O TERCEIRO BOX DE DVD'S DA AMAZONAS FILMES
Fotos: Mestre Maciel

            No terceiro box de DVD's da Amazonas Filmes, a dublagem definitivamente entra nos eixos. Na coluna em que comento sobre o segundo box, já havia dito que Tatá Guarnieri, dublador de Chespirito nos discos, havia se afirmado. Neste novo trabalho, recém-chegado nas lojas, tudo o que tenho a dizer é que Tatá está se afirmando mais ainda. Pela primeira vez, Tatá tem uma atuação perfeita ao emprestar sua voz aos personagens Chompiras e Chaparrón. Se até o segundo box eu me intitulava "viúvo do Cassiano Ricardo" - autor de um excelente trabalho no Clube do Chaves pelo menos como (utilizando a denominação da época) Chaveco e Pancada -, pela primeira vez não senti falta nenhuma da voz de Cassiano. Para Chaparrón, principalmente, Tatá mostra desenvoltura e irreverência. O desempenho como Chapolin e Chapatin continuam na média, ou seja, excelente. Para Chespirito interpretando outros personagens, como Don Juan Tenório, Tatá também teve atuação destacadíssima. Apenas como Chaves que Tatá não anda correspondendo. Tudo bem, temos muita empatia, uma notável ligação afetiva com o insubstituível timbre do imortal e singular Marcelo Gastaldi. Creio que nunca Chaves terá uma outra voz se não a do Maga. Tatá, evidentemente, está anos-luz à frente de Cassiano Ricardo, dublador do personagem no Clube. Hoje é, seguramente, o melhor profissional (vivo) que pode dublar Chaves no Brasil. É lógico que Tatá Guarnieri está devendo muito como Chaves, que o personagem perdeu boa parte de seu humor com uma voz diferente da de Marcelo Gastaldi (que encarnava o personagem, literalmente). Pode-se colocar um dublador atrás do outro que nunca os chavesmaníacos ficarão totalmente satisfeitos com uma nova voz para Chavinho. Maga colocou uma marca indelével na voz do menino órfão, uma identidade que nunca mais será perdida. Como não há como imitar Gastaldi, Tatá não encontra outra saída senão tentar dublar Chaves a seu jeito, sem copiar o antigo dublador. E faz muito bem, pois se tentasse imitá-lo, o desastre seria iminente. O saldo positivo com relação aos outros boxes é que Tatá Guarnieri está forçando muito menos com relação aos DVD's anteriores, procurando ser mais autêntico. Felizmente não há mais aquele exagero no agudo da voz na hora de bordões como "Foi sem querer querendo" e "Tá bom, mas não se irrite". Por isso, por mais que Tatá Guarnieri não esteja agradando tanto como Chaves, considero que seu trabalho nos Estúdios Gábia está acima da média.
            Outro dublador que cresceu gigantescamente na minha cotação foi Gilberto Baroli. O novo dono das vozes de Edgar Vivar (à exceção de Nhonho, que está à cargo de meu parceirão Gustavo Berriel) começou a despertar, pelo menos em mim, um grande carisma. Sua atuação como Botijão é absolutamente magistral. Para os demais personagens de Edgar, Baroli também me agradou demais. Já como Seu Barriga, o saldo é muito semelhante a de Tatá dublando Chaves: Mário Vilela também é insubstituível. Por isso, Baroli faz o mesmo que Tatá: dubla da sua maneira, sem imitar a famosa voz de Vilela. Muitas vezes me peguei rindo da nova voz de Seu Barriga. Por isso, considero a grande evolução de Gilberto Baroli o marco do terceiro box.
            Quanto aos demais dubladores, dos tradicionais, Carlos Seidl foi o que evoluiu mais, voltando a fazer a voz de sempre para Seu Madruga e também para os outros elementos interpretados por Ramón Valdez. Felizmente, Seidl não grita tanto como no primeiro box (a melhora no segundo foi discreta). Osmiro Campos continua, como no box anterior, bastante "descontraído" ao dublar o Professor Giralafes. Rio demais da maneira de como Osmiro estende algumas sílabas durante as falas (entenderão isso quando eu comentar "O Castigo de Quico"). Sobre Helena Samara (Bruxa do 71), notei que sua voz está mais pausada e envelhecida do que de costume. Cecília Lemes continua, por algumas vezes, perdendo o ritmo como a Chiquinha, pois às vezes deixa escapar uma voz pesada para a filha do Seu Madruga. Em compensação, é espetacular a sua atuação como Brígida no episódio do Don Juan Tenório. Já Nelson Machado (Quico) e Martha Volpiani (Dona Florinda) se mantêm na média. Alexandre Marconatto continua sendo uma grata revelação, pois continuo achando inacreditável a semelhança de sua voz com a de Silton Cardoso (antigo dublador do Godinez). Sobre Gustavo Berriel como Raul "Chato" Padilla, comentarei mais tarde durante a visão sobre o DVD de Chespirito.
            Fora algumas falhas de sincronia dos sons e uns efeitos esquisitos, o fundo musical dos episódios está mais agradável, com menos daquelas músicas altíssimas que abafam as falas dos personagens (marca do segundo box). Esse defeito foi quase todo corrigido, assim como o som original em espanhol que está muito mais audível e limpo (apenas com escassas e rápidas entradas dessas músicas by Xenon/Televisa que as falas em espanhol são abafadas). Aliás, começo a me acostumar com esses simpáticos sons de fundo dos DVD's. O que mais aparece no terceiro box é um à base de violinos. E alguns microcortes de cenas são bastante perceptíveis. A dublagem atua normalmente nessas falhas, mas o defeito fica evidente ao colocarmos no som original, pois o áudio também é cortado. Isso ocorre em episódios como "Amarelinhas e Balões" (cena em que Chaves deixa escapar o balão do Quico ao pegar a cesta de Dona Florinda), "Segura a Minha Mão" (quando Chapolin, com o relógio escravizador, puxa sem parar o empregado do hotel interpretado por Ramón Valdez) e "O Caso dos Pães Roubados" (nas cenas dos tapas de Botijão em Chompiras).
            Pois bem: relatada a atuação dos dubladores, vamos analisar episódio por episódio de cada um dos três DVD's que compõem o terceiro box de DVD's da Amazonas Filmes.

            DVD DO CHAVES - O conteúdo é o mesmo do DVD original "Los Globos". Os episódios contidos são "O Bolo do Professor Girafales", "Os Hóspedes do Seu Barriga", "O Castigo do Quico" e "Amarelinhas e Balões". Destes, apenas "O Castigo do Quico" é um episódio inédito e desconhecido. Os demais têm apresentações normais até hoje no SBT. O disco apresenta mais dois extras: "A História de Don Juan Tenório" (que nunca havia sido exibido pela emissora de Silvio Santos até o último dia 1º de julho) e "Dr. Chapatin Jogando Golfe" (chamado apenas de "O Doutor Chapatin" e inédito, tratando-se de uma esquete dos anos 80).

            O Bolo do Professor Girafales - Episódio comum no Brasil, não possui mudanças tão relevantes no texto com relação à dublagem MAGA. Na história, Professor Girafales deseja comer um bolo feito por Dona Florinda, que não deixou nenhum preparado. Ela pede que Chaves compre um na confeitaria para que ela diga que o fez. E muitas águas acabam rolando...

