que o presente é a câmera. Mangova e Ivan fitam o herói de maneira séria, enquanto Chapolin desconversa. O herói entrega a microcâmera pra Mangova, que a repassa para Ivan, que a mastiga e engole. Chapolin fica pasmo com a cena.


Ivan engole a câmera

            O guarda-costas e o jornalista se retiram do camarim. Chapolin está para sair também, mas prefere ficar admirando os passos de Mangova, que resolve ensaiar sua dança. Ela estranha que Vermelhinho ainda esteja no camarim, e ele lhe pergunta o motivo por não deixarem lhe fotografar. Enquanto os dois dialogam, Mangova ensaia e Chapolin tenta acompanhar, de maneira tosca. Chapolin se empolga e começa a dançar balé sozinho, inclusive flutuando no ar (nem precisa dizer que o chroma-key de imagens está presente) e em câmera lenta, proporcionando uma cena engraçadíssima. Mangova se espanta com o que vê e diz que o próprio Chapolin é o único obstáculo se ele mesmo quiser ser bailarino.


Seqüência da hilariante canja de Chapolin como bailarino (só faltou a mão transplantada do outro episódio)

            Chapolin retorna ao assunto e pergunta o que pode acontecer se lhe tirarem uma fotografia sua. Mangova resolve contar uma história sobre o ocorrido em um quartel militar. O cenário passa a ser o escritório do general (Ramón Valdez), enquanto o sargento Chori (Rubén Aguirre) se apresenta apenas com as roupas de baixo, para a indignação do general.


A história contada por Mangova se passa num quartel

            Exatamente nesta cena que se inicia o episódio extra do DVD número 3 de Chespirito, entitulado "O Uniforme do Soldado". FIM DO PRIMEIRO BLOCO

            SEGUNDO BLOCO - Ramón pergunta como que ele se atreve a se apresentar de trajes menores. Chori conta que estava tomando banho no rio, quando roubaram o seu uniforme, e ele não sabe quem foi. Ramón diz que somente um retardado mental se deixa roubar sua roupa e lhe dá cinco minutos para que Chori descubra quem roubou seu uniforme.


O general se enfurece com a apresentação de Chori naquele estado

            No momento em que Chori fica preocupado, o soldado Chespirito se apresenta com a roupa de Chori, evidentemente inadequada para seu pequeno tamanho. Chespirito vê Chori em trajes menores e diz que sempre confunde a porta do banheiro com a porta do escritório. Chori ordena que o baixinho tire o uniforme, alegando que é dele, e Chespirito percebe porque ele ficou grande demais e relembra o que o general disse, que só os retardados mentais têm seus uniformes roubados. Chespirito, enquanto tira o uniforme, conta que também estava nadando no rio e que teve seu uniforme roubado, aí pegou o de Chori. O sargento lhe questiona se ele não sabia que o outro uniforme tinha dono e que ele também poderia estar nadando no rio. Chespirito pensou que fosse de um idiota. Chori se irrita e Chespirito coloca as mesmas razões, de que quem roubou o seu também poderia estar ciente de que tinha dono. Chespirito suspeita que foi Chori quem o roubou. Chori pergunta como le ficaria na roupa de Chespirito. "Como um dinossauro de biquíni", devolve o baixinho.


Soldado Chespirito e seu avantajado porte físico

            Chespirito fica só de ceroulas e fica aliviado porque já passou o concurso de Miss Universo. O baixinho pede que Chori descubra quem roubou o uniforme, indignando o sargento. Quando Chespirito sai pela porta dos fundos, na da frente entra Florinda, vestida com o uniforme do soldado. Chori deseja saber o que ela faz com o uniforme e Florinda explica que roubou-o para entrar no quartel. Chori coloca que o uniforme é de Chespirito e ela diz que Chespirito deve ser esbelto porque ficou ótimo nela. Chori corrige que ele é um anão.


Florinda se disfarça de soldado a fim de fotografar o general

            Florinda explica que está disfarçada para tirar uma foto do general para uma reportagem que está fazendo. Chori explica que Ramón detesta ser fotografado. Ela diz que ninguém resiste ao encanto feminino. Chori prefere não se envolver no caso. Florinda pede que Chori lhe mostre a cara do homem e o sargento responde que ele estará, naturalmente, vestido com a roupa do general.


