E O OSCAR DA DUBLAGEM VAI PARA... FLY
David
Denis Lobão, um homem que respira animes, dublagem... e Chaves
Ele não é dublador, mas
um grande admirador do ofício. Tanto que merecia uma
condecoração por parte desses profissionais que não obtêm nem
metade do reconhecimento que merecem. "Poderia ficar horas
aqui dissertando sobre isto, melhor guardar pro meu
mestrado", brinca David Denis Lobão, jornalista, crítico
teatral e editor do site OhaYO!, dedicado não só à
dublagem como também à animes, mangás e séries em geral,
incluindo Chaves e Chapolin, que seguidamente possuem notícias
publicadas na página.
Nesta entrevista, além de
considerar Paty uma personagem mal aproveitada no seriado, Fly
também comenta sobre o Oscar da Dublagem, do qual é um dos
organizadores, e fala dos eventos promovidos pela empresa Yamato,
responsável pelas convenções de fãs não só de animes como
também de Chaves e Chapolin, que costumam marcar presença
nestes eventos.
Contemplem "o pequeno
guerreiro" Fly.
Mestre Maciel -
Qual o seu nome completo, a cidade natal e data de
nascimento?
Fly -
David Denis Lobão, nasci
MM - Onde você
mora atualmente?
Fly
- São Paulo, Capital
MM -
Qual a sua profissão? Onde se formou?
Fly
- Me formei primeiro em processamento de dados pela
Faculdade Colégio Módulo. Depois na Universidade Anhembi
Morumbi, me formei
MM -
Qual a origem do apelido Fly?
Fly
- Nasceu durante meu primeiro colegial, quando
comecei a usar a internet, seja por fóruns ou salas de
bate-papo. E por conseqüência, foi o nick que eu usei pra
assinar meu primeiro site de animês, o Poke Z. Ele tem origem no
desenho “Fly, o pequeno guerreiro” (“Dragon
Quest”), que passava no SBT. Escolhi-o, pelo personagem e
seu amor pelos animais e também por sua dubladora, Noeli
Santisteban, que eu considero a melhor dubladora brasileira de
todos os tempos.
MM -
Desde quando você acompanha as séries CH? Quando você começou
a gostar de fato delas?
Fly
- Eu assistia Chaves muito raramente e rapidamente na
casa da minha tia até os meus seis anos, por isto desta época
lembro muito pouco, somente ‘flashs’. Isto porque minha
família era mais humilde e não tínhamos televisor
MM
- Fale sobre o site OhaYO! Como ele surgiu? Quais os assuntos
tratados pela página?
Fly
- O OhaYO! surgiu como um site de
animê e mangá da empresa onde eu trabalho, ele foi criado para
ser um Portal do UOL, mas eu não participei muito da fase
inicial dele. Fui chamado mais pra frente, quando assumi como
editor. Hoje é dia ele é mais pop e trata de diversos assuntos
como TV e cinema. Vale destacar que eu não sou somente o OhaYO!,
sou editor das revistas Mundo OK (da ZN Editora, distribuída
gratuitamente em São Paulo), redator da Neo Tokyo e agora fui
convidado pra ser editor da Crash junto com um amigo meu, o
Junior Fonseca, com quem anteriormente tinha fundado o site Anime Pró. O OhaYO! foi a
conseqüência de muito trabalho e o reconhecimento disto tudo.
Por isto eu vejo ele como um presente da Yamato e não um
trabalho. Eu ganho pra fazer o que gosto.
"Tem até internautas, muitos deles metidos a intelectuais, querendo apagar perfis de dubladores na Wikipedia, por julgarem desnecessárias aquelas informações".
MM
- Muitos dubladores expõem descontentamento, alegando que suas
vozes são usadas indevidamente. Como você enxerga o tratamento
dado à dublagem e seus profissionais no Brasil e no mundo? Eles
merecem mais reconhecimento?
Fly
- Acho que é um assunto muito delicado e que já foi
abordado diversas vezes por revistas, jornalistas, trabalhos de
faculdade, estudantes... Eu dar opiniões em um espaço tão
pequeno e jogado no meio de uma entrevista seria por demais
superficial e eu poderia ter meus pontos de vista mal
compreendidos. Mas sim, são mal reconhecidos em muitos aspectos
os dubladores brasileiros. Tem até internautas, muitos deles
metidos a intelectuais, querendo apagar perfis de dubladores na Wikipedia, por julgarem
desnecessárias aquelas informações. Isto é falta de
reconhecimento com nossa cultura. Mas isto é um tema muito
abrangente e eu poderia ficar horas aqui dissertando sobre isto,
melhor guardar pro meu mestrado (risos).