            Os Hóspedes do Seu Barriga - Episódio que dá início à saga do Natal na Casa do Seu Barriga - sempre apresentado na época do Natal pelo SBT -, apenas a primeira parte consta. Tanto que a cena em que Seu Barriga, caído, anuncia o próximo episódio, é cortada. O enredo: o dono da vila manda fazer uma reforma no primeiro pátio e convida Chaves, Chiquinha, Dona Florinda, Dona Clotilde e Dona Neves para ficarem quinze dias em sua casa enquanto ocorrem os serviços. Dona Neves pela primeira vez dá as caras nos DVD's. Cecília Lemes tem uma atuação correta como a "biscavó" da Chiquinha, só senti falta do "tche, tche, tche" na clássica risadinha da velha (Dona Neves ri normal na dublagem). E não tivemos direito ao "quê, que, que, como?", substituído por um "que que foi, que que foi, que que há?" a la Madruguinha. Bom salientar que Sandra Mara Azevedo, primeira dubladora da Chiquinha, foi quem sempre dublou Dona Neves (à exceção dos episódios do Despejo do Seu Madruga e da Lavadora, onde Cecília atuou). Legal também que o antigo nome do passarinho, Soriano, foi resgatado na dublagem. No original, Dona Neves o chama apenas de "mi chiquito". Sobre o texto da Gábia com relação à MAGA, no mais, nenhuma mudança relevante.


            O Castigo do Quico - Episódio inédito no Brasil, bem como seu roteiro. A história apresenta algumas semelhanças com o célebre episódio dos pés de carambolas. Começa com Chaves planejando plantar uma árvore de galinhas, já que imagina conseguir isso plantando um ovo. Sem contar que a tentativa de plantar uma moeda para nascer uma árvore de dinheiro já havia sido frustrada... Chaves então joga terra na cara de todo mundo, acidentalmente. Em seguida, as crianças brincam de uma sujar a outra com terra. Seu Madruga, em seguida, designa Chaves e Chiquinha a limparem o chão do pátio, que posteriormente é sujado de propósito por Quico. Antes do bochechudo ser flagrado, Chaves é quem acaba levando a culpa. Quando descobrem que o bochechudo foi quem causou a alvaria, Professor Girafales estabelece um castigo: venda os olhos de Quico, enquanto Chaves, Seu Madruga, Chiquinha e Seu Barriga lhe "fuzilam" com um banho de água fria, num encerramento semelhante ao episódio das Goteiras do Chapolin. Chaves, porém, molha "sem querer querendo" o Professor. Bom episódio! Alguns acontecimentos peculiares ocorrem tanto no script quanto na dublagem. Chiquinha dá dois cascudos em Chaves, logo após este apanhar de Seu Madruga. Portanto, não foi apenas na primeiríssima versão perdida do episódio da Nova Vizinha com "La Pelangocha" que isso aconteceu... A maneira como Osmiro Campos dubla Girafales dizendo "Ouça, além de estar ferindo a córnea dos órgãos visuAAAAIS, Chaves, você eccchhtá contribuindo com o aumento da falta de estética do espaço onde você reside" é hilariante (sobretudo a pronúncia dos vocábulos "visuais" e "está"). Seu Madruga apresenta Seu Barriga ao Professor Girafales e os dois se cumprimentam discretamente, como se se conhecessem só de vista. Um pouco estranho não só Osmiro chamar Seu Barriga de Senhor Pesado por duas vezes como também a suspeita de traição do Mestre Lingüiça por parte de Dona Florinda com Seu Barriga. A história acaba em pizza, com Florinda nem notando a frieza do professor antes dele entrar para tomar o cafezinho. Uma tradução a la Gábia que ficou ao pé-da-letra e mal-sucedida foi a que Chiquinha pede para comprar uma "enveja" de limão, logo após Seu Madruga pronunciar, erradamente, a palavra "inveja". Ficou sem sentido e forçado.

            Amarelinhas e Balões - Eis algumas observações sobre este conhecido episódio: é apresentada no DVD duas cenas que sempre são cortadas pelo SBT, quando Dona Florinda tenta se corrigir após indagar que Chaves age igual a Quico, que conclui dizendo "calada você se sai melhor" (o original é "calada você se defende mais") e quando Dona Clotilde diz que acabou de passar dos 40 e Professor Girafales retruca "do segundo tempo". Helena Samara acaba demorando demais para concluir a frase em que Dona Clotilde afirma que comprou apenas 40 velinhas para seu bolo de aniversário. E, por fim, lamentei um pouco que o dito de Girafales "Dona Florinda tem pernas de saracura" tenha sido trocado por "Dona Florinda tem um quilo de língua". Tudo bem que foi feita uma referência ao episódio dos Bilhetes Trocados (aquele em que a mãe do Quico lê "dois quilos de segunda com osso..." imaginando que se trata de uma carta de amor de Girafales a ela). Mas estou tão acostumado com a seqüência da dublagem MAGA... Ah, querem rir de montão? Então coloquem no áudio em espanhol na hora da cena em que Quico começa a chorar logo após o enfezado Chaves, que havia acabado de tomar um soco do bochechudo, deixa mais uma vez escapar os balões. O choro é tão agudo e raivoso que você chega a tomar um susto.

            A História de Don Juan Tenório - O caso deste episódio é bastante curioso, pois ele nunca havia sido apresentado pelo SBT até o último dia 1º de julho, mesmo dia em que o Brasil foi eliminado na Copa da Alemanha. Como ele foi exibido duas horas antes da partida começar e fala tanto sobre mortos, considero até hoje a sua apresentação exatamente neste dia um prenúncio do que Zidane, Henry e cia fariam com a nossa seleção... Na versão do DVD, o episódio vem completo. Apenas a parte em que Chapolin apresenta a história foi cortada. A dublagem realizada nos Estúdios Gábia aconteceu antes da apresentação do episódio. Por isso, algumas tiradas excelentes da MAGA como a comparação de Brígida (María Antonieta de Las Nieves) com a Madame Min e a impagável música cantada pelo coveiro "não tava morto, só andava falecido" não aparecem no DVD. O episódio, que está todo descrito na seção Resumos (dublagem MAGA), tem uma originalidade: todos os diálogos rimam. Algumas poesias ficaram melhores na versão Gábia. Outras se sobressaíram na MAGA. Por exemplo, é de autoria brasileira o extraordinário "não sei se é fato ou fita/se é fita ou se é fato/o fato é que ela me fita/e eu a fito de fato". E só a MAGA fez rima com o verso anterior ao anúncio de Tenório do comercial. Já a Gábia melhorou muito, com relação à MAGA, a seqüência que vai do pedido do mensageiro (Carlos Villagrán) à Brígida que lhe traga água até esta dizer que os homens causam má digestão. Há duas falhas grotescas de som no áudio em português. Ele inicia mudo e o som aparece de forma atropelada cinco segundos depois, já com o narrador anunciando o nome da história. E quando Luís Messias (Rubén Aguirre - assim que o personagem é chamado, ao invés de Luís de Mejía - by MAGA) aparece na casa de Tenório (Chespirito), ocorre um eco inexplicável no momento em que Osmiro Campos diz a frase "estava mesmo eu lá fora, mas no dia em que me for...", se normalizando em seguida. Sobre a comparação de Brígida com Madame Min, no DVD a servente é assemelhada à Chorona (Madame Min ficou muito melhor). Já a música cantada por Ramón virou "chegou um morto, mais um bateu as botas" com melodia de pancadão. Muito engraçado o repente funkeiro de Carlos Seidl. Tenho uma leve preferência pelo "não tava morto, só andava falecido", e ouvir Ramón berrando, em espanhol, "no estaba muerto, andaba de parranda" garante mais gargalhadas ainda. A causa da morte de Inês (Florinda Meza) também foi alterada. O impagável "morreu de panela/veio uma carroça e pá-nela" virou "morreu de noiva, de noivo caiu da escada", também divertido. Após Tatá Guarnieri (de excelente atuação no episódio, assim como Cecília Lemes, que deu uma excelente voz rouca à Brígida) colocar um "tchuri-tchuri-tchun-clain" na boca de Tenório quando este encontra Inês no cemitério, um mistério acaba desfeito: o fim do episódio ocorre realmente com a proposta feita por Tenório a Messias sobre quem ressucita mais defuntos e namora mais caveiras. Com o corte brusco dado pelo SBT, imaginamos que a emissora tinha suprimido algumas cenas da história, o que felizmente não aconteceu. No episódio, acontecem algumas mesclas do som original com a dublagem, sobretudo entre a cena da luta de Tenório contra o comendador (Edgar Vivar) e a morte de Tenório. "Don Juan Tenório" é um dos grandes momentos de Chespirito, um brilhante texto do Legítimo Mestre que contou também com inspirada adaptação de Gustavo Berriel & cia, pois é evidente a dificuldade em conseguir rimas adequadas para alguns versos em espanhol sem combinação com o português. Este episódio creio que seria o mais aclamado dos três boxes, mas a exibição do SBT meio que jogou "água no chopp" na expectativa e surpresa que a história e os diálogos causariam aos brasileiros.

