UM GIRO DE 180 GRAUS

            Já é habitual de minha parte antes de iniciar o nosso bate-papo gostoso sobre o Chavinho contar histórias que não estão tão ligadas a Chespirito e suas séries. Mas para mim é essencial dividir esta alegria que estou sentindo com vocês, internautas queridos de bom gosto.

            Até a última segunda-feira, dia 21 de julho, vivia um inferno astral. Sentia-me com a liberdade privada devido ao estudo para o vestibular. Não podia ligar o computador uma única vez e minha mãe já vinha com aquele papo: "Não vai estudar?", "Você está sendo irresponsável", "Não há tempo pra isso! Só pro estudo!". Argh!!! A muito custo conseguia convencê-la para ficar algumas horinhas no computador a fim de escrever a coluna e atualizar o Turma CH. Era um paraíso, mas logo ela aparecia para cortar meu barato: "Deu? Já ficou muito tempo aí!". Era a hora de desligar o PC para decorar conceitos de Física e Química, me aterrorizar com a temível geometria plana de Matemática (até hoje não sei calcular a área da figura hachurada) e me chocar com Biologia e seus polissacarídeos, dico e monocotiledôneas, complexo de Golgi e genes alelos, recessivos e autossômicos (até agora estou tremendo ao me lembrar desses nomes mirabolantes dos quais escapei).

            Estudava para fazer o vestibular da Universidade Federal do RS, a única faculdade "de grátis" que tem o curso de Jornalismo que eu tanto sonhava. Mas ela é muito concorrida, tanto que no último vestiba, em janeiro (a prova infelizmente só ocorre em janeiro, é anual), o número de candidatos por vaga em Jornalismo era de 19,32 (se fizesse pra Medicina tava fu... se são quase 40 por vaga aqui em Porto Alegre, imagina na Fuvest-USP). Pra fazer uma faculdade de linha na UFRGS, tem de estudar muito. E ultimamente estava sem paciência para estudo e meu pai, vendo isso, me incentivou a fazer o vestibular na PUC de Porto Alegre, universidade que tem a Famecos, a terceira melhor faculdade de Comunicação Social do Brasil segundo o último ranking de Faculdades da Playboy. Foi sempre na PUCRS onde desejei cursar Jornalismo, já que o mesmo curso foi o único da UFRGS a levar nota E (equivalente a nota zero) do MEC (que avalia a qualidade dos cursos) por dois anos consecutivos. Na PUCRS, obviamente, o curso leva nota A (ou dez) todos os anos.

            Fiz o vestibular na PUCRS entre os dias 16 e 18 de julho. Achava até então que qualquer coisa poderia acontecer. Poderia ter ido bem, mas também poderia ter me saído mal. Tenho horror em consultar gabaritos de provas antes do listão ser divulgado e, por conta disso, esperei o dia 21, dia marcado para a divulgação da lista dos aprovados, para finalmente saber a verdade. Só depois iria conferir os gabaritos.

            Um detalhe importante: a minha mãe obrigou-me a estudar horas antes de eu acessar o site da PUCRS para ver o listão. Às dez e meia da manhã de segunda, acessei o site, mas o listão ainda não estava pronto. Imaginei que ele seria divulgado lá por 14h. E foi mesmo. Mas resolvi pegar um livrinho de Literatura (à força) e lê-lo, com a rede atada no quarto, que estava fechado, com minha mãe vendo "O Cravo e a Rosa" na sala. Lá por 14h50min, dei uma pausa ao estudo e, escondido de minha mãe, resolvi ligar bem baixinho a TV para ver Chaves. Deparei-me com uma verdadeira mutilação no episódio da Falta d'água que termina com Florinda chorando na parede do Quico. E depois fora exibido Seu Madruga Carpinteiro - O Conserto da Cadeira. No momento em que Quico colocava o seu pé em cima da madeira ao invés dos pés da cadeira, minha mãe me pegou vendo Chaves e tascou-me uma bronca. Desliguei a TV, estudei mais um pouco e, cansado, peguei no sono.