Fly
- A Yamato é a principal empresa sobre animê e
mangá do Brasil. Atualmente ela atua com eventos sobre o tema
Fly
- O Oscar da Dublagem é uma premiação para
dubladores pioneira, criada pelo dono da Yamato Takashi Tikasawa
e pelo cantor Ricardo Cruz, com a colaboração do diretor de
dublagem José Parisi Jr. Ela visava incentivar e divulgar a
dublagem brasileira. Infelizmente nem todos os dubladores
enxergam assim a premiação e muitos a observam como uma
atração oportunista do Anime Friends pra conseguir público.
Graças a Deus não é a maioria, pois muitos profissionais
valorizam nosso trabalho e comparecem na cerimônia de entrega de
prêmios.
MM
- A Anime Friends está incluindo, em seus últimos
eventos, atrações voltadas para os fãs de Chaves. Como
está sendo a aceitação, nestas festas, da presença de
uma série sem relação com mangás e animes?
Fly
- Na verdade o Anime Friends sempre foi um evento bem
pluralista. Logo na primeira edição cosplayers de Chaves já
participaram do concurso do evento. O que ocorre é que só
recentemente um fã-clube teve interesse em montar uma sala
temática no evento. Ele foi muito bem vindo e ajudou a divulgar
as marcas Chaves e Chapolin entre os fãs de animês. Ela está
muito bem aceita e é muito respeitada pelos visitantes da
convenção.
MM - Na
sua opinião, qual é o(a) melhor(a) dublador(a) brasileiro(a) de
todos os tempos e também da atualidade?
Fly
- A melhor dubladora de todos os tempos pra mim é
Noeli Santisteban, a voz do Goku na dublagem original de
“Dragon Ball”, da Marine de “Reyarth” e do
Fly, claro. Atualmente acho que temos grandes dubladores no
mercado. Se eu pudesse destacar só dois, eu colocaria o Marcelo
Campos (Mu de Áries de “Cavaleiros do Zodíaco”) entre
os homens e Cecilia Lemes, a Chiquinha, entre as mulheres. Ambos
por serem artistas completos. Unindo um ótimo trabalho com
humildade e profissionalismo.
MM
- E os melhores animês e mangás da história? Conseguiria
apontar?
Fly
- Eu tenho esta relação de amor com FLY, mas ele
não é meu animê favorito. O melhor desenho japonês na minha
opinião é “Efeito Cinderela” (“Cinderella
Boy”), que é bem alternativo e já passou no Brasil pelo
Cartoon Network. Eu também adoro dois mangás, “Paradise
Kiss” (Conrad Editora) e “Angel Sanctuary”
(Panini). Ambos eu li e virei fã antes mesmo deles chegarem às
bancas.
"Nem todos os dubladores enxergam assim o Oscar da Dublagem e muitos a observam como uma atração oportunista do Anime Friends pra conseguir público."
MM
- Qual o primeiro site CH que você conheceu?
Fly
- Eu sinceramente não vou lembrar. Sei que o
primeiro que me cadastrei foi o do Fã-Clube Chespirito
Brasil,
na época que ele ainda tinha muitas visitas e postagens.
MM -
Qual outro site, não sendo de Chaves, que você recomenda (além
do Ohayo)?
Fly
- Gosto muito de sites de humor como o Jacaré Banguela, o Charges.com.br e o Kibeloco. Acho humor essencial
pra vida.
MM -
Qual o melhor site CH na sua opinião?
Fly
- Acho que o que eu mais gosto é na verdade do FUCH, o Fórum Único
Chespirito. Mas ok, é um fórum. Como não gosto de ficar em
cima do muro, deixa eu pensar em um site. Acho que o Chespirito BR, eles fazem um bom
trabalho jornalístico, com atualizações constantes de
noticias.
MM -
Você tem outros ídolos fora Chespirito?
Fly
- Sou fã da cantora Rita Lee e do autor de novelas
Silvio de Abreu (de “A Próxima Vitima”), eles na
verdade são meus grandes ídolos. Trocaria mil autógrafos do
Chapolin por um deles (risos). Eles sim são meus ídolos de
infância. Virei fã da turma do Chaves pra valer depois de
adulto. Eu era uma criança estranha (risos).