            Doutor Chapatin Jogando Golfe - Esquete inédito da década de 80, Chapatin visita seu paciente Vivaldi (Edgar Vivar), que quer aprender a jogar golfe. Enquanto o gordo se ausenta, o instrutor de golfe Peres (Horácio Gómez Bolãnos), contratado por Vivaldi, ensina o médico a jogar, pensando que Chapatin foi quem o contratou. Angelinez Fernández atua no episódio como a secretária Tetê. Destaque para a "homenagem" à Tião Macalé, quando Chapatin diz que a dentadura de Vivaldi ficará tão feia quanto a do saudoso humorista da frase "nojento, tchan". Excelente tirada!

            DVD DO CHAPOLIN - O conteúdo é o mesmo do DVD original "Lo Mejor del Chapúlin Colorado vol. 5", que será lançado este mês no exterior (passamos na frente deles). Os episódios são "O Anel da Bruxa", "A Bola de Cristal", "A Corneta Paralisadora" e "Segura a Minha Mão". Destes, apenas o último é conhecido, pois trata-se do episódio denominado (popularmente) "A Espiã Internacional". O do anel é a primeira versão da história que conhecemos, o da bola foi apresentado apenas uma vez pelo SBT em 1990 e o da corneta é uma história diferente é inédita. Os dois extras são "O Gordo, o Magro e o Mosquito" e "Serviços Funerários", ambos da década de 80 e inéditos. O curioso é que o fundo musical característico do DVD do Chapolin é a música do... Chaves.

            O Anel da Bruxa - Primeira versão do episódio, ou seja, inédito no Brasil. O script é basicamente o mesmo, com os mesmos atores interpretando os mesmos personagens. O que muda é o cenário e o vestuário, que nesta versão do DVD é contemporâneo, em contrapartida à segunda versão comum no Brasil, onde a história se passa entre o fim do século XIX e o início do XX. O enredo é esse: um empresário falido (Ramón) diz à empregada (Florinda) que terá de dispensá-la por não ter dinheiro para pagá-la. Florinda confessa que é uma bruxa e seus poderes estão concentrados num anel. Ramón então fala em conquistar o mundo com o anel, o que desaponta Florinda, que não lhe entrega o objeto e invoca Chapolin. Ela não consegue explicar a tempo que o anel é mágico e Chapolin, acompanhado do psiquiatra (Carlos), pensa que tem super poderes. Destaque para a moça dos sonhos de Chapolin, que de longe é mais carismática do que a que aparece na segunda versão apresentada pelo SBT (nosso colaborador Eduardo Rodrigues tem quase certeza que se trata da atriz Eugenia Castro). Como prêmio, ela ganha até um selinho do Vermelhinho (foto acima, à esquerda). E na cena em que a estátua dança, novamente Chapolin diz que ela atua como "uma corista de segunda".


            A Bola de Cristal - Ao meu ver, o melhor episódio do box. Com apenas uma exibição no SBT em 1990 (segundo testemunhos da época), eis a sinopse: o investigador (Edgar Vivar) observa a bola de cristal comprada por meio milhão por Carlos, que acredita que ela seja de propriedade do Rajá de Kalambour. Após Florinda, esposa de Carlos, quase levar uma facada após ouvir do investigador que quem possui a bola corre risco de morte, Chapolin é invocado. Em seguida, um charlatão que se passa pelo Rajá (Ramón Valdez) entra na casa na intenção de roubar a bola. Ele tenta hipnotizar Carlos sem sucesso, mas a hipnose acaba fazendo efeito em Chapolin, que pensa e age como um chimpanzé a cada estalar de dedos (outro estalar o faz voltar ao normal). Muita confusão acontece posteriormente, dá para notar pela cara do Vermelhinho na foto acima à direita... Destaque para o engraçadíssimo momento em que Chapolin, ao imaginar "não vai doer, não vai doer" (atuação de gala de Carlos Seidl dublando o Rajá), pega uma tora na brasa por alguns segundos. A cena é idêntica à do episódio do "Traidor da Prisão": o semblante do herói muda aos poucos de maneira cômica, até Chapolin sentir realmente que queimou a mão. Outro momento que garante gargalhadas é o dublador Nelson Machado fazer Carlos, ao perseguir o Rajá, gritar "fujam-no, ele está agarrando", numa fidelidade imprescindível ao esplendoroso trabalho dos Estúdios MAGA (no áudio original, uma música de fundo começa a tocar alto demais, o que impede de ouvirmos o que Villagrán fala).

            A Corneta Paralisadora - Provavelmente o primeiro episódio em que a divertida arma de Vermelhinho aparece. Seu Trunquete (Ramón) chega à casa de Florinda a lembrando da dívida que ela tem com o tio por este ter lhe salvo a vida quando ela era criança. Trunquete ordena que Florinda se case com o atrapalhado Gerúndio (Carlos Villagrán, numa atuação impagável), que acabou de ganhar na loteria, e em troca o tio malandro fica com alguns bilhetes, garantindo uma parte do prêmio. Não querendo se casar, ela invoca Chapolin, que lhe apresenta a corneta (que é maior com relação aos outros episódios e ganha um close especial em sua primeira aparição) e conta que Florinda irá se passar por uma bruxa a fim de espantar Trunquete e Gerúndio. E muita confusão acontece! Há, na dublagem, um incrível defeito, com o som da corneta sempre ecoando dois segundos antes do tempo certo. O som da "chicharra" é grave na dublagem e agudo no áudio original. Destaco duas cenas bizarras: a primeira é Chapolin subindo e descendo logo após cair da janela, e dá pra notar de longe que a paisagem se trata de uma foto (foto acima, à direita). Muito engraçada a voz de Tatá Guarnieri nessa cena: "uooooouu"! Mais tosco impossível... A outra cena é a derradeira do episódio, em que Chapolin paralisa a todos com a corneta (inclusive ele mesmo). Hilária a cara que Florinda fica (foto acima)...

            Segura a Minha Mão - Episódio conhecido, não tem muitas diferenças relevantes no texto MAGA com relação à Gábia. A Wilza Carla foi mantida na cena em que o detetive (Edgar Vivar) põe a peruca (confesso que não consegui entender com quem Ramón o compara no som em espanhol). Gostei que Seidl, por vezes, chama Chapolin de Vermelhinho (certos erros da MAGA têm de permanecer, não adianta...). Uma pena que ocorrem uns microcortes no momento em que Chapolin, com o relógio escravizador, puxa Ramón sem parar. Notei também um corte logo após Ramón colocar a cara no bolo, pois suprimiram uma cena de cinco segundos em que ele dá meia-volta e leva o carrinho com o bolo embora. O enredo: o detetive (Edgar) acredita que a bela mulher (Florinda Meza, lembrando um pouco Mariana Felício no episódio) que acaba de se hospedar no hotel seja uma espiã internacional. Suas suspeitas são corretas, pois ela, com o relógio escravizador, acaba fazendo com que o Oficial do Estado Maior (Rubén Aguirre) entregue a pasta com os documentos confidenciais. O relógio, ligado a um controle remoto, coordena os movimentos da mão. Chapolin coloca o relógio posteriormente, e já viu, né?