Olha a prosa de Chespirito...

            Eis que Chespirito sai do vestiário com o uniforme do general, com toda a pose, de nariz empinado e cigarro na boca. FIM DO SEGUNDO BLOCO

            TERCEIRO BLOCO - Com o uniforme do general, Chespirito deixa o local, enquanto Ramón sai do vestiário em trajes menores.


Mais um que teve seu uniforme roubado

            Ele entra em seu escritório e Florinda se surpreende ao vê-lo daquela maneira. Ramón pensa que ela é um soldado e conta que lhe roubaram o uniforme. Ele pergunta pelo sargento Chori e Florinda, com a cabeça baixa e sem se identificar, aponta para a porta dos fundos. Ramón deixa a sala, no momento em que entra o soldado Chespirito com o uniforme do general. Florinda logo se insinua para o soldado, pensando que ele é o general. Florinda seduz Chespirito, que estranha o fato de um soldado lhe dar em cima. Ela avisa que o sargento Chori é seu amigo íntimo e Chespirito se espanta. Ele deixa a sala, e ela pede para fazer uma foto. Chespirito dá de cara na porta, enquanto ela clica. Ele vai embora e Florinda festeja.


Florinda canta Chespirito pensando que este é o general

            Chori aparece e Florinda lhe diz que tirou várias fotos do general. Chori lhe toma a câmera, colocando que o general pode pensar que ele está envolvido. Florinda pede com carinho para que Chori devolva a câmera, mas este permanece decidido em não entregá-la. Chespirito volta ao escritório e vê Florinda abraçada a Chori. Ele pensa que o soldado está cantando o sargento e fica novamente pasmo. Ela trata com carinho o sargento, mas ele não devolve a câmera. Ela se enfurece e diz que nunca mais falará com Chori, e deixa o escritório.


Chespirito não está como o Dr. Chapatin, mas também sente "coisas"

            Chori vê Chespirito com o uniforme do general e tenta tocá-lo, mas Chespirito pede para que ele não chegue perto, colocando que o viu conversando com o "soldadinho". Chori explica que é uma garota que está vestida como soldado e usando o de Chespirito, que pergunta se ela é bonita. Chori diz que ela é linda. Chespirito vai atrás dela pela porta dos fundos, e Chori o acompanha, deixando claro que ela é sua namorada. Pela porta da frente, Florinda aparece vestida como mulher e pega sua câmera, colocada em cima da mesa do escritório. Ramón, com o uniforme do soldado, aparece e se surpreende ao ver Florinda.


Florinda, já vestida como mulher, ignora o general com o uniforme do soldado

            Ela, pensando que o general é um soldado, não lhe dá confiança e diz que já devolveu o seu uniforme. O general avisa que só está como soldado porque roubaram o seu. Florinda não escuta o que Ramón diz e resolve ir atrás do general, achando que ele é Chespirito, que aparece, ainda fardado como general. Ele vê Ramón vestido de soldado de costas e pensa que é Florinda.


Ai, chuchu!

            Chespirito joga todo o seu charme para Ramón e lhe toma nos braços, querendo um beijinho. Chespirito se assusta ao ver a cara de Ramón, enquanto Florinda aparece, da porta dos fundos, e tira uma foto dos dois abraçados.


Florinda consegue a foto perfeita

            A imagem volta para a bailarina Mangova, que explica porque é incoveniente que se deixem tirar certas fotografias. Chapolin completa que tem gente que faz negócios com certas fotos.