MM
– Você prefere Chaves ou Chapolin? Por quê?
Fly
- Na verdade eu prefiro três quadros do programa
“Chespirito”, sou bem mais Dr. Chapatin, Pancada e Don
Caveira do que as séries clássicas. Mas entre as séries
clássicas eu fico com “Chapolin”. Ela tem a melhor
consistência de roteiro, com a maior parte dos episódios tendo
uma história contada da maneira correta com começo, meio e fim.
Além de terem um cuidado maior com cenário e figurino, mesmo
repetindo muitos adereços. Além dos atores criarem melhor os
seus personagens. São sempre os mesmos atores com novos papéis,
o que ajuda a acompanhar a versatilidade, ou não, deles.
MM -
Qual o seu episódio favorito do Chaves?
Fly
- Espíritos zombeteiros. Acho que é um episódio
que quebra um pouco o padrão de ‘série pra crianças’
com um humor mais adulto e com piadas mais trabalhadas. Também
adoro os episódios com a Paty, acho ela é uma personagem que
foi muito mal aproveitada. Acho que os rolos amorosos dela com
Chaves, Chiquinha e Quico poderiam ter rendido muito.
MM -
Qual o seu episódio favorito do Chapolin?
Fly
- A este eu tenho um sem duvida alguma. É o dos
hospedes querendo sair do hotel sem pagar, porque a conta está
cara e eles não têm dinheiro e o Chapolin ajuda o casal. Eu
teoricamente não teria um motivo pra gostar deste episódio,
sempre gostei e pronto. Mas pensando melhor agora, meu lado
critico de teatro (aliás, leiam minhas resenhas em www.aplausobrasil.com.br) preciso me manifestar
que este episódio é um clássico, afinal o Chapolin ajuda
pessoas a cometerem um crime. Por mais injustiçados que eles
estivessem, temos duas pessoas cometendo um furto, afinal estão
fugindo sem pagar por um serviço. E a grande ajuda da história
ajuda-os nisto. Genial, bem típico do “jeitinho”
clássico dos latinos.
MM -
Qual o episódio mais chato do Chaves?
Fly
- Não gosto muito dos episódios que mostram o
Chaves como um pobre menino de rua. Esperando sanduíche de
presunto e coisas do gênero. Acho que não combina muito com a
série em alguns momentos. Mas um que eu pessoalmente não
suporto é o da casa da bruxa. Também não sou muito fã dos
episódios envolvendo o Nhonho e a Pópis.
MM -
Qual o episódio mais chato do Chapolin?
Fly
- Ah são tantos... Não gosto de histórias muito
paradas ou os que lidam muito com a ‘ficção’, como os
que envolveram alienígenas na terra e sua pulseira de controlar
movimentos.
"A Paty é uma personagem que foi muito mal aproveitada. Acho que os rolos amorosos dela com Chaves, Chiquinha e Quico poderiam ter rendido muito".
MM
- Qual o seu personagem favorito do Chaves?
Fly
- Como falei anteriormente da Paty, vou escolher ela,
pois acho que é uma personagem mal aproveitada, que poderia ter
rendido muito mais.
MM -
Qual o personagem que você menos gosta no Chaves?
Fly
- O Nhonho, acho ele muito chato. Era o tipo de
menino que eu tiraria sarro na escola, sem dó de ser cruel. Ele
é muito mimado e metido a inteligente, isto me irrita.
MM -
Qual o melhor vilão do Chapolin?
Fly
- A Bruxa Baratuxa pelo conjunto da obra, que inclui
a atuação original da Maria Antonieta e a dublagem da Cecília
Lemes no Brasil.
MM -
Qual o melhor ator/atriz das séries?
Fly
- Eu sou fã da Maria Antonieta, acho ela uma ótima
comediante, mas acredito que ela seja um tanto limitada e sempre
faz muitas caras e bocas
MM
- Opinião de vanguarda. Pela primeira vez vejo a atuação de
María Antonieta de las Nieves ser questionada.
MM -
Qual o seu bordão favorito?
Fly
- Na verdade não gosto muito de bordões, eu gosto
é das frases do seu Madruga, ele é um gênio.