            O Gordo, o Magro e o Mosquito - Esquete inédito dos anos 80, um mosquito atormenta a dupla, que não consegue dormir. Com um dedetizador pra lá de potente, eles, na tentativa de matar o inseto, fazem tudo voar com o vento. Até o gordo acaba indo parar longe com uma borrifada.

            Serviços Funerários - Esquete inédito dos anos 80, uma mulher (Florinda) acaba de ficar viúva do quinto marido. O agente funerário (Chespirito) apresenta as condições de seus serviços e ao mesmo tempo satiriza os mortos de outros países, sempre aceitando o cafezinho oferecido por ela. No fim, Florinda revela que o café é um "puro veneno" e o agente cai morto. Sinceramente, não achei muita graça no episódio e já considero um dos piores quadros feitos pelo Legítimo Mestre.

            DVD DO CHESPIRITO - Os episódios são "O Louco e o Vestido" (Chaparrón), "Uma Cadelinha Valiosa" (Chompiras), "A Partida de Pôquer" (Chapatin), "O Consultório Psiquiátrico" (Chaparrón), "O Ex-Noivo de Chimoltrúfia" (Chompiras), "O Toureiro Toureado" (Chapatin), "A Grande Guerra" (Chaparrón), "O Caso dos Pães Roubados" (Chompiras) e o extra clássico "O Uniforme do Soldado". Todos inéditos no Brasil, este DVD se dedica a mostrar esquetes mais antigos do Programa Chespirito, mais precisamente da primeira metade da década de 80. Os episódios de Chompiras são antes da fase do Hotel Buena Vista. Ao contrário dos dois DVD's anteriores, os quadros apresentam risadas. A música de fundo do DVD é a do Chapolin.

            O Louco e o Vestido - Episódio ambientado numa praça, à luz do dia. Lucas quer que a senhora (Angelines Fernández) empreste seu vestido para a sua boneca. Enquanto Chaparrón imagina que o banco da praça é um carro (lembrando uma clássica pegadinha do João Kléber), a senhora pede socorro à Chaparrón, dizendo que um louco (se referindo a Lucas) a persegue. Chaparrón conta a Lucas o que ouviu e os dois decidem pegar o louco, que é confundido com o policial (Roberto Gómez Fernandez, filho de Chespirito e um autêntico "clone" do figurante narigudo presente em vários episódios clássicos). O ano do episódio é informado: 1985. Lucas, lembrando a visita de Hector Bonilla à vila, pergunta se o "carro" é 85. Tatá Guarnieri, equivocadamente, dubla respondendo: "não, somente um". O correto era Chaparrón responder: "não, só mais um", já que ele responde assim em espanhol. A voz para lá de aguda dada ao policial é, no mínimo, curiosa. E o que dizer do "socorrrrrrrrrro" da dubladora Helena Samara, querendo imitar Angelines Fernández ao carregar o som do "r"? Hilário!

            Uma Cadelinha Valiosa - Chimoltrúfia acha uma cadelinha poodle preta na rua e Botijão deduz que ela é um animal que está desaparecido, cujo dono oferece 100 mil de recompensa para quem entregar a cadela, de nome Chimol. A semelhança entre o nome da cadelinha e o de Chimoltrúfia torna iminente a confusão, pois Chompiras pensa que é a faxineirinha quem tem que tomar banho e que também faz xixi no chão. No fim, Chompiras acha a cadelinha e a vende por escassos 100 mangos, ficando com 20 de comissão. Destaque para a excelente atuação de Gilberto Baroli dublando Botijão, sobretudo quando ele brinca com a cadelinha.

            A Partida de Pôquer - Chapatin é convidado por três elementos (Rubén Aguirre, Edgar Vivar e Horácio Gómez Bolaños) para jogar pôquer. O médico conta com um amuleto da sorte para vencer os jogos e de fato consegue levar a melhor em todas as rodadas (engraçado quando Chapatin retruca que recebeu quatro cartas iguais). Quando Rubén ameaça tomar de Chapatin o dinheiro que ganhou, eis que o doutor tira de seu amuleto da sorte - um estojo preto - um revólver, o que garante a segurança para que ele leve toda a grana que ganhou para a casa.

            O Consultório Psiquiátrico - Antigo quadro do Chaparrón. Lucas tem um vestuário bem diferente do que conhecemos: usa uma camisa azul-marinho e um chapéu menor, além de não utilizar óculos. Nessa época não havia ainda a resposta "no hay de queso, no más de papa", o nosso "não há de queijo, só de batata". Se resumia apenas num "não tem de quê". E a rebimboca de Chaparrón nos primeiros tempos é totalmente diferente da que conhecemos: o louco entorta os braços, cruza a perna direita na esquerda e fica estático naquela posição (foto acima, à esquerda). A sinopse: Lucas conduz o amigo até o consultório da psiquiatra (Florinda), já que Chaparrón pensa que é um carneiro. No fim, de tanto que a dupla inferniza a psiquiatra, ela acaba se deitando no divã e contando seus relatos a um carneiro de verdade. Um destaque muito especial para o total aproveitamento do diálogo do episódio "O Garoto que Mentia" do Chapolin na fala muito bem adaptada em que, originalmente (fora as reais citações dos Três Porquinhos, da Chapeuzinho Vermelho e de São Francisco de Assis), Chaparrón explica que o lobo amamentava Rômulo e Remo e que depois o pediu em casamento. Eis como ficou na dublagem: "Era tão mentiroso que um dia encontrou os Três Porquinhos e disse que era o Chapeuzinho Vermelho. Então um dia viu a loba cair dentro do poço, mas a loba também era mentirosa porque não era loba, e sim uma armadilha. Depois São Francisco de Assis salvou sua vida E A HISTÓRIA TERMINA COM O CHAPARRÓN BONAPARTE". Meus parabéns ao nosso colunista Valette Negro pela magistral adaptação! Sei como é difícil caber, em uma dublagem, um bom diálogo adaptado de acordo com a duração da fala original. No script, não faltam duas críticas duras e características de Chespirito: Lucas, enquanto fala das coisas que Chaparrón come, diz que o amigo-carneiro, quando soube que a inflação baixaria, não engoliu. E que quando ganhou um livro de um crítico de arte, ao lê-lo teve uma desintoxicação...

            O Ex-Noivo de Chimoltrúfia - Chimoltrúfia comunica a Botijão que Buldogue (Raul Padilla), um ex-detento que foi solto recentemente, era seu noivo e que prometera matar quem se casasse com ela. Botijão, amedrontado, resolve pagar a Chompiras para que vigie. Buldogue, um apreciador de éguas a ponto de trazer consigo duas fotos do animal, na verdade combinou tudo com Chompiras e Chimoltrúfia para que finalmente Botijão desse o dinheiro das despesas para a esposa, pois Chompiras toda hora dizia que Buldogue só faria as pazes com Botijão por uma boa quantia em dinheiro. Meu amigo Gustavo Berriel (precisa lembrar que ele é colunista do Turma CH?) estréia dublando Raul "Chato" Padilla nos DVD's. Neste episódio, Berriel tem boa atuação, embora note-se uma jovialidade em sua voz para o personagem carrancudo de Padilla. Mas no episódio seguinte, já noto uma evolução por parte do Berry.

