O PRIMEIRO BOX DE DVD'S DA AMAZONAS FILMES

            A partir do começo de dezembro, comecei a dar uma tímida fuçada nas lojas de CD's e DVD's a fim de encontrar o tão badalado box de DVD's de Chaves, Chapolin e Chespirito produzido pela Amazonas Filmes. Mas, ao contrário de outros casos (geralmente, a cada fim de novembro, vou desesperado à caça do CD de samba-enredo do Rio tomado pela ansiedade), obtive sucesso logo no primeiro dia de buscas pelo box: encontrei-o na Livraria Cultura de Porto Alegre, numa bela tarde de terça-feira, 6 de dezembro. Comprei-o na hora, por 109 mangos pagos à vista. Acredito que eu tenha sido o primeiro a adquirir os DVD's numa loja na época, já que todos que eu conhecia do FUCH haviam comprado de sites da internet, como Submarino, Americanas... Nem é preciso dizer que os DVD's até hoje garantem a festa em casa. Vi e revi todos e, por conta disso, já me sinto apto a redigir a crítica de minha parte a cada um dos três discos do primeiro box (ao contrário do previsto, os DVD's não estão sendo vendidos separadamente). Bom lembrar que ainda teremos mais sete box's CH pela frente e, segundo Lippe, um dos coordenadores da dublagem nos Estúdios Gábia (SP), diz no novo ChaPapo, as dublagens e a comercialização do segundo box já se darão no começo de 2006. A data ainda não é certa!
            Aí vai minha análise. Só recordo que a seleção de episódios é da Televisa e que esses DVD's são as mesmas versões de títulos já lançados no México e em outros países e que consta não só o áudio em português como também o em espanhol.

            DVD DO CHAVES - Trata-se do mesmo título "Lo Mejor del Chavo del 8 volume 5". Os episódios são: "O Homem da Roupa Velha", "A Moeda Perdida", "Peixe Cru faz bem pra Memória", "A Bandinha" e "O Caçador de Lagartixas", além de dois esquetes dos hilariantes "Los Caquitos". Bem, o da Roupa Velha, da Moeda e da Banda já eram conhecidos por quem comprou fitas de perdidos com Leandro Lima e outros vendedores ou para os que tem boa memória, pois eram apresentados normalmente pelo SBT até 1992. Já os do Peixe e da Lagartixa têm suas segundas versões bastante manjadas no SBT e o bom é que o DVD nos presenteia com as primeiras versões destas histórias. "O Caçador de Lagartixas primeira versão" foi cancelado em 1988 pela emissora do Cenoura e marcou a estréia de Malicha, afilhada de Seu Madruga. Já "Peixe Cru primeira versão" nunca foi apresentado no Brasil provavelmente em função de seu polêmico final. E, dos dois esquetes de Chompiras e Peterete, conhecíamos o segundo, conhecido como "Pistola de Brinquedo", exibido, coincidentemente, antes do episódio da Bandinha no SBT. O primeiro, em que Chompiras quebra a janela da casa que ele e Peterete planejam assaltar, é inédito.
            O Homem da Roupa Velha - A primeiríssima versão da saga do Roupa Velha marca a estréia do quadro Chaves na Televisa. Eu acreditava, antes, que este episódio, assim como o da Moeda, eram produzidos pela TV TIM, onde Chespirito trabalhou até 1972 e produziu programas como "Los Supergenios de la Mesa Quadrada" e "Ciudadano Gómez". Mas, como é confirmada a data de 1973 para ambos... Em "Ropavejeros", Tatá Guarnieri, a nova voz de Chespirito, tentou mais do que nunca imitar o timbre único de Marcelo Gastaldi. De fato, foi o episódio em que Chaves mais ficou com a voz semelhante à sua original tupiniquim. Mas ela ficou muito forçada. É simplesmente bizarro ouvir Chaves, na voz de Tatá, dizer, soletrando as sílabas e com uma voz praticamente constipada: "SEU PA-PAI CUS-PIU EM MIM". Já Cecília Lemes, pelo menos neste primeiro episódio, demonstrou estar fora de forma. Ela fez uma voz muito pesada e adulta para Chiquinha. E, por fim, enfatizo a mudança da dublagem no diálogo em que Seu Madruga ameaça dar ao Homem da Roupa Velha todos os brinquedos de sua filha se ela não tomar o remédio. Dessa vez, Madruguinha diz que doará os vestidos da sardentinha. É obra da dublagem, pois, no áudio em espanhol, eles falam "juguetes" mesmo, ou seja, brinquedos. Uma pena que o dublador do Roupa Velha (não chamado assim, ao contrário da dublagem original da MAGA), o mesmo que anuncia, na abertura dos DVD's, seus respectivos títulos e anuncia "Versão brasileira, estúdios Gábia, São Paulo", não dubla o vendedor falando "Sapatos, roupa velha" no momento em que ele arrasta Seu Madruga para fora da vila.
            A Moeda Perdida - Nelson Machado demonstra estar em plena forma como Quico. Já Cecília e Tatá aos poucos começam a aperfeiçoar as vozes de seus personagens. Legal que as mesmas piadas da dublagem original foram mantidas, como a do beija-flor que acerta o cheirador. Méritos de Berriel e cia. Só a Ponte Preta que foi trocada pelo Corinthians na piada dos dois gols de lambuja (o original é Cruz Azul x America). Há duas curiosidades que quero destacar: a primeira é o fato de Ramón Valdez imitar o choro de Chaves com uma voz contida, ao contrário do tom agudo e de deboche, característico de Carlos Seidl. A segunda é um equívoco da dublagem original da MAGA no fim do episódio. Nessa ocasião, Seu Madruga diz que devolverá a moeda a Chaves. Mas quem a pega é Quico. A impressão que fica é que Quico, dando uma de malandro, pegou a moeda endereçada originalmente ao órfão. Mas a dublagem nova da Gábia e a versão original confirmam que Seu Madruga realmente tem a intenção de devolver a moeda ao Quico. Aí Chaves faz uma cara de pidão e convence também o pai da Chiquinha a lhe dar uma moeda.
            Peixe Cru faz Bem pra Memória - Curioso é o miado do gato ecoando durante toda a primeira parte do episódio, até mesmo quando o animal não aparece na cena. A piada da lagosta ficou como "eu comi a que ela-gôsta", ao invés de ela-gósta da segunda versão manjada do SBT. E, por fim, também considerei lamentável o fim do episódio, em que Seu Madruga mata o gatinho. Tudo bem que a cena do "gatocídio" não aparece, mas as crianças que assistem ao seriado já tem noção de que o pai da Chiquinha tirou a vida do bichinho, o que certamente os chocou. Eu mesmo fiquei estupefato com este duro desfecho ao ler a coluna do Andy publicada um pouco antes do lançamento dos DVD's em que ele faz um resumo ilustrado do episódio. Apesar de criticado por muitos, considero esta versão melhor do que a que está no ar atualmente, até porque esta contém Seu Madruga e Quico, o que já considero uma justificativa mais do que suficiente.
            A Bandinha - Tatá não estava muito inspirado na dublagem de Chaves, pois não conseguiu acertar o tom certo na voz do personagem. O nome "Buldowski" como autor da "Dança das 24 Horas" tirou o brilho da piada original da MAGA (apesar que, no áudio original, Chespirito também fala um nome simples). É muito mais engraçado ouvir Gastaldi pronunciar Tchutchutotchiski (aproximado). Sobre a "ressurreição" de Sônia Lima, a piada, na versão nova, nem se compara a da dublagem MAGA, em que Gastaldi dizia, de forma cômica, que Luiza Brunet havia saído "NO" Playboy e era muito pobre porque não tinha dinheiro pra comprar roupa. Outra mudança sentida foi a ausência da canção interpretada por Bette Middler no momento em que Professor Girafales e Dona Florinda se encontram, no fim do episódio. Muito cômico, na versão da MAGA, ouvir Chiquinha dublando a música, ao mesmo tempo em que as tradicionais gargalhadas ecoam com toda a força. No DVD, tanto no áudio em português como o em espanhol, rola, nessa hora, a música original que toca a cada encontro do casal (não é o arranjo de "E o Vento Levou...", conhecido por todos nós).
            O Caçador de Lagartixas - Neste episódio, Tatá Guarnieri nos brindou com uma excelente atuação, disparada a sua melhor como Chaves. O bom dublador esteve mais seguro e ousado, com direito a um "O que foi, Maletita?", ao se referir à Malicha. Helena Samara, emprestando sua conhecida voz à Dona Clotilde, demonstrou estar em plena forma com a personagem, não mudando em nada seu tom. Gostei também da voz dada a Malicha, de moleca malandra (em espanhol, o timbre da atriz Maria Luisa Alcalá é bem parecido com a de María Antonieta de las Nieves). Aliás, gostei principalmente da manutenção do nome Malicha, já que o SBT, durante as apresentações de compactos de perdidos no extinto "Falando Francamente" de Sônia Abrão, cometia a cara de pau de chamá-la de Malu. Interessante que Nelson Machado está menos gritão que de costume e o célebre choro do Quico ecoa baixo no episódio. É uma versão que me agrada mais do que a atualmente no ar, o primeiro episódio apresentado no Brasil em agosto de 1984, cuja dublagem original até hoje é mantida.
            Nos esquetes de Chompiras e Peterete, Tatá esteve bem na pele do ladrão atrapalhado. Uma pena que a música da Pantera Cor-de-Rosa, que sempre acompanha o caminhar gozado de Peterete, não está presente (apesar que as musiquinhas que acompanham essas esquetes, presentes desde o DVD da Imagem, também são um barato). Sobre a voz de Carlos Seidl, ressalto que ela está mais aguda e rouca, e sua atuação foi muito gritada. Já Martha Volpiani e Osmiro Campos se mantiveram na média. Um pouco mais roucos, mas, enfim, muito bem.