Fly
- Complicado hein... Acho que pelo conjunto da obra
na dublagem eu fico com a Cecília Lemes. Agora focando só no
seriado Chaves, onde a atuação dela como a Chiquinha é cheia
de altos e baixos, eu fico dividido entre o Carlos Seidel, que
fez do seu Madruga o ícone que ele é no Brasil e a Martha
Volpiani que fez tão bem e de maneiras tão distantes a Dona
Florinda e a Pópis. E, claro, que sempre fez a personagem,
independente do estúdio e da situação.
MM -
Cite uma cena inesquecível de Chaves ou Chapolin (pode ser a
cena mais engraçada ou a mais emocionante).
Fly
- Engraçada eu citaria uma cena de um quadro de
Chaves onde o Chespirito é um Marinheiro enjoado no mar e a
Florinda faz uma mulher que dá seu endereço e número de
telefone pra todos os homens. Aquilo marcou minha infância. Já
emocionante, tem um episódio de Chapolin, onde nosso herói mata
as pulgas adestradas de um homem, eu ficava com dó dele quando
os bichinhos de estimação dele morriam (risos).
MM -
Qual o programa que você mais gosta na televisão, fora as
séries de Chespirito?
Fly
- Adoro os seriados “Heroes”,
“Lost” e “24 Horas”. E sempre estou
acompanhando uma novela, adorei várias como “Xica da
Silva” e “Belíssima”. Atualmente gostei de
“Caminhos do Coração” e “Queridos Amigos”.
MM -
Já havia assistido a algum episódio perdido antes do SBT exibir
alguns deles regularmente? Se assistiu, qual o seu favorito?
Fly
- Eu acho que vi todos os perdidos antes deles
caírem na Internet. Eu era muito viciado quando criança, mesmo
sem ser fã declarado e correr atrás de informações. E quando
virei fã vi todos novamente. Mas dos perdidos de atualmente eu
curtia muito os do Chompiras que passavam como quadros do
“Chaves”. Fantásticos. Fora o Juleu e Romieta - Parte
2, que é muito bom também e que eu vi na quinta-feira a noite
em que foi exibido pelo SBT. Eu vibrei de emoção naquele dia.
Até o primeiro inédito de Chapolin aos sábados, que foi a
Guerra de Secessão eu vi “ao vivo” quando foi
transmitido.
MM
- Em tempo: "O Louco da Cabana", o primeiro episódio
desconhecido de Chapolin exibido pelo SBT no fim de 2005, era
perdido. "Guerra de Secessão" realmente foi o primeiro
inédito.
MM
– O que você achou da volta de nove dos episódios perdidos
de Chaves? Por que você acha que o SBT não exibe os restantes?
Fly
- Difícil comentar, pois hoje em dia eu não vejo
mais “Chaves”, não tenho tempo. A única coisa que
vejo regularmente são as animações, adoro quase todos os
episódios do Chaves animado. Gravei todos e vire e mexe quando
vem amigos aqui em casa os coloco pra assistir. Quando aos
perdidos da série clássica, já ouvi muitas versões, inclusive
de funcionários do SBT. Como não sei em que acreditar prefiro
não ficar espalhando mais boatos.
MM -
Chapolin foi cancelado novamente. Você acha que a série
voltará, um dia, à grade do SBT?
Fly
- Acho que sim, a programação do SBT sempre é uma
grande surpresa. Achei que nunca mais veria “Clube do
Chaves” e voltou de madrugada. Logo, logo Chapolin aparece
novamente sem ninguém esperar. O SBT é capaz de tudo, até
criaram um final para “Reunião”, uma série que não
teve fim nos Estados Unidos.
MM - De
novembro de
Fly
- Isto é um grande mistério. Pois eles foram
dublados faz muito tempo. Acho que nem o próprio SBT deve saber
tudo que tem em seu arquivo. Existem muitas especulações e eu
tenho minha teoria, mas prefiro não falar nada, pois acima de
tudo sou jornalista e não fã e não posso ficar alardeando meus
achismos, pois nada é comprovado.
"Acho María Antonieta de las Nieves uma ótima comediante, mas acredito que ela seja um tanto limitada, pois sempre faz muitas caras e bocas em cena."
MM
- O que você acha do Clube do Chaves? Qual o quadro que você
mais gosta?
Fly
- Adoro “Clube do Chaves”, adoro o Dr.
Chapatin desta época mais “tarado” e com texto mais
adulto. Na minha opinião, o melhor quadro. Se bem que o Don
Caveira também é genial, me lembra um humor mais refinado,
europeu até, mesmo reaproveitando piadas do Chaves clássico.