            O Toureiro Toureado - Chapatin se encarrega de cuidar do toureiro Rodolfo Manteiguinha (Horácio Gómez Bolaños), chifrado por um touro. Rodolfo é um ex-noivo da enfermeira (Florinda), que decidiu trocá-la pelas turistas americanas que assistem às touradas. Primeira versão do episódio, o Clube do Chaves apresentou, em 2001, uma versão mais recente em que Rubén Aguirre é o toureiro. Duas observações: pelamordedeus, o que é aquele coro extremamente tosco "toureiro, toureiro" da dublagem? E Berriel já se mostra bastante mais seguro na dublagem do personagem de Padilla neste episódio com relação ao anterior. Realmente, nosso Berry tem muito talento. Aguardo ansiosamente a estréia de Jaiminho nos boxes para conferir sua desenvoltura...

            A Grande Guerra - Outro quadro antigo de Chaparrón, a rebimboca é a mesma do episódio do Consultório, mas neste já consta o diálogo "Fala belo". Porém, na resposta original, Chaparrón diz apenas "no hay de que". A dublagem, felizmente, conseguiu encaixar o "não tem de queijo, só de batata". Aliás, há uma variação entre "não há de queijo" e "não tem de queijo" nos DVD's. Estou mais acostumado com o "não há de queijo, só de batata" (presente no episódio do Louco e o Vestido), mais o "não tem de queijo" também não soa ruim não... Na história que se passa em uma construção, Chaparrón e Lucas pensam que estão num front de batalha e que os sacos amontoados são trincheiras, uma bola a la Quico é o pelotão inimigo e um guarda-chuva (quebrado) é um rifle. Destaque para a última fala do episódio, em que Chaparrón revela que só terá medo se encarar um corpo a corpo com a Bruxa do 71 (hilariante a cara cínica que ele faz em seguida - ria na foto acima à direita). Não consegui entender a pessoa referida por Chaparrón no áudio original. Uma curiosidade: no diálogo em que Chaparrón diz que Alberto Cortez descobriu o México (na verdade foi Hernán Cortez), no original Chaparrón fala que Napoleão descobriu a América (e até a legenda coloca o equívoco assim). Em seguida, mais uma vez a equipe da adaptação não soube aproveitar o "a propósito de alguma coisa" dita pela dupla. Ao invés de colocar o tradicional "a propósito de submarinos atômicos" ou "de bicicletas" (como é dito no original), ficou um insosso "a propósito disso mesmo".

            O Caso dos Pães Roubados - Enquanto Chompiras e Botijão lamentam que há oito meses não dão um golpe, Chimoltrúfia aparece com um saco de pães que alega ter roubado sem querer. Ela acaba não explicando direito porque os roubou se estava com o dinheiro para pagá-los e pensa em devolvê-los à padaria para não pesar sua consciência (em contrapartida, Botijão, assim que viu o saco com os pães, foi direto: "me passa a manteiga"). No meio de um festival de tapas de Botijão em Chompiras (com direito a "só mais uma voltinha" do baixinho) e de Chimoltrúfia em Botijão, desponta o debate se ela deve ou não devolver os pães. Até que chega o Sargento Refúgio (Rubén Aguirre) e explica que a padaria foi assaltada, que todo o dinheiro do caixa foi levado mas, posteriormente, recuperado. E que o dono do estabelecimento ficou tão contente que nem cobrou nada pelos pães, o que deixou todos felizes. Uma pena que, na cena dos tapas, insistem em aparecer aqueles microcortes chatíssimos.

            O Uniforme do Soldado - Entremés da fase clássica, dá a impressão que está cortado, pois, no DVD, mal ele começa e já ocorre o break para o segundo bloco. Eis a sinopse deste episódio pra lá de divertido: o sargento Chori (Rubén Aguirre) se apresenta com as roupas de baixo ao general (Ramón Valdez), alegando que teve seu uniforme roubado enquanto nadava no rio. Em seguida, aparece o soldado Chespirito com a roupa de Chori (precisa dizer que sobra mais de meio metro de manga na camisa e que é necessário fazer uma bainha gigante na calça?). O soldado diz que também lhe roubaram o seu uniforme enquanto nadava no rio. A gatuna é a jornalista (Florinda Meza), que aparece com o uniforme de Chespirito na intenção de tirar uma foto do general para a matéria que está fazendo. O general, que é super reservado e não gosta de ser fotografado, também tem seu uniforme furtado: pelo soldado Chespirito. Florinda o vê e logo pensa que o baixinho é o general. Enquanto ela o canta e o fotografa, Chespirito estranha que um soldado esteja lhe dando em cima. Depois, Chori explica que o soldado é uma mulher e Chespirito resolve conquistá-la. O general, que não conseguiu recuperar sua roupa, coloca o uniforme do soldado e topa com Chespirito, que pensa que Ramón é a mulher e o pega para lhe sapecar um beijo. E enquanto um olha atônito para o outro, Florinda, já vestida normalmente, fotografa os dois agarradinhos. Hilário!

            A partir do quarto box, estará presente a minha colaboração na adaptação dos textos. Estou muito feliz por participar deste trabalho belíssimo, em contribuir para a manutenção da magia que é a obra de Chespirito. Foi um grande achado essa dedicação da Amazonas Filmes, em especial de Paulo Duarte, por insistir na interferência do Fã-Clube Chespirito-Brasil para que a dublagem ocorra da maneira que nós conhecemos e da qual estamos acostumados. Já estou no aguardo do quarto box, que deverá ser lançado no fim do ano. E, é claro, também terá direito à minha já tradicional coluna-resenha. "Portonto", até lá!

MESTRE MACIANDO NA SAPUCAÍ
As últimas do meio CH

Com o ingresso do Horário Político a partir do dia 15 de agosto, Chapolin corre o risco de sair do ar aos sábados. Evidente que toda a nação chapolinmaníaca torcerá para que isso não ocorra, pois já virou rotina a semanal expectativa pela exibição de um novo episódio, como "O Presente de Casamento", apresentado no último dia 29 de julho (cujo resumo ilustrado se encontra mais abaixo) e algumas cenas raras de episódios comuns, como a reação do casal (Florinda e Carlos) quando Chapolin revela, no fim de "Há Hotéis tão Limpos que Limpam até Carteira" (exibido em 5 de agosto), que incluiu as passagens de avião entre os papéis usados para encher as malas a fim de enganar o recepcionista do hotel (Rubén Aguirre). A cara de Carlos ao saber da mancada está na foto à esquerda. Os efeitos já começaram com a transferência do segundo horário de Chaves diariamente das 14h15min para às 18h desde 8 de agosto, o que acabou sendo prejudicial para alguns chavesmaníacos, que têm de aturar telejornais locais no horário (sempre as afiliadas...). A tendência é que Chaves, de 12h45min, vá para o horário do meio-dia (o que garantiria a exibição em algumas outras praças) e que Chapolin continue aos sábados, às 13h50min. Mas vamos aguardar! Do SBT, espera-se tudo!

Algo sinistro ocorreu no dia em que a morte de Don Ramón Valdez completou 18 anos. No último dia 9 de agosto, foi apresentado o episódio "O Aniversário do Seu Madruga" (D), onde o pai da Chiquinha fica com a paranóia de que irá morrer. Será que os alienados do SBT já estão a par das datas de nascimento dos atores e do falecimento de alguns deles? Ou foi apenas uma coincidência? Que seja coincidência! Porque, do jeito que são esquisitas as atitudes do povo da Via Anhangüera, é bem capaz deles fazerem de "O Aniversário do Seu Madruga" um episódio anual, para ser apresentado apenas nos dias 9 de agosto (dia em que Monchito faleceu). Por que não? Já não apresentam apenas nos dias 7 de setembro um episódio que fala sobre a Independência do México?