            DVD DO CHAPOLIN - É o mesmo DVD "Lo Mejor del Chapúlin Colorado volume 3". Sem dúvida, o melhor dos três DVD's, até porque contém mais episódios e sua duração é maior (116 minutos). Os episódios são: "O Descobrimento da Tribo Perdida", "O Vazamento do Gás", "O Conde", "O Mini-Disco Voador", "Folclore Japonês", "De Médico, Chapolin e Louco, Todo Mundo tem um Pouco" e "O Vampiro", além de três esquetes do Dr. Chapatin intitulados "Barraca de Frutas", "Médicos Birutas" e "Enfermos". Os episódios do Conde e do Vampiro sempre foram exibidos normalmente, já o do Folclore Japonês, primeira versão do Sympatho Yamasaki (no fim, este era o título original do episódio, pois, na coluna anterior, perguntei meio mal-humorado "De onde tiraram este título bizarro?"), foi cancelado em 1992 e era apresentado antes de "Dr. Chapatin e a Autópsia". Os demais episódios, assim como os três esquetes de Chapatin, jamais foram apresentados por aqui. O Vazamento e o Disco são primeiras versões de histórias sempre apresentadas pelo SBT, mas com finais bem diferentes. Destaca-se muito a versão instrumental da musiquinha original do Chapolin, de arranjo e melodia adoráveis. Dá gosto de ouvir! Tatá Guarnieri teve uma atuação magistral como Chapolin. O eficiente dublador manteve o carisma do herói no Brasil, utilizando o tom adequado para o personagem. Nota nove! Não é dez porque falta ele aprimorar um pouco o "sim, eu vou! sim, eu vou". Detalhe: dos dez episódios do DVD (incluindo os três do Chapatin), três começam da mesma maneira: mostrando um soro de hospital. A coincidência ocorre nos inícios de "O Mini Disco-Voador", "De Médico, Chapolin e Louco, Todo Mundo tem um Pouco" e o mudo "Médicos Enfermos".

            O Descobrimento da Tribo Perdida - Uma abertura em grande estilo do DVD. Esse é, na minha opinião, um dos melhores episódios do seriado. É engraçadíssimo do início ao fim. Certamente, para quem adquiriu o DVD, os termos "Bola Barrigola Fumarola Magrola Gladiola" não sairão da memória. Neste episódio, Chapolin nos brinda com frases impagáveis como "Batman está em lua-de-mel com o Robin", "Coca-Cola, Pepsi-Cola", "Pança Louca de Mussarola" e "Me avise quando terminar", este último quando o herói movimenta sua cabeça lentamente para cima a fim de avistar até onde vai aquele paredão que se colocou à sua frente (trata-se de Gladiola, interpretado por Rubén Aguirre e seus intermináveis 1m95cm, com quem o Polegar terá de lutar para evitar que o explorador vivido por Ramón Valdez seja jogado ao poço sagrado). A seqüência da briga entre Chapolin e Gladiola garante gargalhadas até em quem não é tão fã dos seriados, sobretudo pela animação da torcida pelo gladiador da tribo dos Gordicholas (Pançacola, no original), bem representada pelos cômicos sussurros de Nelson Machado. Dublando Edgar Vivar como Bola Barrigola, Fadu Costha, o substituto do saudosíssimo Mário Vilela, não comprometeu.