Adoro a dublagem também, por isto me irritava as criticas ao
Cassiano Ricardo. Pra mim ele deu uma personalidade diferente aos
personagens do Chespirito, mas seria muita pretensão dizer que
ele estragou ou desvirtuou eles, seria coisa demais pro Cassiano
fazer sozinho. Ele fez só o que se espera de um bom artista, ser
um ator criador e deixar sua marca.
MM
- O trabalho de Cassiano foi muito bom de um modo geral, porém,
na minha opinião, sua atuação precária nas dublagens de
Chaves e Chapolin prejudicou não só sua reputação como
também o próprio sucesso do Clube.
MM - O
Clube vinha sendo apresentado regularmente nas madrugadas. Você
crê que, um dia, a série possa ganhar um horário melhor na
programação?
Fly
- O “Clube” eu já acho mais difícil, por
não ter tanto apelo popular, mas como falei acima, do SBT
podemos esperar tudo.
MM -
Qual a música e clipe preferido das séries?
Fly
- "Se você é jovem ainda” é um
clássico, que eu já citei até em uma critica teatral de uma
peça da Gloria Menezes.
MM
– Surpreende-te o fato de Chaves permanecer no ar por mais
de 20 anos com os mesmos episódios e até hoje incomodar a Rede
Globo? Qual será a receita para tanto sucesso?
Fly
- Porque “Maria do Bairro” é sempre
reprisada? Como “Pica-pau” dá uma audiência tão boa
pra Rede Record? Porque “Xena” sempre volta ao ar com
um bom Ibope? “Chaves” é uma série de fases como
tantas outras. Em algum momento incomoda o Globo Esporte e ganha
dele. Em outras perde pra “Xena” e
“Pica-pau”. Tudo na TV brasileira é instável e
surpreendente. “Casa dos Artistas” não ganhou do
“Fantástico”? “Caminhos do Coração” não
ganhou do Corinthians? Prefiro deixar as teorias pro meu mestrado
em comunicação. É algo muito complicado e difícil de
compreender, quanto mais de explicar.
MM
– O que você opina sobre o entra-e-sai de Chaves na
programação? Você acha que tantos episódios apresentados
diariamente contribuem para a saturação da série? Comente
também sobre as constantes mudanças de programação da
emissora de Silvio Santos.
Fly
- Silvio Santos é acima de tudo um empresário e
dono de uma emissora de televisão. E mesmo esta sendo uma
concessão pública, ele tem o direito de fazer o que acha melhor
com a TV dele e com o produto que ele comprou. Por isto acho meio
hipocrisia ficar sempre criticando. “Chaves” já ficou
fora do ar e já foi exibido nove vezes no mesmo dia. Existe
explicação pra isto? Não! Simples assim.
MM
– Você assistiu aos episódios dos box's de DVD's da
Amazonas Filmes? Se sim, o que você está achando dos episódios
escolhidos, da dublagem e, sobretudo, do trabalho de Tatá
Guarnieri, o novo dublador de Chespirito?
Fly
- Assisti inteiro só o primeiro BOX, dos demais só
vi trechos ou um ou outro episódio. Não gostei. Adoro o Tatá e
muitos trabalhos dele como o Kenshin de “Samurai X”. No
entanto, não consigo compreender ele como o Chaves. Não gostei
também do trabalho dos dois dubladores que escalaram pro Edgar
(Seu Barriga). E muito menos da adaptação do texto. Creio que
citações a fãs de Chaves e outras bobagens estragaram a
dublagem. Não comprei, só aluguei e nem pretendo comprar, não
quero apoiar trabalhos que não me agradam. Desta dublagem acho
que só algo serviu, achar um bom dublador pro Godinez, o
Alexandre Marconato deu um show, pena que ele não continuará
fazendo o personagem.
MM - O
que você acha do desenho do Chaves e, principalmente, de
sua dublagem? Qual o episódio que você mais gostou?
Fly
- Meu capítulo favorito é o dos Espíritos
Zombeteiros. Gosto que eles estão usando melhor a Paty e que a
dublagem como um todo, está ficando muito boa. Para os que não
gostou meu conselho é sempre o mesmo “desliguem a TV e vão
ler um livro”.
MM -
Para encerrar: cite uma frase esclarecendo por que você gosta
das séries de Chespirito.
"Gosto porque, acima de tudo, é uma critica social, uma crônica da sociedade brilhantemente escrita por Roberto Gómez Bolaños".
David Denis Lobão