O sócio do jornal Zero Hora Kagiva encontrou, no Google Earth, a foto de satélite que enquadra uma tomada aérea do Hotel Acapulco Intercontinental (hoje Empório Continental), famoso por ter recebido o elenco CH para as filmagens dos célebres episódios de Chaves e Chapolin. Dá para perceber as piscinas e as cabanas na areia da praia. As coordenadas do hotel são 16 51 33.05n 99 52 30.18w. Muito interessante... Tudo na figura acima!

Foi lançada a autobiografia de Roberto Gómez Bolaños. "Sin Querer Queriendo - Memorias" por enquanto só está à venda no exterior e tem 448 páginas (mais 40 de fotos). Com o sucesso comercial dos produtos sobre os seriados, como DVD's e os livros, muito em breve deveremos receber a versão traduzida para o português. Convém comunicarmos à Editora Suma de Letras, que lançou "O Diário do Chaves" no país. O produto está à venda neste site (que não entrega para o Brasil) e descrito no link da Editorial Aguilar. A capa está reproduzida à esquerda.

Três DVD's já lançados no exterior estão confirmados por aqui. Segundo Gustavo Berriel no Fórum do FCCH, aparecerão em breve nos futuros boxes os seguintes títulos: "Lo Mejor de Don Ramon" (capa à direita, aliás, que capinha mais chula, o que fizeram com a cara do Madruguinha?) com os episódios O Despejo do Seu Madruga v.1" (perdido), A Cruz Vermelha v.1 (perdido), O Aniversário do Seu Madruga (comum), O Velho do Saco (inédito, sem a Chiquinha), Seu Madruga Leiteiro (comum) e Bandido Mil Caras (perdido); "La Fiesta" que traz os episódios Festinha na Vila (perdido), A Chirimóia v.1 (inédito), Sonhos no Restaurante (comum), Seu Madruga Cabeleireiro v.1 (inédito), O Belo Adormecido v.2 (inédito, com Pópis, Chiquinha e Quico) e Pasteizinhos (inédito, com a Pópis); e "Travesuras en la Vecindad" com os episódios Seu Madruga Carpinteiro v.1 (inédito), A Zarabatana (inédito), Barquinhos de Papel v.1 (perdido), As Novas Vizinhas v.1, parte 3 (perdido), Chaves Vira Garçom (comum), Brincando de Escolinha (inédito), Os Bombeiros (inédito) e O Vendedor de Balões (comum). A nação chavesmaníaca agradece!

O meu parceiro Eduardo Rodrigues pede para que eu divulgue os seguintes vídeos do YouTube. Aqui, o cantor Ricky Martin imita o Quico, provocando muitas gargalhadas do público. Aqui, uma entrevista dos dubladores Carlos Seidl (Seu Madruga), Nelson Machado (Quico), Cecília Lemes (Chiquinha) e Helena Samara (Bruxa do 71) para a CNT. Aqui, um vídeo recente com Cecília Lemes; e aqui, um vídeo impagável de uma luta entre Darth Vader (de Guerra nas Estrelas) e Chapolin Colorado. O usuário do FUCH Iurigor disponibilizou dois links para download do filme El Chanfle 2, com todo o elenco dos seriados CH. Esse é o link da primeira parte (170 MB) e aqui, o da segunda (140 MB). E no site do Reniet, há um vídeo em que Chiquinha, crescida, reencontra a vila. Veja aqui!

Sabiam que Roberto Gómez Fernandez, filho de Chespirito e que toca atualmente o projeto do desenho animado do Chaves, já atuou no Programa Chespirito?. Presente geralmente nos esquetes do Chaparrón, ele inclusive desponta no novo DVD do Chespirito como o policial do episódio "O Louco e o Vestido" e é muito parecido com o figurante narigudo. Na foto à esquerda (batida pelo nosso colunista Rufino Rufião), ele interpreta um empregado de uma livraria.

O eterno parceiro de Marcelo Gastaldi e diretor musical da versão brasileira dos seriados CH, Mário Lúcio de Freitas (à direita), respondeu algumas perguntas ao usuário do FUCH Rapha Gomes. Mário revela o nome do cantor da música do Seu Madruga no disco do Chaves (aquela do "Seu Madruga fica louco/Seu Madruga se atrapalha/quando o Quico chama ele de gentalha"): Gilberto Santamaria. O dono do extinto estúdio de dublagem Gota Mágica também diz que cantou no disco a música da "Chiquinha" (sempre achei que fosse o Gastaldi, não o Mário). Mário, que dirigiu a dublagem do Clube do Chaves, explica que alguns termos mais chulos apareceram em função dos seriados, sobretudo o do Chompiras, serem mais fortes com relação à Chaves. Ele ainda alega que Mário Vilela não dublou Edgar Vivar por já estar doente, pelo personagem Botijão ser muito ágil com relação ao Seu Barriga e pela série ser longa (165 capítulos). Mário Lúcio de Freitas também afirma que Osmiro Campos, a voz do Professor Girafales, dirigiu algumas partes da dublagem do Clube. Por fim, o dado mais curioso revelado por Mário Lúcio: quando começaram os preparativos para a dublagem dos DVD's nos estúdios Gábia, Vilela ligava para a Amazonas a fim de pedir que Mário dirigisse a dublagem. Mas ele não chegou a um acordo com as distribuidoras e a direção hoje está a cargo de Patrícia Scalvi. Algumas observações particulares: Mário não justificou muito bem os reais motivos pelas palavras de baixo calão no Clube do Chaves, até porque elas nem apareciam na série Chompiras (na época, Chaveco). Elas despontavam mais no quadro do Doutor Chapatin ("bonecona") e nos episódios épicos ("a vagabunda, cherrion").

Rodado em 1968, o filme "La Princesa Hippie" foi co-escrito por Chespirito, que também atua ao lado de outros comediantes mexicanos como Chabelo. O filme faz inúmeras referências às Olimpíadas ocorridas na Cidade do México no mesmo ano e foi exibido recentemente pela emissora peruana RED Global. Foto acima e informação dadas pelo usuário do FUCH Gotardi.

Essa coluna é dedicada a meu amigo Antonio Felipe Purcino, o Chómpirras do meio CH e o maior fã de María Antonieta de las Nieves que existe na face da terra. Ele passa por um momento muito difícil em termos de saúde, pois luta contra um tumor localizado na medula espinhal. Chómpirras se encontra internado no Complexo Hospitalar Santa Casa em Porto Alegre, onde será operado. O Turma CH deseja ao nosso camarada Chómpirras muita luz e força nesse momento! É ter fé que tudo vai dar certo!

O PRESENTE DE CASAMENTO
Resumo do episódio inédito exibido no dia 29/7/2006


Fotos: Mestre Maciel

            PRIMEIRO BLOCO - Florinda datilografa em sua máquina de escrever no escritório do advogado (Ramón Valdez). O porteiro do edifício, o Sr. Peres (Rubén Aguirre), lhe entrega a correspondência. Ela pergunta a Peres se sua filha não recebeu o presente de casamento enviado pelo advogado. Peres diz que sim, e manda agradecer a Ramón. Florinda entra na sala para avisá-lo. O porteiro, ao deixar a sala, se depara com um louco (Carlos Villagrán), que alega ter capturado um marciano. Ele tira do bolso da camisa um rato e o mostra a Peres imaginando ser um marciano, afirmando que há muitos deles no local e que irá acabar com todos. O porteiro sai de fininho. Florinda se depara com Carlos, que é seu primo. Ele diz que veio pra comprovar se ela trabalha em um lugar seguro e pergunta se não existem marcianos no prédio. Ela logo os liga aos ratos. Carlos decide revistar o escritório, para desespero de Florinda.