            O Vazamento de Gás - A primeira parte do episódio é a mesma da segunda versão atualmente no ar. A diferença é que a história já começa com a mocinha se deparando con os móveis da casa todos bagunçados e nela habitam pai e filha (Ramón e María Antonieta) ao invés de um casal (Carlos e Florinda). Dou todo o destaque para a fala de Chapolin na voz de Tatá, antes do desmaio de María Antonieta: "TEM QUE SER FORTE". O novo dublador de Chespirito conseguiu a proeza de emitir a mesma voz de Marcelo Gastaldi, mesmo sem querer. Juro que pensei que, nesta fala, eles tivessem reeditado a voz do imortal Maga. Interessante é que a segunda parte do episódio é semelhante ao dos Aerolitos, com direito a desmoronamentos e uma casa caindo, com a porta ficando de pé. Esta versão me agrada mais que a conhecida, pois nao sou muito fã do festival de cordas puxadas que marcam a segunda versão da história.
            O Conde - Episódio já conhecido por todos, achei que Fadu Costha deixou a desejar na voz de Edgar Vivar, pois lhe falta presença e carisma, coisas que Mário Vilela tinha de sobra. Só uma pena que, logo após Ramón Valdez ter caído na piscina (talvez a única do mundo com bordas tortas e de espuma), o coronel não o tenha chamado de "Seu Madruga" ao ajudá-lo a sair da água. Afinal, quem não se lembra de, na dublagem MAGA, Vilela falando baixinho "Seu Madruga, Seu Madruga, deixe-me ajudá-lo, Seu Madruga". Destaque para o uniforme do Chapolin, que é deteriorado no final do episódio.

            O Mini Disco-Voador - Esta primeira versão do episódio que termina com o disco levando o cofre com todas as economias do doutor (Ramón) tem um fim bem diferente da versão que conhecemos. Logo após o disco voador ser capturado, o marciano escapa e começa a morder o pescoço de Florinda. Ela é liberada para ir pra casa. Então o doutor, também interpretado por Ramón Valdez, tem a idéia de jogar água no marciano e matá-lo, pois os habitantes do planeta são vulneráveis ao líquido incolor com dois átomos de hidrogênio e um de oxigênio. Chapolin e Ramón juntam baldes com água e então o marciano também morde o personagem de Carlos Villagrán. Despontam inúmeras tentativas de molhá-lo, e nem é preciso dizer que um dá banho no outro, com Carlos ficando sequinho. Quando Ramón, irritado com Chapolin, tenta molhá-lo, ele sem querer acerta Carlos e o marciano morre. No fim, Chapolin, decidido a esvaziar os baldes, molha Florinda, que estranhamente regressa depois de algum tempo para dizer "até amanhã". Só para levar um banho, mesmo! Mais bizarro, impossível!

            Folclore Japonês - Primeira versão do episódio do Honolável Medidor de Luz, este episódio tinha exibição normal até 1992. Marcado por inúmeras pérolas, a equipe de Berriel, Valette, Lippe, Nightmare e Soldado Chespirito nunca esteve tão atuante. O texto da nova dublagem foi quase todo fiel à versão da MAGA. Alguns termos da segunda versão foram utilizados também. Mas destaque maior para a hilariante lembrança de Jece Valadão, como o dono do coração da gueixa. Quase tive um ataque quando ouvi Martha Volpiani pronunciar o nome da celebridade já homenageada por Quico no episódio da Recuperação. Na primeira dublagem, Florinda se refere à Francisco Cuoco. E, no original, o galã é Julio Aleman. O nome do Samurai na dublagem da MAGA foi mantido (Macaquito Urinawa, ao invés de Caçamba Urinawa). Senti falta da seguinte frase, quando Chapolin se refere ao tocador do gongo (Villagrán): "Acho que se irritou comigo o fumanchu da boca do lixo". Uma pena que mal se pode ouvir Tatá pronunciando o "Campinas Araçatuba" logo após o "Hiroshima Nagazaki" do Samurai. O "abusaqueteatirodopoço" é da versão do Medidor de Luz, porque, na dublagem original da primeira versão, Chapolin fala "abusaetebatonacara". No mais, foram mantidos o "Matsubara, pó de mico" e "Matsumoto", mas o golpe do "chifre destruidor" virou "chifrada de bode". Também ficou engraçado! Ouvindo o episódio no áudio em espanhol, constatei que, nesta história, a voz de Florinda está idêntica a de Cecília Lemes, dubladora da Chiquinha. Curioso...

            De Médico, Chapolin e Louco, Todo Mundo tem um Pouco - A princípio, achei que se tratava de uma primeira versão da troca dos prontuários, já que o título deste episódio é o mesmo. Mas me surpreendi positivamente com um autêntico festival de humor que é a história de um paciente (Ramón) que não quer de maneira nenhuma tomar uma injeção contra a roncoparalepsia, doença que faz a pessoa, ao dormir, roncar até morrer. Aí tome injeção pra todo lado. Todos recebem a dose do antídoto para a roncoparalepsia, menos o paciente, evidentemente. Para não tomar a injeção, vale tudo, inclusive colocar, na frente do bumbum, um livro de título "Peligro en la retaguarda". Não sei se vocês se recordam de uma cena exibida na propaganda da volta do Chapolin no SBT em 2002, em que o herói, após tomar a pastilha encolhedora, desce segurando um guarda-chuva aberto. Pois é deste episódio, presente no DVD. No fim, Chapolin consegue aplicar a injeção em Ramón, aproveitando um cochilo do paciente (arriscado, pois, com mais alguns roncos, ele poderia "desfechar seu final"). Ramón, ao deixar o hospital, devolve a injeção ao Polegar Vermelho, após abraçar o herói. Cômica a cara de Ramón com o sentimento de doce vingança. Detalhe: no começo do episódio, Ramón lê o mesmo gibi que Chapolin mostra ao Racha Cuca no episódio "Vamos à Disneylândia com o Polegar Vermelho". Outra coisa: o que são aqueles botões amarelos gigantescos do pijama do paciente??????
            O Vampiro - Episódio conhecidíssimo, não traz muitas alterações em relação à dublagem original. A única diferença talvez seja a referência de Ramón a uma hepatite que possui enquanto o Vampiro tenta lhe atacar. Na dublagem Gábia, tal referência é muito mais audível e notada do que em relação à dublagem MAGA, onde as gargalhadas de praxe acabam por abafar esta fala de Ramón. Quanto ao fato de Ramón falar que ele não é um vampiro de verdade, e sim um louco, isso estranhamente está no texto original. Se ele apenas pensa que é um vampiro, como é que ele morre de verdade com a luz do sol? Esta questão já está na nossa subseção A Propósito, presente na seção Curiosidades, do Turma CH.

