ESTAMOS NA PASÁRGADA! AQUI SOMOS AMIGOS DO REI...

            O épico poema de Manuel Bandeira (1886-1968) baixou no espírito do chavesmaníaco. A "Pasárgada" de Bandeira (também recitado por Seu Barriga no quem sabe ex-perdido "Querem Sujar a Roupa do Quico 1ª versão) consiste em um paraíso, onde tudo o que desejamos acontece, um verdadeiro mundo perfeito, uma utopia, quimera que infelizmente inexiste na vida real.

            Mas esse facho de quimera pode ter surgido a partir do já lendário dia primeiro de setembro de 2003. O êxtase já tomava conta do chavesmaníaco com a notícia confirmada da volta de Chaves e Chapolin (essa uma grande surpresa) à programação diária e coladinhos como nos bons e velhos tempos. Uma pena o horário ser tão ingrato (das 14h45min às 15h45min), já que a hora do almoço é totalmente inacessível devido aos programarecos locais (até nisso o SBT foi ético ao colocar o Chatolândia do 12h até 13h45min, exatamente para dar o espaço necessário às afiliadas). A exibição para todo o Brasil estava mais do que garantida. A volta do medalhão "Um Maluco no Pedaço" e da nova sensação sbteriana "Família Dinossauros" também agradaram, pois ambos também proporcionam grande audiência. A saída do Chatice em Casa e seus filmes esdrúxulos dividiu opiniões. Eu gostei, na minha opinião já foi tarde. Mas tem gente que prefere esses filmes do que Sônia Abrão...

 

NA PASÁRGADA CHESPIRITIANA, QUEM REINAVA MESMO ERA A FELICIDADE PROPORCIONADA PELOS GRANDES RETORNOS DAS SÉRIES. MAS NINGUÉM IMAGINAVA A GRANDE SURPRESA RESERVADA...

 

            E quase que perco as reestréias triunfais das melhores séries do mundo, pois segunda de tarde tenho a cadeira de Cultura Religiosa na PUCRS. A sorte é que consegui voltar a tempo de pegar o início do Chapolin (que começou uns cinco minutos depois do horário previsto). Estava dando o excelente episódio da "Buzina Paralisadora no Cabeleireiro". O bom é que quando cheguei ele recém havia começado. Ri muito com o episódio, a ponto de irritar a minha mãe que dormia no quarto. E vi o intervalo do Chaves, pra variar com cenas dos episódios não exibidos desde 92. Nem dei confiança, apesar de ter lido naquela manhã um tópico do Edmilson SBT (ele de novo) no FUCH que o SBT havia remasterizado os episódios antigos e que seriam exibidos a partir daquela tarde (conforme notícia divulgada por Daniel Castro, repórter da Folha de SP). O fundador da CHBR, o impagável Lucas Calvin, não titubeou e vibrou teclando: "VIVAAAAA! OS EPISÓDIOS PERDIDOS VOLTAAAARAAAAAM! VENCEMOS MAIS ESSA BRIGA!!!". A sua figura de assinatura, a torcida do Vasco no Maraca provando porque é a turma da fuzarca, parecia que comemorava junto. Tanto as palavras de Lucas quanto a figura combinaram, se harmonizaram perfeitamente. Porém, aquilo não me chamou muito a atenção. Achei que era mais uma das tantas desilusões que os chavesmaníacos teriam.

 

CASACA, CASACA, CASACA, SACA, SACA...

 

            Mas durante a exibição do Chapolin, eu pensei: "Será que eles vão exibir os perdidos? Pô, um dia isso tem que acontecer". Ao mesmo tempo, considerei remota essa hipótese. Pelo menos até o fim da contagem regressiva da abertura do Chaves (que continua indo até o número dois).