"Fotos da Mangova por 50 mangos"

            Do lado de fora do camarim, o guarda-costas Ivan aparece com várias fotos de Mangova e comunica ao jornalista Carlos que elas estão á venda por 50 mangos. Carlos fica espantado. FIM DO EPISÓDIO

TEM UMA MOSCA NO MEU CAFÉ
Resumo do entremés inédito exibido no dia 25/11/2006


Fotos: Alma Negra

            Num restaurante, um cliente (Edgar Vivar, idêntico ao personagem Dr. Delgadinho, que aparece no episódio em que Seu Mundinho acredita ser o Chapolin Colorado) se queixa com a garçonete (Florinda Meza) de que há uma mosca em seu café. Ela implora que Edgar não levante a voz, mas ele berra ainda mais, retrucando que na próxima vez, ao invés de mosca, irão lhe trazer um elefante voador. O gordinho pede a conta e Florinda diz que fica por conta da casa. Edgar insinua que ela está tentando suborná-lo. A garçonete avisa que a casa paga a conta para lhe pedir desculpas e ainda lhe oferecerá de graça um copo de conhaque. Edgar aceita, enquanto que, da mesa do lado, Dr. Chapatin e seu amigo velhinho (Carlos Villagrán, idêntico ao Professor Baratinha de "O Extrato de Energia Volátil" e ao velhinho do episódio do Seu Mundinho) observam tudo.


O sósia do Dr. Delgadinho se irrita com a mosca no café

            Chapatin diz que é fácil comer no restaurante sem pagar a conta. O outro velhinho concorda e vai embora, deixando Chapatin falando sozinho (este explicava que era só conseguir uma mosca para sair sem pagar). Florinda pergunta se Chapatin não quer mais alguma coisa. Ele pede uma mosca e se atrapalha todo. O doutor resolve deixar o restaurante, e a garçonete lembra que falta a conta. Chapatin agradece, dizendo que já tem. Ela pergunta se Chapatin sairá sem pagar a conta e o médico diz que não tem dinheiro. Ela diz que terá de deixar um objeto de valor como garantia. Chapatin lembra de seu acendedor. A garçonete pergunta se ele quer que ela chame a polícia. "Mas sem cebola, por favor", completa o médico.


Chapatin tenta fugir sem pagar a conta

            Chapatin logo volta atrás, avisando que é uma brincadeira, e pede para que Florinda lhe traga um café. A garçonete adverte que irá avisar o porteiro do restaurante, atenta para o caso de alguém querer sair correndo. Chapatin arrasta sua cadeira até onde está o gordinho pedindo pela mosca de seu café. Ele diz que a garçonete já levou. Edgar arrasta a cadeira até a mesa de Chapatin sugerindo que uma barata seja utilizada, mas que Chapatin terá que consegui-la. A garçonete passa e os dois disfarçam. Chapatin arrasta a cadeira e pergunta se o gordinho tem alguma pulga, e ele diz que em sua casa há um cachorro salsicha.


Chapatin e Edgar: meu reino por uma mosca

            Chapatin arrasta a cadeira de volta a sua mesa e encontra Carlos, que diz ter conseguido uma mosca e que está na mão. Chapatin pede que o velhinho lhe dê a mosca e Carlos abre a mão. A mosca foge. Chapatin se irrita com Carlos, que reconhece o erro de ter trazido uma mosca viva. Chapatin recomenda que ele traga da próxima vez uma mosca otária.


O sósia do Professor Baratinha consegue uma mosca viva, mas a deixa escapar

            A garçonete traz o café de Chapatin. "E pra quê?", pergunta o médico. Carlos pede um para ele também. Chapatin enxerga uma mosca pousada no ombro de Carlos e lhe acerta um tapa na tentativa de matá-la. Ela voa em direção á Edgar, que também leva um tapa de Chapatin. Edgar se irrita e ameaça bater em Chapatin. Carlos chega por trás e dá um tapa no ombro do médico, alegando que a mosca estava paradinha em seu ombro. Chapatin devolve o tapa em Carlos, também dizendo, ironicamente, que a mosca estava em seu ombro. Chapatin pede que Carlos não se mova e acerta o rosto do velhinho por seguidas vezes. Carlos diz que está com um torcicolo. A mosca voa em direção à mesa de Edgar. Chapatin vai atrás e derruba a mesa. O médico anda de quatro, vai parar embaixo da sua mesa, e a derruba também ao se levantar. A garçonete aparece e vê a bagunça formada. Chapatin diz que é um tique-nervoso que tem ao tomar tanto café. Ela se queixa dizendo que acaba trabalhando dobrado e se abaixa para recolher os objetos atirados no chão. A mosca pousa no traseiro de Florinda. Chapatin faz menção de que irá acertar um tapa naquela região, mas logo ele muda de idéia.