            Nos três quadros do Dr. Chapatin, Tatá foi criticado por não fazer uma voz de idoso ao personagem. Ora, Gastaldi o dublava com sua voz normal, também não lhe dando timbre de ancião. Por isso, creio que Tatá não tenha comprometido ao fazer a voz do médico caduco. Quanto aos episódios, em "Barraca de Frutas", o dono da barraca (Ramón) tem um trabalhão ao atender Chapatin, que quer uma melancia fatiada (apesar de Ramón dizer que só a vende inteira), e uma gaga interpretada por María Antonieta de las Nieves (neste episódio, ela está idêntica à Bianca Comparato, a Maria João de "Belíssima", irmã da Giovana, beldade vivida por Paola Oliveira). "Médicos Birutas" é um curioso episódio mudo. Enquanto toca uma música de fundo, Chapatin, todo amedrontado ao ver as partes internas do paciente (Villagrán), atrapalha a cirurgia do colega (Ramón). O velho, inclusive, se dá ao luxo de comer salgadinhos no meio da operação. Nem o paciente, no fim, resiste, e acorda da anestesia os degustando. O último episódio "Enfermos" é o mais engraçado, pois Chapatin dá o paciente (Villagrán) como morto, embora este não se sinta tão mal. O doutor, malandro, até chama o dono de uma funerária (Ramón) para fazer suas medidas para o caixão, já que ele leva uma comissão por defunto que consegue. Hilariante quando o dono da funerária chega e começa a medir Chapatin, achando que ele é o defunto. O paciente insiste que está bem de saúde, e então o doutor, esperto, pergunta para que time ele torce. Ele responde Palmeiras (no original, é Chivas Guadalajara) e grita "Palmeiras, Palmeiras, rá rá rá". Até que Chapatin lhe informa que o Palmeiras perdeu para o São Paulo (América, no original) por 8 a 0. Carlos não resiste e cai morto. Então Chapatin e Ramón voltam a fazer as medidas do agora defunto, enquanto a esposa (Florinda) chora daquele mesmo jeito dos episódios "O Misterioso Caso do Morto que já Morreu" e "Cleópatra".

            DVD DO CHESPIRITO - Este contém os mesmos episódios do DVD "Lo Mejor del Chespirito volume 2". Contém quatro episódios de Chocolate... quer dizer, Chompirras, dois do Chalouco... ops, Chaparrón (bom parar antes que me esquartejem mentalmente) e um do Dr. Chapatin, todos dos anos 90 e apresentados tanto na CNT como no SBT (Clube do Chaves). Bom rever os divertidíssimos Chaparrón e Chompiras (não sou tão fã assim do Chapatin pós fase-clássica), mas bem que a Televisa poderia colocar mais episódios no DVD, pois o de Chespirito ficou com apenas 60 minutos, a metade da duração do título do Chapolin. Um equívoco da Amazonas Filmes foi colocar na capa que a série é inédita no Brasil. Não era até 1997, quando a CNT apresentou o Programa Chespirito, e em 2001, como todos lembram, com o nome "Clube do Chaves". Os episódios são os seguintes: O Amigo Defunto (Chompiras), O Duelo - Brincando de Assaltante (Chaparrón), Como Ganhar Dinheiro Dando Algumas Voltinhas (Chompiras), Paciente com Dor nos Rins (Dr. Chapatin), O Grande Prêmio (Chompiras), O Quartinho Mágico (Chaparrón) e Bagunça na Recepção (Chaparrón). Uma pena que este DVD não tenha o chamado material adicional, como o do Chaves contém os episódios dos Caquitos e o Chapolin do Chapatin na fase clássica. O disco também não apresenta os anos de cada episódio. Sobre as dublagens, Osmiro Campos e Martha Volpiani mantiveram o mesmo tom já conhecido aos personagens (Volpiani esteve brilhante como a divertida Chimoltrúfia) e Tatá Guarnieri não comprometeu faznedo as vozes de Chompiras, Chaparrón e Dr. Chapatin, embora eu confesse já estar acostumado com a voz do contestado Cassiano Ricardo para estes personagens. Cassiano atuou muito bem emprestando sua voz a este trio, mas a péssima atuação nos quadros Chaves e Chapolin mais o palavreado de baixo nível utilizado em vários episódios queimaram o seu filme com os chavesmaníacos. Já Fadu Costha colocou uma voz diferente da que estamos acostumados a Edgar Vivar, não comprometendo, mas também não brilhando. Sinceramente, prefiro até o falecido César Leitão, dublador de Edgar Vivar no Clube do Chaves. O curioso é que esses episódios não contém risadas após as piadas. As do Clube do Chaves eram do próprio SBT mesmo. Ou seja, é possível sim ver um episódio inteiro de Chespirito sem as gargalhadas, que ficam por conta do telespectador mesmo...
            O Amigo Defunto - Não me lembro deste episódio no Clube. Fui checar no Guia de Episódios do nosso site, feito pelo nosso colunista Valette Negro, e não encontrei, nos episódios do Clube e da CNT, nenhum com este título ou outro semelhante. Mas ele é bastante divertido: Chompiras é levado pelo Sargento Refúgio (Rubén Aguirre) ao IML para reconhecer o corpo de um antigo colega seu, morto após um assalto. Todos os cadáveres estão tapados por um lençol. Chompiras não gosta de saber que irá ter que aguardar uma perícia para fazer o reconhecimento, pois está com muito sono. Então o guarda responsável pelo IML sugere que ele durma numa das camas, que está vazia. Com tanto sono, Chompiras não se importa em dormir junto com cadáveres e se deita. O guarda resolve lhe tapar da cabeça aos pés. Nisso, Botijão e Chimoltrúfia chegam ao local e, já que não encontram ninguém, tentam, por conta própria, reconhecer o suposto amigo morto. Nem é preciso dizer o susto que tomam quando vêem Chompiras dormindo, tampouco é necessário lembrar que eles pensam que o melhor amigo do casal está morto. No fim, houve um engano e o elemento morto fora confundido com outra pessoa conhecida pela ex-dupla de ladrões. Botijão e Chimoltrúfia, sabendo que foram enganados, partem pra cima de Chompiras, que não sabia de nada do que estava acontecendo.
            O Duelo (Brincando de Assaltante) - Já o tinha visto no Clube. A hilariante dupla brinca de assaltantes e um toma a "arma" do outro (no caso, a arma é os dedos indicadores de Chaparrón e Lucas) e, no fim, eles acabam assaltados pelo ladrão interpretado por Edgar Vivar. Algo curioso acontece quanto ao clássico bordão iniciado pelo "Fala Belo". Na primeira vez em que eles o executam, na dublagem, a resposta é a que já conhecemos: "Não HÁ de queijo, só de batatas". Posteriormente, seria dito sempre "Não TEM de queijo, só de batatas". Não sei o que a equipe de Berriel achou disso, mas fiquei muito contente por terem mantido este hilariante diálogo. Mais curioso ainda é quando você coloca as legendas. Na hora do "Fala Belo", aparece "Diga está livre". O "beeeelo" dito por Chaparrón vira "está livre". E o diálogo segue. É que, no original, é dito "Diz licenciado". A dublagem brasileira adaptou, trocando o "está livre" pelo "belo". Ficou bem mais engraçado. Não me lembro como era a dublagem no programa da CNT. O Valette pode me responder.
            Como Ganhar Dinheiro Dando Algumas Voltinhas - Lembro-me perfeitamente desta história no Clube. Um hóspede chega ao Hotel Buena Vista com um invento que supostamente faz cada nota de dinheiro valer dez vezes mais. Chompiras e Chimoltrúfia gastam todos os seus salários para comprar o invento, que evidentemente não funciona. No fim, o Sargento Refúgio anuncia que o farsante foi preso e que havia vendido a geringonça para várias pessoas antes da dupla. Osmiro Campos improvisa no final do episódio ao dizer que Botijão também comprou o invento. Nem no áudio original e tampouco na dublagem do Clube, o Sargento insinua que o gordão também adquiriu a geringonça. Uma bela tirada do excepcional dublador de Rubén Aguirre.
            Paciente com Dor nos Rins - Não me lembro se esse episódio passou no Clube. Rubén não imaginava a fria em que iria se meter ao tentar resolver sua imensa dor nos rins indo ao consultório do Dr. Chapatin. A primeira coisa que o médico caduco faz ao chegar é cobrar-lhe a consulta. Chapatin apronta mil e uma confusões, irritando o paciente que resolve ir embora. Mas ele retorna um pouco depois para reaver o dinheiro da consulta e ameaça Chapatin com uma arma. Até que Rubén percebe que a arma colocada na cintura é que provocava a dor nos rins. Tatá deu a Chapatin, neste episódio, a voz de alguém mais idoso, diferentemente dos episódios da fase clássica presentes no DVD do Chapolin.
            O Grande Prêmio - Exibido no Clube do Chaves, começa com o representante de um concurso (interpretado por Ricardo di Pascual, o intérprete do Sr. Calvillo e do Anão Soneca da fase clássica) perguntando a Dom Cecílio (Moysés Suárez) porque ele não foi retirar o prêmio de um milhão que havia ganho. Após uma série de desmaios do dono do hotel, o carequinha avisa que Cecílio precisa entregar o canhoto que comprova sua participação no concurso em até dez minutos. Do contrário, o dinheiro vai para o governo. Cecílio diz que o canhoto está no cofre, mas esqueceu da combinação. Chimoltrúfia tem a idéia de chamar a ex-dupla de ladrões Chompiras e Botijão para arrombar o cofre. Eles evidentemente não conseguem e Chompiras anuncia, ao fim do prazo estipulado pelo carequinha, que traz boas notícias... para o governo. O homem vai embora comunicando que eles perderam o prêmio. Chimoltrúfia dá, com raiva, um chute no cofre e ele acaba abrindo.
            O Quartinho Mágico - Chaparrón e Lucas resolvem investigar o misterioso quartinho mágico, lugar onde as pessoas entram e, no fim, acabam saindo em lugares diferentes. Ou melhor, um homem entra no quartinho e sai dele transformado em mulher. Eles se referem ao elevador, o mesmo do célebre episódio "A Arca de Noé". Nem é preciso dizer que aprontam todas. Participam do episódio Anabél Gutiérrez (intérprete da Dona Agrimaldolina, mãe da Chimoltrúfia), Moysés Suárez e Paulina Gómez (filha de Chespirito).
            Bagunça na Recepção - Episódio marcado pela histórica surra que Chimoltrúfia dá em Chompiras no desfecho. A discussão (o que é uma senhora novidade no seriado, isso é sarcasmo) é motivada por Chompiras, que quer saber porque ela lhe bateu. Após o ex-ladrão interromper toda hora o pessoal que tenta se explicar, no fim Chimoltrúfia revela que recebeu uma carta de amor de Chompiras, quando este era para pagar o dinheiro que lhe devia. A carta de amor era endereçada para a loira da farmácia, que recebeu o dinheiro por engano. Botijão, enfezado, pede ao amigo para provar que não estava cantando a sua esposa. Chompiras faz o Sargento Refúgio ler o seguinte trecho da carta: "Essas pernas torneadas", completando que jamais se referiria à Chimoltrúfia, que, enfurecida, parte Chompiras ao meio. Não me lembro desta história no Clube.
            Enfim, acredito que algumas coisas devem ser corrigidas para os próximos DVD's. Por exemplo, as legendas. Muitas vezes não aparecem vírgulas nos locais certos e os nomes aparecem escritos sem a primeira letra maiúscula (exemplo: o que foi chaves?). E, pelamordedeus, "vazamento" não se escreve com "s", como se encontra na contracapa do DVD do Chapolin. Fora esses meros detalhes, é óbvio que é gratificante ao chavesmaníaco essas jóias raras. Certamente um formidável presente de Natal. Agora é esperar pelos próximos boxes. São mais sete, hein?