            Acordei na hora da beleza de Manuela do Monte (quer dizer, dos agitos da Malhação). Quando acabou, mudei para o João Kléber. Minha mãe, na sala, olhava-me com cara séria e olhar de reprovação ao perceber que estava vendo pegadinhas ao invés de estudar. Até que, sem ela perceber, deixei a TV ligada e liguei a internet para finalmente confrontar-me com a verdade: estava aprovado ou não na PUCRS? Eram 18h30min. Acessei o site da universidade. Cada clique no mouse durava uma eternidade. Tive acesso ao listão de Comunicação Social - Jornalismo/Manhã. E, para a minha surpresa, entre os aprovados estava o meu nome: MARCO ANDREWS FELGUEIRAS MCIEL (com o A de Maciel comido, pois meu nome completo não coube por inteiro na hora de escrevê-lo na inscrição por uma letra e então cortei a letra A). Contive a emoção na hora e, de pescoço vermelho tamanho era o nervosismo, chamei minha mãe com voz séria para ela vir até o quarto. Ela até alegou estar ocupada (crochetava vendo "Agora é que São Elas") mas exigi a sua presença naquele instante. Sem paciência, ela perguntou o que eu queria e, direto ao assunto, disse:
            - Ó! Passei no vestibular! - enquanto mostrava a ela meu nome grifado no listão.

            As pegadinhas do Marquinho Qoqoqoq deram sorte. O resto todo mundo já imagina: faceirice por parte da minha mãe, telefonemas para meu pai, que ainda trabalhava, e para toda a minha família aqui no Sul e no Pará. Parabéns e mais parabéns. Enfim, só festa. Coloquei um tópico no renovado FUCH (aliás foi o primeiro que postei no novo fórum) com o título "O MUNDO GANHA UM NOVO JORNALISTA" e recebi mais de vinte congratulações dos meus grandes amigos do fórum. Sem contar a faixa colocada na grade da janela de minha casa. Embaixo de meu nome, está estampada em letras garrafais a frase "NÃO CONTAVAM COM MINHA ASTÚCIA". Todo mundo quando passa e lê a faixa ri não sei por quê. Uma pena meu pai ter emprestado a câmera digital, senão bateria uma foto da faixa e mostraria aqui mesmo na coluna.

            Foi um legítimo giro de 180 graus em minha vida. Se antes estava escravizado pelo estudo e cheio de incertezas quanto ao meu futuro, hoje estou com ele garantido, irei cursar a faculdade que tanto sonhei (já que meu pai garante que vai conseguir pagá-la) e estou de férias até, suponho, a metade de agosto, pois não sei ainda quando começarão as aulas. Estou redigindo tudo isso na quinta, dia 24 e amanhã (sexta) já tem de ser feita a matrícula. Ou seja, quando vocês lerem tudo isso, já estarei matriculado numa das mais renomadas faculdades de Jornalismo do país.

            Por conta das férias, irei dedicar-me mais ao Turma CH (cada vez mais líder do Prêmio CH) nesse período. O ChaPapo, que não era atualizado há dois meses, está de volta com a imperdível e memorável entrevista com o folclórico Igor C. Barros, webmaster do Tinha que ser o Chaves! que, há pouco mais de um mês, participou de um programa de televisão. Procurarei enriquecer mais o conteúdo do site nesse tempo graças a Deus livre.

            E felicito a quem teve a paciência de chegar até a esse ponto do texto. Porque devo anunciar que só agora, após tanto bafafá, é que a COLUNA DO MESTRE começará seu debate CH. E o tema dela é um assunto que provocou muita polêmica nos últimos dias, ainda no fórum antigo:

 

ACAPULCO FOI OU NÃO O ÚLTIMO EPISÓDIO DE CARLOS VILLAGRÁN?

 

GRRRR... RESPONDA! FOI OU NÃO FOI?

 

            Talvez seja a maior polêmica quanto às séries, já que tradicionalmente o SóBesTeira não exibe os créditos finais dos episódios, aonde aparece o ano de suas produções. Desde que eu começei a navegar em sites CH sempre encontrava a seguinte afirmação quanto ao último episódio de Quico na série "Chaves": foi o de Acapulco. A afirmação era dada com certeza e convicção. Mas o dito só ocorria em sites. Quem garante que havia sido em Acapulco mesmo?