            Quando Gastaldi anunciou "Os Chifres do Professor Girafales", caí pra trás. Não era desilusão. Estava na Pasárgada, onde eu sou amigo do rei, tenho a mulher que quero na cama que escolherei... Os episódios perdidos estavam de volta. Uma grande surpresa, um dos melhores momentos da história de Chaves do Brasil sem dúvida alguma. Os dezenove anos de Chespirito em terra tupiniquim estavam sendo comemorados em grande estilo (atrasado é verdade). O povo CH ciente da história dos perdidos também se sentiram numa legítima Pasárgada. E aqueles que não costumam navegar em nossos sites certamente estranharam aquele episódio inédito. Bom lembrar que "Chifrinhos de Nozes" fora exibido com uma segunda dublagem. Se, na primeira, Chaves fala em amigos chilenos e catitos, na segunda entram os amigos gaúchos e o chimarrão (que singela homenagem, eles vão ficar mais bairristas ainda, lembrando que eu sou paraense). Também foi obviamente notada a substituição do esquisito "Grupo! Péra! Eita!" por "Não Diga! Digo! Que Coisa!". E o pior é que meus dois vídeos continuam ES-TRA-GA-DOS. GAAAAAAHHHH... Se não tivesse comprado do Leandro Lima umas fitinhas, eu havia pirado.

 

JÁ DIRIA NEGUINHO: "ALÔ BRASIL! AGORA SIM! O POVO ESTÁ FELIZ!"

 

            O célebre compositor portelense David Corrêa fez para a Portela em 73 um samba cujo enredo era exatamente "Pasárgada Amigo do Rei". O seu refrão principal é "Ao embarcar na ilusão, senti palpitar meu coração". Os versos não se relacionam com a apoteose dos chavesmaníacos apenas no vocábulo "ilusão", já que a exibição dos perdidos era realidade (ainda não caiu a ficha da maioria dos chavesmaníacos). Já os corações daqueles que cansaram de ler nos sites ou no FUCH nossas queixas sobre os perdidos palpitaram a 200 por minuto no exato momento em que "Os Chifres do Professor Girafales" ecoava na voz de Gastaldi.

            A festa foi geral. Foi dada a largada para um carnaval fora de época. Duas coisas impossíveis aconteceram em menos de um mês. A primeira: a saída do Chaves no dia 4 de agosto. E a segunda, mais impossível ainda: a volta de Chaves com os perdidos. Até a volta de Chapolin era algo improvável. Mas não tão impossível assim.

 

NÃO CONTAVAM COM A ASTÚCIA DO CHAVESMANÍACO

 

            Mas ainda tínhamos uma espécie de desconfiança, já que um dos nossos lemas é: "Com o SBT, tudo é possível" (isso se confirmou com mais força ainda, por motivos óbvios). E na terça, mais festa com a exibição do melhor episódio perdido na minha opinião: "A Chirimóia". A preliminar foi Chapolin com "A Bruxa Baratuxa e a palavra cabalística" (todos devem saber qual é).

            A minha expectativa para a exibição do sensacional episódio "A Peruca de Sansão" foi criada quando li uma mensagem do Edmilson deixando claro que um episódio perdido será exibido um dia no Chapolin e outro no Chaves, pois um episódio do Polegar nunca visto teve cenas exibidas em seu comercial. Até agora apenas no Chaves exibiram perdidos. Chapolin nada até agora (para os protestos de BrunoSamppa, que não hesitou em mandar a emissora tomar naquele lugar apesar da apoteose). E espero que o SBT continue a exibir o lote de 84 do Chapolin, além dos episódios do Chaves raros como "Seu Madruga Fotógrafo parte 2", "Somos Cafonas", "Falta d'água 1ª versão" e "O Bolo da Dona Clotilde versão com Seu Madruga". Agora, meu amigo, tudo pode acontecer. Mas Chaves sair da programação de novo? É mais fácil João Kléber ser contratado pela Globo para apresentar suas pegadinhas exatamente na hora das "Mulheres Apaixonadas".

 

CHIRIMÓIA, CHIFRINHOS... QUAIS SERÃO OS PRÓXIMOS?