MESTRE MACIANDO NA SAPUCAÍ
As últimas do meio CH

A crítica que fiz nesta seção na coluna anterior deu resultado: "El Diario del Chavo del Ocho" (à esquerda) deve ser lançado no Brasil em 2006. Diz o jornalista da revista Flashback, Tarso Augusto, que a Editora Objetiva está interessada em lançar o livro em terras tupiniquins. Nosso colunista e presidente do Fã-Clube Chespirito-Brasil, Gustavo Berriel, afirma que, além da Objetiva, mais editoras estão interessadas. Deus queira que esta maravilha chegue às nossas livrarias, pois certamente isso motivará uma visita do legítimo mestre Roberto Gómez Bolaños ao Brasil. Não entendo o porquê de até hoje ela não ter acontecido. Sobre a revista Flashback, a próxima edição (a número 10) deverá trazer uma matéria sobre os seriados CH. Entrevistado pelo Tarso, que deverá colocar o resultado final da enquete "O MELHOR DE TODOS" na reportagem, perguntei porque Chaves não apareceu na lista dos 50 melhores seriados da televisão, ranking publicado pela revista na sua edição número 8. Indaguei que Chaves era considerado hors-concours e Tarso então prometeu pensar e formular uma resposta sensata para a minha pergunta-provocação. Até hoje estou aguardando a justificativa...

Com a saída de Family Feud da programação do SBT, especula-se que não só Chaves como também Chapolin deverão regressar à grade diária da emissora. Se realmente isso acontecer, já não será sem tempo, hein? Segundo fontes ocultas, a programação, a partir de 2 de janeiro, terá Chapolin às 17h30min e Chaves às 18h. Horário mais que perfeito! Vamos torcer para que esta mudança seja confirmada. Se for, só espero que o SBT não mutile os episódios.