            Os sites se baseiam em uma afirmação dada por um repórter que entrevistou Carlos Villagrán, e não à resposta dada pelo próprio ator. E as opiniões sobre o assunto são bastante diversas.

            Meu amigo BrunoSamppa, webmaster do Mundo Chespirito , garante que Acapulco foi mesmo o último de Villagrán. Primeiramente ele achava que a informação procedia devido a esta declaração do bochechudo:

            "Nos instalamos no hotel (Acapulco Continental) que era de Azcárraga, o presidente (da Televisa) e bem... estivemos assim... foram três capítulos que fizemos lá. Foi muito agradável... Contudo, éramos família".

            A única coisa que a declaração esclarece é que o Hotel Acapulco Continental (onde também fora gravado o episódio do Chapolin) era de propriedade do presidente da Televisa, coisa que nem eu sabia. Mas não explicava bulhufas se aquele era ou não o último episódio de Chaves que Villagrán trabalharia. Segundo Bruno, o próprio ator garantiu que Acapulco realmente havia sido o derradeiro. Então o webmaster do Mundo Chespirito (segundo colocado no Prêmio CH) foi tirar dúvidas com os webmasters dos sites estrangeiros. Eis um trecho da conversa por ICQ de Samppa com Esteban Portugues, webmaster do site costarriquenho (o portunhol abaixo de BrunoSamppa foi mantido conforme o escrito por ele):

            BrunoSamppa: Esteban, el episódio en Acapulco fue grabado en que año? 77 ou 78?
           
| £steßan |: 78.
  
         BrunoSamppa: Verdad que fue el ultimo cual Carlos Villagrán grabó?
  
         | £steßan |: Asi es.
  
         BrunoSamppa: Ahh bien, sospechaba. Gracias!

            Essa poderia ser a prova definitiva de que Acapulco realmente teria sido o último episódio de Quico. Mas para contrariar essas citações, há inúmeras controvérsias. Pra começar, quem garante que Esteban está certo? O trecho o qual BrunoSamppa usava como modelo para provar que Villagrán havia fechado seu ciclo CH em Acapulco não esclarecia nada. Se foi um repórter que garantiu tal coisa, menos garantia temos de sua certeza, já que geralmente os jornalistas que fazem reportagens sobre Chaves pagam mico ao dar uma enxurrada de informações equivocadas.
           
E as razões que discordam do fato de Villagrán ter encerrado sua participação nas séries de Chespirito na maior praia do México são muitas. Elas se baseiam nos figurinos dos personagens e no cenário da vila que, na gravação do primeiro e clássico episódio da série de Acapulco, se diferiam bastante daqueles que caracterizavam os últimos episódios em que Carlos trabalhou. Como saber quais foram os últimos episódios em que Villagrán atuou? Simples: são notadas muitas semelhanças no cenário e nos figurinos entre alguns episódios em que Carlos atuou e em outros já sem Carlos, mas ainda com Ramón Valdez. A semelhança básica de episódios deste período foi descoberta pelo nosso colunista Rufino Rufião, que afirma com toda certeza:

            "Nos últimos episódios com o Quico, e em todos sem ele (Cinema, Carabina, etc), o Seu Madruga estava de SAPATILHAS ROXAS. Por esse critério, os últimos episódios do Quico dos que passam no Brasil são: "De gota em gota minha mãe fica louca (Goteiras na Casa de Dona Florinda)", "O Violão do Seu Madruga (O Grude)", "O Dia da Independência" e "Escorpião". Reparem que a caracterização (roupas, cabelos, etc) desses episódios são idênticas ao dos episódios sem o Quico e com o Seu Madruga."

 

CHAVES EM ACAPULCO (76) E NO EPISÓDIO "INDEPENDÊNCIA DO BRASIL" (78), AINDA COM QUICO. REPAREM NAS DIFERENÇAS DO UNIFORME DO CHAVES, PRINCIPALMENTE NA CALÇA

 