 

            E para a Pasárgada ficar mais bela, foi dada a notícia de que a Televisa está fazendo um contrato com as operadoras de tv a cabo para colocar um canal com seus programas no Brasil. Seria mais um trunfo para os chavesmaníacos, pois poderíamos ver Chaves na língua original, juntamente com episódios inéditos. Não se sabe se será apenas na NET/SKY, apenas na DIRECTV ou nas duas. Mas fica a nossa torcida.

            Mas tanta alegria sempre ocasiona um triste acontecimento: o único derrotado com a volta dos perdidos é Leandro Lima. Se todos serão reexibidos, para quem ele irá vender suas fitas?

            A volta dos perdidos sepulta de vez a hipótese das fitas terem se perdido na tal inundação de 1990. A tal censura aos episódios só irá pro saco com a exibição de polêmicas histórias como "Espíritos Zombeteiros" (em que Dona Clotilde fala mal do espiritismo) e "Inseptos - parte 1" (onde Chaves lambe um ferro quente). Simplesmente a emissora do Cenoura Abravanel deve ter renovado o contrato com os perdidos depois de mais de dez anos. A remasterização feita pelo SBT deixou os episódios com uma qualidade espetacular, nada que a discretíssima listra branca presente no canto esquerdo inferior da tela estrague.

 

O ABRAÇO DOS VITORIOSOS

 

            E gostaria de fazer um agradecimento especial a uma pessoa: Sônia Abrão (Cleotais, estou contigo). Tenho certeza de que ela acabou por se tornar uma legítima porta-voz dos chavesmaníacos com seu pulso firme em divulgar as séries de Chespirito em seu programa mesmo com a série fora da programação diária (alguém entendeu o porquê deles terem cometido essa gafe, de nos ter aplicado este trote sem graça? eu não). Mais certeza ainda de que a galera que falava mal dela irá ter de engolir suas trupes de equivocadas palavras ofensivas contra essa competentíssima profissional da qual ganhou minha autêntica admiração. É óbvio que os principais responsáveis por essa vitória foram os chavesmaníacos do Brasil inteiro que inundaram os e-mails da emissora pedindo a volta das séries numa verdadeira manifestação popular que incluiu as principais revistas e jornais do país, que divulgaram a estranha saída do Chaves. Para cada internauta que mandou um e-mail do mais simples ao mais complexo, aqui vai o meu agradecimento do fundo do meu coração.

 

OBRIGADO DE CORAÇÃO!!

 

            Sônia Abrão, obrigado de novo. Você foi a primeira que, em rede nacional, francamente fez comentários (discretos, é verdade) sobre os perdidos (que ela chama de antigos). A ladainha de que as íntegras dos episódios a emissora não tinha como exibir, apenas as edições dos compactos foi sepultada também. A exibição dos compactos dos perdidos foi um grande passo para a volta dos perdidos. Mais um motivo para dizer obrigado a Sônia Abrão, cujo programa ganhou mais uma hora de duração e foi transferido para depois do Chaves para que a excelente audiência da série impulsione também o FF, que andava mais pra lá do que pra cá na hora do almoço.

            Sessão Pessimismo: mas como com o SBT tudo é possível... Tanta quimera verdadeira pode se esfarelar num piscar de olhos... Mas como na nossa Pasárgada o que reina é o otimismo, o que temos a dizer é: xô, Satanás! Pé de pato mangalô três vezes! Isola!

            Parabéns, vitorioso chavesmaníaco faceiro com seu vídeo-cassete funcionando (isso é que é privilégio). Bepê, o Volta Chapolin! não é mais necessário. Esqueçam o que eu disse na minha coluna anterior a respeito do possível fim da tradição chavesmaníaca. Comemore, fã das maiores séries do mundo. Chaves e Chapolin voltaram. Os perdidos voltaram. Ainda tem Chaves no sábado a noite. Só falta o Clube do Chaves para nos tornarmos os legítimos reis da nossa Pasárgada Chespiritiana.           