Aí não pode, né doutor?

            Chapatin dá um tapa em Edgar, que tenta revidar. Chapatin se abaixa e Carlos leva o tapa. O médico se dirige até a porta do restaurante e acerta o rosto de um senhor (Horácio Gómez Bolaños), que pergunta porque que Chapatin lhe bateu. Edgar responde que eles estão atrás de uma mosca para colocar no café e assim podem sair do restaurante sem pagar a conta. O senhor acha a idéia boa, mas logo completa dizendo que é o dono do restaurante. Chapatin sente coisas.


O plano é relatado à pessoa errada

            Horácio pede que Florinda chame a polícia. Carlos implora que não e decide entregar o seu relógio para pagar a conta. Edgar também dá seu relógio ao dono do restaurante. Chapatin, curiosamente, não paga nada. Carlos convida Chapatin para deixar o restaurante e o médico avista uma mosca. Chapatin, de toda a forma, tenta matá-la, enquanto Carlos o puxa para ir embora. FIM DO ENTREMÉS

DR. CHAPATIN JOGANDO GOLFE
Resumo do entremés inédito exibido no dia 09/12/2006


Fotos: Eduardo Rodrigues e Thomas Henrique

            Dr. Chapatin chega no consultório do advogado Valdez (Ramón Valdez). O secretário Aguirre (Rubén Aguirre) diz que Valdez está ocupado. Chapatin resumunga, dizendo que ele está sempre ocupado de maneira a parecer banheiro público. O secretário recomenda que Chapatin dê uma voltinha que em pouco tempo Valdez se desocupará. Chapatin acaba girando o próprio corpo, alegando dar "uma voltinha", e pergunta se realmente Valdez está ocupado. O secretário afirma.


Chapatin deseja saber de seu paciente, o advogado Valdez

            Na sua sala, Valdez se dedica à sua ocupação: jogar golfe. Ele mede a trajetória do caminho entre a bola e o buraco, limpa o tapete da sala como se estivesse ajeitando a grama, fica suado e se benze antes de efetuar a tacada. Na sala de espera, Chapatin anda por um lado e por outro, enquanto Aguirre datilografa. Até que o médico diz que já esperou demais e decide entrar. Chapatin abre a porta e derruba Ramón, que estava próximo dela encurvado e pronto para fazer a tacada. Caído, Valdez avisa ao secretário que Chapatin é seu médico de cabeceira. O velho fica irritado, pois recomendou que ele fizesse exercícios e, ao invés disso, o pega descansando.


O doutor se irrita com o fato de Valdez estar "descansando"

            Valdez tenta se explicar, mas Chapatin interrompe colocando que os exercícios são fundamentais para matar os micróbios. Aguirre debocha, dizendo que com Chapatin os micróbios podem ficar tranqüilos e começa a rir. Chapatin lhe dá uma sacada. O secretário se retira. Valdez diz que anda se sentindo muito débil, muito fraco. Chapatin pergunta se nenhuma mulher o fez sofrer. Valdez responde que não foi apenas uma, e sim duas... mais um homem. Chapatin se assusta, mas Valdez completa que ele era dentista e lembra que sempre teve problemas com sua dentadura. Chapatin debocha comparando os dentes de Valdez com espigas de milho que debulham.