Carlos é um louco que confunde ratos com marcianos

            O advogado deixa sua sala querendo saber o que se passa e ela disfarça. Ramón lembra que na semana passada pediu que Florinda enviasse à filha do senhor ministro um televisor colorido. Ela afirma que já enviou. O advogado também diz que mandou um presente de casamento para a filha do porteiro do edifício, o sr. Peres: dois vasinhos de flores. Ela diz que também já mandou. Porém, Ramón informa que Florinda inverteu os endereços e acabou enviando a televisão para o porteiro e os vasinhos para a filha do sr. ministro. Florinda se desespera. Ramón deseja saber onde estão as notas de compra e ela inicialmente diz que estão no arquivo. Depois, ela lembra que as notas não estão no local referido e decide procurá-las. Ramón ameaça demiti-la se algum problema ocorrer com ele em função da troca dos presentes e entra em sua sala.


Florinda percebe a mancada que cometeu

            Florinda invoca Chapolin e conta o que aconteceu para o herói, que lembra dos seguintes ditados: "Com mau tempo, não há pão duro", "Boa fome, boa cara", "Quando faz mau tempo, a cara fica dura" e "O pão que dá fome...". Chapolin diz que se encarregará de tudo, mas quase entra no banheiro. Florinda diz que a porta está errada e Chapolin pergunta a ela se não deseja ouvir o que dirá ao advogado. Ela diz que não é necessário, pois confia no herói. Nesse meio tempo, o porteiro aparece e se coloca na frente da porta da sala do advogado. Chapolin, de costas pra ele, vira para entrar na sala e dá de encontro ao porteiro. Chapolin diz que Florinda tinha razão quando disse que o herói estava se enganando de porta e entra na do banheiro.


Peres é o porteiro do edifício, que se recusa a devolver o televisor que ganhou de presente

            Peres diz que já existem dois loucos: o fantasiado de Chapolin e o outro que confunde ratos com marcianos. Florinda lembra de seu primo, que se encerrou na sala do arquivo. Carlos sai com uma vassoura e diz que existem marcianos no arquivo. Ele confunde a vassoura com uma carabina raio laser e diz que, com ela, irá eliminar todos os marcianos. Carlos sai distribuindo vassouradas e uma delas acerta Peres, que deixa rapidamente o escritório, para desespero de Florinda. O louco entra no arquivo novamente, dando vassouradas em tudo quando é canto. O advogado deixa a sua sala e pergunta se aconteceu alguma coisa. Florinda resolve confessar que tem um primo que "não está muito bem da cabeça". Ramón coloca que não lhe interessa os problemas pessoais de seus empregados. Ela fala que seu primo está no arquivo e Ramón, antes de cair na real, diz "espero que ele tenha colocado as fichas por ordem alfabética". O advogado pergunta se ele é perigoso e Florinda responde que é um pouco, mas que é pacífico se a pessoa se posicionar a seu lado. Ela recomenda que, se o louco fizer alguma coisa estranha, é necessário imitá-lo para que ele pense que o que está sendo feito é correto. Ramón fica aliviado e leva Florinda para explicar ao porteiro o engano dos presentes, a fim de tentar convencê-lo a devolver o televisor. Os dois deixam o escritório. Carlos sai da sala dos arquivos e continua a distribuir vassouradas sem qualquer controle. Ele entra na sala do advogado e se depara com o famoso quadro das mãos estendidas (que aparece no episódio dos Microfones Ocultos e no entremés da Faxineira, da saga do Cinema). O louco, comicamente, começa a trocar palmas com as mãos do quadro.


O louco brinca com as mãos do célebre quadro

            Chapolin deixa o banheiro e diz para o telespectador a seguinte frase: "Os heróis também vão ao banheiro". O herói entra na sala do advogado e encontra Carlos lá dentro. O louco diz a Chapolin que o estava esperando, mas que esperava outra coisa. O louco alega que Chapolin não tem cara de advogado. O Polegar nega ser um e alega que chegou até o segundo ano. "Em jurisprudência?", pergunta Carlos. "Não, do primário", responde Chapolin. Carlos diz que o herói chegou "a uma grande altura". Chapolin acha que ele está lhe gozando, por motivos óbvios. O louco pergunta se Chapolin não gosta de crianças. Chapolin afirma que gosta delas "muitíssimo". "Com cebola e tomate?", pergunta Carlos, para espanto de Chapolin. Carlos diz que no escritório existem marcianos. Chapolin começa a rir, mas Carlos alega que já pegou um e tenta mostrar a Chapolin, que logo se abaixa e pergunta se ele traz um marciano no bolsinho. Carlos coloca o rato na mão do herói que, com nojo, atira o "marciano" para longe. Chapolin se compromete em ajudar o louco a procurar os marcianos, de pirraça. Carlos pega a vassoura e diz que há um marciano exatamente onde Chapolin está abaixado. O herói dá um salto e vai parar em cima da mesa. Chapolin fica sem jeito. FIM DO PRIMEIRO BLOCO


"Os heróis também vão ao banheiro"

            SEGUNDO BLOCO - Ramón e Florinda voltam ao escritório. O advogado está furioso, já que o porteiro não quer entregar a televisão à cores. Ramón pergunta se ela sabe do que ele tem vontade. Na verdade, a vontade é de ir ao banheiro e ele entra lá. Carlos, da sala do advogado, avisa que continua a caçar marcianos. Ela resolve verificar os arquivos. Carlos ordena a Chapolin que continue a procurá-los e diz que irá até o outro lado para ver se existem marcianos. Chapolin, engatinhando, continua a caçar os ratos, enquanto, à base de vassouradas, Carlos deixa o escritório. O advogado deixa o banheiro e, quando vai abrir a porta de sua sala, é avisado por Florinda que o primo dela está lá dentro. Eles se recordam de que é preciso imitar o louco. Ramón entra na sala e vê Chapolin procurando os ratos ajoelhado e chiando. Ramón, naturalmente, pensa que Chapolin é o louco e se ajoelha também. Chapolin estranha e, ao tentar se levantar, cai derrubando uma cadeira. Ramón faz o mesmo. Chapolin se levanta e, sem querer, quebra um vaso colocado em cima de uma instante. Ramón também quebra um pequeno vaso. Chapolin sai assobiando de fininho e rapidamente deixa a sala.


Muitas imitações acontecem, pois um pensa que o outro é o louco

            Chapolin encontra Florinda procurando as notas de compra. Ela pergunta se Chapolin conversou com o advogado, mas o herói alega que o advogado começou a fazer bobagens e que é simpático. Chapolin diz que depois chegou um sujeito que parecia meio "xarope". Florinda diz que se trata de seu primo, que é louco, e recomenda ao herói que o imite. Ela entra na sala do advogado a fim de continuar procurando as notas. Ela diz a Ramón que não consegue encontrá-las. O advogado a tacha de inútil e afirma que ele mesmo irá procurá-las. Ramón começa a esvaziar as gavetas da instante. Chapolin o encontra e começa a fazer o mesmo. Um pensa que o outro é louco! Ramón e Chapolin coçam a cabeça. Chapolin pega nas suas anteninhas. Ramón tira dois talos de flores, coloca em sua cabeça um do lado do outro para imitar as anteninhas e diz, comicamente: "Não contavam com minha astúcia". Chapolin volta para a sala do advogado. Ramón se depara com Carlos, o verdadeiro louco, que sai da sala de arquivos e afirma que os marcianos têm medo de ratos. Carlos pergunta a Ramón se ele tem medo de gatos. Ramón diz "Bom, depende! Se for um gato grande, tenho". Carlos: "Ah, marciano!". Pensando que o advogado é um marciano, o louco o atinge com um soco, o levando à nocaute, e ri triunfante. FIM DO SEGUNDO BLOCO


Até o advogado é confundido com um marciano

            TERCEIRO BLOCO - Na sala do advogado, Florinda pergunta se Chapolin imitou o que o seu primo fez, e o herói afirma que sim e que ele ainda não foi embora. Chapolin espia e vê que ele está entrando na sala. Ramón diz que as notas de compra não estão no arquivo e começa a revirar em cima da mesa, jogando papéis para todo o lado. O advogado percebe a presença de Chapolin e se assusta. Ramón sorri e Chapolin faz o mesmo. O herói resolve revirar também os papéis de cima da mesa. Um imita o outro, quando Florinda estranha o comportamento do advogado e pergunta se ele sente alguma coisa. Ele diz que está imitando o primo. Florinda diz que quem ele pensa que é o louco é o Chapolin Colorado. Já Chapolin pergunta se Ramón não é o primo e ela confirma que ele é o advogado. "Suspeitei desde o princípio". Ramón percebe que a nota de compra está em suas mãos e vê que ela está assinada por Florinda. O advogado a despede do emprego. Florinda anda, de cabeça baixa, em direção à porta da sala, mas Chapolin segura seu braço, ordenando que ela fique na sala.