No FUCH, o usuário El_Macbee disponibilizou endereços para download dos DVD's dos seriados na íntegra. Os endereços são do fórum Compartilhando. Não sei se vai funcionar, pois tem que se cadastrar no fórum e preferi evitar a fadiga. Clique aqui para baixar o DVD do Chaves com Ratinho do Quico (Imagem Filmes), aqui para o DVD do Chaves (Amazonas Filmes), aqui para o do Chapolin e aqui para o Chespirito. Todos estão em FullDVD, sem perda alguma de qualidade e conteúdo em relação ao original. Vamos ver se cola...

O espanhol Juan Francisco, em seu site Portal Jerez, posta algumas curiosidades interessantes sobre os seriados. A mais emblemática delas é que, antes do episódio pioneiro "O Homem da Roupa Velha", do DVD do Chaves, fora gravado e exibido o esquete "Chespirito no Parque". A história é essa: Chaves chega à vila com um cãozinho que encontrou na rua, aí as crianças vão dar banho no cachorro, mas a burrice do Chaves acaba sujando toda a cara do Quico de espuma, aí Dona Florinda vê o filho naquele estado e, como sempre, culpa o Seu Madruga pelo ocorrido. Desta historinha foi tirada esta foto à esquerda, já bastante conhecida nos sites CH. Depois, há um outro quadro do Chaves onde Seu Barriga vai cobrar o aluguel do Seu Madruga e sempre que tenta lhe dar uma explicação, é interrompido pelas crianças. Inclusive esse esquete foi copiado por Chespirito, nas duas versões do episódio "O Dia da Independência". Aos poucos, os mistérios vão desaparecendo. Mas, em termos de CH, parece que quanto mais enigmas são resolvidos, mais novos mistérios despontam.

No site do porto-riquenho Reniet, o excelente Chespirito.org, há algumas fotos de Chapolin na época em que era apenas esquete, piloto do que viria pela frente. Esta à direita é uma delas. Simplesmente bizarro!

Sobre mistérios CH, o usuário do FUCH SignoreBartolomeo, paraense como eu, mas torcedor do Paysandu, pôs em dúvida a certeza de que a última exibição de "O Louco da Cabana" (à esquerda) havia sido em 1985 antes do histórico 26 de novembro de 2005. Eis trechos de seu e-mail: "Venho comentar sobre a sua coluna relatando o episódio ex-perdido "O Louco da Cabana". Todos falam que foi exibido pela última vez em 1985, mas eu discordo dessa opinião. Por que discordo? A minha professora de RPG assiste Chaves e Chapolin desde criança, e comentei vários perdidos que ela se lembrou como "A Peruca de Sansão" e "A Bandinha da Vila". Ela comentou sobre "O Louco da Cabana" e ela disse que a última vez que assistiu esse episódio foi aproximadamente na década de 90". Coloquei essa discussão no FUCH, mas, pra variar, ninguém confirma por lá a suspeita da professora de Signore. Antes da década de 90, o meio CH torna-se um mar de incertezas...

Olha o que um jornalista escreveu para o site do IG (clique aqui para ler o artigo completo): "Como é que um personagem criado no final dos anos 60 e exibido no Brasil no início dos anos 80 consegue tanta audiência? Essa é a pergunta que faço quando ligo a TV e me deparo com algum episódio do Chaves. Não é que eu não goste da série, ela animou minhas tardes por muitos anos, mas por favor, chega um momento da vida onde não dá mais para assistir aos mesmos episódios, principalmente com a gama de canais que existe hoje em dia (...) Torço para que num futuro próximo, quem sabe até mesmo em 2006, a TV volte a adotar seu caráter inovador (...) com o Chaves fora da grade horária do SBT." Mas se são justamente as reprises um dos pontos fortes dos seriados CH, já que o povo gosta de rever as clássicas piadas e bordões dos personagens. Quanto ao desfecho do texto do homem, faça-me o favor, né? É uma opinião isolada que não deve ser levada em consideração pelos chavesmaníacos. Basta ver as surras diárias que Chaves está dando no Globo Esporte em São Paulo. O seriado se mantém há duas semanas na frente do Ibope, sendo que, no dia 12 de dezembro, massacrou a Vênus Platinada sapecando-lhe 17 pontos a 10. Chaves Chavinho Cha...

Há tempos me deparei com esta curiosidade, mas só agora passo aos chavesmaníacos: um dos autores do hino do Paysandu, o da "listra branca e outra listra azul", chama-se Pires Cavalcante. Ele compôs a marchinha que coloca o Peñarol na letra em parceria com Clodomiro Colino. Descobri isso lendo o encarte do CD "Hinos dos Campeões Vol. 2", o da capa roxa e que também contém os hinos dos meus Inter e Remo. Será que o dono da festa que o Quico iria freqüentar é paraense? E o que é pior: torcedor do Paysandu? Eu, hein?

Mais sobre Pires Cavalcante. O blog Óbvio Ululante que Pulula nas Mentes Humanas (nem foi em homenagem a Nelson Rodrigues) publicou, em cinco partes, uma fanfic (roteiros de episódios criados pelos próprios fãs) intitulada "A Volta dos que Foram e Ficaram", que mostra a turma da vila 15 anos depois. Quico, criado neste tempo pelas tias e com o ginásio completo, volta à vila acompanhado da namorada Ginna Pires Cavalcante, uma bela loira, porém esnobe como a futura sogra (seria interessante ver Paolinha Oliveira interpretando a amada do Quico). Eles acompanharão o casamento de Dona Florinda e Professor Girafales (só em fanfic, mesmo...). Não vou contar mais, pois a história é envolvente e muito bem escrita, e não quero estragar a surpresa dos chavesmaníacos. Não sou muito de ler fanfics, mas esta me prendeu até o fim. Sensacional mesmo! Para quem quiser acompanhá-la, ou entre no blog ou clique aqui, para acompanhar o tópico postado no FUCH sobre a história.

Lembram-se do homem dos sonhos da gueixa do episódio "Folclore Japonês"? Enquanto na dublagem Gábia, Jece Valadão é "homenageado", no original Florinda Meza sonha com Julio Aleman, o bonachão da foto à direita. Ele, provavelmente um ator mexicano, nasceu em novembro de 1933. O cara devia ser um galã lá pelos longínquos anos 70, porque hoje já tá um pouquinho derrubado...

Há duas colunas atrás, postei a cara de Carlos Seidl encarnando Seu Madruga durante as dublagens dos DVD's. Agora, BrunoSamppa, que recebeu agradecimentos no DVD junto com Mário Vilela, postou um foto-montagem de Nelson Machado, atuando no Gábia, fazendo uma cara típica de Quico. Não é a toa que o trabalho desses amados profissionais são louváveis: eles literalmente entram nos personagens. A propósito, Machado e Cecília Lemes, a voz da Chiquinha, concederam entrevista à rádio 89 FM. Clique aqui para baixar o bate-papo na íntegra. A ausência foi Tatá Guarnieri, que fora anunciado, mas acabou, de última hora, não aparecendo...