A dentadura de Valdez faz Chapatin sentir "coisas"

            Valdez avisa que está usando há quatro dias uma dentadura postiça que custou 500 mil à vista e a mostra. Chapatin diz que venderia a Valdez por 50 a dentadura que sua avó deixou de herança e complementa que ela morreu há apenas oito meses. Valdez se espanta por existir, até no ano anterior, uma pessoa mais velha que Chapatin, que questiona "insinua que sou velho?". Ramón responde que, quando Chapatin ia ao dentista, ele fazia os dentes com sementes de mamona. Nem é preciso dizer que Valdez leva sacadas. Chapatin quer saber porque Valdez não está fazendo exercícios. Valdez protesta e diz que há quatro semanas levanta às seis da manhã para jogar golfe e mostra o taco e a bolinha, completando que estava treinando quando Chapatin chegou. Valdez aguarda um instrutor de golfe e vai conferir se ele já chegou. Enquanto Chapatin começa a quicar a bolinha segurando o taco, Valdez pergunta a Aguirre se o professor Ribeiro, instrutor de golfe, apareceu. O secretário pergunta como que ele é. Valdez alega não conhecê-lo pessoalmente. Aguirre diz que só Chapatin apareceu e lembra que pediram para que Valdez subisse para um compromisso. Valdez pede para que o instrutor aguarde, se ele aparecer. Dentro da sala, Chapatin se abaixa e dá uma cabeçada na mesa. Depois, ao movimentar o taco, derruba um abajur acoplado em um poste. O médico, ao tentar mais uma tacada, derruba uma estátua. Por fim, Chapatin, após mais uma tentativa, acaba arremessando o taco, que quebra o vidro da janela.


Chapatin destrói o consultório do advogado com suas tacadas de "pura habilidade"

            Quando o secretário Aguirre vai averigüar o acontecido, o instrutor Ribeiro (Carlos Villagrán) aparece. Aguirre pede que Ribeiro aguarde dentro da sala. O instrutor é recebido com uma tacada no meio do estômago por Chapatin. Ribeiro quer saber o motivo de Chapatin jogar golfe sem receber as instruções elementares e, pensando que Chapatin é o advogado Valdez, lembra que está ali para ensiná-lo. Chapatin concorda, Ribeiro pede para que o doutor dê uma tacada e Chapatin lhe acerta a cabeça.


O instrutor Ribeiro aparece e confunde Valdez com Chapatin

            Ribeiro quer outro taco para começar a aula e dá a primeira dica: manter os pés sempre firmes. Chapatin bate os pés com muita força no chão. Segunda dica: pegar o taco com firmeza. Chapatin o pega com força, mas virado de cabeça pra baixo. Ribeiro diz que é do outro lado e o doutor se vira de costas. Ele corrige dizendo que o taco tem que ficar do outro lado. Chapatin finalmente acerta. Terceira dica: braço esquerdo mais firme e o direito mais solto. Chapatin força bastante o esquerdo e relaxa demais o direito. Quarta dica: não despregar os olhos da bola. Chapatin pega a bolinha e a coloca no olho. O instrutor ordena que a bola seja colocada no chão, mas Chapatin vai junto, se ajoelhando. Ribeiro avisa que não quer que a bolinha seja perdida de vista. Chapatin entende. Quinta dica: levar o taco para trás. Chapatin leva o taco até o canto da parede, o deixando "pra trás". O instrutor diz que tem que ficar atrás para preparar a tacada e, vendo as trapalhadas do doutor, diz não compreender que ele tenha lhe dito que há quatro semanas pratica golfe.


Era uma vez uma dentadura posiça

            Chapatin nega que tenha lhe falado que joga golfe e Ribeiro lembra que recebeu o telefonema para que fosse contratado e pergunta se Chapatin não é o advogado Valdez. O médico, evidentemente, nega e coloca que Valdez acabou de sair e que é fácil de reconhecê-lo porque usa uma dentadura nova. Chapatin mostra seus dentes a Ribeiro, que quer saber o motivo por Chapatin não ter se identificado antes que começasse a aula. Chapatin responde que o instrutor não perguntou e completa que não precisa de ninguém que o ensine a jogar. O médico resolve dar uma tacada para mostrar e a bolinha acerta a boca de Valdez, que aparece em frente à porta da sala, destruindo assim sua dentadura postiça.


Já diria Tião Macalé: "nojento, tchan"

            Após cuspir vários dentes, o advogado começa a chorar, mostrando sua banguelice. FIM DO ENTREMÉS

Agradecimentos à Alma Negra e à Fabão pelas fotos, pela agilidade e, sobretudo, pela prestatividade!

Mestre Maciel

marcofelgueiras@brturbo.com.br