"Do-is len-ci-nhos bran-qui-nhos as-sim" e uma seqüência de interrupções bruscas marcam a lição de vida dada por Chapolin

            O advogado tenta falar com Chapolin, que pede para que fique quieto. Ramón pergunta se Chapolin sabe o que Florinda fez. Chapolin: "O mesmo que você devia ter feito". E prossegue o monólogo do Polegar, lentamente, de forma inicialmente sarcástica e com meteóricos gritos quando Ramón o tenta interromper. "Acontece sempre a mesma coisa: vai se casar a filha do porteiro do edifício. Ai, pobrezinha, o que vamos dar de presente? Um vasinho de plástico! Ou duas florzinhas! Ou dois lencinhos branquinhos assim! (Chapolin faz um sinal com os dedos e repete a mesma coisa três vezes, na última vez sem falar nada e em forma de mímica para Ramón - impagável). Ah, mas vai se casar também a filha do senhor miniiiiiiiiiiistro. O que seria bom para dar pra ela? Um refrigerador espetacular embutido no mármore! Ou uma manta de chinchilha totalmente bordada! Ou um televisor colorido! SIIIIIIM! Sempre as coisas são exatamente ao contrário do que deveriam ser. Gastam vinte cruzeiros pra dar um presente a uma pobre que não tem nem mesmo uma toalha de banho e gastam milhões, milhões de cruzeiros para dar um presente a quem está nadando em dinheiro. Pode haver maior injustiça?". Ramón alega que queria agradar o ministro. "CLAAARO! Mais não importa que outros vinte lambisgóias dêem um presente exatamente igual, não me importa, tudo bem. (Se dirigindo à Florinda) Olhe, mande entregar outro televisor colorido para a filha do senhor ministro". Ela concorda. "Mas não vá tirar o televisor da filha do porteiro do edifício". "Não?", pergunta Ramón. "NÃÃÃÃO! Imagine que emocionada deve estar a pobre menina. (Em tom triste) Ela tão pobre... tão humilde... lavando roupa... passando fome... sofrendo humilhações... suportando tudo....". Os três começam a chorar.


A consciência pesa e Florinda e Ramón vão às lágrimas com o sermão do Vermelhinho

            Chapolin pega o lenço com o qual Ramón enxuga as lágrimas e assoa o nariz. Chapolin pergunta se tem ou não tem razão. Ramón, chorando, pede a Florinda que não deixem que tirem o televisor colorido do porteiro do edifício. Florinda, também chorando, concorda. Depois, Sr. Peres, o porteiro, agradece à Chapolin, que afirma que os seres humanos repartem mal a riqueza. "E também a estatura", complementa o porteiro, comparando a sua altura com a de Chapolin. O porteiro se retira, dizendo que irá dar a boa notícia para sua filha. Carlos regressa ofegante, dizendo que vai embora. O louco diz que conseguiu eliminar todos os marcianos e se despede dando um beijo no rosto de Florinda. Chapolin também dá um beijo em Florinda, alegando que tem que imitar o louco para que não fique furioso. Então Chapolin dá um festival de beijos em Florinda, que acha graça. FIM DO EPISÓDIO


Uma vez mulherengo, sempre mulherengo

DR. CHAPATIN É UM ASSASSINO
Resumo do entremés inédito exibido no dia 12/8/2006


Fotos: Mestre Maciel

            Dr. Chapatin anda de um lado e de outro, preocupado. A enfermeira (Florinda) percebe e pede para que o doutor não lhe negue que está com um problema. Chapatin, ainda assim, nega. A enfermeira coloca que algo aperta o peito do médico. Chapatin diz que é a camiseta. A enfermeira não gosta e lembra que tentou ajudar. Chapatin resolve se abrir e diz que seu problema está relacionado a um cadáver. Ela fica pasmada e diz que sua boca é um túmulo. Chapatin: "Será que vai caber?". "Coisas" começam a dar no doutor. Florinda quer dizer que não falará nada pra ninguém. Chapatin confessa que é um assassino. Florinda: "Não". Chapatin: "Sim". "não, não", "sim, sim", "não, não, não", "sim, sim, sim". A dupla balança a cabeça durante este festival de afirmações e negações. Os óculos de Chapatin caem em função dos movimentos (provavelmente caíram sem querer, mas a equipe deixou passar, com o doutor posteriormente se abaixando para recolher os óculos). Chapatin diz que foi tudo de repente. Conta que dirigia tranqüilamente não ultrapassando os 180 quilômetros por hora. Florinda se espanta com a altíssima velocidade e Chapatin ainda complementa que não tinha pressa e que, ao chegar na esquina do consultório, um "outro idiota" se atravessou em sua frente. Ela pergunta se outros já haviam atravessado seu caminho e o médico responde que vários se atravessaram de sua casa ao consultório. Chapatin diz que o "idiota" atravessou no momento em que fez a curva. "E não acenou a mão pra ele?", pergunta Florinda. "Eu sou uma pessoa decente", responde o doutor.


No detalhe apontado pela seta e pelo círculo, a mosca penetra descansa no ombro de Florinda

            Florinda diz que, no momento em que a curva deve ser feita, é necessário tirar a mão. Chapatin alega que tirou pela janela. Florinda pergunta por que ele não colocou a mão (nesse momento, uma mosca sobrevoa o estúdio, em especial na cabeça de Florinda). Chapatin retruca, falando que também não dar para colocar o pé. A enfermeira novamente explica. O médico diz que queria fazer a curva pela direita e que a janela da direita fica longe para alcançar. Ele conta que, pra não atropelar o "idiota", teve que ir com o carro pela calçada. "E pegou alguém?", questiona Florinda, enquanto a mosca pousa em seu ombro. "Sim, mas não amassou o carro", responde. Ele conta que saiu do carro pra ver o que tinha acontecido e que sentiu um nó na garganta. "É a angústia", deduz a enfermeira. "Não, é o cachecol que tinha ficado preso na direção", devolve o médico, enquanto a mosca sobrevoa pela cabeça de Florinda. Chapatin diz que, ao sair do carro, não encontrou nenhum ferido... só um morto. Chapatin afirma que o matou e que é um assassino. Florinda diz que o doutor não é um assassino, já que matou por acidente um homem. O doutor diz que não matou nem um homem e nem uma mulher. Florinda quer saber quem ele matou. Chapatin responde que foi o cachorrinho que ela ganhou na semana passada. A enfermeira se desespera, toma o saquinho do médico e, aos gritos de "assassino", começa a dar sacadas em Chapatin, alegando que o cachorrinho era indefeso. FIM DO ENTREMÉS


Dr. Chapatin é, pela primeira vez, vítima do próprio saquinho

Mestre Maciel

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