Depois de anos pensando que o sobrenome de Rosita, a beldade do episódio da Cleópatra, era Buchó, a galera do FUCH a relembra como Rosita BOUCHOT. Quando pediram para postar uma foto dela nos dias de hoje, alguém disse o seguinte: "Não quebre o encanto". Mas até que a Rosita Bouchot do século XXI não ficou tão encarquilhada. Compare abaixo as fotos da eterna Artritis nas duas distintas épocas.

O MENDIGO DA PRAÇA

            Fique agora com o resumo completo deste episódio, perdido até 1985 e apresentado no dia 3 de dezembro de 2005 com o nome "Pedintes em Família".                        O episódio se passa numa praça. A câmera foca um algodão-doce sendo vendido a um rapaz. Mais atrás, um homem vende balões. E, ao fundo, aparece um mendigo (Ramón Valdez), com a placa "manco". O turista (Carlos Villagrán) compra um algodão. O mendigo se aproxima do turista e lhe pede uma esmola, alegando não ter braço. Carlos coloca a mão no bolso, dando a impressão que tirará dinheiro. Mas o que ele tira é um lenço e assoa o nariz, para a irritação do mendigo. Carlos se afasta, mas Ramón pede para que ele lhe dê "um bom Natal". Carlos lembra que estão em setembro, mas o mendigo afirma que é do Natal do ano passado e que não recebeu nada dele. Carlos diz que é turista e o mendigo então diz que é melhor, pois ele pode lhe dar a esmola sem os 15% de imposto. Carlos pergunta se ele precisa de dinheiro. Ramón abaixa a cabeça e responde que sim. Carlos então exclama: "Trabalhe!". O mendigo pergunta ao turista se ele não leu nos jornais que no parque apareceu um homem morto. Foi porque ele não lhe deu "um bom Natal". Carlos diz que foi bem feito, afirmando que essa gente que não dá nem cinco centavos não merece continuar vivendo. Mas Carlos se despede do mendigo sem lhe dar os cinco centavos. Ramón até manda um beijinho para as crianças, mas logo se dá por conta e interrompe Carlos novamente. O turista tira uma moeda de 50 centavos, mas o mendigo avisa que só recebe esmolas de cinco pratas pra cima, e uma de cada vez. Carlos então fala "Se está pensando que eu vou lhe dar cinco pratas...". Nesse momento, Ramón aponta-lhe uma arma. "...eu vou te dar cinco pratas", completa.


O mendigo prova não ter escrúpulos

            Carlos diz que só tem uma nota de 50 e pergunta se ele não tem troco. Ramón diz que depois ele dará e pega o dinheiro com a mão esquerda, que ele dizia não ter. Carlos pergunta se ele não tinha braço. Ramón retruca falando que a nota é de 10. Carlos afirma que se enganou de nota e o mendigo devolve dizendo que se enganou de mão. O turista exige que o mendigo devolva seu dinheiro, mas ele não dá bola. Carlos vai embora e se depara com uma outra mendiga (Florinda), que pede: "Me dê um bom Natal". Carlos pergunta se ele tem cara de assistência social. Florinda diz que faz três dias que não come: "Hoje, amanhã e depois de amanhã". Florinda tosse no rosto de Carlos, que fala que cebola ela comeu. Ele dá 50 pratas à mendiga, que agradece. Mas Ramón lhe toma o dinheiro, dizendo que o território lhe pertence e que só ele coloca a mão na bufunfa. Ela implora que devolva o dinheiro, mas ele não dá confiança. Ramón pega sua bolsa, escondida atrás de um banco, com o braço esquerdo escondido atrás do casaco. Duas pessoas (incluindo o famoso figurante narigudo) lhe dão esmolas. O mendigo guarda o dinheiro na bolsa e a esconde embaixo de seu casaco juntamente com seu braço esquerdo, para que pensem que ele não tem mão. E, com uma voz chorosa, sai pedindo esmolas. Florinda, a mendiga, invoca Chapolin. Ela ouve um "eu", mas aparece uma estátua branca em cima de um pedestal. Em seguida, Chapolin aparece no lugar dela segurando uma corda. Com ela, desce, mas acaba derrubando uma lata de lixo e cai desajeitado no chão. FIM DO PRIMEIRO BLOCO


A esmola dela também vai parar nas mãos do mendigo ladrão

            Chapolin e Florinda ajeitam a lata, e o herói diz que seus movimentos são friamentes calculados. A mendiga lhe pede um bom Natal. Chapolin pergunta "Foi só pra isso que você me chamaste?". Logo corrige o erro de português da frase. Ela começa a chorar e Chapolin pede para conversar de homem para homem. Ela fala que não é homem. "Então de homem para espantalho", diz Chapolin. "Que tal de mulher para anão de circo", sugere Florinda. "Que será que ela quis dizer?", pergunta o herói. Chapolin deseja falar sem imposturas. Florinda fala que é pobre, porém honrada. Chapolin diz que falará sem hipocrisia e pergunta se ela não tem vergonha de pedir esmolas. Ela concorda, mas afirma que agüenta. Ela chora no ombro do Polegar, alegando que é inválida, pois faz dois anos que perdeu sua mãezinha. Chapolin pergunta se já não a procurou na lata de lixo. Florinda diz que sua mãe morreu de noiva. "O carro da noiva veio e não foi mole". Chapolin lamenta e ela completa: "Ela lamenta muito mais". Chapolin diz que foi um golpe duro. Florinda completa que foi duro para sua mãe. Chapolin lhe comunica que o fato dela ser órfã não a impede de trabalhar. Florinda afirma que quer guardar sete anos de luto. Chapolin então fala que é um herói do Terceiro Mundo e que seu capital é de cinco pratas. Ele mostra o dinheiro e a mendiga o pega e agradece. Chapolin, furioso, diz que irá embora se foi só por isso que ela o chamou. Então Florinda fala que lhe roubaram sua esmola e deseja que o herói a recupere. Chapolin diz que recuperará com uma condição: que essa esmola que recebeu seja a última e que ela procure um trabalho honrado. Ela concorda. Chapolin pergunta quem pegou o dinheiro. Florinda aponta para Ramón, que se aproxima. O mendigo pára e aborda Carlos, lhe pedindo mais esmola com uma voz chorosa. O turista lembra que lhe havia dado dez pratas, mas o mendigo afirma que as dez pratas não irão durar a vida toda. Carlos diz que só tem uma outra nota de dez. Ramón pega, afirmando que Carlos só deve 40. Carlos lhe toma a nota, e Ramón saca a arma. O mendigo pede para ele cair com a grana. Carlos se joga no chão e pergunta se é para ele cair ali ou um pouco mais pra lá. Ramón levanta Carlos, lhe toma a nota e pede para ele ir embora. O turista implora para que ele dê pelo menos o dinheiro do ônibus, mas não recebe atenção do mendigo, que o expulsa de sua frente. Carlos vai em direção a Chapolin, que lhe acerta um soco no rosto. O turista vai a nocaute. Chapolin diz que não contavam com sua astúcia. FIM DO SEGUNDO BLOCO
            Chapolin pergunta se não foi Carlos quem pegou o dinheiro. Florinda nega e fala que o homem era feio, mas não tanto. Ela pergunta se Chapolin não levantará Carlos. O herói responde que não tem guindaste. Quando Chapolin pergunta quem pegou o dinheiro, o mendigo aparece por trás. Chapolin tenta lhe dar um golpe de judô pegando o braço esquerdo de Ramón, mas que está escondido atrás do casaco, com a manga vazia. Chapolin então canta "Linda mãozinha, tão delicada, tão macia que parece que nem está aí". Ramón espanta Chapolin com uma cara de mau, mas, num piscar de olhos, muda para uma cara de coitadinho ao pedir esmolas, numa cena engraçadíssima. Pra variar, mais uma vez o mendigo pede para Carlos, que dá. Ramón varia entre cara de raiva e de piedade, numa seqüência hilária. Ele olha feio para Chapolin e o turista e vai embora. Florinda diz ao herói que ele está levando o dinheiro e pergunta porque ele está parado. Chapolin corrige, afirmando que suas pernas ainda estão tremendo. O figurante narigudo oferece mais uma esmola ao mendigo, que recusa. Ele afirma que não está mais trabalhando, pois é hora de seu cochilo. Mas pede para ele passar mais tarde. Ramón usa a bolsa como travesseiro e adormece no banco da praça. Florinda diz que Chapolin não pode ficar de braços cruzados. Chapolin concorda, mas logo os descruza. Ela pede que ele recupere o dinheiro, aproveitando que o mendigo dormiu. Chapolin começa: "Sim, eu vou". Depois, Chapolin se aproxima de Ramón, todo decidido. Ele lhe cutuca, dizendo que deseja saber de uma coisa. O mendigo se levanta e pergunta "o que?", apontando a arma para o herói. Chapolin, amedrontado, pergunta: "Onde fica a estação de metrô?". Ramón responde "Não sei" num tom tenebroso. Chapolin volta e Florinda pergunta porque ele não bateu no mendigo. Polegar Vermelho diz que lhe deu pena.