            Rufino, numa colocação genial, deu uma explicação satisfatória que convenceria qualquer um. E falando apenas de um único figurino, não ressaltando os tantos outros. Há o evidente detalhe do boné do Quico, que no episódio em que Chiquinha compra o produto para limpar prata a fim de concorrer à viagem para Acapulco com todas as despesas pagas, a cor de uma das listras é azul. Já nesses episódios mais recentes, os legítimos derradeiros com Carlos onde Ramón usa as sapatilhas roxas, a listra azul do boné do Quico é substituída por uma preta. E ainda há o vestido da Chiquinha, que no episódio de Acapulco sua cor é verde claro, enquanto nos últimos sem Carlos o verde fica mais escuro (junto com o casaquinho vermelho usado em outros episódios). Acabaram as provas? Necas de pitibiribas! Tem a roupa do Chaves. Em Acapulco, a camisa é toda verde, assim como a calça verde-amarelada. Chaves recém a havia estreado em substituição a camisa branca com listras pretas e a calça bege de episódios como "Jogando Futebol". Nos últimos episódios de Quico, Chaves já usava a roupa característica de episódios sem Seu Madruga, no Restaurante: camisa com listras marrons e calça bege. O jornalista ED, um usuário do FUCH sempre ligado nos detalhes das séries, ainda se lembrou de Dona Florinda. Frisou que o último figurino que ela usou foi um vestido vermelho com o avental azul e que Quico chegou a atuar com ela em vários episódios vestida assim. Em Acapulco, ela usou um vestido bege com o avental branco e preto.         

            O mais interessante (e que pode ser a prova definitiva de Acapulco não ter sido o último de Quico) é que os personagens raramente variavam o figurino em um mesmo período. Vale lembrar a mancha amarela da camisa de Seu Madruga feita por Quico no episódio "Ser Pintor é uma Questão de Talento". Monchito usou a mesma camisa com a mancha em muitos outros episódios.

 

1975-76

1976-78

1978-83

1975-1976

1976-1978

1978-1983

gola branca, camisa branca com listas pretas, calça bege, boné 1

sem gola, camisa esverdeada com listas pretas e marrons, calça verde-musgo, boné 2

camisa branca com listas pretas e faixas marrons, calça bege, boné 2 (calça branca  em 82-83 e 90-93)

- Toureiros
- Carambolas
- Lagartixas
- Bombinhas

- Festa da Boa Vizinhança
- Dia Int. da Mulher

- Inseptos do SBT Repórter
- Aniv. SMadruga
- SMad. barbeiro
- Quico doente v2
- Julg. do Chaves
- Jogando futebol

- SMad. Fotógrafo
- Acapulco
- Churros
- Bilhetes trocados
- Casinha do Quico
- Corpo do Benito
- Novas versões de episódios sem a Chiquinha
Dica: Desta época em diante a qualidade da imagem melhora consideravelmente

- Últimos episódios com o Quico
- Inseptos (no ar)

- Restaurante da Dona Florinda
- Parque de Diversões
- Cachorrinho
- Vamos ao cinema?
- Natal na casa do Sr.Barriga
(Os episódios de 1980 a 1983 não são exibidos no Brasil)

      UNIFORMES DO CHAVES EM CADA PERÍODO, RETIRADO DO SITE TINHA QUE SER O CHAVES!

 

            Acabados os detalhes nos figurinos, eis os do cenário. Em Acapulco, os números da portas das casas eram pintados de branco, enquanto nos últimos episódios com Quico os números eram feitos de metais dourados (isso a partir de 1978). Aliás, os números das casas provocam uma confusão maior devido a uma afirmação do usuário Don Cavera que Acapulco data de 1977, apesar da roupa de Chaves e das tomadas das câmeras serem semelhantes a episódios como "Tienda del Chavo - Refrescos", "Casinha do Quico" e "Insônia do Seu Madruga", de 1976 e evidentes que são desse ano pelo fato da camisa de Chaves estar em um tom esverdeado fortíssimo. Mas Don Cavera garante que o primeiro episódio de Acapulco é de 77 pelo fato dos números estarem escritos em cal e em tamanho maior do que em 76. Aí pensamos o seguinte: de um episódio para outro, em um mesmo período, poderia ocorrer mudanças quase que insignificantes no cenário, como essas das portas. Marcelo CH lembrou que nos episódios "Abre a Torneira" e na sua continuação "Leite de Burra", os números são diferentes. No primeiro são pintados e no segundo metálicos. Há a hipótese desses dois episódios, por conta disso, terem sido filmados em períodos distintos. São tantos mistérios. Eles poderiam muito bem ser desvendados se o SBT exibisse os créditos finais...