 

MESTRE MACIANDO NA SAPUCAÍ

 

Eu (ao lado, se conseguirem enxergar após ficarem cegos ao ver tamanha beleza) também fui embora para uma verdadeira Pasárgada particular: passei no vestibular para Jornalismo na melhor faculdade do Sul do país; o Inter próximo da Libertadores; consegui em cd's todos os sambas-enredo do Rio desde 1972 (obrigado, Luís Antônio Fernandes); Remo bem na Segundona; Tintin de volta na TV Cultura; o Turma CH indo de vento em popa e na final do Prêmio CH... Ufa, chega! É muita felicidade! Ah, Chapolin e Chaves voltaram com os perdidos, me esqueci desse mero detalhe.

 

 

Mais uma da polêmica se Quico despediu-se ou não em Acapulco (leia minha coluna sobre o assunto): segundo nosso colunista Rufino Rufião (da segunda divisão), Leandro Lima botou mais lenha na fogueira ao confirmar que o ano presente nos créditos do episódio é de 1976 (lembrando que ele tem gravações de episódios com inúmeros créditos finais inseridos), contrariando até o próprio Carlos Villagrán, já que, segundo os Brunos Samppa e Baiano mais os webmasters estrangeiros, ele mesmo teria dito que Acapulco foi seu último episódio. Eu continuo apoiando minha teoria dos figurinos.

 

Olha que bacana os dubladores do Chaves no evento que marcou a volta da série Cavaleiros do Zodíaco ao Brasil (no Cartoon Network, às 18h). Na ordem aparecem Cecília Leme (Chiquinha), Helena Samara (Bruxa do 71), Nélson Machado (Quico) e Carlos Seidl (Seu Madruga). A foto foi tirada do site Chaves Online.

 

O SBT resolveu rebatizar Malicha, personagem de María Luísa Alcalá. Seu novo nome é Malu (ao lado, a direita). Bem que eu havia estranhado o Rufino ter colocado em sua última coluna o nome Malu, achei que ele estava equivocado. A sua voz é a da Chiquinha, que também dubla Patty no episódio "O Último Exame" (a dubladora é Sandra Azevedo, se não me engano). O episódio "Caçador de Lagartixas", versão com Malicha (quer dizer, Malu), foi apresentado em compacto na nova seção do Falando Francamente denominada "Barril do Chaves", que apresentará compactos dos episódios "mais antigos", conforme o dito por Sônia Abrão. Malu pode aparecer na telinha a qualquer momento em episódios na íntegra. Lembrando: os perdidos voltaram!!!!

 

Foi possível ouvir o som de Gastaldi na abertura original do Chaves. Que barato nós ouvirmos "Chaaaaaaaaaveeeeeees! Verrrrsããão Maga! Gravado nos Estúdios Marshmallow". O som deve aparecer todo o dia na seção "Barril do Chaves" do FF. Vale a pena conferir.

 

Chaves continuará aos sábados de noite. Sua média de audiência é de 13 pontos com picos de 14, excelente para o horário. Carlos Alberto de Nóbrega agradece.

 

E ESTAMOS NA FINAL DO PRÊMIO CH!!!! Estamos disputando o bi contra o pioneiro Chespirito Web, do maior fã de Sônia Abrão da face da Terra: Cleotais (que não gosta mais que o chamem assim, mas esse hábito eu não consigo perder). Batemos nas quartas-de-final o Mundo Chespirito por oito quesitos a três e na semifinal o Tinha que ser o Chaves! por nove a dois. Não deixe de entrar no Prêmio CH e vote com toda a sua sinceridade. Este título é tão importante para Cleotais quanto para Didi, Tripa, Sadruga e eu. Que a sua consciência esteja presente para que o melhor vença. Parabéns Pépe! O Prêmio CH estava um show neste ano.

 

 

 

Esqueci de desejar boas-vindas ao nosso fundador Adilson, agora de nick novo: Didi. Ele reconheceu os erros do passado e ganhou nova chance para conduzir novamente o site que tanto batalhou para criar: o Turma CH. E já vem dando um verdadeiro show de competência. E quanto aos vídeos fora do ar, já estamos nos agilizando para normalizarmos a situação, galera! Fiquem sossegados.

 

 

Mestre Maciel

marcofelgueiras@ig.com.br