Chapolin e o turista tremem de medo do mendigo

            Carlos diz que Chapolin não deve ter medo de um homem que não sabe ler nem escrever, que só sabe bater selvagemente e disparar o revólver. Chapolin resolve voltar ao banco, mas o mendigo lhe aponta a arma e Vermelhinho rapidamente volta. Chapolin alega que Ramón está acordado. Florinda diz que o mendigo é sonâmbulo e diz que ele já está dormindo de novo. Aí aparece Ramón deitado, com um serrote serrando um tronco acima de sua cabeça. Cena para lá de bizarra. Carlos pede para Chapolin ir se arrastando até o banco, puxar a maleta que serve de travesseiro ao mendigo e correr. Chapolin pergunta se Carlos não o acompanhará e ele diz que ficará de longe. Florinda deseja acompanhá-lo, mas Chapolin pede para as mulheres ficarem. Carlos fica também, a mendiga lembra que o herói falou "apenas as mulheres" e Carlos diz que entendeu "os melhores". Chapolin tenta puxar a maleta e diz que o mendigo tem cimento na cabeça ao invés de cérebro. Carlos sugere que o Polegar abra a maleta, pegue o dinheiro e passe para ele. De fininho, Chapolin abre a bolsa e começa a passar o dinheiro para Carlos. Mas o mendigo acorda e aponta a arma para Chapolin. O Vermelhinho devolve o dinheiro, pegando-o da mão do turista, e inclusive tira o relógio do pulso de Carlos e o coloca dentro da bolsa. Ramón balança a cabeça positivamente. Chapolin dá boa noite para o mendigo e diz, indignado, que ele estava acordado. Florinda novamente diz que ele é sonâmbulo e que voltou a dormir. Mais uma vez aparece o serrote serrando o tronco. O turista coloca que Chapolin é tão burro que não percebe quando uma pessoa está dormindo. Polegar afirma que quem irá dormir é Carlos, que diz não estar com sono. Numa das mais bizarras cenas do seriado, Chapolin pega o tronco com serrote e tudo e bate na cabeça de Carlos, que desmaia. Mais tarde, Chapolin, Carlos e Florinda, sentados, pensam numa maneira de tomar o dinheiro do mendigo. Florinda resolve se aproximar de Ramón, e os dois a seguem. O mendigo ronca e os dois fogem. Florinda volta com o revólver de Ramón. Chapolin e Carlos implora que ela não os mate. Florinda fala que tirou a arma dele, e Chapolin supõe que ela matará o mendigo. Ela deixa claro que só se fosse louca mataria o próprio pai. Vermelhinho estranha e ela fala que cada um trabalha por conta própria, liberação feminina. Florinda tem a idéia de dar um tiro para o alto, assim o mendigo se levantará com o susto, enquanto Chapolin e Carlos pegam a bolsa e fogem. Então os três se aproximam do banco onde o mendigo dorme. Florinda atira para o alto, Ramón se assusta, mas Chapolin leva um susto maior e se joga no colo do turista. O mendigo encara a filha, que alega ter querido atirar para matar um pato que passou voando. Numa outra cena memorável, um pato de pelúcia cai, para a incredulidade de todos.


E eu que pensava que já tinha visto de tudo...

            Enquanto o mendigo se distrai com o pato, Carlos tenta lhe tomar a maleta. Os dois brigam para ver quem fica com a bolsa. Chapolin, por trás, acerta em cheio as costas de Ramón. Carlos pega a maleta, mas vai parar dentro da lata de lixo. Florinda pega a bolsa, enquanto Carlos vai embora. O mendigo tira o casaco para brigar com Chapolin, mas o Polegar lhe dá uma surra, mudando de posição de maneira semelhante ao episódio do Pistoleiro Veloz. Ramón pede perdão e Florinda implora que ele pare de bater no seu pai. Chapolin ordena que os dois procurem um trabalho honrado e que não peçam mais esmolas. Ramón concorda e agradece a Chapolin. Ele e Florinda vão embora. Na tomada final, aparece Carlos pedindo esmolas: "ajudem um pobre cego". FIM

            UM FELIZ ANO NOVO!
QUE 2006 SEJA AINDA MELHOR DO QUE 2005 NO MEIO CH!!!

COLUNA DEDICADA A MÁRIO VILELA! VAI COM DEUS, GRANDE MESTRE!

Mestre Maciel

marcofelgueiras@ig.com.br