 

 

NÚMEROS DE PORTAS: NOTEM QUE NO EPISÓDIO DA ÉPOCA DE ACAPULCO (SEU MADRUGA CARPINTEIRO - CADEIRAS) ELE ESTÁ PINTADO, ASSIM COMO EM ACAPULCO E EM OUTRO (VAMOS AO CINEMA, PRIMEIRO SEM O QUICO), ELE É METÁLICO

 

            Após tantas justificativas de cenários e figurinos, declarações de repórteres, a pergunta-título até hoje fica no ar: Acapulco foi ou não o último episódio de Carlos Villagrán? Minha opinião: NÃO! É só a minha opinião. Logo desconfiei quando li essa informação pela primeira vez. O primeiro episódio de Acapulco tem cenários e figurinos tão parecidos com episódios de 76, aliás, tenho quase certeza que toda a série de Acapulco data de 1976. Igor C. Barros, no T!, o mais novo entrevistado do ChaPapo, colocou em sua tradicional lista de episódios com os anos de cada um conforme as características de cenários, figurinos e qualidade de filmagem que o primeiro episódio de Acapulco, na vila, datava de 1976, e os dois seguintes, na praia mexicana, em 1978, tentando considerar definitivamente que lá havia sido a despedida de Villagrán. Os dois no hotel também são de 76, pois a roupa que Chaves usa em Acapulco também é exatamente a do período de 1976.

 

O BONÉ DO QUICO: NOTEM A LISTRA AZUL USADA NA ÉPOCA DE ACAPULCO (76) E A LISTRA PRETA NO EPISÓDIO "O DINHEIRO PERDIDO", DE 78, UMA DE SUAS ÚLTIMAS PARTICIPAÇÕES.

 

            Outra justificativa que tentam usar para comprovar que Acapulco foi sua despedida é o fato de Chespirito ter gastado uma nota num hotel cinco estrelas como o Acapulco Continental e no fim do episódio ter tocado uma música de "despedida". "Boa Noite Vizinhança" não tem nada a ver com uma despedida eterna. A frase dita na música (prometemos despedirmos sem dizer adeus jamais, nos haveremos de nos reunirmos tantas vezes mais) ressalta apenas uma despedida por um dia, já que está escurecendo no clipe da música e é hora de dormir, de fato não significando uma despedida para sempre. E depois, por que Chespirito não poderia fazer um especial fora da vila e da Cidade do México? E por que Bolaños faria um especial e uma música triste e sentimental especialmente para Villagrán, se em 1978, às vésperas de sua saída das séries, ele já era uma espécie de desafeto simplesmente por estar roubando a cena na série?

            É um dos tantos mistérios das séries. Mas fica a pergunta. E ficam também as opiniões variadas. Pensem como quiser, que eu penso do meu jeito, relatado acima. TENHO CERTEZA ABSOLUTA DE QUE ACAPULCO NÃO FOI O ÚLTIMO EPISÓDIO DE CARLOS VILLAGRÁN. Então qual foi o verdadeiro último episódio de Quico na série "Chaves"? Daqui a pouco vocês vão pensar o seguinte quanto a isso: "Somente um idiota responde a uma pergunta com outra pergunta". Eu não sou idiota, mas o problema é que os mistérios das séries de Chespirito são legítimas bolas de neve, o que me obriga a fazer perguntas e mais perguntas para tentar averiguá-los. Ora, fazer pergunta é fácil. O difícil é obter a resposta...

 

MESTRE MACIANDO NA SAPUCAÍ

 

Sônia Abrão exibiu, na quinta dia 24, cenas emocionantes de Chiquinha, na despedida de seu circo, ao lembrar de Seu Madruga. Chiquinha pronunciou palavras como "mi papi está en el cielo" apontando para cima e chorou copiosamente, sendo ovacionada pelo público, também bastante emocionado. Até eu chorei ao ver o pranto de María Antonieta, juntamente com uma imagem pausada de Seu Madruga e suas cômicas caras e bocas, acompanhada por um fundo musical quase fúnebre. Aí não tem como se segurar, né? Edgar Vivár (foto à esquerda, com o relógio de ouro que ganhou de Carlos Villagrán) também apareceu no FF chorando ao se lembrar do amigo. Se você perdeu, não se preocupe. Sônia Abrão garantiu que irá exibir novamente e na íntegra as declarações de Chiquinha no circo e a entrevista de Seu Barriga na semana que vem (que se inicia na segunda dia 28) provavelmente legendadas. E quando Sônia promete exibir algo de Chaves num dia, ela cumpre em dobro.

 

 

Dia nove de agosto completam-se quinze anos da morte de Dón Ramón Valdez. As homenagens de Sônia Abrão ao Madruguinha não param. E esse será o tema da minha próxima coluna: uma singela homenagem a esse mago do humor que deixou o mundo carente de alegria há quinze anos. Como o tempo voa... E Monchito (na foto ao lado de María Antonieta de las Nieves provavelmente já debilitado) continua a alegrar a turma lá de cima mais do que nunca.

 

 

 

 

E falando em perdas, lamentável e surpreendente a morte de Rogério Cardoso, o seu Flor de "A Grande Família" e o Epitáfio no "Zorra Total" e que se popularizou como o Rolando Lero, da "Escolinha do Professor Raimundo". Ele, que esbanjava humor e simpatia com todos, morreu na manhã de quinta, dia 24, de infarto, aos 66 anos. O Brasil perde um grande humorista. Essa mensagem ninguém queria captar...

 

Da série Boatos Ilusórios: há quem diga que o Clube do Chaves, aonde Cassiano Ricardo (foto à direita) se encarregou de dar uma voz medonha a Chespirito, voltará às tardes de sábado, no SBT. Podem esperar sentados, caros chavesmaníacos.

 

 

 

Chespirito declarou, em recente nota de Christiane Flores na coluna Direto do México da revista Minha Novela, que é fumante inveterado. O legítimo mestre já andou tendo problemas de audição nos últimos meses. Chespirito, abre teu olho! O cigarro já sacrificou Ramón Valdez e Angelines Fernandez...

 

 

 

 

E falei tanto na não-exibição dos créditos finais que eles deixaram escapar os mesmos no episódio "Uma Aula de Canto", no Falando Francamente, no fim do clipe "Que Bonita a Sua Roupa". Os créditos passam com o barril do Chaves como imagem de fundo. Eles já haviam deixado escapar os créditos também no perdido "O Cachorrinho da Chiquinha", quando exibiram, num dos tantos especiais da filha do Seu Madruga, o clipe "Peludinho" ("Quero que saiba que sou feliz e que sua casa é uma gracinha... e foto ao lado). Tanto que toda a abertura do Chaves (na época era a dos bonecos) foi exibida. E na última quinta-feira, dia 24, o SBT pode ter feito a última exibição do episódio "Os Peixinhos Coloridos" (por sinal um dos mais odiados pelos fãs). No fim do primeiro bloco, na cena em que Professor Girafales dá o gato a Dona Florinda, foi notada uma seqüência de falhas que com certeza encafifou os chavesmaníacos. Inúmeras listras pretas horizontais invadiram a imagem durante a cena. Falhas semelhantes ocorrem quando o vídeo-cassete lê uma região da fita amassada após ter sido enrolada. E qualquer coisa já significa cancelamento de episódio por parte do SaBoTagem. Portanto, quem curtia "Peixinhos Coloridos" prepare-se para chupar o dedo...

 

 

E sei que não tem nada a ver com Chaves, mas só quero noticiar aos chavesmaníacos que Romário será enredo da Tradição em 2004. Ô Tradição, vira o disco! Nesse ano, o enredo da mesma escola foi o Penta e o Ronaldinho. Vamos variar um pouco. Escolas como a minha Estácio de Sá, União da Ilha e Vila Isabel estão no Grupo de Acesso encantando e, ao mesmo tempo, quase no ostracismo e a Tradição, no Especial, não pára de fazer enredos repetitivos e desinteressantes (não desmerecendo o Romário, pois o admiro muito, mas tá na hora de variar). E o pior é que a escola consegue se manter no Grupo Especial (talvez tenha jabá aí). Menos mal que o meu Pará será homenageado pela Viradouro.

 

 

Mestre Maciel

marcofelgueiras@ig.com.br